1 Docente: Emauel oguri Discente: Midian Almeida Pereira Disciplina: História do Direito
O autor apresenta o direito antigo e destaca as diferenças entre a forma como
o mesmo era originalmente quando inserido dentro de sua própria realidade social-política e a maneira que foi “reinventado” após o seu processo de “redescoberta”, recebendo uma força normativa derivada do novo contexto histórico a qual estava sendo aplicado, passando por um processo de alteração de forma a se adaptar. Um exemplo da incorporação de preceitos do direito oriental antigo é a justiça utilizada nas aldeias (caracterizada pela familiaridade e pelo poder patriarcal), trazida pelo dispositivo bíblico dentro da tradição judaico-cristã. Valores cruciais referentes ao direito antigo podem ser conferidos, especialmente na seara tributária, no que diz respeito à arrecadação. A dinâmica desses primeiros preceitos jurídicos também versa acerca da disputa por terras férteis, importante elemento que possibilitou que nações como o Egito pudessem prosperar durante esse período. Na Grécia, é possível perceber uma clara distinção entre Esparta e Atenas: enquanto esta foi voltada majoritariamente para a erudição, aquela tinha um cunho bélico. Atenas, em contrapartida com Esparta, deixou como legado um vasto conjunto de valores políticos que se tornaram essenciais na tradição a jurídica, tais como o processo de laicização do direito — a partir da superação das narrativas míticas como forma de justificar a realidade, buscando assim o nacionalismo. Além disso, a herança ateniense também deixou a ideia de revogação das leis pelos mesmos homens que a fizeram. A laicização do direito permitiu que este último não precisasse da intervenção divina para ser revelado ou deliberado, o processo de promulgação de revogação se tornam de responsabilidade humana. É possível ressaltar que, na realidade grega, não havia uma classe de juristas propriamente dita, tampouco o preparo jurídico específico. Porém, argumentação dialética era aprendida assim como a própria literatura jurídica na forma poética, incorporando assim o estudo das leis na educação, de forma que qualquer ateniense que pudesse ter acesso à educação, estaria então, se educando de forma jurídica