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NOME: Maria Eduarda Pastor

RA: 2020101570
TURMA: 9 DIAN

A NOVA LEI DE MIGRAÇÃO NO BRASIL: AVANÇOS E


MELHORIAS NO CAMPO DOS DIREITOS HUMANOS

QUEM SÃO OS NACIONAIS, OS ESTRANGEIROS E OS


MIGRANTES?
Até a vigência da Lei 6815/80, a definição de quem era considerado
estrangeiro estava relacionada à identificação daqueles que não se
enquadravam na categoria de nacionais, ou seja, aqueles que não se
enquadravam no artigo 12 da Constituição de 1988, que descreve as condições
para se tornar um brasileiro nato ou naturalizado, eram considerados
estrangeiros. Essa questão da nacionalidade é comum no Direito Constitucional
e tem implicações no Direito Internacional, já que a Constituição estabelece
quem é considerado brasileiro e, por exclusão, quem é estrangeiro.
A Constituição brasileira de 1988, no artigo 12, define quem são os
brasileiros, tanto natos quanto naturalizados, excluindo assim os estrangeiros.
A Lei 6815/80, conhecida como o Estatuto do Estrangeiro, tratava das
questões relacionadas à situação jurídica dos estrangeiros no Brasil e
estabelecia várias restrições e regulamentações. No entanto, em sua essência,
o Estatuto mantinha a distinção entre brasileiros e estrangeiros.
No campo do Direito Internacional, existem princípios relacionados à
questão da nacionalidade, que incluem:
a) O direito internacional confere a cada Estado o poder de determinar
como se adquire e se perde a sua nacionalidade.
b) Nenhum Estado pode estabelecer as condições para adquirir ou perder
uma nacionalidade estrangeira.
c) A decisão do Estado na determinação da nacionalidade está sujeita às
limitações do Direito Internacional, que incluem tratados, costumes e princípios
gerais de direito.
d) Uma declaração de nacionalidade por um Estado tem efeitos legais em
relação a outros Estados.
e) No entanto, essa declaração não é válida se violar o direito
internacional.
f) Os Estados só podem conceder sua nacionalidade a pessoas com uma
relação efetiva e permanente com o Estado.
g) A naturalização de um estrangeiro legalmente capaz não pode ocorrer
sem o seu consentimento.
h) Uma naturalização que não exija o consentimento dos interessados só
é possível em caso de cessão territorial, quando os indivíduos tenham seu
domicílio ordinário no território cedido.
i) O princípio de que a nacionalidade implica uma relação efetiva e
permanente com o Estado de que é súdito implica que as disposições que fazem
depender a perda da nacionalidade de uma exclusão formal do Estado são
ineficazes perante o direito internacional se a pessoa tiver adquirido a
nacionalidade de outro Estado sem ter sido excluída do Estado anterior.
j) Somente no território do Estado é que ele tem o direito de legislar sobre
a nacionalidade, e as naturalizações realizadas em territórios ocupados por uma
potência estrangeira não têm validade perante o direito internacional.
No entanto, a Lei 13.445/2017, conhecida como a Lei de Migração,
introduziu mudanças significativas nessa área. A nova lei não se limita apenas a
questões terminológicas, mas também elimina várias restrições que eram
impostas aos estrangeiros com base no Estatuto do Estrangeiro de 1980. Ela
reconhece a figura do imigrante e do visitante, substituindo o termo estrangeiro.
Além disso, a nova lei busca garantir os direitos e deveres dos migrantes e
visitantes no Brasil, regulando sua entrada e estadia no país e estabelecendo
princípios e diretrizes para políticas públicas relacionadas a migrantes e
emigrantes, o que representa uma mudança significativa em relação à
abordagem anterior que estava mais voltada para a segurança nacional.

A NOVA LEI DE MIGRAÇÃO


A nova Lei de Migração brasileira (Lei 13.345/2017) trouxe significativas
mudanças no cenário da política migratória do Brasil. Antes de sua promulgação,
o país estava regido pelo Estatuto do Estrangeiro, criado durante o governo
militar, que tinha um enfoque mais restritivo e centrado em questões de
segurança nacional e interesses econômicos do Brasil.
A nova Lei de Migração reflete uma abordagem mais moderna, que se
concentra em promover os direitos humanos e garantir a igualdade de tratamento
para migrantes e não discriminá-los com base em sua situação migratória. Ela
desburocratiza o processo de regularização migratória, institucionaliza a política
de vistos humanitários e, notavelmente, não criminaliza as migrações em si.
Algumas das mudanças e direitos assegurados pela nova lei incluem:
1. Garantia dos direitos humanos, sem discriminação, independentemente
da situação migratória.
2. Procedimentos de regularização migratória mais rápidos e acessíveis.
3. Não criminalização das migrações, incluindo a não detenção de migrantes
por razões migratórias.
4. Igualdade de acesso a serviços, programas e benefícios sociais para os
migrantes.
5. Direito de reunião familiar do imigrante com seu cônjuge, companheiro e
filhos, familiares e dependentes.
6. Acesso à educação pública sem discriminação com base na
nacionalidade e na situação migratória.
7. Garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas.
8. Direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos.
9. Acesso à justiça e assistência jurídica gratuita para migrantes com
insuficiência de recursos.
10. Direito à liberdade de circulação em território nacional.
11. Direito de transferir recursos decorrentes de renda e economias pessoais
para outro país, observando a legislação aplicável.
12. Amplo acesso à justiça e à assistência jurídica gratuita para migrantes
com insuficiência de recursos.
13. Direito de abrir uma conta bancária.
14. Direito de sair, permanecer e reingressar em território nacional, mesmo
durante o processo de regularização migratória.
A nova Lei de Migração recebeu elogios por promover os direitos humanos e
a igualdade, mas também enfrentou críticas de grupos mais conservadores, que
manifestaram preocupações com a entrada de estrangeiros no país. No entanto,
a legislação reflete a ênfase na igualdade e não discriminação consagrada na
Constituição brasileira.
Portanto, a nova lei de migração no Brasil representa um avanço significativo
na proteção dos direitos dos migrantes e na promoção de uma política migratória
mais inclusiva e compatível com os princípios de direitos humanos.

A ADMISSÃO E A RETIRADA COMPULSÓRIA DO MIGRANTE

A nova Lei de Migração brasileira (Lei 13.445/2017) e seus principais


aspectos relacionados ao ingresso, permanência e saída de estrangeiros no
Brasil. A Lei de Migração revogou o antigo Estatuto do Estrangeiro e trouxe
várias mudanças significativas na abordagem da legislação migratória do Brasil.
A nova lei estabelece critérios mais objetivos para a entrada de
estrangeiros no Brasil, aceitando diversos tipos de documentos de viagem, como
passaportes e outros documentos reconhecidos por tratados internacionais.
Além disso, a lei estabelece diferentes tipos de vistos, como vistos de visita,
temporários, diplomáticos, oficiais e de cortesia, permitindo uma maior
flexibilidade para os imigrantes em conformidade com suas necessidades e
situações.
A legislação também aborda a questão de apátridas, pessoas que não
têm nacionalidade de nenhum país, e oferece proteção especial a eles, bem
como um processo simplificado de naturalização, se desejarem se tornar
cidadãos brasileiros.
A lei também trata do asilo, estabelecendo que o asilo não pode ser
concedido a indivíduos que tenham cometido crimes graves, como genocídio e
crimes contra a humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma do Tribunal
Penal Internacional.
Além disso, o texto menciona medidas de retirada compulsória, como
repatriação, deportação e expulsão, que podem ser aplicadas em casos de
irregularidades na situação migratória dos indivíduos, mas enfatiza que a nova
lei evita a criminalização por razões migratórias e permite que os imigrantes
continuem circulando livremente até o vencimento do prazo para regularização.
Portanto, a nova Lei de Migração brasileira busca garantir uma
abordagem mais inclusiva e respeitosa dos direitos humanos no que diz respeito
aos estrangeiros que desejam entrar, permanecer e sair do Brasil, promovendo
princípios de igualdade, não discriminação e proteção para aqueles que
deixaram seus países por diversos motivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O QUE SE ESPERA A PARTIR DA


NOVA LEI MIGRATÓRIA BRASILEIRA?
O texto aborda a importância da não indiferença no contexto das relações
internacionais e destaca a relevância da nova Lei de Migração brasileira (Lei
13.445/2017) como um exemplo de respeito aos direitos humanos e ao princípio
da não indiferença. A não indiferença refere-se à necessidade de os Estados e
atores internacionais não ficarem indiferentes diante de situações adversas que
afetam a humanidade, como crises econômicas, catástrofes ambientais, conflitos
armados e migrações em massa.
O texto destaca que a migração é uma das questões mais prementes e
complexas no cenário internacional, com um aumento significativo no número de
refugiados e migrantes econômicos em busca de oportunidades e segurança em
outros países. Tais migrações podem ser motivadas por fatores como pobreza
extrema, desastres naturais e conflitos armados, onde as pessoas estão, em
última instância, tentando salvar suas vidas.
Além disso, o texto menciona que a globalização econômica tem
desempenhado um papel na geração de problemas sociais e econômicos,
afetando muitas pessoas em todo o mundo. A falta de controle sobre a
globalização econômica tem levado a prejuízos e sofrimentos para muitas
comunidades.
Nesse contexto, a não indiferença, que enfatiza a solidariedade,
compaixão, direitos humanos e a importância de respeitar a dignidade humana,
é crucial. A nova Lei de Migração brasileira é vista como um passo importante
nessa direção, uma vez que promove direitos e deveres para não nacionais que
se encontram no Brasil, substituindo o antigo Estatuto do Estrangeiro, que era
considerado mais restritivo.
A Lei de Migração busca garantir um tratamento mais justo e inclusivo
para os migrantes no Brasil e fortalece a participação do país no cenário
internacional. Portanto, o texto elogia a nova lei como um marco importante na
proteção dos direitos das pessoas que se encontram na situação de migração e
no cumprimento do princípio da não indiferença.

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