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Formação e Contexto Histórico

Achilina di Enrico Bo, era arquiteta, designer, ilustradora, cenógrafa e editora.


Nasceu em 5 de dezembro de 1914, em Castello di Prati, Roma – Itália. Formou
arquitetura na Universidade de Roma – Itália em 1940.

Mudou-se para Milão em 1940, por causa da ascensão do Fascismo e


instabilidade política. Em Milão ela trabalha com o arquiteto Gió Ponti, que era
diretor das Trenais de Milão e da revista Domus, onde ela própria passou a conduzir
a revista e começou a operar politicamente abarcando a ocupação alemã durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde também auxiliou o Partido Comunista
Italiano (PCI), que era clandestino¹.

Em 1946 Lina volta para Roma, cria a revista A Cultura dela Vita, com o
crítico Bruno Zavi (1918-2000), e casa-se com crítico historiador da arte, Pietro
Maria Bardi. O casal viaja para o Brasil em visita ao Rio de Janeiro, onde em 1947 o
Pietro Maria Bardi foi chamado para instituir e administrar O Museu de Arte de São
Paulo Assis Chateaubrind (MASP), pelo jornalista Assis Chateaubriand. Lina
projetou a s instalações do museu, onde ressalta a cadeira dobrável, foi a primeira
cadeira moderna do Brasil.

Cria junto com o arquiteto italiano Giancarlo Palanti em 1948, o Studip d’arte
Palma, para produção de móveis de madeira compensada e materiais locais. Cria a
revista Habitat em 1950, e como editora da revista se insere na cena arquitetônica
nacional.

Em 1951, ela projeta sua própria residência: A Casa de Vidro, no Morumbi,


em São Paulo-SP, que foi conceituada como uma obra modelo padrão.

Em 1957 inicia o projeto do MASP – Museu de Arte de São Paulo, que foi
terminado em 1968, o projeto destaca uma praça-belvedere aberta no piso térreo, e
o edifício é suspenso com vão de 70m².
Em 1958, muda-se para Salvador (BA), onde foi convidada pelo governador
Juracy Magalhães a administrar o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA).
Realiza também em Salvador, a restauração do Solar do Unhão, obra arquitetônica
do século XVI, foi tombado na década de 1940 pelo IPHAN.

Após o golpe militar, Lina volta para São Paulo, e em seus próximos projetos
ela inclui a herança nordestina em uma forma mais substancial. A partir daí sua obra
é evidenciada como “arquitetura pobre”.

Em sua última fase de carreira ela ainda projetou o edifício do SECA


Pompéia, 19977-1982, que foi uma adaptação de uma antiga fábrica de tambores, e
o Teatro Oficina, obra de destaque onde a arquiteta cria uma relação palco-plateia
pela criação de um teatro-pista, como um sambódromo.
SESC POMPÉIA

Em 1977, Lina Bo Bardi inicia o projeto do SESC POMPEIA, constituído de


três prismas de concreto aparente.

O prisma maior, possui cinco pavimentos, tem 8,60m² de altura entre os


pisos. Possui apenas paredes perimetrais, que medem 35cm² de espessura e
nenhuma estrutura interna. São feitas com tábuas horizontais de madeira. As lajes
são nervuradas e medem 5m² de altura. As janelas são localizadas nas faces
menores, leste e oeste, do prisma maior, são quatro por andar de cada lado. São
aberturas irregulares, que foram criadas a partir de moldes de isopor e embutidos
durante a concretagem. Observa-se as marcas de isopor, pois são visíveis no
exterior. Na parte interna foram usadas formas retangulares de plástico, que por sua
vez também são perceptíveis.

Imagem 1 Imagem 2

FONTE imagem 1: http://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi/


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FONTE imagem 2: http://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi/
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O prisma menor [Imagem 2] possui 12 pavimentos, que a cada dois coincidem


com o prisma maior, tendo 4,30m de altura entre os pisos. Nos dois últimos
pavimentos a altura é reduzida para 3,60 metros. Este prisma, é apresentado girado
33º horários ao prisma maior. Suas fachadas também são feitas com tábuas
horizontais de madeira. As janelas são quadradas e menores, não apresentam
alinhamento ortogonal rígido, e são dispostas em diversas coordenadas.
Foi criada duas faces paralelas, onde partem quatro níveis de passarelas de
concreto protendido aparente que dão acesso aos pavimentos do prisma maior. Entre os
prismas, abaixo passa o córrego Água Preta, que fica escondido pela sobreposição de um
píer de madeira.

As passarelas elevadas [imagem 3] apresentam um desenho, que partem da mesma


abertura do prisma menor e se ramificam em duas aberturas simétricas do prisma mairo.
Tem 2m de largura e peitoris de 1,2m. A primeira e a segunda passarela formam um V
perfeito, a terceira forma um Y, a quarta e última passarela forma-se novamente um V
imperfeito, um dos braços do V surgem do outro, logo, não coincidem no ponto de saída

O último prisma é cilindro formado por concretagem sistemática de setenta anéis de


1m de altura cada. Ele acopla ao prisma menor através de uma passarela metálica que
parte da sua cobertura. Os anéis tem fôrma de cone, as faces externas são inclinadas para
dentro, fazendo com que a fôrma se encaixe no anel inferior para a concretagem do anel
superior. A consequência disso foi que formou uma linha irregular com certa espessura
sobre o anel inferior.

Bibliografia:

Enciclopédia Itaú Cultural, Lina Bo Bardi. Disponível em: <


http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1646/lina-bo-bardi>. Acesso em 26 de
junho de 2016.
Instituto Bardi,?Page id=87. Disponível em: < http://institutobardi.com.br/?
page_id=87> Acesso em 26 de junho de 2016.
Archadaily, Clássicos da arquitetura Sesc Pompeia slash Lina Bo Bardi. Disponível
em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-
pompeia-slash-lina-bo-bardi>. Acesso em 26 de junho de 2016.

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