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Terapia de Pressão Negativa
Terapia de Pressão Negativa
CURATIVO A VÁCUO
Mecanismo de Ação
Um dos principais mecanismos da ação da terapia é a força mecânica,
que, pela substituição da perda da integridade tecidual, estimula a proliferação
celular e a contração da lesão. A redução do edema melhora a congestão
vascular perilesional, removendo o excesso de fluidos e restaurando o fluxo
vascular e linfático. O controle do exsudato auxilia a remoção das
metaloproteinases e citosinas pró-inflamatórias, responsáveis pela apoptose e
Força Mecânica
A força gerada pela pressão negativa aplicada ao leito da ferida, em
adição a outros benefícios de sucção, pode substituir a perda de integridade
tissular pela base estrutural exigida para proliferação celular.
As proteínas quinase, receptores específicos da membrana celular, ao
perceberem mudanças na conformação do citoesqueleto, traduzem o estímulo
mecânico para o interior da célula através da produção de segundo mensageiro,
responsável por sua vez, pela alteração da expressão genética, mitogênese e
aumento da síntese proteíca, por exemplo, colágeno.
Redução de edema
Quadros freqüentes associado às feridas complexas são edema e a
congestão vascular peri-lesional. A aspiração exercida sobre a ferida é também
distribuída aos tecidos adjacentes. Esta força é capaz de remover o excesso de
fluido no espaço intersticial, promovendo desta forma redução do edema e
restauro do fluxo vascular e linfático.
Desta forma, volta ao funcionamento normal a oferta de oxigênio e
nutrientes trazidos pelo fluxo sanguíneo e a retirada de catabólitos pela
circulação linfática.
Controle do exsudato
Feridas complexas sejam de natureza aguda ou crônica apresentam
elevados níveis de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e citocinas
inflamatórias no exsudato produzido.
A mesma força de sucção capaz de promover efeito sistêmico e reduzir
o edema, tem sua ação local na aspiração do exsudato, conseqüentemente,
remoção das metaloproteinases e citocinas pró-inflamatórias, responsáveis
pela apoptose e degradação da matriz extra-celular, respectivamente com já
citado anteriormente.
Tecido de granulação
Tecido de granulação é uma mistura de pequenos vasos sanguíneos e
tecidos conectivos no leito da ferida. Essa estrutura forma uma matriz rica em
nutrientes importantes para o crescimento celular no leito da ferida.
Estudo realizado por Argenta et al. sobre o efeito da pressão negativa na
formação de tecido de granulação, utilizou dois grupos com 5 porcos cada. Em
cada animal foi realizada ferida em local que se sabia previamente que não
sofreria contração durante o processo de cicatrização, logo a ferida seria
coberta apenas com tecido de granulação.
Cl
ea
re
n
ce
d
e
b
actéria
A colonização bacteriana em uma ferida é fator negativo para o processo
de cicatrização, pois quando os microorganismos invadem o tecido provocando
infecção, definida como mais de 105 organismos por grama de tecido, há
consumo de nutrientes e oxigênio que seriam destinados ao reparo tecidual.
Feridas são importantes focos de colonização bacteriana, assim o efeito
da pressão negativa foi estudado em
relação à concentração de
microrganismos nestas lesões. Até o
momento, não há consenso sobre os
reais efeitos da pressão
subatmosférica quanto ao clearence
de bactéria. Uma pesquisa recente
mostrou queda significativa no número
de bactérias quando comparado com
o grupo controle.
Contraindicações
Nunca deve ser aplicada em lesões com sinais de malignidade, em
feridas oncológicas, em osteomielite não tratada ou fístulas não exploradas e
em breve que apresentem tecido necrótico. A aplicação sobre vasos
sanguíneos e órgãos expostos é contraindicada, exceto se for utilizada uma
cobertura antiaderente de silicone que evita o contato direto com a espuma ou
com a compressa de gaze. No caso de vísceras abdominais expostas, existe
uma espuma especialmente projetada que pode ser utilizada com segurança.
Portadores de insuficiência arterial periférica não devem ser tratados
com TPN, exceto em caso de sucesso na revascularização do membro e com
acompanhamento do médico vascular.
Aplicação da TPN
Agentes de
contato com
a lesão
(coberturas):
alguns
aparelhos
utilizam espuma hidrófobica de poliuretano com estrutura de 400
a 600nm como agente de contato com a ferida. As espumas
variam em tipo, tamanho, forma e podem estar impregnadas com
prata para melhor controle bacteriano. É importante ressaltar que,
sem a pressão negativa, a espuma de poliuretano é um agente
estranho no leito da ferida e deve ser retirado. Outros
equipamentos utilizam compressa de gaze com agente de contato
com a ferida. Essas gazes podem estar impregnadas com poli-
hexametileno biguanida (PHMB).
Re
Considerações finais
A TPN sem dúvida, revolucionou a maneira de tratar lesões complexas e
deve ser cuidadosamente indicada para obtenção de resultados positivos. É
importante que os profissionais tenham acesso a treinamentos teóricos e
práticos antes de aplicar a tecnologia pela primeira vez, pois equipamentos e
cobertura, apresentam diferenças entre as marcas e os métodos.
Referências
KAMAMOTO F. Curativos, Estomias e Dermatologia. Nº 2. São Paulo: Brasil, 2018.
GAMBA M.A. Feridas: Prevenção, Causas e Tratamento. 1. Ed. Rio de Janeiro. Santos,
2016.
OVINGTON LG. The Evolution of Wound Management: ancient origins and advances
of the past 20 years. Home Healthcare Nurse 2002;20(10):652-6.