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FARMACOLOGIA VETERINÁRIA
Medidas de volume:
• 1 litro (L) = 1.000 mililitros (mL)
• 1 gota (inglês: minimum ou drop) 0,05-0,06 mL
• 1 mL 20-24 gotas (dependendo da densidade do líquido)
• Solução 1:1.000 = 1 mg/mL = solução a 0,1%
• Solução 1 ppm = 1 mg/L
• 1 colher de chá (inglês: teaspoon = tsp) 4-5 mL
• 1 colher de sobremesa 10 mL
• 1 colher de sopa (inglês: tablespoon = tbp) 15 mL
• 1 xícara (inglês: cup) 180 mL
• 1 copo (inglês: glass) 240 mL
Apresentação da droga:
As drogas são comercialmente apresentadas sob várias formas, que podem ser:
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Líquidas:
- Soluções: misturas homogêneas do soluto (base) com o solvente (veículo). Podem,
em alguns casos, apresentar-se sob a forma de gotas;
- Suspensões: misturas heterogêneas entre soluto e solvente, sendo que o primeiro se
deposita no fundo da solução, necessitando homogeneização;
- Emulsões: substâncias oleosas dispersas em meio aquoso, também apresentando
separação de fases;
- Xaropes: soluções aquosas onde açúcares, em altas concentrações, são utilizados
como corretivos;
- Elixires/Tinturas: soluções para uso oral onde o álcool atua respectivamente como
veículo ou solvente;
- Colírios: soluções ou emulsões para uso nasal, oftalmológico ou otológico;
- Loções: soluções aquosas, alcoólicas ou hidro-alcoólicas para uso tópico;
- Linimentos: similares aos anteriores, mas com veículo oleoso;
- Pour-On/Spot-On: forma farmacêutica na qual o medicamento é aplicado sobre a pele
do animal e difunde-se por toda a superfície corporal ou é absorvido através da pele.
Alguns autores costumam diferenciar as duas formas de acordo com o local de
aplicação, respectivamente ao longo da linha dorsal ou em um pequeno ponto
(geralmente na cernelha) da mesma.
• Sólidas e semi-sólidas:
- Comprimidos: mistura de droga(s), aglutinante(s) e excipiente(s) prensados
mecanicamente;
- Drágeas: similares aos anteriores, mas com revestimento gelatinoso que impede sua
desintegração nas porções superiores do trato digestivo;
- Cápsulas: droga e excipiente não prensados e colocados num invólucro gelatinoso;
- Pílulas: apresentação onde o aglutinante (excipiente) é viscoso;
- Supositórios: apresentações semi-sólidas para uso retal;
- Óvulos e velas: apresentações semi-sólidas para uso ginecológico, cuja diferença
entre si é a forma.
• Pastosas:
- São as geléias, cremes, pomadas, unguentos e pastas, em ordem crescente de
viscosidade. Além disto, estas apresentações se diferem pelos veículos, que são
gelatinosos nas geléias, gordurosos nas pomadas e unguentos e aquosos ou oleosos
nos demais.
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Observação importante: A escolha da forma do medicamento deve sempre levar em conta
o tamanho do animal, a espécie e a possibilidade de administração pelo proprietário. Pode
haver dificuldades, por exemplo, na administração de grandes comprimidos para animais
muito pequenos ou de drogas orais para gatos. Por outro lado, a grande maioria dos
proprietários tem dificuldade em administração de drogas injetáveis.
Formas e liberação:
Vias de Administração:
- Inalação: pulmões coração circulação sistêmica;
- Via oral: estômago/intestino delgado sistema porta circulação sistêmica;
- Via intramuscular: músculo circulação sistêmica;
- Via subcutânea: espaço subcutâneo músculo circulação sistêmica;
- Via endovenosa: diretamente na circulação sistêmica;
- Outras vias: intradérmica, intraperitoneal, intra-articular, intra-arterial, intracardíaca,
intra-óssea, intravítrea, retal, peridural, subaracnóide, cutânea, transdérmica,
mucosas, etc.
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Vias de Administração – Efeitos local e sistêmico:
- Uso interno ou enteral: ingestão de drogas. O fármaco entra em contato com qualquer
parte do trato digestivo;
- Uso externo ou parenteral: administração sem
ingestão. Não utilizam tubo digestivo (injeção,
cutânea, respiratória, conjuntival, etc.)
Parenterais:
Diretas: EV, IM, SC, ID, IA,
intracardíaca, intraperitoneal,
intrapleural, intratecal, peridural, intra-
articular.
Indiretas: cutânea, respiratória,
conjuntival, rino e orofaríngea e
genitourinária.
Via oral uma das vias mais utilizada.
Ação local e sistêmica.
Vantagens: comodidade, baixo custo,
indolor, não necessita aparelhagem ou
pessoal especializado.
Desvantagens: sofrem ação dos
alimentos, suco gástrico, pH, enzimas, motilidade gastrintestinal. Irritação
mucosa digestiva. Não saber quantidade absorvida. Uso em felinos e animais
que apresentem êmese ou não estejam consciêntes.
Via subcutânea boa absorção. Permite aplicação de volumes maiores que pela
via intramuscular.
Vantagens: fácil aplicação, inclusive para administração de medicamentos pelo
proprietário. Absorção rápida. Calor ou massagem podem reduzir o tempo
absorção.
Desvantagens: drogas não podem ser irritantes (pH neutro). Soluções oleosas
são dolorosas. Abscessos estéreis, infecções e fibrose.
Via intramuscular boa absorção, determinada pelo fluxo sanguíneo muscular
(aumenta com exercício; reduz no repouso, e praticamente cessa no choque,
hipotensão, ICC).
Vantagens: absorção mais rápida que pela via subcutânea.
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Desvantagens: acidente com lesão de nervo ou compressão de nervo pela
solução (dor e parestesias). Injeção acidental em vaso. Lesões musculares por
soluções irritantes. Substâncias
mal absorvidas (abscessos
estéreis). Técnica asséptica
rigorosa e aplicação por técnico
especializado. Dolorosa e
incômoda.
Via endovenosa via de urgência /
emergência / casos graves. Podem
ser utilizadas substâncias irritantes.
Biodisponibilidade de 100 %.
Vantagens: efeitos rápidos com
níveis séricos elevados. Podem
ser administrados grandes
volumes.
Desvantagens: técnica rigorosa
realizada por pessoal
especializado. Menor segurança,
incômodo, dor e custo elevado.
Efeitos locais (flebite, infecção,
trombose).
Volume Injetado:
O volume máximo a ser injetado nos músculos é bastante controvertido entre os
autores, mas baseado em ATKINSON; MURRAY (1995), em estudos com seres humanos,
4 mL é o volume máximo a ser injetado em grandes músculos. Segundo GREENBLAT;
ALLEN (1978) se um volume maior que o determinado como limite for injetado, poderá
comprimir vasos e nervos decorrendo em dor e aumento da temperatura local, hiperemia,
além de outras reações mais graves como necrose e alteração da sensibilidade e
mobilidade do membro.
O volume de medicamento injetado está relacionado ao músculo escolhido para
realização da aplicação e a característica da droga a ser introduzida. O deltóide é
considerado um músculo pequeno, conveniente, portanto, para receber doses pequenas
de medicação, ou seja, até 3 ml; enquanto o dorso glúteo, consegue absorver até 5 ml,
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embora seja aconselhável dividir essa dose desse volume em dois locais diferentes
(considerações também para pacientes humanos).
Em equinos o volume a ser injetado pela via intra-muscular deve ser reduzido (10 a
15 ml em animais adultos), aplicado em um grupo muscular denso e profundo, uma droga
pouco irritativa, que não pôde ser ministrada por via oral ou venosa, que são vias
preferenciais nessa espécie. Caso haja necessidade, deve ser feita a aplicação da dose
dividida em diferentes sítios, ou sítios alternados caso o tratamento seja por tempo
prolongado. É importante retirar todo ar da seringa antes de introduzi-la e posteriormente,
puxar o êmbolo da seringa para certificar-se de que nenhum vaso sanguíneo foi atingido.
Para aplicações subcutâneas pode-se considerar seguro e confortável ao paciente
um volume entre 18 a 20 mg de solução por quilo de peso vivo por área de aplicação.
Volumes superiores ao recomendado podem produzir irritação local, dor e necrose tissular.
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POSOLOGIA – CONCEITOS GERAIS
Intervalo de administração
- SID (semel in die) – uma vez ao dia / a cada 24 horas
- BID (bis in die) – duas vezes ao dia / a cada 12 horas
- TID (ter in die) – três vezes ao dia / a cada 8 horas
- QID (quater in die) – quatro vezes ao dia / a cada 6 horas
Concentrações e conversões
Os medicamentos na maioria das vezes têm suas concentrações expressas em
mg/mL (miligrama por mililitro), porém as vezes essa concentração pode ser apresentada
em % (percentagem), ou podemos ter apenas o volume em mg (miligrama) de princípio
ativo a ser diluído. Quando a concentração não for apresentada em mg/mL devemos
proceder ao cálculo. 8
Exemplo 1: Fármaco com concentração à 1%
1% = 1 g/100 mL
1% = 1.000 mg/100 mL
1% = 10 mg/mL
Cálculos de doses
Para sabermos a quantidade de medicamento a ser administrada a um paciente
devemos proceder o cálculo da dose.
Deve-se multiplicar a dose expressa em uma tabela confiável pelo peso vivo do
animal. O resultado deverá ser dividido pela concentração do fármaco, geralmente
fornecida pelo fabricante.
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Exemplo 1: Cimetidina – dose 4 - 8 mg/Kg VO, SC, EV; BID, TID ou QID
Apresentação comercial – ampolas contendo 300 mg/2 mL
Peso do animal – 25 kg Apresentação – ampolas
1 mL -------------------------------- 150 mg
X mL -------------------------------- 100 mg
X = (1x100) ÷ 150
X = 100 ÷ 150
X = 0,666 ≈ 0,7 mL
Volume = 25 Kg X 4 mg/Kg
150 mg/mL
Volume =
100 mg
150 mg
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PRESCRIÇÃO MÉDICA VETERINÁRIA – RECEITAS
1. Cabeçalho ou superscrição:
2. Inscrição:
Uso oral
Enrofloxacina 50 mg 2 cx
Uso oral (Uso interno) – para a administração de medicamentos pela via oral.
Uso tópico (Uso externo/Uso local) – para a administração de medicamentos
localmente em superfícies. Utilizado para pomadas, loções, xampus, cremes,
etc.
Para uso local de medicamentos otológicos, oftalmológicos ou ginecológicos
podemos utilizar a terminologia correspondente ao local a ser administrado.
P.ex.: Uso otológico
Uso subcutâneo (Uso parenteral) – para aplicações de medicamentos pela via
subcutânea.
Outros modos de administração parenteral seriam o Uso Intramuscular e o Uso
Endovenoso, porém não é habitual prescrições sob esse modo de administração, ficando
esses limitados aos ambientes ambulatoriais e/ hospitalares.
Uso hospitalar – utilizamos essa terminologia quando há necessidade do
proprietário adquirir medicação em farmácias humanas ou veterinárias, porém
o uso deve ser IM ou EV, e portanto realizado ou supervisionado pelo
profissional Médico Veterinário.
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3. Subscrição
Utilizada para fórmulas magistrais a serem aviadas por farmacêutico. P.ex:
4. Indicação ou Instrução
É a parte da prescrição onde orientamos o proprietário sobre a maneira de
administrar o medicamento ao paciente, devendo conter a via e a freqüência de
administração, e a duração do tratamento. Essas informações devem ser claras e
objetivas para que não ocorra erros durante o tratamento e insucesso terapêutico.
Aplique sob a forma de banhos a cada quatro dias, num total de dez banhos, deixando sempre a
espuma agir por dez minutos, após enxágüe.
Aplique pela via subcutânea 0,5 (meio) mL do medicamento a cada vinte a quatro horas durante cinco
dias.
5. Assinatura
Encerra a prescrição. Local da receita onde se apõe a assinatura do profissional;
deve sempre ser precedida de local e data (contendo dia, mês e ano) e acompanhada
de carimbo com identificação do profissional contendo nome completo, sigla do
conselho de classe com o referente Estado e número de inscrição.
Leme, 01/03/2018
Marcos R. Scherma
Marcos Roberto Scherma
CRMV-SP 10321
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NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
A Notificação de Receita é o documento padronizado que acompanhado de
receita, autoriza a dispensação ou aviamento de medicamentos sujeitos a controle
especial.
O profissional deve prescrever medicamentos ou uma fórmula em seu
receituário comum, porém esta deverá vir acompanhada da:
Notificação de Receita "A" (COR AMARELA) Listas A1 e A2 – Substâncias
Entorpecentes; Lista A3 – Substâncias Psicotrópicas;
Notificação de Receita "B" (COR AZUL) Lista B1– Substâncias Psicotrópicas; Lista
B2 – Substâncias Psicotrópicas e Anorexígenas;
Notificação de Receita Especial (COR BRANCA) Lista C2 – Substâncias
Retinóicas;
Receita de Controle Especial em duas vias (COR BRANCA) Lista C1 – Outras
substâncias sujeitas a controle especial; Lista C5 – Substâncias Anabolizantes.
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