Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APLICADA AO
ENSINO DO
PORTUGUÊS
Juliana Battisti
Bibiana Cardoso
da Silva
B336l Battisti, Juliana.
Linguística aplicada ao ensino do português / Juliana
Battisti, Bibiana Cardoso da Silva. – Porto Alegre : SAGAH,
2017.
157 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-062-7
CDU 81’33
Introdução
A linguística aplicada é uma área que trata de questões relacionadas ao
uso da linguagem. Mas como fica a questão do ensino da gramática e,
principalmente, da gramática normativa dentro da área de LA? É isso
que você vai descobrir neste texto, que aborda como a gramatização do
português brasileiro vem sendo trabalhada nos últimos anos.
Você já deve ter ouvido falar sobre atividade metalinguística, termo mais conhecido
na área de ensino de línguas, justamente por estar conectado ao ensino da gramática
tradicional. Outros termos, como atividade epilinguística e linguística, começaram a
ser usados com mais frequência, já que hoje se defende um ensino que ofereça ao
aluno a oportunidade de ler e escrever e refletir sobre essas ações. Abaixo, as definições
sobre o que é cada um desses conceitos (MILLER, 2003):
a) atividade epilinguística: é o exercício de reflexão sobre o texto
lido/escrito e da operação sobre ele a fim de explorá-lo em suas diferentes pos-
sibilidades. Dizendo em outras palavras, é a reflexão que quem escreve ou lê
faz enquanto escreve ou lê, para compreender ou atribuir sentidos ao texto,
verificar sua lógica, coesão, coerência, adequação das categorias gramaticais e
ortografia, seja como leitor que precisa entender o que lê, seja como autor que
deseja que seu leitor entenda o que escreve.
b) atividade linguística: o próprio ato de ler e escrever.
c) atividade metalinguística: capacidade de falar sobre a linguagem, descrevê-la
e analisá-la como objeto de estudo (a gramática convencional).
Desse modo, a visão de língua que permeia essa nova proposta, nascida nos
estudos da LA, gira em torno da língua portuguesa e sua função social, ou seja,
da reflexão de que o fazer humano repousa na linguagem. Tendo ciência de que
“[...] a unidade em torno da qual se faz todo o trabalho de Língua Portuguesa e
Literatura é o texto, ponto de partida e de chegada, em torno do qual todas as
tarefas propostas aos alunos se estruturam” (FILIPOUSKI; MARCHI; SIMÕES,
2009, p. 52). O trabalho com a língua deve ser constituído por textos reais,
que abrem espaço para a criação de hipóteses linguísticas e entendimento das
variedades da língua conforme a interlocução solicitada e o suporte analisado.
A língua a ser estudada deve estar inserida em práticas sociais, com a possibi-
lidade de os alunos utilizarem e transferirem o conhecimento linguístico com
eficácia para seus projetos de vida. Sendo assim, defende-se que não se ensina
diretamente a língua portuguesa, mas se ensina a fazer “coisas” nessa língua.
Leituras recomendadas
BAGNO, M. (Org.). Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais:
língua portuguesa. Brasília, DF: Secretaria de Educação Fundamental, 1997.
RIO GRANDE DO SUL. Referenciais curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: linguagens,
códigos e suas tecnologias. Porto Alegre: Secretaria de Estado da Educação, 2009. Dis-
ponível em: <http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/refer_curric.jsp?ACAO=acao1>.
Acesso em: 30 jun. 2012