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Contexto Histórico para o surgimento do EIXO Existencial Humanista (duas

compreensões distintas deste momento – demandas da Psicologia e da Filosofia eram


distintas(?)).

Nas primeiras décadas do século XX, o mundo estava em crise. A filosofia também. O
mundo vivia a esperança de um mundo mais livre e mais justo, porém a descrença
política e a ideia de história como progresso abalava a possibilidade da liberdade. As
guerras, a revolução sexual, o anseio de liberdade dos povos oprimidos. Essa força
desses fatos históricos foi muito mobilizada.

A filosofia passa a incorporar as discussões sociais, éticas e existenciais desse


período*** . A falta de crença, afastamento de Deus como presença absoluta, o
homem contemporâneo sente toda solidão, percebe que constrói seu próprio destino,
e isto o angustia. Vivencia sentimentos de vazio e desamparo, e parte em busca do
sentido da Existência; o que marcaria profundamente o movimento Existencialista.

Premissa de a Existência preceder a Essência.

Os seres humanos são diferentes de todas as outras criaturas.

Os animais tem sua natureza e serão sempre guiados por eles. Não podem mudar sua
essência.

Aristóteles – A essência é o conjunto de propriedades que constituem um ser e já


estão definidos mesmo antes da sua criação. Uma cadeira serve para ser sentada
(antes de ser criado, o artesão sabe disso). A essência da cadeira está definida antes da
sua existência.

O homem constrói sua essência durante sua existência e se conclui ao final dela. A
partir das suas escolhas – liberdade INCONDICIONAL. Existência é uma construção
social (seu modo de vida e escolhas). Dispõe da vida para construir sua própria
existência

Liberdade gera responsabilidade; e que gera a angústia.

Como nossa vida não foi traçada por nenhuma entidade superior, a angústia também
será incondicional e busca por sentido será exclusivamente de cada um.

Duas vertentes – Existencialismo ATEU (nega a existência de qualquer força


transcendente que interfira na vida do ser humano) e o Existencialismo CRISTÃO
(existe uma força superior que interfere na vida humana).
Soren Kierkgaard – existencial cristão. Defende o livre arbítrio e reafirma a angustia
como parte da existência humana (“a angustia é a vertigem da liberdade”) – Pecado
original (cena religiosa) já é um fundamento existencial da liberdade e angustia. Não é
um adoecimento é uma característica

*** OUTRO ASPECTO - Opõe-se à Hegel (filosofia que racionaliza o conhecimento).


Pensar na própria vida para compreender a vida humana. Fé em Deus como saída.

Friedrich Nietzsche – A vida humana e cotidiana (não está preocupado com as


essências puras e conhecimentos lógicas, livre de qualquer erro provocado pelos
sentidos). Razão excessiva leva ao caos. Ateísmo (“Deus está morto”). Marxismo.

Martin Heidegger – O homem precisa compreender três categorias da sua existência


(da sua natureza humana):

 Apenas ele é responsável por seus atos;


 Deve reconhecer a realidade da morte
 É um ser determinado pelo tempo.

A partir das respostas diante dessas três realidades, teremos uma existência
AUTÊNTICA ou INAUTÊNTICA. (semelhante ao conceito de má fé do Sartre – veremos
adiante)

Jean Paul Sartre – O ser Humano não foi criado por Deus e, por isso, a vida humana
não tem nenhum propósito especial  Diante disso sentimos o ABSURDO e a NÁUSEA
causados pela vida não ter um sentido para além da própria existência.

Frase: “Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma
vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer”. Sartre.

Obras: “O Ser e o Nada” (o NADA é uma característica humana. Espaço para


construção da existência);

Se escolher não é fácil, assumir as consequências decorrentes disso é algo ainda mais
desafiador. Embora o homem deseje ser livre, emerge uma grande angústia da
necessidade de escolher – e do tempo limitado de vida que transforma uma escolha na
impossibilidade de realizar tantas outras. Diante disso, muitos recaem na tentativa de
recusar a liberdade, atribuindo o poder de escolha a outrem. Entretanto, não há
saída. A recusa à liberdade é um exercício da liberdade em si, e os resultados dela
também são advindos dessa escolha.
Disso decorrem discussões dentro da doutrina existencialista sobre o papel de grandes
instituições ou entidades de eximir o homem da responsabilidade de escolher. É
possível citar como exemplo um dos pontos mais controversos entre os autores dessa
filosofia: a existência de Deus.

Edmund Husserl – Procurar as essências das coisas a partir do impacto e das


percepções que elas exercem sobre nós. Opõe-se ao mundo das ideias e conceitos
prontos. As impressões provocadas (ver, ouvir, sentir, tocar, viver) em mim me fazem
compreender o fenômeno. Fenomenologia (como método)

Influência nos diversos campos de pensamento do século XX

Literatura, Cinema e Movimentos Sociais.

Literatura

Albert Camus – Impotência humana diante do mundo capitalismo e do colonialismo

Obras: “O Estrangeiro” e o “Mito de Sisifo” – Angústia de uma vida sem sentido.

Cinema

Ingmar Bergman – Duelo entre a morte e o Ser Humano (angústia gerada quando suas
crenças são questionadas)

Obras: “O sétimo selo” e “Persona”

Movimentos Sociais

Especialmente os relacionados aos direitos das minorias diretamente influenciados


(principalmente o feminismo e o LGBT). Encontraram no Existencialismo argumentos
para combater as ideias que defendiam que o ser humano era condicionado pela
biologia.

Simone de Beauvoir - Ser mulher não é determinado pela biologia e sim pela própria
existência. Crítica sobre o papel da mulher na sociedade. Mundo dominado pelos
homens e que interpretam esse mundo segundo seus critérios.
Frase: “Não se nasce mulher, torna-se”.

Livro: “O segundo sexo”

CONCEITOS

Existência – Forma a essência a partir das escolhas

Liberdade – Possui liberdade

Responsabilidade – Somente o indivíduo responde por seus atos.

Angústia – É sofrida, mas é sinal que temos liberdade de escolha.

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