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Aula 3º

O estudo das funções do

administrador: a teoria clássica
da administração

Na Aula 03 que ora se inicia, conheceremos outro

teórico da Administração, chamado: Henri Fayol.
Para tanto, é importante que nos lembremos das
contribuições de Taylor, conhecido da última aula. Afinal de
contas, o modelo administrativo de ambos é bastante discutido e
comparado na esfera administrativa.
Agora, vamos entender que partindo dos estudos de Fayol,
foi possível discriminar determinados fundamentos, os quais, até
hoje, ainda ressonam na vida organizacional de uma empresa.
Não deixem, portanto, de prestar bastante atenção às teorias
que serão apresentadas, pois elas se mostram fundamentais para
o seu sucesso como gestor.
Esperamos que todos tenham uma boa aula! Aproveitem!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

‡ reconhecer o modelo de gestão resultante do modelo clássico de administração proposto por Henri Fayol;
‡ identificar e analisar as funções administrativas e os princípios da administração, segundo a escola clássica de
administração.
54 Administração Geral I
Seções de estudo
1 - Teoria clássica da administração
2 - Fundamentos de Fayol
Na Seção1, estudaremos os pressupostos da Teoria
Clássica da Administração, oriunda da Escola Clássica,
denominada: Abordagem Clássica da Administração.
Seu precursor foi Henri Fayol, cuja investigação se
centrou nos papéis desenvolvidos pelo administrador, nas
áreas funcionais da empresa e, sobretudo, nas funções
administrativas.
É importante lembrar que dominar tal teoria é essencial
para se tornar um gestor competente!
1 - Teoria clássica da administração
A Teoria Clássica surgiu em 1916, na França, a partir
das investigações de Henri Fayol, o qual tinha por objetivo
criar um modelo de administração baseado em princípios e
técnicas.
Fayol acreditava que era possível ensinar a administrar.
Sua importância foi tão determinante para a esfera
administrativa que alguns autores modernos consideram a
Teoria Clássica como a verdadeira Teoria da Administração.
Devido a tal reconhecimento, Fayol é chamado de o pai da
Administração.
Jules Henri Fayol nasceu
em Istambul em 29 de julho
de1841. Filho de pais franceses,
seu pai, André Fayol, foi um
contramestre em metalurgia.
Casou-se com Adélaide Saulé e
WHYHWUrVÀOKRV0DULH+HQULHWWH
Madaleine e Henri Joseph, este
sempre hostil as ideias do pai.
Formado em engenharia de
Minas em St. Etienne, aos 19
anos passou a trabalhar em uma
empresa de minas, metalúrgica
e carbonífera, onde desenvolveu sua carreira de engenheiro
administrador e teórico de gestão. Foi considerado o primeiro
pensador da gestão e o pai da ideia da
organização estrutural das empresas por funções.
Vivendo as consequências da Revolução Industrial, tornou-
se Gerente de Minas aos 25 anos.Fayol foi um dos teóricos
clássicos da Ciência da Administração, foi fundador da
Teoria Clássica da Administração e autor de Administração
Industrial Geral. Criou o Centro de Estudos Administrativos,
no qual semanalmente reuniam-se pessoas interessadas
na administração de negócios comerciais, industriais e
governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas
administrativas. Entre seus seguidores estavam alguns nomes
20
como: Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e
Lyndal F. Urwick. Sua visão, diferente de Taylor (trabalhador)
e Ford (dono), foi a de gerente diretor. Em 1888, aos 47 anos,
assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa
Commentry Fourchambault de Cazeville, que estava em
IDOrQFLD 5HVWDEHOHFHX D VD~GH HFRQ{PLFD H ÀQDQFHLUD GD
empresa. Após seus 58 anos de estudos, pesquisa e observação,
reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral,
em 1916. Aposentou-se deixando a empresa dentro de uma
situação de notável estabilidade. Ele dedicou seus anos de
aposentado para demonstrar as consequências satisfatórias da
SUHYLVmRFLHQWtÀFDHGRVPpWRGRVDGHTXDGRVGHJHUrQFLD
)D\RO GHIHQGH D ÁH[LELOLGDGH DGPLQLVWUDWLYD FDOFDGD
na experiência e conhecimentos tácitos, em detrimento de
saberes teóricos e de posturas rígidas no planejamento e
execução do trabalho. Faleceu em Paris, em 19 de novembro
de 1925 (ARTIGONAL, 2012).
Para compreendermos a Teoria Clássica de Fayol, é
LQWHUHVVDQWH FRQIURQWiOD FRP D $GPLQLVWUDomR &LHQWtÀFD
desenvolvida por Taylor. Isso porque, embora haja diferenças
entre elas, as semelhanças são grandes; existindo autores,
inclusive, que defendem que o objetivo principal de ambas
HUDRPHVPRDEXVFDGDHÀFLrQFLDGDVRUJDQL]Do}HV
[...] A ênfase de Taylor, Gilbreth e seguidores
era, absolutamente, concentrada na tarefa, na
racionalização dos tempos de exceção. Quando
se olha retrospectivamente, é fácil entender
sua visão: eram engenheiros por formação e
o seu local de trabalho e análise era o chão
de fábrica. Taylor e seus seguidores tiveram
uma visão da fábrica do chão para cima, isto é,
sua principal ênfase eram as tarefas e o modo
como os funcionários realizavam essas tarefas
(CARAVANTES, 1998, p. 42).
Diferentemente de Taylor, Fayol olhou a empresa de cima
SDUDEDL[R6XDSUHRFXSDomRHUDFRPDHÀFLrQFLD(UDFRPDV
tarefas do administrador e com a estrutura administrativa e
organizacional.
Taylor via o trabalhador no dia a dia da fábrica. Fayol via
o gerente nos diferentes níveis da organização (alta direção,
média gerência e operação).
$VVLPHOHFULRXRV3ULQFtSLRVGHDGPLQLVWUDomRFLHQWtÀFD
para melhor organizar a produção, treinar e selecionar
o trabalhador (operário). Fayol criou os princípios de
administração para orientar, guiar o gerente no processo
administrativo.
Esse autor entendia que o sucesso do operário estava
inevitavelmente associado ao sucesso da organização. Fayol
entendia que o sucesso da organização estava inevitavelmente
associado aos papéis do gerente
7D\ORUYLVDYDjHÀFLrQFLDHjHÀFiFLDHPSUHVDULDODWUDYpV
GD2UJDQL]DomR5DFLRQDOGR7UDEDOKR)D\ROYLVDYDjHÀFLrQFLD
HjHÀFiFLDHPSUHVDULDODWUDYpVGDHVSHFLDOL]DomRHGDFULDomR
dos papéis do administrador.
Em outras palavras, podemos concluir que Frederick W.
Taylor era obcecado pela execução das tarefas realizadas pela
classe operária. Fayol era obcecado pelo comando.
Para sua melhor compreensão, veja o quadro a seguir:

4XDGUR&RPSDUDWLYRHQWUHDDGPLQLVWUDomRFLHQWtÀFD
e a administração clássica
$GPLQLVWUD©¥RFLHQW¯ȴFD Administração clássica
Precursor Frederick W. Taylor Henri Fayol
Origem Chão da Fábrica Gerência Administrativa
Ênfase Adoção de métodos Estrutura forma da empresa:
racionais e padronizados: adoção dos princípios
máxima divisão de tarefas administrativos pelos altos
escalões. Criação dos papéis
gerenciais.
Enfoque A produção A gerência
FONTE: FERREIRA, A. A.; REIS, A.C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor
aos nossos dias. São Paulo: Pioneira, 1998. p. 25.
Mas, como o modelo clássico ou a Teoria clássica da
administração contribui para a formação do administrador?
O estudo da Teoria Clássica da Administração de Henri
Fayol possibilita ao administrador ampliar a sua visão sobre
o funcionamento da empresa, no que diz respeito aos papéis
e às funções, e apreender novos conhecimentos mediante os
princípios.
'HIRUPDVLPSOLÀFDGDD7HRULD&OiVVLFDVHFDUDFWHUL]DYD
pela ênfase na estrutura que a organização ou a empresa
GHYHULDSRVVXLUSDUDVHUHÀFLHQWH
Assim, tomavam-se como ponto de partida a organização
HDHVWUXWXUDJOREDOSDUDJDUDQWLUDHÀFLrQFLDGHFDGDXPDGDV
partes envolvidas, fossem elas departamentos, seções ou
pessoas como executores de tarefas e ocupantes de cargos.
A análise das tarefas de cada indivíduo cedeu lugar a
uma visão global e universal da organização, a qual partia da
HVWUXWXUDomR GH WRGD RUJDQL]DomR H FKHJDYD ÀQDOPHQWH DR
indivíduo.
Henri Fayol dividiu as funções da empresa e criou
os princípios gerais da administração, que são as bases da
administração como ciência. Esses princípios são úteis para
estruturar qualquer organização, seja qual for seu ramo de
atividade e seu tamanho.
(PVHXOLYUR$GPLQLVWUD©¥RΖQGXVWULDOH*HUDO)D\RODȴUPDYDTXHD
administração é uma função distinta das demais funções da empresa,
FRPR ȴQDQ©DV SURGX©¥R H GLVWULEXL©¥R 3DUD HOH D DGPLQLVWUD©¥R
compreende cinco funções: planejamento, organização, direção,
coordenação e controle. Nesse ensejo, as áreas funcionais da
HPSUHVD V¥R VHLV FRPHUFLDLV ȴQDQFHLUDV W«FQLFDV VHJXUDQ©D
contabilidade e administração (CRUZ; PAIVA; SILVA, 2012).
São os fundamentos de Fayol que veremos mais
acentuadamente na próxima seção.
2 - Fundamentos de Fayol
Nesta seção, aprenderemos sobre os fundamentos
de Fayol. No entanto, caso a primeira seção tenha deixado
dúvidas, aconselhamos que sua leitura seja feita novamente,
pois é fundamental recorremos aos princípios básicos da
Teoria Clássica para compreendermos os fundamentos
21 55
administrativos de Fayol.
Para facilitar a aprendizagem, a Seção 2, foi subdividida
em três tópicos: funções administrativas ou papéis gerenciais,
áreas funcionais da empresa e princípios de administração.
Esperamos que assim os fundamentos sejam
DSUHVHQWDGRVGHPDQHLUDPDLVGLGiWLFD$ÀQDOVHPSUHpPDLV
fácil estudar organizando o conhecimento.
2.1 - Funções administrativas ou
papéis gerenciais
Fayol destacou quatro funções administrativas ou papéis
gerenciais, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar. Tais
funções correspondem a uma sequência de funções que se
sucedem, isto é, a uma maneira sistemática de dirigir uma
empresa.
Vejamos cada uma das funções citadas:
a) Planejar: perscrutar, isto é, visualizar o futuro da
empresa. Traçar um programa de ação para que a empresa
SRVVD RUJDQL]DUVH D ÀP GH DOFDQoDU UHVXOWDGRV IXWXURV
O planejamento é a atividade gerencial que possibilita ao
administrador, gerente ou gestor preparar a empresa para o
futuro, fazendo as seguintes perguntas:
‡ O que somos?
‡ Quem somos?
‡ O que queremos ser?
‡ Onde queremos estar?
‡ Com que e de que forma chegaremos?
‡ Com quem chegaremos?
‡ Quanto produziremos?
‡ Quando produziremos?
‡ Para quem venderemos?
‡ O que venderemos?
O planejamento permite à empresa enfrentar o futuro
incerto com maior segurança. Portanto, consiste na atividade
de examinar o futuro, traçando metas e planos de ação a
longo, médio ou curto prazo.
b) Organizar: proporciona tudo o que é útil ao
funcionamento da empresa. Pode ser dividida em organização
PDWHULDO H RUJDQL]DomR IXQFLRQDO 6LJQLÀFD D QHFHVVLGDGH
de montar uma estrutura humana e material para realizar e
alcançar os resultados desejados. Organizar é o papel dos
gerentes de nível médio, a quem cabe elaborar os planos de
ação: como vai executar o planejamento e com quais recursos
PDWHULDLV KXPDQRV ÀQDQFHLURV WHFQROyJLFRV HVWUXWXUDLV H
informacionais. Consiste no trabalho do gerente de reunir
tudo o que é necessário para a empresa produzir. Para o
autor Jucius (1967), a organização é a função administrativa
de estabelecer uma estrutura funcional, na qual são prescritos
os recursos, as normas para execução dos projetos e os níveis
de execução.
c) Dirigir: é a função administrativa de gerir a
organização à medida que, efetivamente, o administrador
executa os planos. O gestor é comparável ao piloto, dirigindo
o seu avião para uma direção. Dirigir ou comandar é levar a
organização e as pessoas para os rumos esperados. É manter
o pessoal em atividade na empresa. A direção requer que o
56 Administração Geral I
gestor desenvolva as suas habilidades humanas e conceituais.
Ela é exercida em todos os níveis da administração (estratégico,
intermediário e operacional).
d) Controlar: é a função administrativa de regular,
controlar as atividades, ou seja, o que foi planejado. Visa a
acompanhar as etapas do planejamento, a execução dos
planos, considerando os prazos estabelecidos, os recursos
DSOLFDGRVHRVUHVXOWDGRVHVSHUDGRVeDFRPSDQKDUHÀVFDOL]DU
se tudo está ocorrendo conforme planejado. O objetivo do
FRQWUROHpORFDOL]DUIUDTXH]DVHHUURVQRLQWXLWRGHUHWLÀFiORV
prevenir ou rever os planos.
Todas essas funções formam o que denominamos de
processo administrativo. Para entender melhor, vejamos um
esquema explicativo do funcionamento dessas funções em
uma empresa:
Figura 3.1 - Processo administrativo
FONTE: SCRIBD. Funções administrativas. Disponível em: <http://pt.scribd.com/
doc/8594846/Funcoes- Administrativas>. Acesso em: 15 abr. 2012.
1mR p VXÀFLHQWH DÀUPDU TXH D IDVH DGPLQLVWUDWLYD GH
cada atividade do gerente ou do administrador é planejar,
organizar, dirigir e controlar. É preciso dar a resposta sobre
o que está planejado, organizado, dirigido e controlado.
Cada organização tem a sua forma e maneira de fazer isso. É
importante para o gestor conhecer essas funções.
A melhor maneira de executar as funções de planejar, organizar,
dirigir e controlar é conhecendo as necessidades da organização!
2.2 - Áreas funcionais da empresa
Para melhor entender e executar o processo
administrativo e o funcionamento das organizações, Fayol
dividiu a organização em áreas: funções técnicas, funções
FRPHUFLDLV IXQo}HV ÀQDQFHLUDV IXQo}HV DGPLQLVWUDWLYDV
funções de segurança e funções contábeis.
Para Fayol, toda empresa é constituída dessas funções. A
divisão da empresa em funções possibilita a divisão do trabalho,
das responsabilidades e dos papéis dos administradores nas
diferentes áreas (especialidade da empresa):
a) Funções técnicas: estão relacionadas à atividade de
produção de bens e serviços. Dizem respeito às atividades do
setor de produção da empresa.
É a função que requer a habilidade técnica do
22
administrador. Saber o que fazer e como fazer é essencial.
Na empresa ou no comércio, essas funções representam
os setores que preparam os serviços a serem oferecidos ao
cliente. Consiste, portanto, na consultoria, na administração
e no atendimento;
E )XQo}HVÀQDQFHLUDVestão relacionados às atividades
GH JHUHQFLDPHQWR GRV UHFXUVRV ÀQDQFHLURV H GR FDSLWDO GD
HPSUHVD 7RGD HPSUHVD QHFHVVLWD GH UHFXUVRV ÀQDQFHLURV
para operar. Esses recursos podem ser conseguidos através
GHFDSWDomRQRPHUFDGRÀQDQFHLURHGHFDSLWDLVGDVYHQGDV
GRVEHQVHSURGXWRVEHPFRPRGDVUHFHLWDVÀQDQFHLUDV7DLV
UHFXUVRV SUHFLVDP VHU DGPLQLVWUDGRV FRP HÀFiFLD SDUD TXH
D HPSUHVD SRVVD FXPSULU VHXV FRPSURPLVVRV ÀQDQFHLURV
com bancos, fornecedores, acionistas e com o pagamento de
tributos e impostos. Em algumas empresas, essas funções estão
VREDUHVSRQVDELOLGDGHGRJHUHQWHÀQDQFHLUR(PRXWUDVGD
tesouraria. O importante é que a pretensão de Fayol era criar
as funções, e não os setores. Portanto, independentemente
GHWHURXQmRRVHWRUQDHPSUHVDDIXQomRÀQDQFHLUDVHPSUH
existirá;
c) Funções comerciais: são as funções de compra e
venda. Funções que estabelecem a relação entre clientes e
fornecedores. Toda empresa necessita comprar matéria-prima
ou produtos para transformá-los e vendê-los. Na empresa,
representa as funções do gerente ou do diretor em determinar
as compras de todo o material necessário para o funcionamento
da empresa, as aquisições de empreendimentos ou serviços
para vendê-los aos clientes;
d) Funções contábeis: são as funções relacionadas à
contabilidade da empresa, com o registro de dados, balanços
e controles estatísticos. As funções contábeis estão voltadas
para as funções de controle e permitem ao administrador o
acompanhamento do que foi planejado, orçado e organizado.
Essas atividades, geralmente, estão sob a responsabilidade
do setor de contabilidade das empresas. O contador é o
SURÀVVLRQDO HVSHFLDOL]DGR HP UHJLVWUDU GDGRV H DSUHVHQWDU
HVWDWtVWLFD GD RULJHP H DSOLFDomR GRV UHFXUVRV ÀQDQFHLURV
Cabe ao gestor conhecer e interpretar os dados e os registros
FRQWiEHLVGDVÀQDQoDVGDVHQWUDGDVGDVVDtGDVHGRVHVWRTXHV
e) Funções de segurança: são as funções relacionadas
à guarda e ao zelo do patrimônio da empresa e da segurança
das pessoas. Correspondem às iniciativas para garantir que
nada aconteça ao patrimônio da empresa e à vida das pessoas.
Os gestores devem elaborar planos para que tudo transcorra
em segurança e conforme planejado;
f) Funções administrativas: são as funções do
administrador relacionadas à integração de todas as outras
funções. Geralmente, representa a administração geral nas
empresas. As funções administrativas dizem respeito ao
verdadeiro papel do administrador: harmonizar e integrar
todas as atividades organizacionais. As funções administrativas
correspondem ao planejamento, à organização, à direção e ao
controle de todas as funções da empresa: produção, vendas,
FRPSUDVVHJXUDQoDFRQWDELOLGDGHÀQDQFHLURHWF
Segundo Chiavenato (2003), “as funções administrativas
prevalecem sobre todas as outras funções da empresa”.
2 DXWRU HVWi TXHUHQGR DÀUPDU TXH )D\RO DÀUPRX TXH R
planejamento, a organização, a direção e o controle são

requisitos essenciais às áreas funcionais da empresa.
Para Fayol, Administrar é: planejar, organizar e dirigir as atividades de
produção de bens e serviços, as atividades comerciais, as atividades
GH VHJXUDQ©D DV DWLYLGDGHV FRQW£EHLV H DV DWLYLGDGHV ȴQDQFHLUDV
de forma integrada e sistêmica. As funções administrativas
(planejamento, organização, direção e controle) prevalecem sobre
todas as áreas da empresa.
&KLDYHQDWR  DLQGDDÀUPDTXH´DYLVmRGH)D\ROVREUH
as funções básicas da empresa está ultrapassada”. Para o autor,
essas funções recebem o nome de áreas da administração, o
que corresponde aos setores ou aos departamentos existentes
nas organizações, como por exemplo: setor de marketing, de
SURGXomR GH ÀQDQoDV DGPLQLVWUDWLYR DOPR[DULIDGR HQWUH
outros.
2.3 - Princípios de administração
Fayol também criou os princípios de administração,
denominados de conhecimentos prescritivos para orientar o
administrador no exercício da função administrativa. Ele ainda
relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados
para complementar os princípios de Taylor, mas vistos por
outra ótica empresarial.
É válido salientar que a ênfase de Taylor era nas tarefas,
no operário e nos métodos de trabalho, enquanto a ênfase
de Fayol era na estrutura, no papel do gerente e nas funções
administrativas.
Para Fayol, como toda ciência, a administração deve se
basear em leis e princípios. Os princípios de administração
estabelecidos por Fayol resultaram de pesquisas a outros
autores.
(OHDÀUPDYDTXHHVVHVSULQFtSLRVQmRGHYHULDPVHUUtJLGRV
ou absolutos. Tudo em administração ou gestão é questão
de adaptação, de ponderação e bom senso. Os princípios
de administração de Fayol são universais, isto é, aplicáveis a
qualquer tipo de organização, se adaptam a qualquer tempo,
lugar, estrutura ou circunstâncias.
Conheçamos os princípios de Fayol:
a. Divisão do trabalho: executando somente uma
parte da tarefa, um trabalhador pode produzir mais
e melhor com o mesmo esforço. A especialização é
DPDQHLUDPDLVHÀFLHQWHGHXVDURHVIRUoRKXPDQR
b. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o
diretor que tem o papel de dar ordens e conseguir
obediência. Responsabilidade é uma consequência
de autoridade;
c. Disciplina: é necessário haver obediência às regras
da organização. A melhor maneira de ter bons chefes
e regras justas e claras, assim como bons acordos, é
aplicar as sanções com justiça;
d. Unidade de comando: deve haver somente um
chefe para cada empregado;
e. Unidade de direção: todas as unidades da
organização devem seguir em direção aos mesmos
objetivos através de um esforço coordenado;
f. Subordinação do interesse individual ao geral:
os interesses da organização devem ter prioridade
sobre os interesses dos empregados;
23 57
g. Remuneração dos empregados: o salário e a
compensação para os empregados devem ser justos,
tanto para os empregados como para a organização;
h. Centralização: deve haver um equilíbrio entre
o envolvimento do empregado, através da
GHVFHQWUDOL]DomR H HQWUH D DXWRULGDGH ÀQDO GR
administrador, através da centralização;
i. Hierarquia: as organizações devem ter uma via
de autoridade e comunicação, que vem do alto
até os níveis mais baixos e deve ser seguida pelos
administradores e pelos subordinados;
j. Ordem: pessoas e materiais devem estar em lugares
adequados e no tempo certo para o máximo de
HÀFLrQFLD LVWR p XP OXJDU SDUD FDGD FRLVD H FDGD
coisa em seu lugar;
k. Equidade: é necessário bom senso e experiência
para assegurar um tratamento justo a todos os
empregados, os quais devem ser tratados da mesma
forma;
l. Estabilidade de pessoal: a rotatividade de mão de
REUDGHYHVHUGLPLQXtGDSDUDPDQWHUDHÀFLrQFLDGD
organização;
m. Iniciativa: os empregados devem ser encorajados a
desenvolver e implementar planos de melhorias;
n. Espírito de grupo: a administração deve promover
espírito de unidade e harmonia entre os empregados
para um trabalho em grupo.
Para Fayol, o administrador irá exercer determinados
papéis a partir dos princípios relacionados pelo teórico:
a. Assegurar a cuidadosa preparação dos planos
(Planejamento);
b. Assegurar a execução dos planos da empresa
(Organização);
c. Cuidar para que a organização humana e material
seja coerente com os planos e os objetivos da
empresa (Organização);
d. Estabelecer uma autoridade construtiva e
competente (autoridade);
e. Formular decisões de forma simples e precisa;
f. Organizar a seleção de pessoal;
g. Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidade;
h. Recompensar justa e adequadamente os funcionários
pelos serviços prestados;
i. Usar sanções contra faltas e erros;
j. Manter a disciplina;
k. Manter a unidade de comando;
l. Fazer controles;
m. Combater o excesso de regulamentos, normas,
burocracia e papeladas;
n. Prospectar mercados;
o. Empreender negócios;
p. Liderar equipes;
q. Unir e conciliar os interesses empresariais e os
interesses individuais.
Fique atento(a)! No site do You Tube, você pode encontrar
inúmeros vídeos sobre os princípios da administração.
Sempre que possível, acesse-o e realize buscas, procure
assistir alguns deles e se posicionar criticamente em relação
58 Administração Geral I
ao conteúdo. Com os conhecimentos que está adquirindo,
cada vez mais, você se torna capaz de superar o senso comum
sobre as informações disponibilizadas nos diferentes meios
de comunicação e utilizá-las como fontes de pesquisa, sempre
que considerar que se tratam de conhecimentos úteis! Ah,
lembre-se de que esse hábito será fundamental no dia a dia
GHVXDSURÀVVmR
Retomando a aula
Para encerrar a Aula 03, convidamos você a recordar
o que estudamos até aqui:
1 - Teoria clássica da administração
Na primeira seção, conhecemos a Teoria clássica da
administração. Vimos que ela foi proposta por Henri Fayol,
cujo objetivo principal era criar um modelo de organização
que possibilitasse a gestão satisfatória de uma empresa.
Além disso, foi essencial, nessa parte dos nossos estudos,
observarmos as semelhanças e as diferença entre os modelos
GH)D\ROHRGH7D\ORU²ÀJXUDVHVVHQFLDLVTXDQGRIDODPRVHP
Administração.
2 - Fundamentos de Fayol
A Seção 2, por sua vez, nos apresentou, de forma mais
efetiva, o funcionamento da Teoria Clássica. O objetivo
central foi possibilitar uma panorâmica das funções
administrativas, das áreas funcionais da empresa e dos
princípios administrativos, conforme a concepção teórica de
Fayol.
Foi possível perceber, partindo de então, como o
funcionamento de uma empresa pode ser bastante dependente
do modelo administrativo proposto por Fayol, cuja visão se
voltava, pontualmente, para o segmento gerencial.
Na Aula 03 adquirimos conhecimentos essenciais para
a nossa compreensão sobre a teoria da administração, bem
como para aprendizagens posteriores.
Para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa
construção de conhecimentos é importante que realize as
atividades propostas no ambiente virtual, interaja com seus
colegas de curso e com seu professor e que consulte as
sugestões de leituras, sites e vídeos disponibilizadas a seguir!
Vale a pena
Vale a pena ler
BONOME, João Batista Vieira. Princípios da
administração. Curitiba: Iesde, 2007.
CARAVANTES, Geraldo R. et al. Administração:
24
teorias e processo. Rio de Janeiro: Prentice Hall Brasil, 2004.
FAYOL, Henry. Administração industrial e geral. 10. ed.
São Paulo: Atlas, 1994. FERREIRA, A. A.; REIS, A.C. F.;
PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos
dias. São Paulo: Pioneira, 1998.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos
papéis. São Paulo: Atlas, 2001.
GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração
ÀQDQFHLUD7. ed. São Paulo: Harbra, 2002.
GONÇALVES, Leandro Salena. 6LVWHPDVGHLQIRUPDo}HV
gerenciais. Curitiba: Iesde, 2006.
QUINN, Robert et al. Competências gerenciais. 5. ed. São
Paulo: Campus, 2011. RUEDA ELIAS, S. V. Tópicos gerenciais
contemporâneos. Curitiba: Iesde, 2010.
STUART, Chambers et al. Administração da Produção. 3.
ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Vale a pena acessar
ADMINISTRADORES. Teoria clássica da administração.
Disponível em: <http://www.administradores.com.
br/informe-se/artigos/teoria-classica-da-administracao-
segundo-henri-fayol/13239/>. Acesso em: 9 abr. 2012.
ADMJS. Henri Fayol. Disponível em: <http://admjts.
wordpress.com/2007/03/31/henri-fayol/>. Acesso em:
10 abr. 2012.
ARTIGONAL. Administração. Disponível em: <http://
www.artigonal.com/administracao-artigos/um-pouco-
sobre-henri-fayol-661666.html>. Acesso em: 9 abr. 2012.
ARTIGONAL. Administração. Disponível em: <http://
www.artigonal.com/administracao-artigos/um-pouco-
sobre-henri-fayol-661666.html>. Acesso em: 7 abr. 2012.
CRUZ, E. P.; PAIVA, C. F. C.; SILVA, F. N. S.
Modernidade da abordagem clássica da administração: um estudo
no setor de faturamento de uma transportadora. Disponível
em: <http://www.aedb.br/seget/artigos06/538_
SEGET%202006%20III.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2012.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO. Henri Fayol.
Disponível em: <http:// www.historiadaadministracao.
com.br/jl/index.php?option=com_
content&view=article&id=52:jules-henri-fayol&catid=10:g
urus&Itemid=10>. Acesso em: 9 abr. 2012.
PROFESSOR WELLINGTON. Administração.
Disponível em: <http://www. professorwellington.adm.
br/tga16.html>. Acesso em: 9 abr. 2012.
TRIPOD. Administração. Disponível em: <http://
adm2006.tripod.com/id12. html>. Acesso em: 10 abr. 2012.
Vale a pena assistir
YOU TUBE. Vídeo acadêmico: 14 Princípios
Administrativos de Fayol. Disponível em: <http://www.
 25 59
youtube.com/watch?v=RecHZYUTBcQ&feature= fvst>
Acesso em: 10 abr. 2012.
______. Henri Fayol. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=wMAz- q_4ntk>. Acesso em: 10
abr. 2012.

Minhas anotações