CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

BACHARELADO EM DESIGN DE MODA

AMANDA MANFREDI CUSTÓDIO ARDITTI

LEONARDO VIANA TENÓRIO
LIVIA RUBIO DE OLIVEIRA
MARIA EDUARDA SOUZA AMARAL
MARINA ABRÃO MONTEIRO DE BARROS

Orientador: Prof. Mestre Otávio Pereira Lima

A MITOLOGIA GREGA NO DIREITO

Palácio da Justiça

São Paulo
2023
DESCRIÇÃO SOBRE O PIME
O Projeto de Integração Multidisciplinar Extensionista (PIME) incentiva o uso de todas as
propriedades exercidas em outras matérias na confecção de um produto juntamente de um artigo
cumprindo as normas ABNT que elabora o procedimento metodológico dos alunos desde a escolha
de um tema e público alvo até a descrição técnica do ensaio e do resultado das peças. Além disso, o
PIME visa conciliar os projetos com a urgência de resgatar a importância da cultura e arte pelo
Centro Histórico de São Paulo, que sofre um apagamento devido às circunstâncias que sofre
atualmente com a criminalidade e a falta de envolvimento geral para manter essa região viva e rica.
Nesse semestre, o PIME tem como enfoque as vivências na Sé, que será o fator motivador
para o projeto de design de moda, de modo que elegeremos um público alvo pertencente a essa
região e questionaremos que mudanças são necessárias para melhorar os vestíveis que eles portam.
Adicionalmente, o Tema da Coleção será motivado por outro elemento que também pertença a essa
região ou seja relacionado.

HISTÓRICO DO LOCAL
O município de São Paulo foi fundado no ano de 1554 com a construção do primeiro
colégio Jesuíta da cidade, o Pateo do Collegio. Localizado no bairro da Sé, a construção mais
antiga da região incentivou a migração de religiosos para o local, porém o crescimento
populacional em massa se deu em 1913 após a fundação da primeira igreja da capital, conhecida
como Catedral da Sé (originalmente Catedral Metropolitana Nossa Senhora Assunção e São
Paulo). O monumento histórico se encontra próximo à praça da Sé a ao Marco Zero, importante
ponto em São Paulo, fundado em 1933 com o objetivo de auxiliar na enumeração das vias públicas
do estado.

Com sua trajetória ligada ao estado de São Paulo, o Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo (TJSP) situa-se próximo à catedral da Sé, entre a Praça da Sé, a Praça Clóvis Bevilacqua e a
Praça João Mendes JR. Trata-se de uma instituição fundamental no sistema judiciário brasileiro,
que tem como objetivo resolver problemas da sociedade preservando os direitos humanos e sociais
por meio de processos e outros meios. A maioria das ações concebidas são civis (questões
familiares, financeiras, ligadas ao consumo, entre outros).
A história do TJSP teve início durante o período imperial, mais precisamente no ano de
1874, quando foi criado o Tribunal da Relação de São Paulo e Paraná, local fundamental para
consolidar a organização judiciária da região.
No entanto, foi apenas em 1891, com a promulgação da primeira Constituição da
República, que se estabeleceu definitivamente o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com
competência para julgar questões relativas ao direito estadual. Ao longo do século XX, com o
aumento demográfico, o tribunal passou por mudanças na sede e fez-se necessária a construção de
um novo local para abrigar novas questões judiciais e demandas da sociedade, que até o momento
eram tratadas em locais espalhados pelo centro da cidade.
A maior parte dos operários responsáveis pela construção da nova sede eram imigrantes
italianos e espanhóis. São mais de 42.000 m² de construção compostos por materiais nobres como
mármore de Carrara, granito rosa, mármore português, além de madeira de Jacarandá, metais e
vidro. O Palácio da Justiça de Roma foi centro de inspirações, com diversos ornamentos clássicos,
barrocos e símbolos do poder judiciário, como a deusa Themis da Mitologia Grega, presente em
um dos vitrais.
 Em dezembro de 1981 o monumento foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão responsável pela
proteção e valorização dos patrimônios brasileiros.
Hoje, o Tribunal de Justiça de São Paulo é considerado o maior do mundo em volume de
processos e número de magistrados. Sua importância é inquestionável na manutenção do Estado de
Direito e na busca pela justiça em uma das unidades federativas mais populosas e economicamente
importantes do país.

VIVÊNCIA NA REGIÃO E PÚBLICO ALVO

Painel da persona

Na direita do painel, se nota duas construções, o Ministério Público do Estado de São

Paulo e o Palácio da Justiça, que é frequentado por muitos advogados, juízes, promotores,
delegados, estagiários e outros profissionais do ramo de Direito. Eles costumam se vestir de
maneira formal e carregam malas com, principalmente, documentos e notebooks. Além disso,
temos uma imagem da linha azul, que muitos desses trabalhadores usam para se locomover e
chegar à Sé. Por fim, o vitral da Deusa Têmis, Deusa da Justiça na mitologia grega que é usada
como símbolo do Direito, pertence ao Palácio da Justiça.

MITOLOGIA GREGA

A Grécia antiga foi uma civilização politeísta, que acreditava em deuses antropomórficos,
que lutavam, odiavam, amavam e se casavam. Os deuses também tinham relações com humanos,
assim gerando os semideuses (heróis). A mitologia grega se originou a partir dos mitos e relatos
fantasiosos sobre os deuses e heróis, buscando explicar a origem da vida, fenômenos da natureza e
outros assuntos.
Têmis

Filha de Urano (céu) e Gaia (terra), Têmis é o produto do espírito e a matéria, Deusa da
justiça, da lei e da ordem defendendo a verdade, equidade e humanidade colocando-as acima das
paixões humanas. É uma das deusas do Olimpo e a segunda esposa de Zeus. Têmis é representada
com os olhos vendados mostrando sua imparcialidade e uma balança com os pratos iguais,
impondo que todos os homens sejam julgados como iguais perante a lei. Além disso, em
contrapartida a balança, carrega uma espada que representa a sentença e autoridade judicial devido
à lâmina de dois gumes que pode punir cada parte, tornando executórias as suas decisões.

DIREITO

A história do direito no Brasil iniciou com a pré-colonização, ou seja, quando Portugal estava em
processo de colonização no território brasileiro. Dessa época até o brasil império, o direito era
centralizado para fortalecer a coroa portuguesa. Conforme a independência, e a tentativa de
melhorias, foi se atualizando as formas de leis e meios jurídicos, ganhando uma nova identidade.
O surgimento dos primeiros cursos jurídicos no Brasil ocorreu em 1827, sendo a universidade
federal de pernambuco e a universidade de São Paulo.

LIGAÇÃO TÊMIS E O DIREITO

Têmis ou Themis e sua ligação com direito se trata de toda a sua representação de justiça e
imparcialidade, a deusa após ser casada com Zeus, mata a Píton e se torna o próprio oráculo, sendo
a imagem da imortalidade anexada à justiça, o que há torna excepcional como metáfora ao direito,
as características de equilíbrio, neutro, inteligência e respeito são o dever de toda pessoa que
trabalha diretamente com a justiça, seja como advogado, promotor ou juiz.
Um grande exemplo é a imagem da própria, representada em nosso tribunal supervisor em Brasília.
VITRAIS

Os vitrais surgiram na Europa durante a baixa idade média (século 10) junto a arquitetura
gótica, com objetivo de representar as histórias bíblicas, em uma sociedade em que a maioria não
sabia ler, além de resolver os problemas de iluminação dentro das enormes igrejas

O vitral exposto no Palácio da Justiça em São Paulo foi produzido pelo primeiro ateliê de
vitrais no território brasileiro, fundado pelo alemão Conrado Sorgenicht em 1888, a Casa Conrado.
Essa empresa produziu 80% dos vitrais no Brasil no século XX, com mais de 600 produções, que
fazem parte de diversas edificações como o Mercado Municipal, a Catedral da Sé, Casa das Rosas,
Faculdade de Direito do Largo São Francisco e outras.
O ateliê foi administrado por três gerações de Sorgenichts até 1989, sendo o primeiro o
Conrado, que veio da Renânia ao Brasil em 1874 para se recuperar de um reumatismo que
desenvolveu depois da Guerra Franco-Prussiana. Em 1875, ele e a família foram a São Paulo abrir
um ateliê, dos quais os vidros eram importados da Europa, pois o vidro brasileiro não era de boa
qualidade. Eventualmente fizeram várias parcerias com engenheiros e arquitetos, mas a principal
parceria foi Ramos de Azevedo, que apreciava muito os vitrais dessa família.

PROCESSO CRIATIVO

Iniciamos com a pesquisa de campo na região central (sé e liberdade), através de entrevistas e
locais fomos nos aproximando de locais muito específicos da região, de primeiro contato, uma
pessoa que trabalha no Ministério Público de São Paulo, matriz central da Sé, e ao nos
interessamos pelo lugar, nos aprofundamos na história do centro com o público de direito
(advogados, promotores etc), na mesma região há o Fórum João Mendes, o campus de direito da
USP, a biblioteca também da USP e o Palácio da Justiça.
Já ambiento, era necessário conseguirmos encontrar pontos para desenvolvimentos, e as principais
questões que eram referentes a segurança local, e falta de opções desde de cores à formas.
Buscando saber mais sobre os ambientes, encontramos o vitral de Themis (grande símbolo do
direito) dentro do Palácio, que nos inspirou a encontrar maneiras de desenvolver ideias que
encaixasse com o desejo de se ter algo que seja sofisticado, porém não igual e tão padronizado.

Materiais:
Acrílico (efeito de vitral), entretela, couro sintético, pastilhas…

Esboço dos croquis

Modelo tipo carteiro/transversal (sujeitos a mudança)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SETÚBAL, Carla. Têmis: A Deusa da Justiça na Mitologia Grega JusBrasil. Disponível em
<https://www.jusbrasil.com.br/artigos/temis-themis-a-deusa-da-justica-na-mitologia-grega/
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SOUZA, Reiner. História do mundo. A fabricação dos vitrais. Disponível em
<https://www.historiadomundo.com.br/amp/idade-media/a-fabricacao-dos-vitrais.htm>. Acesso em
17 set 2023
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GONÇALVES, Daniel. Veja São Paulo - A rota dos vitrais: as obras da Casa Conrado
<https://vejasp.abril.com.br/cidades/a-rota-dos-vitrais-as-obras-da-casa-conrado>. Acesso em 20
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CARVALHO, Leandro. Mitologia grega. Brasil Escola. Disponível em
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COURT OF JUSTICE OF THE EUROPEAN UNION - CURIA. Themis Building. Disponível em
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