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ENREDO
VIVIENNE WESTWOOD
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de McLaren, ele também era o produtor da banda Sex Pistols, uma das figuras mais
influentes da cultura punk na qual Vivienne acaba produzindo seus figurinos.
Figura 1 - Malcolm McLaren e Vivienne Westwood em 1977
Figura 2 - Integrantes do Sex Pistols: Johnny Rotten, Paul Cook, Sid Vicious e
Steve Jones
Vivienne se adentrou ainda mais na moda e na cultura punk, por conta de sua
relação com o astro do punk, ela participava de shows e vários eventos do
movimento, McLaren foi uma peça fundamental para o descobrimento da
talentosíssima Westwood. Teve seu segundo filho Joseph Corré que nasceu da
longa relação do casal punk, após algum tempo teve sua primeira loja, cujas roupas
encantavam músicos e artistas que vestiam suas extravagantes criações. Isso tudo
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não foi um mar de rosas, Vivienne tinha uma vida difícil com McLaren, ele era mais
novo que ela e muitas vezes tinha atitudes imaturas.
Como foi mencionado na Revista Elle no dia 29 de dezembro de 2022,
“Vivienne estudou joalheria, trabalhou em fábricas, deu aula para crianças. Seu
começo na moda foi criando roupas pra gente dura e proletária, e, ironicamente, sua
chegada ao high-fashion foi acontecendo conforme os donos da moda quiseram
sugar para suas fileiras um pouco do sangue questionador daquela musa punk.”, a
musa do punk foi gente como a gente, ela precisou lutar por tudo que conquistou, se
desdobrar. Não tinha nada planejado, porém por onde passava deixava marcas,
uma pessoa intrínseca, sempre teve seus princípios como suas causas de vida,
incentivou a diversidade, seja qual for, o padrão e um “não” padrão. “A única razão
pela qual estou na moda é para destruir a palavra ‘conformidade'”, disse Westwood
em sua biografia de 2014. “Nada é interessante para mim a menos que tenha esse
elemento.”
Vivienne era uma excelente modelista, lidava muito bem com a Arte, com a
criação, seu desenvolvimento criativo era imensamente inteligente, imprevisível,
provocador e inusitado. Ela tinha um olhar único para a história, trouxe inspirações,
adaptações a partir do espartilho, das crinolinas e ao contrário de aprisionar a
mulher ou o homem, os libertava. Nas suas coleções um homem poderia usar saia,
ou se vestir como quiser, libertação é a palavra que a descreve. Usou do clássico,
foi uma alfaiate digna de talento.
O Punk é que ir contra algo que está imposto pela sociedade, Vivienne
contestava os valores e acreditava em um mundo mais diversidade, com aceitação,
liberdade e igualdade. Neste contexto é importante a fala “Já me senti muito rebelde,
mas agora percebo que isso não faz sentido. A guerrilha urbana era essencialmente
o que buscamos, mas não acredito que haja uma cruzada a ser travada por meio de
roupas. Você acaba se tornando o rebelde simbólico, aquele que convence a todos
de que estão vivendo em uma sociedade livre. A sociedade tolera seus rebeldes
porque os absorve em sua lógica de consumo. Você se torna parte do marketing.
Tudo vem com uma etiqueta”, disse em entrevista ao jornal The New York Times.
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Figura 3- Sátiras de jornais com crinolinas 1860 à 1867
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Tudo era pensado e analisado, como foi citado na revista Elle de 2022 “Nos
primórdios de sua loja Sex, a famosa que abriu com o então marido Malcolm
McLaren, os elementos bondage, s&m, serviam sim para falar de sexo e pornografia,
mas também para expor dúvidas sobre a ideia de gênero e o mistério frenético que
ronda o sexual”. Vivienne era provocativa, no entanto tudo tinha um porquê, um
sentido, pensava no corpo além na anatomia. No mesmo relato da revista Elle conta
que quando Alice no País das Maravilhas faz 150 anos, Vivienne topou criar uma
nova capa e uma introdução para a edição especial da obra. E assim escreveu
Vivienne Westwood: Crianças! Nunca se tornem complacentes. O mundo que
achamos que conhecemos reflete a forma que estamos condicionados a vê-lo.
Talvez ele não seja nada nada desse jeito”. Então ela gerou questionamento que ela
mesma se questionava e ia atrás, transformava em criação numa boa nova, seja
numa revolta ou numa nova era.
Figura 5 - Fachada loja SEX, 1976
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Figura 6- Alan Jones, Chrissie Hynde, Jordan e Vivienne Westwood em 1976 na
loja 'Sex'
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Westwood Fall 2015 Ready-to-Wear, no qual o modelo está com um espartilho e
uma espécie de crinolina adaptada ao contemporâneo.
“Se hoje temos na passarela uma presença e uma discussão muito clara e
crítica sobre questões de identidades, papéis e expressões de gênero, assim como
pluralidade dos corpos, economia circular e noções de beleza sendo resinificadas,
isso tudo se deve a Vivienne Westwood e também àqueles que redimensionaram o
seu legado posteriormente”, aponta o pesquisador Brunno Almeida Maia.
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Figura 8 - Painel de Inspiração Vivienne Westwood
Fonte: https://pin.it/70PL138
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2. PERSONAGEM EM AÇÃO:
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estética da The Worlds End Boutique com seu galeão pirata e recursos de navios.
Essas referências se tornam sucesso na moda londrina. Foi símbolo de libertação
das silhuetas restritivas dos anos 70.
Como é mencionado no próprio blog de Vivienne Westwood 'Só paramos para
observar inovações significativas, caso contrário, as ideias continuam e se
desenvolvem ao longo das coleções.' ' Pirata’, Outono-Inverno 1981/82 foi o seu
primeiro desfile. Olhando para a história da pilhagem e do Terceiro Mundo. A
pesquisa foi em vestimentas históricas, mantendo os cortes originais como moda.
Inspiradas nos padrões dos nativos americanos, as calças 'Pirate' tinham um
bumbum largo, em total contraste com os hipsters hipsters e 'bundas justas' da
época. A posição do pescoço, quando usada, era assimétrica.
Westwood elaborou sua coleção primeiramente em pequena escala,
pequenos bonecos, com vários cortes retangulares, vários ajustes e encaixes, assim
conseguiu ter o tecido ideal para alinhar o romantismo, o clássico e a alfaiataria,
técnicas tradicionais de alfaiataria de Savile Row, nos tecidos britânicos e na arte
dos séculos XVII e XVIII. A mesma menciona que a roupa possui uma dinâmica com
o corpo e continua misturando isso com cortes históricos. Na revista Vogue 21 é
retratado “na década de 1980, ela subverteu os vestidos conservadores do século
XVII em coordenados sensuais que chamavam a atenção para as curvas dos corpos
femininos. E, é claro, não nos podemos esquecer das emblemáticas ferraduras de
cavalo que foram lançadas ao mesmo tempo”.
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ANDREAS KRONTHALER
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VIVIENNE WESTWOOD FALL 2015 READY-TO-WEAR
O personagem que vimos acima foi do desfile Fall 2015 Ready-to-Wear, todo
shape, com detalhes em dourado, lembra uma espécie de crinolina contemporânea,
cores que trazem pontos históricos, pintura no rosto, o modelo do calçado, sua cor,
proporciona uma subversão de gênero e além uma correlação com os povos
Sumérios e Pastores.
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Não é de hoje que Vivienne Westwood se importa extremamente com as
causas ambientais, com as mudanças climáticas e talvez isso tenha feito a mesma
recriar o próprio inferno na terra para esse espetáculo. Foi desenvolvido num porão
de um prédio que servia para escritórios, na Rua 4 de setembro, coberto de enfeites
vermelhos e dourados, um punk rock e um ataque sonoro, como Improv Night at the
Vórtice.
Unissex, a gênero, ao som de Time tô Act, uma manifestação para exigir o fim
das mudanças climáticas, que aconteciam em Londres. Ativismo, uma imagem
confusa para muitas pessoas que o prestigiaram. Calças para mulheres, ternos
quadrados, blazer de alta costura, vestidos, túnicas e espartilhos para homens, uma
bissexualidade escancarada no rosto de quem assistia o grande espetáculo.
John Fairchild morreu na semana passada, menciona Vivienne Westwood,
isso faz com que haja uma independência dos pensamentos da mesma. Uma
homenagem a tal, historicismo excêntrico, uma qualidade que somente Westwood
impregna em suas vestimentas e quem diria que estava falando de “pastores e
sumérios” como referência para esta coleção.
Citou na WWD “Eu amo a mudança de proporção. É tudo tão sexual porque
estamos olhando para as pessoas com novos olhos”, disse ela em suas notas do
programa, um manifesto de justiça, humanidade e meio ambiente doente.
Chamou atenção da atriz Naomie Harris que exalta de tal forma “Eu gostaria
que [meu personagem] Moneypenny pudesse usar algo assim no escritório e no
campo. Eu acho que seria meio foda, certo? Ela refletiu enquanto desfrutava de uma
pequena pausa no set do novo filme de James Bond, "Spectre". O designer também
teve um apoio poderoso da guerreira de “Game of Thrones”, Brienne of Tarth,
também conhecida como Gwendoline Christie, que pisou sem medo na passarela
revestida de ouropel ao som da banda de punk-rock alemã Die Hartjungs.
A estilista faz uma relação do contemporâneo com os Sumérios, retratados
como “O povo sumério foi encontrado por acaso em estudos sobre a babilônia e é
considerado a civilização mais antiga encontrada até agora. Eles não têm sua
origem definida, é na verdade um monte de povos diferentes juntos, mas tem
indícios de que eram de origem pastoreia. Viveram entre os anos de 5.000 a.C até
mais ou menos 2.000 a.C até serem definitivamente dominados por babilônicos. Mas
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sua cultura e conhecimento ainda se estendeu por muitos anos sendo absorvidos
por outros povos”.
Estes usavam uma espécie de avental, capas, mantas, xales, matérias sob a
cabeça e os ombros, saias retas, franjas e acessórios em dourado. Está vestimenta
seguiu por muitos séculos e milênios. Nas imagens abaixo é visto uma perfeita
retratação, um para-realismo, a primeira imagem lembra a segunda, porém
atualizada com aspecto contemporâneos, o tecido, o caimento, a estampa,
proporciona uma lembrança dos povos Sumérios e dos pastores
Fonte: https://inara.art.br/
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Figura 14 - Look 26 vivienne westwood fall 2015 ready-to-wear
ANDREAS KRONTHALER
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Como foi visto recentemente Andreas Kronthaler possui um estilo
diferenciado, especialista em alfaiataria, usa e abusa de seus caimentos, possui um
cunho para as Arte, muitas estampas diversas, adora uma saia godê com
comprimento até o joelho, meias compridas, é um dos maiores exemplos para a
roupa a gênero ou como conhecida por muito unissex, foi o legitimo parceiro de
Vivienne e sempre se destacou ao seu lado, aprimorando ainda mais o seu estilo e
suas criações.
Para a criação do figurino vai ser usada a técnica Para-realista, como foi vista
recentemente, sendo o foco principal não perder a essência do personagem. O
figurino da análise possui uma mistura de estampas, saia godê com cos baixo,
meias compridas ambos em xadrez, com cores e padronagens diferentes entre os
dois, um suéter com uma estampa localizada em rapport, que chama menos
atenção comparado com o xadrez extravagante de Vivienne Westwood.
No desenvolvimento deste figurino a saia será no tecido jeans, com uma
grande fenda onde vai possuir retalhos em xadrez para proporcionar volume, com
uma pegada destroyed. Para adaptar as inspirações do suéter, foi deslocado para a
altura do umbigo, com um tecido macio e confortável, existe possibilidades de utilizar
a técnica de upcycling.
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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FERREIRA, Inara. HISTORIA DA MODA: SUMÉRIOS, A PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO
– PARTE 2. Blog INARA ART, disponível em: < encr.pw/YX5co >
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