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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE IVAIPORÃ/PARANÁ

Processo nº 0004260-41.2019.8.16.0097

FRANCISCO RIBEIRO DE MORAIS e LOURDES ALVES


DE MORAIS, já devidamente qualificados, nos autos da AÇÃO DE
PRESTAÇÃO DE CONTAS vem respeitosamente perante V. Exa., por sua
advogada in fine assinado, nos termos do art. 550, § 6º do CPC, devido a inércia
do réu,
APRESENTAR CONTAS

como lhe faculta a lei, consubstanciado nos documentos em anexo,


com os respectivos comprovantes, requerendo, que V Exa. as aprove, julgando-se
o saldo apurado em favor dos requerentes para que se possa requerer a devida
execução, sendo o caso.
Cumpre ressaltar que conforme os documentos em anexo
comprovam a reclamada “vendeu” os quatro terrenos de propriedade dos autores
(lotes nº 16, 17, 18 e 07 da quadra nº 12, sito na Vila Nova Porã, matricula
5.314/1) para sua filha e genro por meio de escritura pública datada de
02/06/2003.
Em que pese a ré tenha “vendido” cada um dos terrenos pelo valor
de R$2.000,00 (dois mil reais), de acordo com avaliação feita na época (mov.
1.15) cada terreno valia em média R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), valor
este que deve ser considerado para cálculo dos valores devidos pela ré aos
autores.
Veja-se que na procuração outorgada pelos autores a ré (mov. 1.10
e 130.2), constou expressamente que esta poderia negociar os imóveis em
questão, no entanto, por preço e condições que seriam ajustados futuramente.
Ocorre que os autores NUNCA anuíram com a venda dos terrenos
pelo preço vil de R$2.000,00 (dois mil reais).
Assim, o valor a ser considerado como devido pela reclamada em
razão da “venda” dos terrenos para sua filha e genro é de R$100.000,00 (cem mil
reais).
Tais valores deverão ser atualizados monetariamente desde
22/03/2012 (data em que o laudo foi elaborado) até a presente data, pela média
INPC/IDPG-DI.
Conforme cálculo em anexo, o valor atualizado de cada terreno é de
R$53.304,90 (cinquenta e três mil trezentos e quatro reais e noventa centavos).
Assim, a ré deve aos autores o valor de R$213.219,60 (duzentos e
treze mil duzentos e dezenove reais e sessenta centavos).
Ainda, o importe deve ser acrescido de juros de mora de 1% a
contar da citação (mov. 28 – 25/06/2020), totalizando R$289.978,66 (duzentos e
oitenta e nove mil novecentos e setenta e oito reais e sessenta e seis centavos).
Ademais, tendo sido ajustado que a ré realizaria a venda dos
terrenos, quitaria os IPTU em aberto e repassaria os valores para os autores, e
datando a escritura pública de 2003, somente os valores de IPTU efetivamente
pagos pela ré até tal data é que devem ser abatidos do importe devido aos autores.
Ocorre que os documentos apresentados no mov. 130.3 não podem
ser considerados, vez que apresentados fora do prazo concedido à reclamada,
bem como não condizem com a realidade, não sendo aptos a comprovar o
pagamento dos IPTUS que estavam aberto até junho/2003 (data da venda dos
terrenos).
Em diligência realizada junto à Prefeitura de Ivaiporã verificou-se
que os IPTUS dos imóveis em questão não estão regularmente quitados.
Documentos em anexo.
Ainda, aponta-se que dos extratos apresentados pela ré constam
valores de IPTU referentes à períodos em que os imóveis não mais pertenciam
aos autores. Portanto, o pagamento de tais impostos não mais era de
responsabilidade dos autores.
Assim, não há que ser abatido qualquer importe a título de
pagamento de IPTU pela ré.
No entanto, não sendo este o entendimento, pugna-se para que seja
abatido do valor devido aos autores importe equivalente aos atualmente em
aberto, R$1.129,00 (conforme os documentos em anexo) por ano, limitado aos 5
anos anteriores à venda dos imóveis (metade de 2003 e 2002 a 1999), vez que
este é o prazo prescricional para débitos de IPTU.
Ainda, destaca-se que a patrona dos autores tentou diversos
contatos com a Prefeitura de Ivaiporã, a fim de realizar o levantamento dos
valores de IPTU pagos em relação aos terrenos em questão até o ano de 2003,
mas, no entanto, não obteve sucesso, vez que lhe foi dito que tão somente a
proprietária atual dos imóveis (filha e genro da ré) é que pode obter tais
informações.
Nesse viés, caso seja preciso a apuração dos valores pagos a título
de IPTU, pugna-se pela expedição de ofício à Prefeitura de Ivaiporã para que
indique os importes pagos.
Assim, requer-se que V Exa. Aprove as contas apresentadas,
julgando-se o saldo apurado em favor dos requerentes no importe de
R$289.978,66 (duzentos e oitenta e nove mil novecentos e setenta e oito reais e
sessenta e seis centavos), para que se possa requerer a devida execução, sendo o
caso.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.

LINDALVA LOPES DA MAIA


OAB/PR 55.128

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