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Constelações
(psicoterapia energética e sutil )
(e o experimento da foto)
Zaquie C. Meredith
Sumário
Prefácio
Introdução da autora
A Espada
Sensações
Ouvidos que não querem ouvir
O intestino
O riso que une o sofrimento
A mentira que nos uniu foi a mesma que nos separou
A Expansão
O Jovem Destemido
O Bebê
Um pouco sobre a nossa energia Chakras
Frustração
A energia da raiva
Podemos eliminar a raiva através do perdão? O bico com raiva
Passos para trabalhar a sua raiva
Repetição de situações
“Burro é você”
Unidas por um erro médico Faltou o último adeus A vida é assim mesmo
O Cão
Podemos mudar as sensações Afinal, traição de quem?
Sem vínculos
Filha e mãe
A separação
A aliança na mão
As Roupas no Varal
A energia do dinheiro
Perda e ganho
O dinheiro
O mistério das quatro tias solteiras
Zaquie Meredith tem feito experimentos para mim e tem provado ser uma
pesquisadora entusiasmada e com uma mente científica.
Her book promises to be an interesting and indeed pioneering exploration of the healing power that can be
released through experiences and feelings located in
our bodies. These work through the unconscious mind and influence the way we think of ourselves, with
consequences for our health and health problems. Her
book is based on her own research and healing experiences and will be of interest to those in the healing
professions, as well as to anyone with a wider interest in the interactions of themind and body in the
healing process.
Introdução da Autora
Assim, fui estudar sociologia. Fui Rosacruz, minha primeira iniciação nos
mistérios, estudei alternativas e tudo me interessava muito, mas ainda via isso
como algo fora de mim. Minha evolução iniciou-se, na verdade, quando
frequentei a Escola de Cura da Bárbara Brennan (“Mãos de Luz”), nos EUA, e,
quando a minha irmã faleceu, eu tive a minha primeira resposta, dentro de mim,
a uma pergunta que era impossível de saber: por que ela estava morrendo e
quando isso ia acontecer?
Passei a usar a minha intuição, ou seja, o precioso tesouro que estava enterrado
dentro de mim. Essa presença que sinto, se é uma forma de Deus, se sou eu
mesma em forma evolutiva, eu não sei. Mas fico feliz porque sei que não estou
sozinha. Se pudesse dizer que felicidade é essa, tão indescritível, você correria
para ouvir essa sua voz interna. Eu não descarto o externo, ou seja, a forma,
porém o conteúdo já se encontra bem preenchido dentro de mim de forma
infinita! Igualzinho ao Universo. Embora trabalhoso, nada fácil, consegui chegar
ao topo da montanha e avistar a linda paisagem. Convido você a fazer o mesmo
comigo, neste livro.
“A Espada”
Já era a segunda vez que Sonia via a espada, mas de forma inconsciente, automática, havia impedido que
ela entrasse em seu ser. Somente segundos depois de tê-la impedido é que se deu conta do que fez.
Uma vez, em contato com a Essência, a espada apareceu. Foi um susto e, naquela época ela era
inexperiente e não sabia tanto dos seus poderes. Bem no meio da testa, no terceiro olho, lá estava a
espada, nítida, brilhando como que à espera do que deveria ser feito. Sentiu-se assustada e afastou a
espada. Logo em seguida percebeu que cometera um erro. Tola! Tola!
A espada vinha dos Céus e ela a impedira de se aproximar! A espada era a abertura dos céus com a terra.
E, agora, mais uma vez, Sonia perdera a oportunidade. E agora ?
Quando a espada iria aparecer novamente? Tola! Tola!
Sensações*
Porém, é verdade que a emoção poderá surgir sozinha como um choque, como a
notícia de alguma coisa que nos entristece sem precisar da sensação para
emergir. Nesse caso, ela aflora diretamente sem passar pela sensação. Penso que
a dor da emoção é a mesma do sentimento, embora a emoção seja sentida mais
temporariamente, enquanto que o sentimento é guardado. É como se a emoção
provocasse o sentimento, como se fosse ela quem o abrisse. A emoção também,
depois de passada, ou melhor, sentida, poderá provocar outras sensações. Por
exemplo, uma notícia desagradável pode provocar um choque emocional, que
depois se transformará em sentimento de tristeza ou até em outras sensações
como perda de poder, insatisfação, etc.
(*) O conceito da palavra “sensações” é aqui entendido e usado inteiramente sob um novo foco da
psicoterapia energética e sutil.
Podemos também ter uma sensação sem sentir a emoção, por exemplo, no caso,
a sensação da tristeza. Mas, se permitirmos, a tristeza poderá vir à tona, então,
em forma de emoção, e aí deixa de ser sensação para ser uma ação, isto é, a
própria emoção.
Basta um estímulo externo para despertar as sensações. Por exemplo, outro dia,
saí de casa e senti um “cheiro” da Inglaterra. A sensação era de que algo ali, na
rua, me lembrava aquele país. Porém, a rua era a mesma de todos os dias. O
“cheiro” era apenas uma sensação, pois não havia cheiro algum. Então o que
seria? Enquanto tentava imaginar, usufruí, com “saudades”, daquele “cheiro” e
daquele tempo e deixei-me levar por aquela sensação que sentia e respirei com
nostalgia o ar. Ao chegar em casa, logo depois, recebi uma ligação da Inglaterra.
Então? Ali eu estava “captando” no ar o desejo, o pensamento de alguém que
queria falar comigo e isso, no meu corpo, foi recebido daquela forma. Por que
cheiro? Provavelmente foi como o meu corpo processou quando eu estava na
Inglaterra. O cheiro da Inglaterra ficou impresso na minha memória celular de
forma forte. Eu gostava daquele aroma. A minha energia percebeu e recebeu,
intuitivamente, sensorialmente, uma mensagem de que a Inglaterra, ou alguém
ou algo do país, queria se comunicar comigo. Eu me impressionara com o cheiro
típico, naquela época, e o meu olfato guardou a boa sensação. Cada órgão
guarda a experiência que mais o marcou, ou então guarda a experiência que lhe
cabe “guardar”. Como a nossa mente ainda não está preparada para receber esse
tipo de comunicação, a que chamo de sensorial, de forma consciente e mental,
ficamos apenas nas sensações, e, muitas vezes, infelizmente, as descartamos,
ignorando-as. De certo, a esse fenômeno alguns podem chamar de “telepatia”
também, o que não elimina a sensação.
Logo após essa imagem, sentimos (eu e a cliente ao mesmo tempo) que havia
uma sensação de dor no plexo solar, ou seja, no seu terceiro chakra (o ponto
abaixo do peito e bem acima do umbigo). Isso poderia significar uma conexão
do problema do ouvido com os pais (pois o nosso plexo solar, ou seja, o nosso
terceiro chakra está relacionado aos nossos pais, ao nosso lugar de origem, ao
nosso lugar no mundo). Eu quis, então, trabalhar a saída de sua casa, que deve
ter deixado sequelas na mãe e nela própria. Durante esse trabalho, em que eu
mexia nos seus órgãos, a cliente me disse que estava lembrando dos pais, que
brigavam muito e que, para “não ouvir” a briga, ela saía de “perto”. Ela não
queria ouvir.
Trabalhamos a sua culpa e a sua dor de ter deixado a mãe só, que adquiriu
câncer após a saída dela. Mas, a cliente precisaria fazer um trabalho mais
profundo de sua conexão com a família, para permitir que voltasse a ouvir ou
que pelo menos entendesse o que aconteceu com seus ouvidos, mesmo
desenganada pelos médicos. Sabemos, entretanto, que a sua irritação, de modo
geral, diminuiu.
Acredito, de forma geral, que as pessoas, que não estão em contato com o seu
corpo íntimo, com sua alma, com o seu “sentir”, dificilmente reconhecerão as
sensações que dele emanam quando necessário. Isso pode representar um perigo,
pois elas se tornam inconscientes dos processos que poderiam ajudá-las a vencer
seus obstáculos. A sensação é apenas algo que pode ser “trabalhado”,
“vivenciado” ou apenas “observado” sem nenhuma outra conotação. Porém, os
benefícios são enormes. Por quê? Porque as sensações nos guiam até as nossas
atitudes e comportamentos, muitas vezes negativos, inconscientes, advindos das
nossas experiências e crenças adquiridas ao longo de nossas vidas. Assim,
vivemos de forma inconsciente até que elas, as sensações, nos mostrem um
caminho mais seguro.
O O Intestino
M. me pediu que fizesse um trabalho com seu intestino, pois acreditava que a
sua incapacidade de dizer “não” estava guardada ali, além do que, sentia
sempre dores naquela região.
A sensação da tristeza pode ser sentida sem que o cliente tenha que entrar na
emoção propriamente dita. Mas, no caso acima, se ela tivesse permitido, a
emoção da tristeza poderia ter vindo à tona, já que ela estava sensibilizada e
tinha sentido a sensação da mesma. No trabalho do intestino não entramos nos
fatos. Não precisamos das histórias. Não demos nome aos bois e não fora
necessário. O importante era identificar a sensação negativa e reconhecê-la. Foi
melhor assim, porque a paciente assimilou mais rápido e não entrou em
racionalizações. Após um trabalho do intestino de outra cliente, esta contou,
depois de uma semana de sessão com o trabalho das sensações, que sentiu
muita vontade de comer de tudo. Essa cliente mostrava sinais de negligência
alimentar. Disse que, na infância e adolescência, a mãe não dava importância à
comida. Também me contou que não quis mais comer carne e que ficou muito
mais sensitiva. Também se sentiu mais em contato com os outros órgãos do
corpo.
O O riso que une o sofrimento
Moça jovem e bonita com problemas de relacionamento. Aparentemente não é
correspondida pelo amado. Sente-se só. Chora muito. A Constelação Familiar
de Bert Hellinger* mostrou que ela estava de alguma forma conectada com a
sua avó, que sofreu muito e foi muito infeliz.
Em outras sessões, trabalhamos a sua solidão e a sua dor. Ela me disse que a
avó voltava à sua tela mental com certa frequência. Então pedi que fizesse uma
reverência a ela e que lhe dissesse que esse sofrimento não era mais seu. Ao
fazê-lo, isto é, ao entrar na sensação de estar com a sua avó e se conectar com
ela, a cliente lembrou-se de que ria muito dela. Ria? Sim, dizia. Éramos jovens e
ríamos muito quando ouvíamos a nossa avó falar da pessoa que ela mais amou
e que conheceu antes de casar-se. A maneira como ela falava era motivo de riso
para nós (a avó passava o tempo, segundo a neta, se lamentando de não ter se
casado com o primeiro namorado). Então, pedi à cliente que pedisse desculpas
à avó pelo riso. Ela o fez, mas não viu a avó perdoando-a. Nesse caso, pedi que
ela devolvesse à avó o que era da avó e ficasse com o que era dela. A cliente
entendeu que exatamente aquilo que ela achava graça da avó tornara-se o seu
sofrimento, pois, ela, a cliente, também amava um rapaz a quem não mais via e
se lamentava o tempo todo sobre ele.
De acordo com a constelação familiar, o que une as pessoas pode ser algo pela
dor ou pelo amor. A sensação de perda, choro, desespero e solidão era a mesma
da neta e da avó. Eis a total identificação. Unidas pela dor. da ao marido, mas
não o desejava mais. Algo a prendia. Ela me disse que se casou sem amar.
Casou porque era jovem, arrogante e queria vencer a disputa pelo rapaz, que
todas queriam na faculdade. Depois, o casamento foi piorando e acabou,
porque, segundo ela, o rapaz começou a mentir e sair com outra mulher.
O A mentira que nos uniu foi a mesma que nos separou Jovem que não se libertou de sua
separação. Sua sensação era de estar liga
“A Expansão”
Seu desejo era muito grande. Repetia e repetia para os quatro cantos ouvirem, para o Universo inteiro
ouvir, para a Essência ouvir: quero expandir-me, quero expandir-me! De braços e pernas abertas,
estendidas sobre o tapete da sala, Sonia se encontrava como que em súplica pedindo a expansão. De que
vale esta vida, se perguntava, se não podia se expandir e mostrar quem verdadeiramente era? E quem era,
quem era, meu Deus? O que viera fazer aqui na Terra ? Não eram todos os homens miseráveis na sua
busca da razão de ser? Não eram?
Sentia-se só. Mas não era a solidão da família, do amor, dos amigos, que tanto a incomodava. Era uma
coisa maior. Queria conhecer Deus. O Universo. A Essência. Seu corpo era pequeno demais para tamanha
vontade, para a realidade da Essência. Era como se quisesse voar. Quero expandirme. Expandir-me,
soluçava. De repente, uma luz maravilhosa vinha se aproximando vagarosamente dela. Sentiu a Presença.
Sentiu-a e soube de imediato que nada havia a se preocupar. Nada. Tudo já estava como tinha que ser.
Sonia respirou e percebeu que sua exaustão foi-se. Sentiu-se acolhida e ficou atenta para o que ia lhe ser
dito. Sim, era a resposta. Sim.
E... então... ouviu o que mais amava... o barulho do mar. Sonia sentiu-se como um feto, sentindo os pontos
límbicos. Ouviu novamente o barulho do mar e chorou. Então, perguntou à Essência: “ouvi mesmo o
barulho do mar?”.
“Ouviu mesmo o barulho do mar, querida Sonia”, a Essência lhe sussurrou.“O choro foi a lembrança da
vontade de ficar no amor, de ficar no seguro. Também foi um choro de reconhecimento da solidão, que
você sempre sentiu da vontade do amor”.
“Fui ou não fui querida?”, insistiu Sonia. “Você foi querida dentro do que podia ser. Sua vontade era
maior”.
As sensações são impressões energéticas, que se aliam aos órgãos, de forma que
estes as expressam e as adquirem. Daí eles formam uma consciência, que é a
consciência da sensação. As sensações ficam no corpo, nos tecidos, porque, no
fundo, o corpo e os tecidos são quase que ‘formados’ por elas. Como somos
pura sensação, na verdade, nossos tecidos e órgãos representam quem somos e
as experiências que tivemos ao longo da vida. Então, mesmo adultos, e apesar
dos nossos conhecimentos atuais, da nossa mente, as sensações transformam
nossa face, nossos olhos, nosso estômago e tudo acaba se moldando àquilo que
sentimos. Portanto, para estarmos na essência, é importante trabalhar, por assim
dizer, tudo aquilo que nos incomoda pela sensação.
Quando uma cliente me disse que não se sentia bem, pois não tinha paciência e
era ansiosa, seu plexo solar, estômago e intestino revelaram um incômodo ao
toque sensível. Esse incômodo estava ligado ao pulmão. No pulmão havia dor.
Essa dor estava presa a uma respiração curta e, portanto, uma respiração que
nunca fora liberada de forma consciente. Tudo isso vinha em forma de ansiedade
e no corre-corre da vida. A cliente liberava a ansiedade tendo diarreia, toda vez
que ficava nervosa. Esse era o padrão que aprendera, quando criança,
exatamente quando houve a separação dos pais. Embora ela tivesse um corpo de
atleta e fosse bem-sucedida, seus órgãos internos eram “sentidos” como os de
uma criança. O interno era extremamente vulnerável. O início da cura era voltar
a respirar e expelir a dor, que ficara presa nos pulmões, e, ao mesmo tempo,
retomar o “movimento interrompido”, que era a dor da separação dos pais.
Então, me parece que todo o nosso aprendizado, o nosso conhecimento, não vale
tanto sem sentir o que se vai dentro de nós. Parece-me que é somente aí que
podemos aprender e mudar. Por que será que é assim? Na verdade, deveríamos
aprender a usar o nosso sentir para aprimorar a mente e a criatividade também.
Pecamos quando usamos a mente para “explicar” as emoções que sentimentos.
O processo é todo contrário. As experiências ficam nos órgãos e é deles que elas
emanam. Cada órgão guarda a experiência que mais o marcou, ou então guarda
aquilo que lhe cabe “guardar”. Por exemplo, no intestino, a raiva de uma
situação. Nos ouvidos, ignorar a situação, etc.
O As labaredas
Cliente presenciou incêndio da loja do pai quando tinha sete anos. Foi
acordado pelo irmão para ajudar a apagar o fogo. Lembra-se ele que as
chamas eram muito grandes, muito grandes. Maior do que tudo que ele já viu.
Notei, na musculatura da sua boca, as chamas. As chamas ficaram na sensação
da sua boca. A boca, quando criança, abriu-se para olhar em choque e espanto
as enormes labaredas e estas ficaram nela. É por isso que eu senti em sua boca
essas labaredas. E é assim que funciona a consciência das sensações.
Se uma mulher teve uma experiência negativa e marcante com os pais, isto é, se
presenciou muita briga entre eles, de forma violenta, pode ter esta experiência
também (eu digo também, porque esta experiência poderá, de forma diferente,
estar guardada em outros órgãos), guardada no “ventre”, ou seja, no intestino
grosso, ou ovários, e, assim, ficar “incomodada” e não aceitar bem uma relação
masculino/ feminino, quando o masculino for dominador, impondo-se a ela.
Cliente, diagnosticado com psicose por psiquiatras, havia dito para mim que,
em todas as suas terapias, não conseguia passar de um ponto X em relação à
sua sexualidade. Ele não me disse qual era o ponto, mas fizemos uma
Constelação, onde mostrou a influência do avô paterno, que era alcoólatra, e a
influência controladora do pai. Depois, fizemos uma sessão de healing
(trabalho de cura energética, nome também usado para o trabalho de campo
energético da B. Brennan). Logo percebi um abuso sexual no seu campo de
energia. Foi uma sensação clara que eu tive ao tocá-lo em suas vértebras. “Vi”
o menino gritando de terror, enquanto eu tocava o seu cóccix para trabalhar,
energeticamente, a sua coluna de baixo para cima. Senti, em suas vértebras,
muita energia de irritação e alergia. Alergia aqui no sentido de que havia raiva
contida, principalmente no seu cóccix. Espantei-me com o horror. Perguntei ao
cliente se havia tido algum abuso sexual quando criança e ele me disse ter
havido uma brincadeira com outro menino. Mas, a sua expressão, ao ouvir a
pergunta, revelou-me que era algo mais profundo. Isso foi confirmado cada vez
que eu o tocava. Então, imediatamente, parei de tocá-lo e mudei a técnica.
Quando conversei com a sua mãe, ela havia me dito que, de fato, houve uma
época em que ficou longe dos filhos por uns três meses (esse filho ficara com o
irmão mais velho, a irmã e o pai) e que, ao voltar, o encontrara chorando.
Parece que, a partir daí, começou uma mudança de comportamento. Nunca
conseguiu descobrir o porquê, mas sentiu que o filho havia mudado desde
então. Sei que há uma teoria em que psicoses podem ser provocadas por
traumas como abuso sexual.
Continuei o tratamento durante um tempo até que ele arranjou uma namorada. O
namoro durou sete meses, mas ele não conseguiu se relacionar intimamente, e
não digo sexualmente, mas com uma profunda intimidade. Depois disso, do
rompimento do namoro, não o vi mais.
O O pequeno esqueleto
Naquela colocação, todos olhavam para frente. Coloquei então o bebê que
morrera na frente de todos. Coloquei-me no lugar do bebê e pedi que a cliente
se posicionasse no seu próprio lugar. Quando isso aconteceu, a cliente sentiu
uma enorme emoção. Olhava para o bebê como mágica. Então me contou que
sonhara com esse irmãozinho várias vezes quando era criança. Fantasiava
sobre ele. Brincava sozinha com ele. A mãe explicara que o nenê nascera com
duas cabeças, “motivo” da morte. A cliente associou que essa era a razão pela
qual não conseguia dormir com um lado da cabeça, sempre achando que tinha
uma outra (retirar cabeça). Fizemos o ritual da partida do bebê. A cliente
mostrou-se “resistente” e não queria deixar o irmão ir. Disse-me que sentia ser
essa a sua alma gêmea. De fato, havia uma enorme conexão entre eles, mas o
bebê queria partir. Era isso o que eu sentia. Estava triste porque ela estava
apegada a ele. A conexão maior era da cliente.
A sensação do vínculo com o bebê era muito forte. A criança sentia-se só, não
tinha muito a companhia dos pais, e passou a fantasiar a vinda daquele novo
irmãozinho. A morte dele foi um grande choque. A criança brincou e fantasiou a
respeito do irmão por muito tempo. Imaginava as duas cabeças e não conseguia
dormir de um lado. Cresceu, conheceu outras pessoas, mas guardou dentro de si
essa sensação de que o amor verdadeiro era aquele. Era ali que ela estava presa e
ali que ela precisava se libertar. Deixar o irmão ir e entender que foi, através de
suas fantasias, que ele se tornou sua “alma gêmea”. Na verdade, mesmo que
fosse sua alma gêmea isso não lhe traria nenhuma libertação. Não fazia sentido
passar o resto da vida acreditando que este fora o seu grande verdadeiro amor e
que nada mais serviria. Mas foi isso mesmo que aconteceu. A constelação
mostrou em que momento ela ficou presa na situação como mágica. Ao se tornar
consciente, houve alguma liberação. Nas próximas sessões, a cliente tinha um ar
diferente, um andar diferente, parecia mais solta. Disse que passou a dormir
melhor, mas apenas de um lado. Não conseguia ainda dormir do lado “das duas
cabeças”.
Muitas vezes, uma criança sonha em colocar seu amor para alguém e esse
alguém pode vir a ser um irmão ou irmã. Quando essa criança morre, então fica
dentro daquele ser pequenino a impressão de que “quem foi” poderia ter sido o
“ideal de amor”, o recipiente desse grande amor. Cai no inconsciente e impede o
coração de se abrir para os outros. Eu mesma já notei isso em várias
constelações, onde havia um desejo do “amor ideal”, isto é, esse amor ideal
tendo se revelado num irmão abortado, natimorto, ou até mesmo vivo.
“O Jovem Destemido”
Sonia percebia tudo com seu terceiro olho. Via o jovem bravo, corajoso, belo e destemido. Nada podia
vencê-lo. Encantado com a vida. Queria vencer. Não tinha muito amor pela comunidade. Pensava em
como eram atrasados todos
aqueles anciões. Tinha desejos e desejos e queria satisfazê-los. Achava-se importante, era arrogante,
mas tinha um bom coração.
Do fundo do buraco em que se encontrava, o jovem via as pessoas passarem continuamente. Estava
preso, amarrado dentro de um buraco fundo. Via os
cavalos e sentia a opressão no seu coração. Às vezes, via a moça, a bela amada, tez branca, olhos
grandes e nariz perfeito. Ficava triste e ali é que sofria a punhalada. Não pensara nela antes.
Gritava com os anciões. Berrava. Eram muitos e todos vinham contra ele. Tinham foices, instrumentos e
ferramentas nas mãos, de forma que ele havia sido amarrado e jogado na cova. Mas ele ria. Ria muito.
Sonia via tudo num
ali, rindo e descrente de sua própria morte. E foi aí que Sonia compreendeu o seu ímpeto, o seu orgulho,
a sua irreverência diante das pessoas e dos obstáculos. De alguma forma, não era de todo ruim, ela
percebia o seu
ímpeto a sua coragem porém como não aceitar que havia morrido?
ímpeto, a sua coragem, porém, como não aceitar que havia morrido?
Mais tarde, então, percebeu que o jovem chorava e se dava conta do que tinha lhe acontecido. Sonia
também chorava e o viu partir. Partir e ficar em paz. Finalmente.
33
Cada família tem uma consciência familiar, a que Bert Hellinger chamou de
“Grande Alma” ou “Uma só Alma”. Eugene Marais chamou de “alma grupal”,
se referindo à organização sábia dos “cupins” e Rupert Sheldrake* chamou de
“campos mórficos”. (SHELDRAKE, R. Sete Experimentos que podem mudar o mundo. Pág 78, Cap.
2.)
A cliente sentiu-se bem melhor, mas a sua sexualidade ainda estava presa. Ao
fazermos a energia da pélvis, a cliente contou-me que ficara precocemente
menstruada aos oito anos de idade. Na vivência da sensação, N. viu sua mãe
contando aos outros sobre a menstruação e apontando para a filha (ela nem
sequer tinha consciência dessa lembrança antes). Tinha a sensação de que todos
estavam rindo dela. Disse que se sentia mal com isso. De fato, a mãe poderia
estar mostrando a filha aos outros como um “troféu” por tal acontecimento,
mas ela interpretou isso como um deboche. Aquela sensação permaneceu no seu
corpo a tal ponto que tinha essa mesma sensação com o namorado,
sexualmente, não podendo se soltar e ser livre.
Não podemos esquecer de que estamos todos conectados por uma rede invisível
através da espiritualidade, do pensamento, da mente e através das vibrações que
emitimos. Eu posso, quando “sintonizo” a minha energia no outro, sentir o que o
outro sente. E isso acontece muito com as crianças, que são suscetíveis a todo
tipo de impressão e energia dos pais.
E. queria engravidar e não conseguia. Estava com 44 anos e tinha tido dois
abortos. A cliente tinha um rosto bonito, quase que angelical, suave, e falava
manso, bem timidamente. Disse que já fazia terapia, mas que tinha ouvido falar
sobre mim e veio me procurar.
Pedi a E. que presenteasse duas crianças na rua em memória dos abortos. Ela o
fez e me contou, depois, que se sentiu profundamente feliz com isso. A sessão da
constelação, assim como os “presentes”, lhe deram um enorme alívio. Aquele
ar de desespero e tristeza parecia ter ido embora. Parecia que ela tinha agora
uma nova esperança. Antes de recebê-la pela terceira vez (as sessões eram
espaçadas de mês em mês), fiz uma meditação sobre o caso e “ouvi” a seguinte
frase - bastante estranha, se a considerarmos ao pé da letra: “Ela vai
engravidar com você”.
E. engravidou e eram gêmeos. Mas, ainda desta vez, também abortara. Após
uma gravidez de quatro meses, com gêmeos, abortara novamente. Conversamos
e fizemos uma nova mini-constelação sobre esse aborto juntamente com um
“healing”.
Passou-se um período de quase oito meses até que eu a visse novamente. Desta
vez, sem me falar nada, a cliente apareceu com uma enorme barriga. Já estava
com seis meses e parecia mais confiante. Contou-me que procurara uma
especialista em gravidez tardia e que esta mesma especialista lhe garantira que
ela não tinha nenhum problema fisiológico ou de saúde para não engravidar.
E. veio me procurar para saber se “tudo estava bem” com este bebê, pois ainda
sofria muito com o medo de perdê-lo. Confesso que me senti “inadequada” para
tal façanha. Mas, toquei sua barriga e, ao contrário dos outros, percebi uma
enorme força e inteligência ali. Foi emocionante.
Tivemos mais uma sessão antes que E. desse à luz um lindíssimo, forte, robusto,
rosado e alegre menino, que nasceu em abril de 2006 e, hoje, já tem seis meses.
A cliente é mãe aos 45 anos de idade e presenteou-me com uma foto do seu
lindo bebê. É possível que a sua gravidez tenha sido um sucesso pelo esforço
conjunto de vários fatores: o da médica, o apoio psicológico, o “healing” e a
Constelação Familiar. O que veio primeiro? Não se sabe. Mas E. está muito feliz
e eu também.
“O Bebê”
O bebê tinha fome. Seu corpo inteiro roncava. Também se sentia muito só. Quando vinha a nutrição, era
com um imenso sôfrego que a tomava.
Algumas vezes, isso veio em forma de abuso. Portanto, o padrão era assim:
é necessário nutrir-se. Melhor esta nutrição do que morrer de fome, assim o bebê pensava. E, depois, era
preciso regurgitar. Assim foi o padrão que o bebê desenvolveu: sentia-se só, morria de fome, vinha algo
para nutrir, pegava com sofreguidão para depois vomitar ou rejeitar. Nada retinha. Por isso, não retinha
nada em sua vida. Aquilo que construía era depois jogado fora, exatamente na hora em que começava a se
nutrir. Já estava cheia de “nutrição” e agora era hora de vomitar.
Era na “Essência” que tudo isso aparecia. Viu como o seu DNA estava mudando. O bebê se movimentava
agora de forma diferente. Viu os rostos que se aproximavam dele. Alguns simpáticos, carinhosos e outros
assustadores.
Ligou a fome com a nutrição emocional e a solidão. Então Sonia percebeu porque deixava as cartas do
Renan para depois. Não abria durante um, dois
dias. Tinha medo de encontrar algo que lhe indicasse rejeição. Seu coração batia. Esperava tanta nutrição.
Tinha tanta fome. Mas, e se viesse como
abuso? Ela temia tanto aquilo que mais queria. Hum... como dizia Renan, seu grande amor, seu grande
amor.
Vou dividir com vocês aquilo que aprendi na B. Brennan como base de tudo e
que aprendi sozinha através da manipulação da energia dos meus clientes e do
que recebi nas minhas meditações.
Por estar diretamente conectada com Deus ou com uma Ordem Superior, que
não conseguimos explicar, a energia é sábia. O campo de energia nos leva à
espiritualidade e, sendo assim, ela é amorosa também e procura sempre o melhor
para ela.
É necessário que a energia do campo humano se realize, e, para isso, ela precisa
sempre estar vibrando bem. Os desejos não realizados podem frustrar a pessoa
de tal forma, que esta pode perder muito de sua energia vital, podendo se
transformar em depressão, desânimo, e, principalmente, em raiva. A isso
chamamos de energia bloqueada.
Portanto, a energia bloqueada se desfaz quando você a toca de forma amorosa.
Ela se desfaz automaticamente e, então, os pensamentos-forma aparecem e é
isso que devemos trabalhar, isto é, aquilo que formou, em primeiro lugar, os
pensamentos que são as crenças.
O Chakras
Bárbara Brennan fez excelentes descobertas no nível psicológico sobre os
chakras. Noto que o segundo chakra na coluna refere-se à ação e vontade de
forma saudável. Quando esse chakra está dolorido, pode significar, pela minha
leitura, uma enorme frustração, decepção e confusão no agir devido aos valores
do cliente. Pode também significar, o que tenho notado, que pessoas
controladoras, pessoas explosivas, pessoas possuidoras de uma enorme irritação
também têm esse chakra “poluído”. Basta despoluílo para que haja um maior
controle em suas “explosões”.
Quando se limpa ou se refaz o cone dos chakras, você está dando um formato
novo ou reformando, por assim dizer, o que deveria estar lá. Você não manipula
no sentido de colocar um novo chakra, mas traz de volta o que já deveria estar
lá.
Na verdade, temos milhões de pequenos chakras, mas os que nos trazem a maior
energia de troca são os que já foram descobertos. Eles puxam a energia para
alguns órgãos mais vitais.
Os chakras das crianças são perfeitos porque são puros, mas alguns podem vir
distorcidos.
Podemos fazer exercícios de inspiração e expiração para a limpeza da aura e
movimento do corpo. Esses exercícios também revigoram as células e as formas
de energia, mas não são suficientes para a reestruturação dos chakras. Seriam
necessários os exercícios de cores e a própria manipulação da pessoa com o
sentimento e a intenção.
“Frustação”
“Havia muita frustração e raiva na sua garganta. Sentiu bem a energia da raiva que era, na verdade, um
pozinho avermelhado, que se espalhava
sobre o chakra da garganta. Tinha um tom vinho com azul, era espesso
e nublado, difícil de sair. Ao tentar retirá-la, percebeu que a energia era muito raivosa e, mais que isso,
que era de frustração e impotência.
Sentia-se impotente frente ao “roubo” e sentiu-se impotente quanto à perda do seu amor. Aquilo que
considerava uma invasão era a “outra” mulher. Sentiu-se enganada, violentada, traída e com muita, muita
raiva. Ainda soava em seus ouvidos a sentença “aceite perder”, que ouvira
e que lhe era difícil admitir. Na noite anterior, lembrou-se do horror que vivera. Dores de cabeça,
pontadas. Virava-se na cama de todos os lados e nada. Colocou a ponta dos seus dedos em vários pontos
da cabeça, da nuca, mas nada parecia passar. Lembrou que as energias negativas entravam pela nuca,
então procurou acalmá-las. Neste tormento, seu corpo tremia por inteiro, dava arrepios imensos e a única
coisa que lhe fez sentir-se melhor foi o clarão luminoso, branco como a neve, suave, como se fosse uma
pérola, uma pedra preciosa que viu aparecer em sua testa. Apareceu em segundos e foi-se em segundos.
Então sabia que alguém estava cuidando dela. Mesmo assim, a dor continuou.
Seu rosto era de uma mulher sábia, de uma rainha, e por que então se excluía tanto? O que esperava
tanto? E por que vivia num mundo de fantasias, tão
interno? Não era ele, o seu amor, que lhe descobrira e mostrara como ela era fantástica? Não fora ele que
viu nela toda a beleza, que a engrandeceu? E agora? Sem ele, o que deveria fazer? Pelo menos tinha a si
própria. Ainda podia se olhar e se admirar. Podia ainda se amar e se gostar. Mas precisava de algo a mais
para empurrá-la para fora. E o que seria?
A energia da raiva
Temos sempre uma crença errônea sobre o nosso poder e também sobre a raiva.
Raiva, repito, é a pura energia vital. É a nossa expressão e nosso poder, e,
quando esse poder e essa expressão são “ilusoriamente” cortados por alguém ou
por circunstâncias, então essa energia vital fica distorcida e se transforma em
“raiva”. O ser humano precisa aprender a conviver bem com a energia da
“raiva”, que, no fundo, é para construir, fazer, resolver. Uma pena, entretanto,
que, às vezes, só resolvemos as coisas quando estamos com raiva. Outra pena é
que ficamos com raiva e não resolvemos. Ela é muito mal usada e acredito que
isso vem dos séculos, em que o comportamento humano tinha que ser exemplar
e que qualquer manifestação contrária à “bondade” e ao “bom” comportamento
era, então, recriminado.
A raiva concentra-se no campo emocional e também no físico, porque a
sentimos em nosso corpo. Essa energia pode pairar no estômago, no fígado, nas
coxas, nos quadris, no intestino, nas mandíbulas, maxilares, etc. Para que ela
saia, é necessário “movê-la” e é nesse movimento que ela poderá seguir o seu
direcionamento correto, isto é, a energia para o agir.
Reconhecê-la e aceitá-la já é muito. Agir também é muito bom, mesmo que não
seja em direção ao que nos fez ficar com raiva. Por exemplo, limpar alguma
coisa, varrer, cozinhar, qualquer coisa que faça movimento faz com que esta
energia se movimente e diminua a possibilidade de se transformar em depressão.
Respirar é crucial nessa situação, porque nos faz reconhecer o que realmente
está acontecendo conosco e os verdadeiros sentimentos que estão dentro de nós.
A raiva disfarça o medo. Medo do abandono, da perda. O que está por trás da
raiva? Ela pode ser um mecanismo de defesa que esconde o medo. Por estar no
nível emocional, o corpo emocional não muda através da mente. Para mudar
esse corpo emocional, você tem que se “entregar”, isto é, quando você entende a
raiva, de forma emocional e não pela mente, muda a sua percepção, “mudando-
se” para onde ela está. Se está “triste” pelo intestino, preste atenção. Se não
mudarmos os padrões e vínculos viciosos do corpo emocional, continuaremos
com as mesmas escolhas.
Desde cedo, aprendemos a não mostrar a raiva, por medo de não sermos
amados, mas ninguém desgosta de quem ousa ser ele mesmo. Em
relacionamentos, a raiva teria que ser tão natural quanto o amor. A expressão
deveria fluir naturalmente, sem medo. Se não fluir, há medo. Há que expressar a
raiva de forma segura.
O Podemos eliminar a raiva através do perdão?
Uma cliente apresentou o problema de se deixar abusar pelos pais. Ela sempre
emprestava dinheiro ao pai, que vivia endividado e não devolvia o dinheiro. A
cliente se percebe tendo a mesma atitude com outras pessoas. De repente,
percebe-se “abusada” neste sentido. Fica com raiva então. Quando ela tenta
“eliminar” a raiva através do “perdão” ou da “compreensão”, não age em favor
de si própria e nem consegue “eliminar” ou transformar a raiva, e sim, tão
somente, “sublimá-la”. Ela só conseguirá se defender ou se proteger quando
disser um “basta”. Isto é, a cliente só consegue expressar sua raiva de forma
autêntica, verdadeira, agitando-a, movendo-a, quando usa, portanto, a energia e
o poder da raiva para defender, se podemos assim dizer, seus direitos, e se
proteger. Essa energia é saudável quando transformada na sua mais pura
essência, de forma a não ofender ou abusar de ninguém, mas de forma a se
expressar saudavelmente. É o seu poder. É a sua energia “yang”. A maioria de
nós não sabe lidar com essa energia e a distorcemos quando nos deixamos ser
“cortados” em sua expressão de poder. Ela se configura, então, em forma de
raiva passiva, que pode se transformar em outros sentimentos menos saudáveis.
Volte-se para um lugar seguro e calmo dentro de você. Faça uma lista de todas
as coisas que te causam raiva. Respire. Fique em silêncio. Repare na emoção
que está por trás de cada coisa. Reconheça o sentimento que está por trás.
Perceba que este é um sentimento que impulsiona a raiva. Tristeza? Medo da
separação? Trabalhe o sentimento. Ele é seu. Veja ainda se quer expressar sua
raiva, desde que haja um senso de justiça e não de indignação. Se quiser, então
escreva como vai expressá-la agora de forma rápida, curta e positiva,
começando com “eu” (eu me senti assim...). Escreva num papel e deixe de lado.
Termine o exercício. Volte-se para um lugar seguro e calmo dentro de si, onde
você era livre e tinha uma mente desimpedida. Procure em você momentos de
fusão, sucesso e paz com o divino. Sinta a felicidade. Concentre sua atenção em
si mesmo, nos seus talentos, suas esperanças, suas ideias. Só depois disso,
expresse a raiva e esqueça-a por completo.
Por um momento, Sonia sentiu-se impotente para lidar com as ondas. Sentiu falta de ar e achou que ia
morrer. A dor era tanta que não podia mais aguentar, mas Mike lhe dizia: sinta-as. Sinta as ondas, não
desvie, não ignore. Não racionalize. Então, toda a dor contida no seu corpo, coração, peito, pescoço,
vibrou mais alto e a pressionou de forma horrível. Foi aí que Sonia viu a flechada atingir seu coração
sangrento e, na falta de ar, não podendo mais segurar, gritou: “não”, “não me chame de querida”, “não
me chame de querida”, enquanto a dor derramava toda
Mike lhe disse: essa é uma dor profunda. É mais antiga do que agora. Está aí há muito tempo. Deixe-a
sair, Sonia, estou aqui para te ajudar. Então Sonia sentiu tudo. Sentiu-se esmagada, sentiu-se ardida,
sentiu-se nua, sentiu-se humilhada. Tudo de forma crua e cruel. Já não tinha mais controle sobre o seu
corpo que se debatia. Foram segundos que pareciam uma eternidade!
Mas, em poucos minutos, assim como ela, a dor, viera, também se fora. Mesmo assustada, Sonia percebeu
que já podia respirar e viu, surpresa, que as ondas eram agora pontos diluídos no seu corpo, na sua
energia. Desfaziam-se com suavidade,
que até pareciam enxugar a dor. Sonia começou a sentir alívio e quase uma sensação de paz e amor.
Respirou. Olhando com os olhos fechados, que derramavam lágrimas mornas e bem salgadas, viu os
pontos se diluírem cada vez mais, tornando-se agora calorosos e carinhosos, como que acariciando-a.
Calma, deixando a tempestade passar e com um leve esboço de sorriso nos lábios, sentiu o calor morno do
conforto, pela primeira vez. Ah... que alívio!
Repetição de situações
Rapaz de quase 30 anos, sufocado pelo pai alcoólatra e pela mãe vítima da
situação, tomou a posição do pai em relação aos irmãos, tanto na área
financeira, quanto na área do “cuidar” da família. Tinha um corpo “trancado”,
tenso e cheio de dores musculares. Fizemos “healings” e até constelação
familiar. Sua principal queixa era de que não havia ainda namorado com
seriedade ou encontrado uma mulher que o quisesse verdadeiramente. Também
tinha problemas ao falar em público. Trabalhamos várias sensações em que ele
fora humilhado quando criança, não só pelo pai, mas por amigos e adultos.
Uma delas, na infância, foi a de estar numa sala de aula, onde a professora o
chamou de “burro” na frente de todos, fazendo ainda com que ficasse de
castigo por muito tempo. Essa memória veio à tona, quando comecei a mexer
numa mancha escura que estava em sua garganta. Ali havia um “bloqueio” que
‘entupia’, como o próprio cliente dizia, sua garganta, tanto que o impedia de
falar, explicar. Repetimos a situação, trabalhando aquela sensação de “burro”
que ficou na criança. “Burro é você” lhe fez bem. Entendeu que guardava
dentro de si aquela sensação de que não era inteligente o suficiente para falar.
Nas reuniões de trabalho, ele sempre queria falar, perguntar, mas não
conseguia. Depois dessa sessão e de outras, o cliente me disse que conseguia
falar agora mais francamente e com maior segurança. Uma boa frase, que a
consciência da garganta sentia necessidade de dizer, era “burro é você, burro é
você”. Isso libertou a raiva que estava entalada e transformou-se em “ força”
em defesa própria.
O Unidas por um “erro médico”
Duas irmãs vieram fazer uma Constelação. Uma delas disse que a mãe tinha
morrido no hospital, por erro médico. O irmão tinha sido assassinado muitos
anos antes e um cunhado tinha sido assassinado também. O pai havia
abandonado a família para constituir outra, muitos anos antes. Contaram que a
mãe tinha tido uma criança, a primeira, que morreu de meningite aos seis meses
de idade. Por onde começar? Pedi que uma delas colocasse a mãe e a criança,
que havia morrido prematuramente. A representante da criança sentiu-se mal e,
ao ser indagada sobre seus sentimentos para com a mãe, disse que não tinha
“nenhum”.
A mãe sentia um peso muito grande e mal conseguia abrir os olhos para a filha.
Cheguei perto da filha para ouvir o seu campo de energia e as sensações que
dela emanavam. Algo me dizia ter sido ela a injustiçada e que havia sido
negligenciada e isso “cheirava” a assassinato. Nada disso foi falado, mas
arrisquei e disse o que sentia. Então, a irmã mais velha levantou-se e “lembrou-
se” de um “segredo” que guardava, a pedido da mãe. A criança pequena havia
falecido no hospital por erro médico. Disse a irmã que, ao ver a constelação, a
imagem da “seringa” lhe veio à mente. Então se lembrou da história, do
segredo que a mãe lhe contara e pedira que guardasse todos esses anos. A irmã
mais velha identificava-se muito com o sofrimento da mãe e o carregou durante
todos esses anos. Depois, na Constelação, trouxemos o médico da criança, mas
não havia ressentimento dela para com ele (a representante sentiu assim) e nem
ele sentiu-se culpado. Não havia raiva da mãe também. Isso me chamou a
atenção. Podia significar que não houvera “erro médico” em relação à criança
morta. Depois da Constelação, ao fazer uma pesquisa com médicos, me
disseram que uma injeção somente não teria matado uma criança doente, a não
ser que ela já estivesse bem mal, tivesse sofrido algum “engano” ou talvez
tivesse sido negligenciada. A pergunta a fazer seria: por que a mãe guardou
esse segredo, se ela não tinha culpa? Pareceu-me que não houvera erro médico.
Mas, o estranho disso tudo é que a mãe, sim, depois de muitos e muitos anos,
morrera de erro médico. Coincidência?
O Faltou o último adeus
Uma moça, que se sentia triste e deprimida, me procurou. Contou-me que não
conseguia se livrar da imagem da mãe e do pai ao morrerem. Sempre fora o
suporte da mãe. Fizemos alguns “healings”, mas a tristeza não saía. Fizemos
uma constelação dela com os irmãos. A cliente acreditava que eles dependiam
dela. Sentiu-se mais aliviada. Porém, cada vez que voltava, ficava ansiosa, pois
queria “resolver” aquela angústia causada pela morte da mãe.
Na última vez, deitei-a na maca e fiz com que trabalhasse sua auto-estima,
conforme pediu. Enquanto eu estava com a cliente, tudo permanecia bem. Ao
descansar e sentar-me em frente à maca, notei que, após alguns minutos, sua
expressão mudou. Não demorou muito para que ela ficasse inquieta. É difícil
alguém ficar inquieto logo após esse trabalho, porque, na verdade, dá uma
sensação de paz muito grande e normalmente a pessoa demora a perceber que
eu não estou mais lá – a energia continua trabalhando.
Ela me olhou meio “ furiosa” e disse que percebeu quando eu havia saído de
perto dela. Depois que a cliente foi embora, senti um impulso de deitar na
maca. Assim o fiz. Minha boca começou a tremer impulsivamente. Tremia muito
e ficou parecendo uma boca de uma pessoa velha com dificuldade para falar,
comer ou se expressar. Meu corpo tremia. A boca, principalmente, continuava a
tremer. Havia um desespero e uma angústia. Senti-me mal. Depois sentei e
percebi que era uma energia que havia “ficado” e que poderia pertencer à mãe
dela. Pareceu-me também que se tratava de uma energia de revolta, que queria
me dizer algo. Na minha limitação, senti que poderia querer dizer que se sentiu
“abandonada” na hora da morte. De fato, a filha depois me contou que a mãe
teve uma hemorragia interna e faleceu só. A filha não pôde estar presente na
hora da morte. Isso explica a “culpa” que a filha sentia com a morte da mãe.
Liguei para a filha, dias depois, para saber como se sentia. A resposta foi que
ela havia passado mal imediatamente após sair da sessão, mas, dias depois, se
sentiu liberada e maravilhosamente bem, podendo fazer a viagem que queria.
Sugeri à filha que pedisse perdão por não ter estado presente no momento do
último suspiro da mãe. Parece que era isso que a mãe queria. Os fatos passam,
mas as sensações ficam, ainda que “aparentemente” diluídas.
O A vida é assim mesmo
“O Cão”
E Sonia viu a figura do cão no meio da noite. O cão representava para ela a
animal representara isso na sua vida. Imediatamente, soube o que era. Não teve
dúvida. Era aquela mulher. Por isso a raiva, a angústia, a tortura mental, a
quebra do carro, tudo isso era um atraso. Isso a fazia considerar tudo perdido,
como se não tivesse vontade para nada, por isso a energia negativa. Agora
De manhã cedo, praticou a Essência e logo veio a mancha negra no seu plexo
Precisava tomar o risco. Ficar com a angústia sozinha já era demais. Se ele
forma, ela já estava cansada de viver deste jeito. Queria mudar. Mudar,
mudar. Quando essa ajuda viria? Quando, meu Deus?
Quando fizemos o “healing” para saber qual era a razão verdadeira de tanta
obsessão, vimos que a mãe tinha sido traída pelo pai da cliente quando esta
ainda era muito jovem, com 13 anos de idade. Para ela foi um choque. Para a
mãe foi um choque. A cliente assentiu que sentiu a dor da mãe. Sentiu o medo
da mãe.
Então ela percebeu que esses pensamentos obsessivos eram a dor de si própria,
de, quando menina, ter presenciado a dor da mãe ao descobrir a traição do pai.
Aquilo “ficou” com ela. Após algumas sessões, descobrimos que essa cliente
havia “prometido”, desde criança, nunca amar para não ser traída. Também
descobrimos que, dessa forma, ela se colocava um pouco mais à distância do
que deveria no seu relacionamento com o marido, concorrendo assim para a
traição, que tanto temia.
O Sem vínculos
Cliente queria fazer uma constelação sobre o abandono do pai. Era uma cliente
com dificuldades de vínculos. Pedimos que colocasse a vida, a morte e ela. A
cliente se colocou de frente para a vida e a morte à sua direita. A vida só se
sentiu bem quando a cliente se afastou, talvez significando que perto demais era
um confronto. E longe ela poderia “ver” a vida. Na morte, colocamos um
homem, que fora um namorado e que tinha sido assassinado pelo irmão, há 11
anos. Ela ainda tinha vínculo com o namorado, mas ficou claro que ele desejava
que a cliente vivesse a vida dela. A cliente então contou que guardava ódio de
quem tinha assassinado o namorado (o assassino havia sido o próprio irmão do
namorado). Mas, na Constelação, o namorado foi definitivo, mostrando que
nada tinha a ver com ela. Que o caso do irmão era com ele. Levou-a para a
vida. Bert Hellinger faz referências que os mortos ficam bem quando os vivos
estão bem. A cliente então deu o braço para a vida e continuou andando pela
sala. Então, ela perguntou: mas, e o meu pai? Não trouxemos o meu pai. A
terapeuta disse: seus pais são a vida. Ela olhou para a Vida com gratidão e,
sentindo-se “segura”, continuou andando de braços dados com a vida. A cliente
comentou depois que sentiu-se muito bem, principalmente com o término do
vínculo com o namorado. Ela necessitava do vínculo com a vida.
O Filha e mãe
Filha apresentou problema de relacionamento com a mãe (muito junto). Ela
acabou “tomando conta” da mãe, que está em estado grave no hospital. A
Constelação mostrou que a mãe havia perdido o filho primogênito e foi acusada
pelo pai por essa morte. A filha ficou com o peso todo, porém o filho, que havia
falecido, parecia não estar bem. Então pedimos à filha que falasse com o irmão.
O irmão, porém, não se sentiu bem – disse que a irmã não estava sendo sincera.
Foi, somente quando a irmã falou que sentia falta dele (porque ela estava
sozinha) e sentia ainda que o peso era demais para ela e ressentimento pela sua
morte, que aí então o comentário foi sincero. A mãe não se relacionava bem
com o pai e colocou todo o peso dela na filha. Houve devolução de peso e
ambas se abraçaram. A filha ficou entusiasmada.
O A separação
C. veio infeliz por causa do término de um namoro de dois anos. Pelo que ela
contou, parecia que não gostava muito do rapaz e, desde que este perdeu o
emprego, a cliente se desligou um pouco dele. Por que então estava totalmente
desesperada agora que o rapaz queria dar um tempo? Quando toquei no seu
campo de energia, percebi que o medo era grande. Logo tudo parecia escuro.
Em seguida, veio a sensação de perda e o medo da perda mais antigo. Assim,
perguntei a ela se havia acontecido uma tentativa de separação entre seus pais.
C. respondeu que sim. Eu a fiz reviver a sensação e ela estava segurando, no
plexo solar, todo o medo que sentiu ao perceber que os pais podiam se separar.
Era como se perdesse o seu pai. Esse medo foi revivido na situação com o
namorado.
O A aliança na mão
Uma mulher deixou de cumprir aquilo que havia se comprometido com a minha
cliente. A raiva que ela sentiu foi imensa. Fora de propósito. Então pedi que
respirasse. Senti que havia algo a mais ali. O que seria? Minha curiosidade era
grande. Momentos depois, pedi que ela estivesse aberta para saber o que se
passava. Daí, então, a imagem da sua mãe veio até a cliente. Sua mãe prometia
as coisas e não cumpria. Ah! Uma imensa onda de tristeza apareceu para a
minha cliente quase que espontaneamente. Precisava deixar que ela inundasse o
seu ser. Era importante. Então minha cliente sentiu a raiva também. Pedi depois
que ela dissesse à mãe: “eu tenho muita raiva de você”, “eu tenho muita raiva
de você”. Magicamente, minha cliente começou a sentir uma aliança na mão
esquerda. Foi mágico. À medida que ia dizendo essas palavras, a aliança ia
ficando mais visível em sua mão.
Descobri, depois, que, para minha cliente, a aliança era algo que ela queria,
mas a raiva ocupava este lugar em sua mão. A raiva estava no lugar da aliança
sem que ela soubesse, até que, quando a cliente soltou a raiva, a aliança voltou
para seu lugar e apareceu. Foi incrível!
A energia do dinheiro
repente, Sonia se lembrou de que, quando criança, estava numa festa e o seu vestido pegou fogo.
Algumas pessoas vieram correndo para apagar o fogo. Seu pai a acolheu, mas lhe disse para trocar de
roupa e descer e continuar brincando. Embora Sonia estivesse assustada, ela satisfez o pai. O choro nunca
saiu. O medo nunca saiu. Sonia entendeu que, de alguma forma, roupa, fogo, perigo e “não é nada”
estavam juntos. Agradeceu a Essência que despertara a sabedoria em si. Talvez por isso considerava
vestir-se como algo que não devia dar tanta importância.
A consciência sensorial
A sua mãe havia me contado antes que perdera o marido. O filho, porém, não
me deu essa informação voluntariamente. Fizemos a constelação individual em
forma de pedrinhas. Colocamos a moça, ele, a mãe, o pai e o Engano. Queria
saber quem, na realidade, era o Engano.
Ele colocou a moça olhando em sua direção, a mãe olhando para a moça e o
pai olhando para o “engano”, um personagem que designamos dessa forma, já
que a pergunta para revelar alguma coisa na constelação foi: “por que me
engano?”, ou seja, “por que sinto tanto mistério em torno da moça?”. O
“engano”, então, olhava para a moça.
O trabalho revelou que o pai morrera triste. Carregava uma tristeza de ter
perdido a mãe, quando jovem, e, portanto, fora obrigado a ser o apoio do pai (o
avô do rapaz). Esse avô era um homem autoritário e apegado ao filho.
Portanto, o filho não pôde realizar os seus grandes sonhos, que eram bem
diferentes daquilo que seu pai (o avô) desejava para ele. Aqui estava o Engano,
que também era a força “aparente” do pai. Ele não era tão forte quanto o avô.
Meu cliente, o jovem, olhava para o Engano. Seu avô estava entre o Engano e o
filho, como que impedindo-o de ir até o “engano” (mais tarde o cliente explicou
que o avô era severo e diferente do seu pai, que tinha sonhos que não conseguia
realizar, tais como ser artista, músico, etc.).
Para mim ficou claro que o jovem sentia uma atração enorme pela moça, que
representava o “mistério” do desconhecido, talvez o proibido ou o próprio
engano do pai. Tal qual o pai, era um sonhador e triste. O filho seguia os passos
do pai, talvez por uma identificação amorosa.
Interessante é que a mãe me revelou, depois da constelação, que o mapa astral
do filho dizia que ele iria se envolver com um “mistério” neste ano, talvez a
moça, o engano.
Identificado com os sonhos do pai, ele buscava, na moça, realizar o que o pai
não realizou. Pelo que pude perceber, não havia energia amorosa da moça para
com ele, nem dele para com a moça. Havia, sim, uma enorme atração em
relação à jovem, que vinha de família pobre, o que, consequentemente, a fez
buscar aquela profissão. Ela talvez tivesse esperança de que o rapaz pudesse
suprir isso. A fascinação do filho pela moça era um modo de seguir o desejo do
pai, no meu entender.
A segunda cena era entre a mãe e a filha. A representante sentiu “ódio” da mãe
(confirmado pela cliente). Então, coloquei o pai da cliente e se evidenciou um
grande amor entre pai e filha. Ao tentar fazer a conexão entre os pais (pai e
mãe), houve também resistência - havia “distância” do pai para com a mãe,
sendo esse mais velho. O pai olhava para longe. Veio a sensação de que
houvera outra pessoa antes. Perguntei à cliente, que me disse não saber. Segui
meu “ feeling” (intuição) e coloquei uma mulher em frente ao pai.
Imediatamente, a força era muito grande. Havia uma enorme atração e eu
comecei a fazer um diálogo do amor entre eles. A representante sentiu que era
uma “alemã” e sentiu uma inexplicável atração pelo pai. A cliente então
“lembrou” (quando o cliente vê sua história, imediatamente começa a se
lembrar de fatos esquecidos) que o pai tinha uma “irmã”, que não sobreviveu
no orfanato em que ambos passaram um tempo. Arrepios. Ficou claro que a
mulher, a alemã, era a irmã dele. A representante confirmou a teoria, pois sentia
por aquele homem um enorme amor, que não era sexual e sim de coração, de
olhos, de brilho. A filha, isto é, a cliente, estava “identificada”
inconscientemente com a tia, irmã do pai, pois tentava agradá-lo em um amor
inconsciente, querendo “supri-lo”, e o pai, por sua vez, a via ou buscava aquilo
que ele “perdera” na irmã.
Foi feita então a conexão da sobrinha com a tia (quando a sobrinha viu a “tia”,
sentiu um grande prazer e sorriu pela primeira vez - aqui Hellinger explica a
identificação do amor inconsciente). Todos sentiram um imenso alívio. A
constelação fluiu impressionantemente bem.
O A intimidada
Mulher veio com problemas de grupo. Sentia-se intimidada e não conseguia
falar neste contexto. Fizemos uma constelação com bonequinhos. Colocamos,
então, ela e a intimidação. Pedi que escolhesse os pais. Ela escolheu a mãe
semelhante a um boneco, que representava o grupo. Disse-me, então, que a mãe
a intimidava. Ao colocar a mãe frente a ela, parecia que a mãe escondia algo.
Então coloquei a avó e esse ato foi um alívio para a cliente, que me disse sentir-
se protegida por ela. Quando seu pai chegava em casa, a cliente tinha medo e
corria para a avó. Ora, a avó tinha sido contra o casamento e não gostava do
pai. Era esse o segredo entre as três mulheres? Parece que o pai havia abusado
da filha, talvez com o consentimento da mãe. A mãe sentia-se culpada, além do
que a exuberância e naturalidade da filha a incomodavam. Trabalhamos isso e
colocamos o grupo de volta, até que ela, a cliente, sentisse que pudesse falar
sobre sua verdade sem acreditar que iriam rir dela ou rechaçá-la.
O Um exemplo pessoal
Essa experiência pessoal exemplifica muito bem como estamos conectados e
como somos “um” só, além de mostrar que a conexão inconsciente pode ser
feita através da compaixão, dor ou identificação positiva ou negativa.
Esse tio-avô morava só naquele quarto de pensão. Uma casa simples, com
portão de ferro e muitas janelas. E foi assim que ele morreu. Só e excluído da
família. Ninguém quis mais saber do seu destino. Mal se falava dele.
Interessante é que, mais tarde, descobri uma foto, onde a família se reunia e lá
estava eu, criança, sentada ao lado desse meu tio-avô! Pude ver, então, a
simpatia que emanava de nós dois.
Curioso é que eu sonhava muito com a minha avó, a que se casou com o meu
avô, irmão desse tio-avô. Eu parei de sonhar com ela depois que fiz essa
“inclusão”. Mais tarde, descobri que a minha avó o havia “excluído” da família
por considerá-lo uma influência nefasta no seu casamento. Talvez houvesse um
desejo dela da união deste tio-avô, através da minha dor e da minha conexão
com ele.
Uma mulher veio me procurar porque “nunca era ouvida”, “era sempre
ignorada” e tinha relações de conflitos no trabalho. Ela me disse: “eu atraio
chefes com quem sempre entro em conflito”. O pai teve só filhas mulheres,
queria um filho homem e era “distante”. A mãe era muito crítica, insatisfeita
com o pai. A mãe casou com o pai por imposição do avô.
Eu fiquei na dúvida se realmente acreditava nela ou nos ‘chefes’. Mas, pelo que
me contou, senti que ela parecia ser mais preparada que os outros - mesmo que
isso não significasse o fato de ela trazer sérios problemas de autoridade.
A não conexão entre esses órgãos pode trazer uma fome insaciável.
Para fazer essa conexão, antes de comer alguma coisa, a pessoa pode inspirar
bem profundamente e receber o alimento dentro do estômago e intestino, para
ver se eles, os órgãos, receberão bem esse alimento ou se o necessitam
verdadeiramente: “então o melhor é rezar para que cada alimento seja ingerido
de forma correta, de forma que beneficiará o corpo. Inspirar e segurar a
respiração, imaginando o alimento já no corpo. Assim saberá se aquele alimento
será bom para sua alma”. (MEREDITH, Z. O que você precisa saber. Ed. Otimismo, p. 19).
O Quando a boca fala, ela não pode beijar
Uma cliente minha, com boca em formato de coração, falava sobre seus
relacionamentos. Ela me dizia que gostava de beijar e que pouco beijava.
Quando fizemos o trabalho das sensações, aparecia, no seu campo energético,
uma boca. A boca era grande, com formato de coração. Pedi a ela que
verificasse o que a boca queria, do que ela gostava. Após alguns minutos, a
cliente me disse que sentia que a boca lhe dizia que beijar era bom. Hum...,
disse eu, que mais que ela lhe diz? Pois, eu já sentia um comando da boca de
“calar-se”. Após um tempo, a minha cliente disse que talvez fosse algo como “
falar mais docemente”, “ falar menos”. Bem, o que acontecia era que minha
cliente falava sem suavidade, às vezes com um pouco de rudeza, pois aprendera
a usar as palavras desta forma. Mas, tudo o que a boca queria era que a minha
cliente lhe desse a chance de beijar mais, e, para isso, era preciso que ela
falasse menos.
“Se você fala, eu não posso beijar. Beije, porque assim não posso falar”. Beijar
e falar são atos que vêm do mesmo lugar: da boca. O formato de coração era
porque o desejo da boca é o desejo do coração.
O momento externo da pessoa impulsiona para que ela trabalhe o interno. Então,
a imagem que aparece é a imagem que, naquele momento, necessita ser
trabalhada. Naquele momento. O campo energético é dotado de grandíssima
sabedoria.
O Pode a boca beijar a própria boca?
Cliente acima dos 40 anos. Divorciada, com filhos, simpática, parece doadora.
Apresenta sinais de cansaço, angústia, muita tristeza. Baixa auto-estima, com
dificuldades para se impor aos filhos, já homens, com os quais reside. Esta é a
sua terceira sessão. Na primeira sessão, ela me disse que se afundou mais na
tristeza e angústia, mas que “lembranças” vieram a ela: lembrou-se de um tio,
muito, muito querido, que cuidou dela, que penteava seus cabelos, que brincava
com a cliente e suas irmãs. Esse tio “era” homossexual, pois tinha um jeito
“estranho”, difícil de ser aceito, naquela época. Por ser assim, ele foi
trancafiado num sanatório e parece que morreu lá. Ela tinha se esquecido disso,
ou melhor, “enterrado” lá no fundo do seu coração. Iniciei o trabalho do campo
de energia com a intenção de trabalhar o tio e ela, mas, de imediato, veio uma
sensação muito forte na boca. A boca era cheia de irritações, então lhe
perguntei o que havia acontecido com ela. Disse-me que “apenas” costumava
gaguejar quando criança. Pedi que colocasse sua boca numa tela mental e
olhasse com seu terceiro olho para ela. Olhou para a boca. Pedi que
perguntasse à boca o que ela queria: respondeu-me que a boca queria afeto.
Percebi que ela não se sentia muito à vontade com a sua própria boca. Então
afastei-a por um momento para trazer o tio. Pedi que colocasse o tio e ela
própria quando criança. Assim o fez. Palavras mágicas surgiram para
reconhecer o tio e dar-lhe o adeus final que faltava. A cliente entrou em
profundo choro, lembrando-se do quanto sentia saudades dele, de como fazia
falta na sua vida e de como ele havia se ido. Também se revoltava com o que
fora feito. Suspeitei de uma identificação com a possível angústia e tristeza do
tio. Eu trabalhei o seu coração. A cliente sentiu-se aliviada. Daí, chamamos a
boca. Pedi que a boca lhe enviasse um beijo. A cliente não quis. Percebi que
havia uma rejeição muito forte. Trouxe a criança de novo para ser colocada
frente à boca e ela demonstrou que não gostava da boca. Por quê? Porque,
disse-me, a boca tinha culpa de não falar como tinha que falar (gagueira). Ah.
Aí está. Eu lhe disse que a criança estava enganada. A boca não é culpada.
Veja, ela também é vítima. Foi, só aí, que a criança e a adulta perceberam, pela
primeira vez, que a boca não era culpada e que poderia ser integrada e amada.
Houve lágrimas da cliente. Sorriu e me disse: “a criança agora entende a boca
e gosta dela”. Pode a boca, disse eu, dar um beijo na criança? Sorriu e me
disse que sim. Pode a boca, disse eu, dar um beijo em você? Sorriu ainda mais e
disse-me “sim”. Semanas depois, a cliente voltou falando e sorrindo muito
mais!
O A birra da boca
Uma mulher me procurou porque tinha um problema na boca, isto é, a boca
parecia presa a alguma coisa e ela não falava direito. Contou-me que começou
com uma dor de ouvido, quando as filhas foram estudar fora de casa, e, depois,
a dor passou para a boca. Isso vem vindo e impossibilitando-a de trabalhar com
o marido e outras situações. Contou-me que uma irmã se suicidara quando se
separou do marido, porque amava outro homem, e que todos foram contra essa
irmã, inclusive ela. Contou-me que o marido tinha um filho fora do casamento,
antes de conhecê-la, e que ninguém tinha certeza da paternidade, mas que ela, a
cliente, se recusava a saber a verdade e não permitia que o marido fizesse o
exame de DNA.
Fiz o trabalho das sensações, para sentir se havia algo na boca, mas não vi
nada no físico – o que fora confirmado pela cliente, que também já havia feito
todos os exames. Trabalhei então o suicídio da irmã, a saída das filhas, etc.,
mas, nada disso pareceu tocar a cliente.
Então, montamos uma pequena constelação de bonequinhos e eu perguntei se
ela tinha tido alguém antes do casamento (pura intuição). Ela me disse que sim,
que houve um namoro de cinco anos, que gostou muito do rapaz, mas não se
casou com ele. Quando a cliente montou a constelação – pedi que colocasse a si
própria, a doença, o namorado, a mãe e o marido -, mostrou que a doença
olhava para o primeiro namorado. Então, ela me contou que não se casou com
ele, embora gostasse do rapaz, porque a mãe estava obrigando-a a tal,
chegando a trancá-la para que não saísse na rua. De imediato, ele se casou com
outra pessoa e ela, de birra, disse-me, que se casou com o marido, também em
seguida. A birra era contra a mãe, mas voltou-se contra ela mesma.
Trabalhamos a sua mágoa contra a mãe, do namorado ter se casado tão rápido,
das filhas irem embora, etc. Mas, mesmo assim, ela não conseguiu fazer a honra
para a mãe. Depois, acabou confessando que estava cada vez mais igual à
genitora: autoritária, birrenta, etc.
É muito curioso perceber as sensações nos órgãos. Veja o exemplo abaixo. Este
foi um exercício sobre a boca, olhos e lombar de uma aluna minha (exercícios
que costumo dar nos cursos) e, aqui, ela pôde verificar as sensações, sentimentos
e emoções desses órgãos. Ela teve grandes insights (percepções repentinas)
sobre si mesma.
O Exercício de observação de uma parte do rosto: “Boca”
1º dia (30/08): Minha boca quer ser
amada “por mim”, ser ser respeitada e não quer que eu pense mais nada de mal
ou ruim dela.
2º dia (01/09): Minha boca está cansada de sentir tensão, de ser cuidada
“descuidadamente”, de ser séria. Ela quer sorrir descontraidamente, ficar
relaxada, quer brincar, quer falar com serenidade.
3º dia (02/09): E daí se tenho dentes tortos, sorriso torto, rugas ao redor da boca,
se sou dentuça, o que importa? O que importa é que mostro sorriso de alegria de
viver, sorriso sincero, sorriso lá de dentro de mim. E eu tenho sorrido bastante
ultimamente, sorriso de agradecimento, sorriso de alegria de viver
5º dia: Gostaria de não ser tão rude para falar. Gostaria de ficar mais tempo em
silêncio e apenas “sentir” e “sorrir”. Já estou conseguindo alguns sucessos: um
deles é me comunicar sem precisar pronunciar palavras. O sorriso é tão
importante. O sorriso sincero.
7º dia (20/09): Ainda preciso não colocar tensão em minha boca. Ainda percebo
muitas vezes ao dia, que estou mordendo os lábios
8º dia (21/09): Minha boca (com palavras) é o meu canal maior de hostilidade,
de rejeição, de medo, de ataque e agressividade com as outras pessoas. Por quê ?
De onde ? Para quê ? Fiquei “assustada” com esta mensagem que recebi...
9º dia (22/09):A mensagem, que recebi de ontem, me fez pensar, pensar, me
“entristeceu”. Hoje, minha boca só quer silenciar, não pronunciar palavras e
muito menos expressar qualquer sentimento meu. Calei-me.
10º dia (24/09): ): Minha boca pede que meu coração perdoe, que tenha mais
amor. Percebo que não há necessidade de hostilidade, não faz sentido esta
hostilidade. Minha boca quer silenciar por estar em paz e não por revolta de não
entender a hostilidade.
12º dia (27/09): A hostilidade não faz sentido, não entendo de onde vinha (vem
menos agora) tanta hostilidade. A hostilidade está se dissolvendo, ainda vem,
mas, com menos intensidade. E quando vem, percebo logo e atuo para mudar
este padrão.
01/09:
Olhos – Dificuldade em encará-los; tristes, velhos, cansados. Após palavras
carinhosas como: “ vocês são belos, bons, preciosos”, observei alegria, bondade,
determinação”.
Lombar – Senti tristeza, pois meu corpo não é mais jovem, há celulites, e, ao
buscar olhar também a barriga saliente, senti repulsa. Proferi palavras como:
“sinto muito” e “eu te amo”.
02/09:
Olhos– Estão menos tensos; disse-lhes que me guiaram a vida toda e que
continuarão me ajudando a levar amor às pessoas, me conduzindo para o bem.
Lombar – “Eu a amo”, a acariciei, agradeci-lhe por ter me conduzido pela vida
até o momento e desejo que tenha mais flexibilidade no caminho. Senti ternura e
carinho.
03/09:
Olhos – Num primeiro momento, vi muito peso neles (havia discutido com
minha filha). Vi culpa, remorso, inflexibilidade. Disse-lhes que deveriam
enxergar coisas boas nas pessoas, não julgá-las. Agradeci-lhes por terem me
guiado na viagem, que havia feito à cidade de Araraquara. Sorri e os vi sorrirem.
Os pés-de-galinha me entristecem no primeiro momento, mas depois achei meus
olhos belos. Insisti no ato de ver a beleza da vida. Lombar – Olhei e acariciei a
base da coluna. Também agradeci-lhe por ter conseguido fazer a viagem quando
senti pouca dor. Disse-lhe que a amo, e que preciso ser mais flexível e medir
minhas palavras.
Olhos – Digo-lhes: “meus olhos são amorosos, veem somente o que é bom no
mundo e nas pessoas. Estão mais leves, mais bonitos”. Continuo: “meus olhos
estão cheios de amor, compreensão pelos meus irmãos”.”
Lombar– Repeti-lhe:” eu te amo, você me faz ter flexibilidade diante da vida,
você me leva a dançar” (danço, requebro-me).
05/09:
Olhos – Estão mais leves e repito por várias vezes: ”sou amor, sou força, sou
luz, meus olhos veem as pessoas sem julgá-las, vejo beleza e alegria. Olhos
queridos, vocês veem o mundo com sabedoria e compreensão. Imagino escrever
sobre as pálpebras as palavras amor, força, luz e noto que elas estão menos
profundas”.
Lombar – Repito inúmeras vezes: “eu te amo”, você é flexível, meu corpo é belo
e você faz parte dele”, e danço.
06/09:
Olhos – Observo que estão menos angustiados. Repito inúmeras vezes – olho o
mundo com compreensão, sem julgamento, vejo e amo.
Lombar –“Sou flexível e eu te amo”, falo em voz alta requebrando sem parar.
07/09:
Olhos – A princípio estava nervosa, preocupada com a saúde de meu pai.
Procurei, então, me acalmar, escrevi mentalmente palavras de encorajamento nas
pálpebras – fé, coragem, amor, tranquilidade. Lombar – Repetia: “eu sou
flexível”, “eu te amo”, enquanto fazia um exercício de “caminhar parada”.
08/09:
Olhos – Pronunciei palavras como amor, luz, companheirismo, sempre fitando-
os docemente. Escrevi sobre eles palavras como saúde, troca (foi difícil
escrever), dar, receber.
Lombar – Sempre mencionando a flexibilidade e “eu te amo”. Fazendo a dança,
ou o caminhar parada.
Olhos – Meus olhos são bonitos e eu atraio coisas e situações boas – calma,
serenidade, tranquilidade. Somente vejo o bem. Meus olhos atrairão e verão um
homem maravilhoso para ser meu companheiro. Lombar – Repetindo “sou
flexível” e “eu te amo”. Fazendo a dança, ou o caminhar parada.
10/09:
Olhos – Eu os amo, olhos queridos. Não julguem, não critiquem, olhem o
mundo com compaixão, amem!
Lombar – Passei a achar minhas costas belas. Sempre repetindo “sou flexível” e
“eu te amo”.
11/09:
Olhos – Amo vocês. Escrevi nas pálpebras palavras como amor, coragem,
prazer. Obrigada, olhos queridos, a cada dia enxergo melhor. Lombar – Brinquei
com a dança e cantei as frases de sempre.
12/09:
Olhos – Observo que estão mais leves e os encorajo, dizendo: “meus olhos são
leves, sorridentes, eu os amo, orai e vigiai. Eu os perdoo por ainda verem coisas
ruins no mundo, pelos julgamentos, pelas críticas. Eu os amo!”. Lombar –
Repito em voz alta e dançando as frases de sempre: “sou flexível, eu te amo”.
13/09:
Olhos – Continuo “escrevendo” sobre as pálpebras palavras de encorajamento e
carinho. Notei que eles estão realmente mais leves e a boca menos triste, menos
marcada. No primeiro dia, ela me desagradou muito: amarga e dura.
Lombar – “Sou flexível, eu te amo”.
14/09
Olhos – Digo: ”meus olhos somente veem o bem na humanidade, no mundo;
enxergo maravilhosamente bem; não quero projetar nos outros minhas falhas;
sou compreensiva e vocês, olhos, refletem isso – compaixão”. Lombar – Sou
flexível com a vida e com as pessoas.
Àqueles que a incutiram, ela serve como domínio e, aos que a recebem, é
sentida como um desafio para se aprender quem é você. A vergonha pode se
tornar uma reação automática toda vez que a pessoa tem que se expor, aí a
paralisia acontece.
A vergonha é uma ilusão e ela pode ser esclarecida e exposta de forma honrosa
para ser curada.
Depressão
B. Hellinger considera que a não-aceitação dos pais, exatamente como eles são,
pode ser a causa de casos de depressão e passividade. Hellinger diz que é a
“falta” de alguém.
Noto que, quando o primeiro chakra do campo de energia de uma pessoa está
fechado, invariavelmente significa um início de depressão. O nosso primeiro
chakra está ligado a Terra, é o nosso enraizamento.
No livro “O que você precisa saber” (MEREDITH, Z. Ed. Otimismo, p.62), a
depressão é simplesmente a ausência da fé. É a força que o homem se utiliza
para não enfrentar aquilo que necessita enfrentar.
Expectativa
Quando você tem muitas expectativas a respeito de uma pessoa, digamos o seu
parceiro, você espera também que aquela pessoa preencha, no seu astral, tudo
aquilo que é o ideal do homem ou mulher. É impossível, porque aquele
indivíduo não possui nem 10% do que você idealiza. O seu ideal é muito grande
em comparação com o que pode ser oferecido. Então, começa a surgir a
frustração. Não. É impossível. Por isso, casais que se “ocupam” de outras coisas
deixam um espaço menor para esse preenchimento e então o sucesso é mais
possível.
Nervosismo
Portanto, a força da vida, que lhes fora tirada, só poderá ser restituída quando ela
mesma, a vítima, passar a se respeitar e a dizer “não” para tudo aquilo que a
incomoda, ou seja, para tudo que vier em forma de “abuso”. Como ela tem
tendência a se colocar de forma a ser abusada, acaba repetindo sem saber que o
faz.
Mas, quando ela acreditar que pode se respeitar, mesmo na época em que não
tinha como se fazer respeitar, então aí poderá haver mudança. Ao fazêlo, através
de um trabalho de sensações, campo de energia humana, constelações e outros
nesta vertente, a sua força voltará. Quando a sua força voltar, ela,
automaticamente, passará a elevar a sua auto-estima, sentir-se-á respeitada,
protegida por si mesma e passará a querer se dar prazer.
E, é só aí, então, que ela poderá dar prazer ao outro. A pior sequela do abuso é o
“corte” da energia vital – é a sensação de pequenez e impotência que fica no
corpo energético. É preciso reviver essa sensação e sentir como o seu poder foi
cortado, reatá-lo, trazê-lo de volta. Isso leva tempo, paciência e percepção. É
possível também que muita raiva venha à tona e essa raiva é justamente a
energia vital que foi cortada. É entrar em contato com ela e senti-la. É chorar a
perda, mas sabendo que há recuperação. É ficar triste, mas sabendo que há
espaço para muitas alegrias.
LesbianismoPara as mulheres que têm uma atração por outras mulheres, parece-me
que é necessário dizer à mãe, que as rejeitou ou que elas rejeitaram, “eu sou
menor e você é maior”. Noto que, quando isso não ocorre, a filha pode enxergar
a mãe, já adulta, como um objeto de desejo tal qual a criança. Se a filha visse a
mãe como se fosse adulta poderia facilmente transferir esse objeto de desejo a
outra mulher. Uma vez que ela se coloque pequena diante desse objeto de
desejo, ela não enxergará a outra mulher (a mãe) como mulher e sim como mãe.
Desta forma, fica mais difícil desejá-la e transferir esse desejo para um ser
feminino, não sendo a única maneira de enxergar essa situação, é claro.
Baixa auto-estima
Noto que as pessoas, que têm baixa auto-estima, têm a sua pélvis dolorida e
“ardida” energeticamente falando. A energia é contínua, porém baixa e
“nebulosa”. Mesmo retirando-a é como se fosse um poço sem fundo. Seria
preciso preencher esse poço de forma amorosa. Quando ele é preenchido por um
relacionamento que não é amoroso, então ele continua mais fundo. O poço ou
buraco só pode ser preenchido com amor, para que se sedimente corretamente
no ventre da mulher.
Emagrecimento
Coloquei duas mulheres, uma atraente e outra mais ou menos atraente, que
representavam os bonequinhos. A mulher atraente, de alguma forma, “parecia”
olhar para baixo. Ah! Pensei. Então é alguém com quem ela se “preocupa”.
Tratando-se de mim, logo pensei em colocar uma mulher. Mas nada se moveu.
Coloquei então um homem e imediatamente a bonequinha atraente caiu sobre
ele.
Curvar-se
Dizem que curvar-se é querer ir para a frente cedo demais, adiantar-se. Eu diria
que isso é verdade, mas também, ao curvar-se, às vezes, estamos servindo o
outro mais do que a nós mesmos, portanto, “doom to failure” (fracassando). Na
constelação, o sentido é outro: curvar-se tem o sentido de reverenciar o outro,
reconhecendo-o sem humilhação.
Constelação de Futuro
“A Benção”
Sonia acordou com uma sensação ruim. Viu sua mãe infeliz. Viu tudo. Como sua mãe, sua avó havia
protegido os homens da
família. Ali tinha um pacto. Percebeu que precisava entender mais isso. Na Essência, honrou a mãe e
devolveu a sensação de que tinha que se sacrificar pelos filhos homens. Entendeu como todos
em sua vida, seus filhos, seus irmãos, seus amigos, fizeram um
papel especial, no qual ela sempre se sacrificava para satisfazêlos. Não queria que sua vida fosse como a
de sua mãe, de sua avó. Viu o sofrimento da mãe. Ajoelhou-se novamente frente à Santa de madeira, que
tinha em cima do seu móvel mineiro, curvou-se,
prestou as homenagens e levantou-se, mas sentiu que faltava algo.
A Benção! Peça a benção para sua mãe neste novo pensar. Sim, voltou, ajoelhou-se e pediu a benção
para a mãe. O que a mãe não
Sonia já não sabia se era a sua formação de religiosa, quando criança, ou o que era, mas lhe era
extremamente confortante receber o coração de Cristo. Talvez assim se chame aquele
Foi a primeira vez que sentiu isso. Após entrar em cada pedaço
muito tênue Nossa Senhora lhe aparecer e lhe oferecer aquilo que achou que era o coração. Sonia o
tomou soluçando. Bastava isso. Bastava isso.
O experimento da foto
Abaixo, explico o Experimento da Foto. Toda minha correspondência com
Rupert Sheldrake, desde 2006, se encontra no meu site (www.zaquie.com), onde
o leitor poderá visualizá-la. Abaixo, a tradução da carta que enviei ao
Sheldrake sobre o assunto. Esses experimentos são feitos continuamente em
classe com resultados surpreendentes.
No meu livro de bolso “O que você precisa saber”, da Editora Otimismo, é dito
o s e g u i n t e : “o p r e s e n t e é u m a p o r t a q u e n o s l e v a a o s c a m i
n h o s m a i s c e r t e i r o s d a v i d a . O presente tem o segredo da verdade
única do momento e, assim, aquela verdade pode levá-lo a um bom futuro. Tem
a ver com o movimento da vida de uma forma química. Cada átomo é
responsável pela memória da humanidade e, é através do presente, que você
alcança essa memória. Nós podemos captar as ondas eletromagnéticas estando
no presente e, daí, podemos alcançar a verdade de cada situação. Tudo está
contido nos átomos e, à medida que respira, você pode absorver as informações
ali contidas. Se você se ativer ao momento, então há uma sabedoria de tudo de
como tem que ser. Se você se ativer ao que foi, você também pode alcançar o
que foi, mas, para mudar isso, é melhor que se faça pela sabedoria do momento,
para que você não se perca. Se você se ativer ao futuro, é melhor que você o
faça pelo presente através das suas emoções no momento”.
Através de nossas emoções, podemos mudar nos átomos o sentimento que não
foi bom, registrando e mudando assim a nossa estória.
Então, eu pedi para que cada um olhasse para a sua foto e tentasse perceber
que sensações estavam nela em particular. O que a criança estava sentindo? O
que estava se passando na sua mente e coração, na expressão dos olhos, etc.?
Estávamos todos num estado calmo e pegamos nossas fotos e olhamos. Quando
você olha para a foto, você “fixa” seu olhar e pode ver exatamente o que tinha
acontecido naquela época, quando a foto foi tirada. Lembre-se de que é
importante estarmos no “presente” para podermos alcançar a verdade de cada
situação.
Nós, então, lemos as nossas sensações da época. Alguns viram tristeza, outros
viram solidão. Eu estava em cima do carro do meu pai, junto com os outros
irmãos, e tinha 2 anos. Minha mãe estava ao meu lado em pé. Eu percebi ali o
meu medo de cair do carro. Essa foi a primeira vez que enxerguei isso nesta
foto, embora eu tenha olhado para ela muitas vezes. Também percebi que minha
estória de “cair”, ou seja, o medo de cair, se iniciou quando criança e eu tenho
uma estória de quebrar o pé, coluna, etc. Uma mulher viu seus olhos
profundamente tristes e ficou chocada. Experiências similares. Todos notaram
alguma coisa que não tinham percebido antes. Depois de ouvir todas as
percepções, ainda na quietude, pedi que todos colocassem as fotos numa mesa e
nos preparamos para fazer a cura através do campo energético (healing). Eu
estava seguindo instruções internas do que tinha que fazer. Não sabia o que ia
acontecer.
Toda vez que faço esse exercício, noto uma mudança, não só na foto, como na
vida real da pessoa no que diz respeito àquela sensação em particular. E, assim,
vamos trabalhando nossas sensações para cada vez melhor...
Bibliografia
1. SHELDRAKE, Rupert. The Presence of the Past: Morphic Resonance & The
Habits of Nature. Rochester, Vernon: Park Street Press.
2. SHELDRAKE, Rupert. A Sensação de estar sendo Observado. Ed. Cultrix.