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Para a educação clássica, Platão afirmou que a matemática deveria ser a primeira
matéria de educação:
Esta defesa oriunda da ideia de que a matemática é uma disciplina que deveria ser
estudada por si só, pelo bem que ela propicia a alma do ser humano, pela capacidade de
mostrar que existe uma verdade e que nós podemos conhecer. Para Aristóteles, a
matemática tem uma capacidade inerente de tentar mostrar a existência de uma verdade
e que nós podemos conhecer. E buscar a verdade, educar para a verdade, para
conhecer o que de fato é real, esse é o objetivo final da educação: levar o homem a
uma circunstância, a um conhecimento que ele não chegaria se não fosse pelo
ensino e estudo.
Uma das causas advém do fato do ensino atualmente ser segmentado entre matérias de
exatas versus humanas, como se fosse de fato possível separar as disciplinas, ou a vida,
dessa forma. Não o é, a vida, assim como o estudo é articulação entre os saberes. E uma
das consequências de se desarticular esses saberes é perder o encantamento pela
aprendizagem. Além disso, o ensino atualmente carece de uma sistematização de uma
instrução clara do que as pessoas precisam fazer, o caminho que precisam e o que
precisam aprender para dominar os saberes. Isso acaba por causar desconforto e
desinteresse ao aprender. Ao contrário do que deveria acontecer; para aprender as
pessoas precisam querer aprender e ainda que crianças pequenas tenham um querer
ainda em formação, elas podem ser conduzidas a querer aprender através de um
professor engajado ao ensinar, que sabe o que ensinar e que segue uma sistematização
para tal. Este cenário faz com que, atualmente as crianças percam, sobretudo os
benefícios de uma verdadeira aprendizagem, que no caso da matemática lhe conduz a
dificuldade em reconhecer a verdade dos fatos.
E esse conhecimento deve ser estimulado desde cedo, tão logo a criança inicie a pré-
alfabetização, considerando que há uma notável convergência entre os processos de
Além disso, quanto antes propiciarmos um ensino explícito da matemática para todas as
crianças, mais cedo conseguiremos identificar e intervir em possíveis dificuldades de
aprendizagem na matemática e não precisaremos esperar até seus 15-16 anos para
constatar a partir de avaliações internacionais, como o PISA, que o ensino-
aprendizagem da matemática não vai bem. Pois, segundo Haase (2021) as origens das
dificuldades com a matemática na adolescência e idade adulta podem ser identificadas
desde o início da trajetória de desenvolvimento individual. Déficits nas habilidades
matemáticas informalmente adquiridas antes ou na pré-escola são preditivos de
dificuldades persisntentes na aprendizagem dessa disciplina que se estendem dos anos
iniciais do Ensino Fundamental até a adolescência.
Domínio da transcodificação;
Cálculos escritos;
Cálculo por aproximação;
Raciocínio aritmético;
Fluência matemática: velocidade, depois de aprender um conceito que já
dominou.
Importante ressaltar que as faixas etárias indicadas servem apenas como uma referência,
pois o que tem acontecido atualmente é que crianças de terceiro, quarto ano ou mais do
ensino fundamental se encontram "presas" ao conhecimento básico, aquilo que não é
necessário uma instrução explícita, como por exemplo, dominam bem o senso numérico
mas se perdem ao estabelecer contagem e cálculos. Desta forma, é necessário retornar
para as habilidades básicas que, teoricamente, crianças dos 4 aos 6 anos deveriam
dominar. Portanto, isso demonstra que para aprender, não se trata de uma questão de
idade mas do desenvolvimento ou não de habilidades. E para isso o ensino precisa ser
bem ordenado e seguir uma ordem de progressão.
Referências