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Antecedentes do Comportamento Workaround: Uma Reflexão Sobre o Olhar


da Teoria dos Eventos Afetivos

Preprint · October 2019


DOI: 10.13140/RG.2.2.18704.56320

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Aline de Vargas Pinto Maite Klein


Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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XLIII Encontro da ANPAD - EnANPAD 2019
São Paulo/SP - 02 a 05 de outubro

Antecedentes do Comportamento Workaround: Uma Reflexão Sobre o Olhar da


Teoria dos Eventos Afetivos.

Autoria
Aline de Vargas Pinto - alinevargas01@hotmail.com
Prog de Pós-Grad em Admin/Esc de Admin – PPGA/EA/UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Maitê Klein - maiteklein@outlook.com


Prog de Pós-Grad em Admin/Esc de Admin – PPGA/EA/UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Agradecimentos
Agradecemos as agências financiadoras CAPES e CNPQ.

Resumo
Os usuários estão cada vez mais experientes em tecnologias e sistemas de informação, o que
tem preocupado as organizações pelo uso de workaround. Neste contexto, é necessário
entender os motivos pelos quais os funcionários não cumprem as políticas de segurança da
informação organizacional em relação ao comportamento workaround. Assim, este estudo
centra-se na Teoria dos Eventos Afetivos para prever o comportamento workaround no local
de trabalho. Esta teoria objetiva explicar como os trabalhadores reagem emocionalmente aos
eventos que acontecem no trabalho e como isso impacta nas suas atividades ou desempenho.
Quando um funcionário percebe que algum evento no trabalho o impede de realizar suas
atividades ele poderá ter uma ou mais reações afetivas e estas levarem ao comportamento
workaround. Diante do exposto, este ensaio teórico organiza-se de forma a solucionar
diversos questionamentos relacionados a Teoria dos Eventos Afetivos e ao comportamento
workaround, como por exemplo: quais os antecedentes do comportamento workaround?
Quais eventos no ambiente de trabalho pode-se considerar como motivadores de reações
afetivas que levam ao comportamento workaround? Quais são estas reações positivas e
negativas? E, a partir destes, construir a discussão teórica que permitam a apresentação de
um modelo conceitual e proposições a cerca dos temas.
XLIII Encontro da ANPAD - EnANPAD 2019
São Paulo/SP - 02 a 05 de outubro

Antecedentes do Comportamento Workaround: Uma Reflexão Sobre o Olhar da Teoria dos


Eventos Afetivos.

RESUMO
Os usuários estão cada vez mais experientes em tecnologias e sistemas de informação, o que tem
preocupado as organizações pelo uso de workaround. Neste contexto, é necessário entender os
motivos pelos quais os funcionários não cumprem as políticas de segurança da informação
organizacional em relação ao comportamento workaround. Assim, este estudo centra-se na
Teoria dos Eventos Afetivos para prever o comportamento workaround no local de trabalho. Esta
teoria objetiva explicar como os trabalhadores reagem emocionalmente aos eventos que
acontecem no trabalho e como isso impacta nas suas atividades ou desempenho. Quando um
funcionário percebe que algum evento no trabalho o impede de realizar suas atividades ele poderá
ter uma ou mais reações afetivas e estas levarem ao comportamento workaround. Diante do
exposto, este ensaio teórico organiza-se de forma a solucionar diversos questionamentos
relacionados a Teoria dos Eventos Afetivos e ao comportamento workaround, como por
exemplo: quais os antecedentes do comportamento workaround? Quais eventos no ambiente de
trabalho pode-se considerar como motivadores de reações afetivas que levam ao comportamento
workaround? Quais são estas reações positivas e negativas? E, a partir destes, construir a
discussão teórica que permitam a apresentação de um modelo conceitual e proposições a cerca
dos temas.

Palavras-chave: Comportamento Workaround; Teoria dos Eventos Afetivos; Emoções; Eventos


Afetivos.

1 INTRODUÇÃO

Os investimentos em Tecnologia da Informação (TI) são intensificados a cada ano pelas


organizações. A adoção de TI tornou-se uma aliada das organizações, possibilitando que estas
respondam às mudanças externas e as novas oportunidades que surgem no mercado altamente
dinâmico (NEIROTTI; RAGUSEO, 2016). Segundo Röder et al. (2014) uma razão importante
para a organização investir e implementar sistemas de informação é a busca por padronização de
tarefas, o que resulta em melhorias no desempenho e na produtividade do trabalho.
Por outro lado, os usuários estão cada vez mais experientes em tecnologia, possuindo fácil
acesso a soluções baseadas na web e a ferramentas de computação voltadas para usuários finais
(BARKER; FIEDLER, 2013). Embora a implementação de novos sistemas e tecnologias possam
trazer vários benefícios, a questão do uso de workaround tem preocupado as organizações
(IGNATIADIS; NANDHAKUMAR, 2009). Assim, Workaround pode ser definido como
adaptações conscientes das atividades de trabalho, que são estabelecidas visando minimizar as
restrições e impedimentos percebidos pelos funcionários no uso dos sistemas de informação
(ALTER, 2014).
Workaround pode ser considerado um comportamento em que o usuário faz uso da TI e
SI de forma alternativa sem intenção de prejudicar a organização. Neste contexto, é necessário
entender os motivos pelos quais os funcionários não cumprem as políticas de segurança da
informação organizacional em relação ao comportamento workaround. A literatura aponta
diversas causas para o comportamento workaround: ele pode ser motivado pelo desconhecimento

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das funções da tecnologia, provocando uma resistência de uso (LAUMER et al., 2017), pela falta
de atributos necessários, como a qualidade do sistema e das informações disponíveis ou no
serviço de apoio ao uso que proporcione facilidade de uso e confiabilidade (PETTER et al.,
2013), uma barreira para realização efetiva e simplificada das tarefas de trabalho (ALOJAIRI,
2017) ou porque as informações necessárias são limitadas (HUUSKONEN; VAKKARI, 2013).
Entretanto, não foi identificada nenhuma pesquisa que buscasse entender os fatores humanos
envolvendo este comportamento. Acredita-se que fatores emocionais podem levar ao
comportamento workaround. Assim, este ensaio teórico centra-se em uma teoria particular para
prever o comportamento workaround no local de trabalho: a Teoria dos Eventos Afetivos.
A Teoria dos Eventos Afetivos formulada por Weiss e Cropanzano (1996) objetiva
explicar como os trabalhadores reagem emocionalmente aos eventos que acontecem no trabalho e
como isso impacta nas suas atividades ou desempenho. Tillman et al. (2018) afirmaram que os
eventos relacionados ao trabalho são os mecanismos pelos quais os estados afetivos surgem e
levam a um comportamento. Assim, quando um funcionário percebe que algum evento no
trabalho o impede de realizar suas atividades ele poderá ter uma ou mais reações afetivas e estes
levarem ao comportamento workaround.
Segundo Yang et al. (2012) e Alter (2014) um número reduzido de estudos exploraram
como e porque o comportamento workaround pode influenciar o uso de um sistema. Em vez
disso, a maioria das pesquisas apenas oferece evidências empíricas, sem fornecer explicações
teóricas abrangentes. Ademais, Roder et al. (2016) afirmam que a literatura existente sobre o
comportamento workaround não ofereceu um trabalho teórico coerente e cumulativo,
impossibilitando o avanço empírico sobre o tema. Desta forma, a busca por respostas a diversos
questionamentos, discussões, subsídios teóricos que permitam uma reflexão mais profundada
sobre o tema, como se propõe um ensaio teórico (MENEGHETTI, 2011), tornam-se necessários
em relação ao comportamento workaround.
Tendo em vista o exposto, este ensaio teórico organiza-se de forma a solucionar diversos
questionamentos relacionados a Teoria dos Eventos Afetivos e ao comportamento workaround,
como por exemplo: quais os antecedentes do comportamento workaround? Quais eventos no
ambiente de trabalho podemos considerar como motivadores de reações afetivas que levam ao
comportamento workaround? Quais são estas reações positivas e negativas? E, a partir destes,
construir a discussão teórica que permitam a apresentação de um modelo conceitual e
proposições a cerca dos temas.

2 DEFINIÇÕES E DISCUSSÕES TEÓRICAS

2.1 COMPORTAMENTO WORKAROUND

Implementar um sistema de informação pode ser algo benéfico para a organização,


contudo o grau de utilização por parte dos funcionários vai depender de diversos fatores, como a
satisfação com o uso do sistema, com o nível de suporte atribuído ou, até mesmo, com fatores
pessoais do usuário de TI. No nível organizacional, os benefícios que uma organização espera ao
implementar um SI diminuem quando são estabelecidas soluções alternativas (workaround) por
parte dos funcionários (PETRIDES et al., 2004).
Workaround são utilizações do sistema que se desviam de políticas e processos prescritos;
podendo ser soluções planejadas, quando o sistema não atende às necessidades do negócio, ou
soluções alternativas não planejadas para atender a uma necessidade imediata e localizada

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(DRUM et al., 2017). Quando o usuário decide utilizar uma solução alternativa ele manifesta um
comportamento de uso, assim quando se fala de workaround, pode se considerar o aspecto
comportamental (comportamento workaround) ou apenas o tipo de solução alternativa em si
(workaround).
Os gestores das organizações acreditam que o comportamento workaround é manifestado
por meio da escolha de usar uma solução alternativa, sendo composto por práticas temporárias
com o entendimento de que estas devem diminuir ao longo do tempo. Contudo, evidências
crescentes sugerem que essas práticas, de fato, aumentam ao longo do tempo ao invés de
desaparecerem (AZAD; KING, 2012).
Gasser (1986) foi um dos primeiros autores a estudar o comportamento de uso dos
sistemas após a sua implementação. Seu estudo contemplou situações em que o sistema de
informação não atendeu aos processos e requisitos da tarefa de trabalho, uma situação que ele
chamou de deslizamento computacional e que leva ao uso de soluções alternativas. Assim, o
conceito de workaround na área de SI foi definido, inicialmente, por Courtright et al. (1988)
como procedimentos fora dos padrões utilizado pelos usuários/operadores para compensar
deficiências dos sistemas de informação. Posteriormente, outros autores trouxeram novas
definições para o comportamento workaround, sendo entendido como métodos informais para
compensar a incapacidade de se obter dados necessários ou a capacidade de usar processos
alternativos para evitar um bloqueio percebido no fluxo de trabalho, havendo a possibilidade do
uso de uma extensão ou um recurso não existente no sistema utilizado (PETRIDES et al., 2004;
HALBESLEBEN et al., 2010).
Recentemente autores como Alter (2014) e Malaurent e Avison (2015) conceituaram o
comportamento workaround como a decisão dos funcionários de adaptar e improvisar o SI da
empresa de forma que possibilite superar anomalias e restrições encontradas que não possibilitam
que o trabalho seja realizado de forma completa e efetiva. Na visão dos usuários, o
comportamento workaround permite superar os procedimentos e questões impactantes no
trabalho sendo composto por práticas temporárias (ALTER, 2014). Entretanto, muitas vezes, a
organização não está ciente que os funcionários estão aderindo a outras soluções para realização
do trabalho. O comportamento workaround pode ocasionar em resultados distintos para os
funcionários e para a organização, pois a adoção de soluções alternativas são características das
necessidades e habilidades individuais do usuário e o resultado de sua adoção pode não ser
desejado pela organização (DRUM et al., 2015).
Para que o sistema da empresa seja utilizado os funcionários necessitam identificar as
características desejáveis para realização do seu trabalho, por exemplo, a qualidade da
informação e do sistema. Um funcionário que não encontra determinados atributos no sistema irá
recorrer ao uso de workaround, acreditando ser a melhor forma de superar os obstáculos
identificados no sistema (LAUMER et al., 2017). Muitas empresas adotam sistemas empresarias
acreditando ser a melhor forma de simplificar as operações e melhorar a tomada de decisões por
meio do acesso às informações. Porém, na visão dos funcionários, nem sempre o sistema supri
todas as suas necessidades, levando-os a recorrerem a outros meios para realizar seu trabalho,
podendo utilizar outros softwares ou recursos, como o editor de planilhas eletrônicas “Excel”.
Ferneley e Sobreperez (2005) afirmam que o comportamento workaround pode ser divido
em três grupos: Workarounds de impedimento que ocorrem quando a adoção de soluções
alternativas é motivada pelo uso de um sistema visto como demorado, oneroso ou difícil, não
havendo descontentamento específico associado ao sistema, mas o usuário percebe que o sistema
é oneroso; podem ser inseridos dados parciais, dados aproximados ou não cumprir totalmente o

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procedimento. Workarounds inofensivos ocorrem quando os usuários não usam o sistema da


maneira prescrita e pré-estabelecida, mas suas soluções alternativas não afetam o fluxo de
trabalho ou a precisão dos dados capturados. E, por último, workarounds essenciais que são
aquelas soluções consideradas críticas ou vitais pela força de trabalho, mesmo que elas não sigam
os procedimentos.
Haag e Eckhardt (2017) consideraram a existência de três maneiras de uso de
workaround: soluções alternativas não baseadas em TI, por exemplo, utilizando dados em papel.
Soluções alternativas de maneira inesperada, os usuários podem redirecionar a TI da organização
ou aprovar uma TI pessoal. O terceiro tipo de solução alternativa é o uso de shadow IT, composto
pelo uso de tecnologias não autorizadas. Entretanto, os autores deixam claro que nem sempre
uma shadow IT pode significar um comportamento alternativo, a shadow IT será um tipo de
workaround apenas quando for utilizada para superar um obstáculo encontrado.
Com relação ao impacto na organização, o comportamento workaround é visto, na
maioria das vezes, como algo negativo, contudo, alguns autores trazem aspectos benéficos da
manifestação desse comportamento. Do ponto de vista positivo, o comportamento workaround é
considerado parte normal de um processo de implementação de um SI e, como tal, fornece fontes
de melhorias futuras (SAFADI; FARAJ, 2010). Ele pode ser muito mais do que atos de
resistência e sim, de fato, soluções necessárias para apoiar a realização de atividades (AZAD;
KING, 2012).
Do ponto de vista negativo, este comportamento pode gerar riscos, ineficiência ou erros e
pode ter impacto nas atividades subsequentes do trabalho, por exemplo, quando os erros chegam
a ser entregues (BOUDREAU; ROBEY, 2005; GASPARAS; MONTEIRO, 2009). Embora,
muitas vezes, o comportamento workaround seja manifestado por meio de práticas temporárias
para lidar com problemas imediatos, há evidências de que essas práticas alternativas podem se
tornar formas permanentes de uso (AZAD; KING, 2012; ORLIKOWSKI, 2000).
Por outro lado, o campo favorável sugere o comportamento workaround como fontes
essenciais para analisar e aprender políticas, procedimentos e questões impactantes no trabalho
(ALTER, 2014). Na visão dos funcionários, o uso de workaround é essencial e possibilita realizar
as tarefas de forma completa e efetiva. Entretanto, a organização vê o comportamento
workaround como prejudicial para a organização pelo contexto de segurança. No nível
organizacional, os benefícios que uma organização espera ao implementar um SI diminuem
quando são estabelecidas soluções alternativas por parte dos funcionários (PETRIDES et al.,
2004). Nos resultados da pesquisa de Cresswell e Kathrin (2017) os autores identificaram que o
uso de workaround resultou em novos riscos, como atraso no acesso a informações ou
dificuldade em encontrar dados e informações.
Devido ao impacto negativo que o comportamento workaround pode gerar nas
organizações e por ele estar presente diariamente no trabalho, várias pesquisas foram
desenvolvidas com o objetivo entender o que leva ao uso de workaround, assim as causas
apontadas variam entre os autores. Laumer et al. (2017) apontam que o uso de workaround pode
ser motivado pelo desconhecimento das funções da tecnologia, provocando uma resistência de
uso. Petter et al. (2013) justificam o uso de workaround pela falta de atributos necessários, como
a qualidade do sistema e das informações disponíveis ou no serviço de apoio ao uso que
proporcione facilidade de uso e confiabilidade, sendo, de acordo com Alojairi (2017) uma
barreira para realização efetiva e simplificada das tarefas de trabalho. Huuskonen e Vakkari
(2013) ainda incluem a limitação de informações disponíveis como influenciadores do
comportamento workaround.

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Assim, como é uma ação comportamental partiremos para a perspectiva do que leva ao
comportamento de uso de workaround¸ para isso analisaremos como aspectos emocionais podem
motivar o comportamento workaround. Nesta linha de pensamento, apresenta-se a seguir
principais teóricos e aspectos sobre a Teoria dos Eventos Afetivos (TEA).

2.2 TEORIA DOS EVENTOS AFETIVOS

A Teoria dos Eventos Afetivos ou do inglês: Affective Events Theory - AET (WEISS;
CROPANZANO, 1996) nasceu com o propósito de explicar a relação entre as reações
emocionais dos empregados e eventos no ambiente de trabalho. Ela postula que estes eventos
momentâneos causam reações positivas e negativas, caracterizados por um conjunto de emoções
que levam a diferentes atitudes.
Além disso, o ambiente de trabalho, apresentado na Figura 1 como work features, pode
representar um conjunto de características e fatores concretos ou abstratos do ambiente de
trabalho, como por exemplo: características do trabalho ou função, pagamentos, oportunidades de
promoção ou crescimento, dentre outras. Essas características são percebidas de forma diferente
pelos colaboradores da organização, que reagem de forma diferente a cada evento, levando-se em
conta estas características em complemento com seus objetivos pessoais e valores (HERZBERG,
1959).
Para a TEA, as reações ou estados afetivos são avaliações da ocorrência de eventos
específicos acumulados em determinado período de tempo. Isso significa que as reações efetivas
são emoções relacionadas aos eventos agradáveis (positivos) ou desagradáveis (negativos)
(WEISS; CROPANZANO, 1996). A Figura 1 ilustra de forma detalhada a teoria:

Figura 1: Modelo da Teoria dos Eventos Afetivos

Fonte: Weiss e Cropanzano (1996).

Para Gray e Watson (2001) as emoções geralmente são consideradas sistemas de respostas
que são ativados a estímulos específicos, assim a emoção não é despertada sem um motivo. Os
estados afetivos são capazes de influenciar as atitudes no trabalho, fazendo com que tanto as
atitudes quanto os estados afetivos determinem as respostas comportamentais (OHLY;
SCHMITT, 2015). Por exemplo, o tempo pode ser considerado um parâmetro importante ao

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examinar o afeto e a consequente satisfação (WEISS; CROPANZANO, 1996), já que muitas


vezes o tempo para terminar determinada tarefa é curto e a pressão da gerência é grande fazendo
com que o funcionário fique desmotivado e consequentemente insatisfeito com o trabalho. As
pessoas podem sentir-se zangadas, frustradas, orgulhosas ou alegres e essas reações diferentes
têm implicações comportamentais distintas (WEISS; CROPANZANO, 1996).
Para entender mais detalhadamente as emoções que compõe as reações afetivas, Weiss e
Cropanzano (1996) elencam uma série de palavras que ajudam os pesquisadores a identificarem
quando uma reação afetiva é considerada negativa e quando é considerada positiva. Segundo os
autores, uma reação positiva pode ser representada pelo indivíduo, basicamente, como bons
sentimentos (alegria, exaltação, prazer, entusiasmo...). Já uma reação negativa é expressa por
sentimentos ruins (raiva, tormento, desapontamento, dentre outros...). A Figura 2 apresenta de
forma organizada as emoções:

Figura 2: Organização Semântica das Palavras que Representam as Emoções

Fonte: Adaptado de Weiss e Cropanzano (1996).

Assim, o pressuposto central da teoria dos eventos afetivos é de que um evento ocorre e
este desencadeia um sentimento, estado afetivo, positivo ou negativo que resultará num
comportamento. A resultante do sentimento está ligada a satisfação e motivação no trabalho,
assim sentimentos positivos levam a um desempenho superior, enquanto sentimentos negativos
estão relacionados a um desempenho inferior. Tillman et al. (2018) apontam que o estado afetivo
possui uma ligação direta com os resultados, atitudes e comportamentos do trabalho. Desta
forma, o comportamento workaround pode ser motivado por diversos fatores e seu uso é
frequentemente para superar um obstáculo encontrado na realização de uma tarefa de trabalho.
Assim, este obstáculo pode ser, por exemplo, um evento que leva um estado emocional.

3 RELAÇÃO DO COMPORTAMENTO WORKAROUND COM A TEORIA DOS


EVENTOS AFETIVOS

Quando analisa-se as pesquisa sobre workaround vários fatores demonstram estar


relacionados com este comportamento. Laumer et al. (2017) apontam que o uso de workaround
pode ser motivado pelo desconhecimento das funções da tecnologia, provocando uma resistência
de uso. Petter et al. (2013) justificam o uso de workaround pela falta de atributos necessários,
como a qualidade do sistema e das informações disponíveis ou no serviço de apoio ao uso que
proporcione facilidade de uso e confiabilidade, sendo, de acordo com Alojairi (2017) uma
barreira para realização efetiva e simplificada das tarefas de trabalho. Huuskonen e Vakkari
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(2013) ainda incluem a limitação de informações disponíveis como influenciadores do


comportamento workaround.
Assim, quando um funcionário percebe que o sistema não supri as suas necessidades, ou
algum outro fator impede de realizar suas atividades de trabalho ele poderá ter um sentimento
negativo e este levar a um comportamento de uso de uma solução alternativa. A Teoria dos
Eventos Afetivos considera a estrutura das reações afetivas tão importante quanto a estrutura dos
ambientes (WEISS; CROPANZANO, 1996), tendo como objetivo explicar como os
trabalhadores reagem emocionalmente aos eventos que acontecem no trabalho e como isso
impacta no seu trabalho.
Na pesquisa de Savoli, Addas e Fagnot (2016) um dos pontos analisados foi a
preocupação dos gestores com o excesso de segurança em um ambiente de saúde, pelas possíveis
consequências, como evocar emoções negativas nos usuários em relação ao sistema, levando ao
aumento da insatisfação e consequente incidência de práticas de workaround, que podem levar ao
uso ineficaz do sistema e, eventualmente, pode colocar a saúde dos pacientes em risco. Assim, as
políticas segurança da informação rígidas podem ser consideradas um evento capaz de provocar
emoções negativas que influenciam um comportamento alternativo, que é, predominantemente,
considerado um comportamento de risco no setor de saúde. Segundo Burns et al. (2015) a criação
de fluxos de trabalho alternativos entre os profissionais de saúde não assegura as práticas de
segurança da informação e a privacidade do paciente, particularmente quando envolvem decisões
de gerenciamento de informações (por exemplo, armazenamento de informações, recuperação e /
ou transmissão de dados dos pacientes). Neste contexto, percebe que o que motivou o
comportamento workaround foi um sentimento negativo decorrente do excesso de segurança.
Reiz e Gewald (2016) afirmam que os profissionais da saúde que se encontrar insatisfeitos com o
sistema tendem a encontrar maneiras de evitar trabalhar com ele.
Analisando sob outra perspectiva, Laumer et al. (2017) afirmaram que o uso do sistema da
empresa está ligado a satisfação do usuário e o grau de utilização por parte dos funcionários vai
depender de diversos fatores, como o nível de suporte atribuído. A falta de suporte é um evento
que ocorre e que leva a um sentimento de insatisfação que resulta no comportamento
workaround. De acordo com Vaezi (2016) a satisfação dos usuários com os sistemas de
informação é um importante indicador do sucesso do SI, ou seja, quanto mais satisfeito o usuário
estiver com o sistema, menos propenso ele estará de adotar o comportamento workaround.
Polites e karahanna (2012) corroboram afirmando que a adoção de soluções alternativas indica
que as organizações ainda são desafiadas pela insatisfação do usuário.
Assim, usando a Teoria dos Eventos Afetivos (TEA) como referencial teórico, acredita-se
que o comportamento workaround está associado às reações afetivas dos usuários de TI que
ocorrem por algum evento no trabalho. Pelled e Xin (1999) afirmaram que as reações afetivas
têm se mostrado boas preditoras do comportamento dos funcionários. Recentemente este
pressuposto foi confirmado por Tillman et al. (2018) que afirmaram que os eventos relacionados
ao trabalho são os mecanismos pelos quais os estados afetivos surgem e levam a
comportamentos. Segundo Weiss e Cropanzano (1996) para uma pessoa experimentar uma
emoção, algum evento no ambiente do indivíduo deve ser avaliado. Tendo em vista isto, antes de
tudo, é necessário o entendimento de quais eventos no ambiente trabalho podem anteceder o
comportamento workaround. Ademais, quais as reações afetivas, sejam elas positivas ou
negativas, estão relacionadas a este comportamento. Para isso, analisaram-se estudos anteriores
que identificaram as principais causas e reações do comportamento workaround.

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Na pesquisa de Laumer et al. (2017), por exemplo, o autor argumentou que os principais
motivos que podem levar ao comportamento workaround são a satisfação do usuário com a TI
empregada ou as práticas de gestão. Como na visão da organização o comportamento
workaround pode gerar riscos de segurança, é comum os autores buscarem entender o que pode
levar ao comportamento workaround, buscando minimizar o impacto negativo que o uso
alternativo pode trazer para organização. Uma das principais razões identificadas para a
manifestação deste comportamento é busca por minimizar as restrições encontradas na TI
disponível da empresa para realização efetiva das tarefas de trabalho (PINTO; MAÇADA;
MALLMANN, 2018).
Assim, o uso de workaround pode ser necessário para os usuários realizarem suas tarefas
no trabalho (AZAD; KING, 2012) e facilitar a interação do usuário no caso de um SI mal
planejado (FERNELEY; SOBREPEREZ, 2006). Muitas vezes o uso de workaround ocorre
porque a tecnologia não se encaixa nas realidades e contingências do trabalho cotidiano (ALTER,
2014). Em uma recente revisão de literatura sobre o comportamento workaround (PINTO;
MAÇADA; MALLMANN, 2018) os autores identificaram que diversos artigos utilizaram lentes
teorias nos estudos sobre workaround para fundamentar argumentos ou para ilustrar uma ligação
do tema proposto com uma teoria. Dentre as teorias foi comum aparecer estudos que utilizaram
teorias envolvendo adoção e aceitação de tecnologias, como a:Unified theory of acceptance and
use of technology e Technology acceptance model, além do Modelo de Sucesso de DeLone e
McLean. Laumer et al. (2017) utilizou os construtos de qualidade do modelo de DeLone e
McLean e validou uma escala para mensurar o comportamento workaround. Já Drum,
Pernsteiner e Revak (2016, 2017) utilizaram apenas a dimensão qualidade da informação contábil
no contexto de sistemas de informação SAP.
Assim, em consonância com a literatura, os eventos foram definidos de acordo com
aspectos tecnológicos, organizacionais e humanos. Para identificar os eventos foram consultadas
diferentes teorias de adoção e aceitação de TI, bem como frameworks relacionados a aspectos
comportamentais de forma a selecionar aqueles que se enquadram como possíveis antecedentes
do comportamento workaround. Assim, para definir os eventos no trabalho foram utilizados
alguns construtos do TAM, do framework TOE, do modelo de sucesso de DeLone e McLean e do
livro de Herzberg. Vale ressaltar que outras teorias não foram utilizadas por não apresentarem
aspectos tecnológicos e organizacionais que mostrassem ser possíveis eventos preditores do
comportamento workaround.
Primeiramente foi consultado o modelo de aceitação de tecnologia (Technology
Acceptance Model) – TAM, originário de Davis (1986) que postulou que a utilidade percebida e a
facilidade de uso percebida determinam a intenção de um indivíduo de usar um sistema. Ele
explica a intenção comportamental dos usuários relacionados à adoção e uso de TI em uma ampla
variedade de contextos (HONG et al., 2006). Posteriormente foi consultado o Modelo de Sucesso
de DeLone e McLean (2002) que abrange diferentes perspectivas de avaliação do sucesso dos SI.
Segundo os autores um sistema pode ser avaliado em termos de qualidade da informação, sistema
e serviços afetando diretamente na intenção de usar ou não o sistema.
Diferente das outras teorias mencionadas acima, o framework TOE define diferentes
fatores que são relevantes em diferentes contextos (BARKER, 2012). Segundo Tornatzky e
Fleiscer (1990) o framework TOE identificou três aspectos do contexto de uma empresa, tais
quais: contexto tecnológico, organizacional e ambiental. O contexto organizacional refere-se às
características e recursos da firma, incluindo o tamanho da firma, o grau de centralização, o grau
de formalização, a estrutura gerencial, os recursos humanos, a quantidade de recursos de folga e

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os vínculos entre os empregados (DEPIETRO; WIARDA; FLEISCHER, 1990). Assim, para


selecionar os fatores organizacionais este estudo usou por base (BAKER, 2012) que apresenta em
sua pesquisa um sumário de estudos que utilizaram o Framework TOE.
Em complemento com os eventos já descritos, Herzberg (1959) postula que as reações
afetivas, sejam elas negativas ou positivas, basicamente são dependentes do conjunto de valores e
objetivos de cada ser humano, cada colaborador da organização. O autor ainda descreve como
alguns motivadores do ambiente organizacional, que podem interferir na percepção do indivíduo
em relação a um evento e na ocorrência de determinados eventos: o seu interesse pelo trabalho ou
tarefa e a possibilidade de crescimento. O autor ainda afirma que o desempenho no trabalho
depende muito da forma como os funcionários percebem seus empregos. Tendo em vista os
conceitos e principais estudos relacionados ao comportamento workaround, consideramos neste
estudo estes dois motivadores como sendo o conjunto de fatores humanos, em complemento com
os fatores tecnológicos e organizacionais que podem levar a reações afetivas e,
consequentemente, ao comportamento workaround.
Assim, a partir das teorias e literatura revisitada, o Quadro 1 mostra os eventos
selecionados neste estudo, bem como os respectivos fatores originários das referências listadas a
baixo.

Quadro 1: Eventos e seus respectivos fatores


Evento Fator Referência

Qualidade do sistema Delone and McLean IS success model


Qualidade da informação Delone and McLean IS success model
Tecnológico Qualidade do serviço Delone and McLean IS success model
Facilidade de uso Technology acceptance model (TAM)

Utilidade percebida Technology acceptance model (TAM)


Complexidade da infraestrutura Technology-organization-environment
de TI framework (TOE)
Suporte de alta gerência Technology-organization-environment
framework (TOE)
Organizacional Competência técnica Technology-organization-environment
framework (TOE)
Obstáculos gerenciais Technology-organization-environment
framework (TOE)
Possibilidade de crescimento Herzberg (1959)
Humano
Interesse pelo trabalho/ tarefa Herzberg (1959)
Fonte: Desenvolvido pelos autores

Tendo em vista a discussão entre conceitos e teoria, apresenta-se a seguir o modelo


conceitual proposto para o estudo dos antecedentes do comportamento workaround, com o
suporte da Teoria dos Eventos Afetivos.

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4 MODELO CONCEITUAL E PROPOSIÇÕES

Tendo em vista o exposto em relação ao comportamento workaround e a Teoria dos


Eventos Afetivos, apresenta-se o modelo conceitual e as proposições desenvolvidas. Foram
levadas em conta as pesquisas anteriores sobre os conceitos e teorias, além dos diversos
questionamentos apresentados anteriormente em relação à ligação da TEA com o workaround.
Com relação à Teoria dos Eventos Afetivos a formulação original da teoria mostra que
determinados eventos desencadeiam estados emocionais positivos e negativos levando a um
consequente comportamento. Aplicando a teoria ao contexto do comportamento workaround,
neste ensaio propõem-se três eventos, tais quais: tecnológicos, organizacionais e humanos. Cada
um destes eventos é composto por uma série de fatores que ajudam a identificar possíveis
antecedentes do comportamento workaround que levam a diferentes emoções. Como visto nas
seções anteriores alguns estudos sobre o comportamento workaround abordaram alguns fatores
para explicar o uso de soluções alternativas, como é o caso do estudo do Laumer et al. (2017) que
estudou alguns fatores tecnológicos, contudo não foram observados outros aspectos.
A fim de ilustrar o pensamento aqui exposto, a Figura 3 apresenta o modelo conceitual:

Figura 3: Modelo Conceitual

Fonte: Elaborado pelos autores.

Tendo em vista o modelo apresentado, ademais a discussão apresentada, algumas


proposições fazem-se necessárias. A fim de exemplificar e ilustrar todas as proposições e autores
que contribuíram para a sua elaboração, apresenta-se o Quadro 2:

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Quadro 2: Proposições do Estudo


# Proposição: Autores:

Os eventos tecnológicos no trabalho estão Weis e Cropazano (1996), Davis (1986), Alter
P1 relacionados com as reações afetivas negativas. (2014), Laumer et al. (2017).

Os eventos organizacionais no trabalho estão Weis e Cropazano (1996), Tornatzky e Fleischer


P2 relacionados com as reações afetivas negativas. (1990), Depietro, Wiarda e Fleischer (1990),
Alter (2014), Laumer et al. (2017).

Os eventos humanos no trabalho estão Weis e Cropazano (1996), Herzberg (1959), Alter
P3 relacionados com as reações afetivas positivas. (2014) Laumer et al. (2017).

Os eventos humanos no trabalho estão Weis e Cropazano (1996). Herzberg (1959), Alter
P4 relacionados com as reações afetivas negativas. (2014), Laumer et al. (2017).

As reações afetivas positivas antecedem o Weis e Cropazano (1996), Alter (2014), Laumer
P5 comportamento workaround. et al. (2017).

As reações afetivas negativas antecedem o Weis e Cropazano (1996), Alter (2014), Laumer
P6
comportamento workaround. et al. (2017).
Fonte: Elaborado pelos autores.

Levando-se em conta as proposições e o modelo conceitual apresentado, exploram-se a


seguir algumas considerações finais. Busca-se elucidar possíveis contribuições deste estudo e
direcionamentos para pesquisas futuras.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os ensaios teóricos são importantes formas de geração de conhecimento, utilizados por


diferentes áreas: física, literatura, filosofia e pelas ciências sociais, por exemplo. Nesta última, os
ensaios são amplamente utilizados com o objetivo de produzir reflexões sobre os acontecimentos
mais relevantes de determinada época. As reflexões a cerca de determinado tema e teorias
instigam os leitores a tirar suas próprias conclusões (MENEGHETTI, 2011).
Com este pensamento em mente, este estudo buscou a discussão teórica entre o
comportamento workaround e a Teoria dos Eventos Afetivos tendo em vista uma série de
questionamentos apresentados anteriormente. Com base na revisitação da literatura foi possível
elencar uma série de fatores que demonstram a pouca, ou quase nula, exploração dos fatores
humanos (psicológicos e emocionais) que levam os funcionários ao comportamento workaround.
Além disso, foram revisitadas teorias de adoção e aceitação de TI, bem como frameworks
relacionados a aspectos comportamentais de forma a selecionar diferentes fatores tecnológicos e
organizacionais que se enquadrem como possíveis antecedentes do comportamento workaround.
Ademais, nenhum estudo anterior relacionou a teoria dos eventos afetivos com workaround,
buscando entender como os indivíduos reagem emocionalmente aos eventos afetivos e como os
sentimentos podem levar ao comportamento workaround. Neste contexto, é necessário entender
os motivos pelos quais os funcionários não cumprem as políticas de segurança da informação
organizacional em relação ao comportamento workaround, já que este pode apresentar prejuízos
para organização que pode não desejar este comportamento.

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Este estudo trouxe uma série de pressupostos que possibilitam a identificação de


determinados eventos e reações afetivas relacionadas ao comportamento workaround que podem
servir como direcionamento para novos estudos dentro da área de SI. Principalmente levando-se
em conta os eventos no ambiente de trabalho e as reações afetivas como antecedentes do
comportamento workaround, instigando os pesquisadores a analisarem estes fatores com mais
atenção. Permitindo também, diferentes contribuições às organizações, como por exemplo: como
melhor praticas organizacionais, características dos sistemas de informação e a percepção do
colaborador em relação a seu trabalho e possibilidades de crescimento, a fim de evitar, ou
minimizar, o comportamento workaround.

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