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FLUXOS
POR CONEXÕES EXPANDIDAS
ÍND 05 Conexões
Expandidas
ICE
Apresentamos o
Grupo de Pesquisa!
06 Fluxos
comunicacionais
Soraya Ferreira
09 Compartilhamento
como expansão do fluxo
Bianca Colvara
14 Fluxos da notícia:
TV x redes sociais
Leticya Bernadete
18 Netfluxos: A reconfiguração
da dinâmica audiovisual via
streaming
Matheus Bertolini
21 Imediatismo, volatilidade,
plataformas e influência:
Como tudo isso se relaciona?
Carolina Terra
29 Espaços de fluxos
no nytimes.com
Sabrina Chinellato
ORGANIZAÇÃO
GRUPO CONEXÕES EXPANDIDAS
EDIÇÃO
SORAYA FERREIRA
DIAGRAMAÇÃO E DESIGN
MATHEUS BERTOLINI E SABRINA CHINELLATO
REVISÃO
DÉBORA DE OLIVEIRA
INSTITUCIONAL
CONEXOESEXPANDIDAS@UFJF.BR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
COMUNICAÇÃO DA UFJF
CAMPUS UNIVERSITÁRIO, BAIRRO MARTELOS
CEP 36.036-330 – JUIZ DE FORA – MG
CONEXÕES
EXPANDIDAS
Apresentamos aqui como o Grupo de
Pesquisa Conexões Expandidas arquiteta o
conceito de fluxo nas suas pesquisas no
intuito de promover e entender como vem
se dando as dinâmicas comunicacionais
contemporaneamente nos mais variados
ambientes digitais por onde transitam as
informações.
As novas formas de habitar (Di Felice: 2009) articulam efeitos com a convivência em
ambientes que estão na esfera da possibilidade, da ação conectiva, das interfaces e da
interação digitalizada que vão se instalando pela cultura digital e podem ser observados
nos hábitos de consumo audiovisual por parte da população. Os dispositivos acabam por
nos fazer transitar na esfera da simultaneidade, mas também da fragmentação, em
especial os móveis. A conexão articula lugares diferentes, em tempos diferentes,
minimizando as distâncias instauradas entre o que era compreendido como real e digital.
Williams chamou, nos anos 70, de fluxo planejado o modo como a televisão agrupava
seus programas. Observou nas TVs americanas e inglesas como a programação era
colocada e interrompida para inserção de vinhetas entre os gêneros e formatos
televisivos. No seu livro Television and cultural forms, que foi traduzido (2016), a
televisão é tratada como uma tecnologia social e uma instância de valor enraizada no
tempo. Para ele, a organização dos produtos televisivos é típica da lógica do consumismo,
que aceita a interrupção dos programas, através de propagandas comerciais de modo
mais natural na sociedade americana e de modo menos natural na britânica.
A informação atualmente circula de acordo com várias outras dinâmicas, inclusive com a
da datificação, em que toda e qualquer informação se transforma em dados e sua
mineração seleciona os que interessam a determinado sujeito na hora de oferecer
produtos. Hoje, mais do que nunca, vivemos em uma sociedade formada por informações
ou, como dizia Castells (1999), por espaços de fluxos. Somos e estamos diante dos fluxos
em rede, dos fluxos conectivos que podem nos levar a modos de cognição diferenciados.
Tentamos entender o fluxo como o elemento que está em trânsito, o que propicia o
movimento, o elemento que se dá no tempo, nas dinâmicas comunicacionais
sociotécnicas; enfim derivadas dos ecossistemas atravessados pela tecnologia e suas
linguagens. É material e imaterial. É o lugar de passagem das linguagens, de ambientes, de
informações. O fluxo é o que faz circular, evidenciado pelos links, nós, pontos de saídas,
voltas, apresentados muitas vezes iconicamente nas telas. Podemos pensar que esta
iconicidade se torna a interface possível de contato dos espaços, propiciando o fluir. O
fluxo possibilita a continuidade.
WILLIAMS, Raymond. Televisão: tecnologia e forma cultural. Tradução: Marcio Serelle; Mário F. I. Viggiano. 1 ed. São
Paulo: Boitempo; Belo Horizonte, MG: PUCMinas, 2016.
compartilhamento
como expansão do fluxo
Newsletter
Boniclub Site
Expansão
de conteúdos
MELLO, Christine. Extremidades do vídeo. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
MELLO, Luiza de. Conectividade TV e web: A construção do fluxo e da dinâmica comunicacional do BBB18 a partir do
engajamento dos fãs. 2019. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Faculdade de Comunicação, Universidade
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019.
FLUXOS DA NOTÍCIA:
TV X REDES SOCIAIS
Por trás destes dados há diversos fatores O fluxo televisivo que conhecemos no
que modificaram nossas formas de Brasil foi herdado do modelo norte-
acessar às notícias. Durante os anos americano, que contém uma
2000, de segunda a sábado, eu sentava programação voltada à lógica capitalista.
no sofá depois das 19h para assistir à Ou seja, qualquer programa que
televisão com meus pais. Por volta das assistimos, desde jornais a filmes, são
20h15, começava o Jornal Nacional, interrompidos o tempo todo pelo
nossa principal referência de informação. intervalo comercial. Este aspecto foi
Assistíamos às notícias apresentadas pelo levantado por Raymond Williams em
William Bonner e pela Fátima Bernardes, 1974, que trata este curso de
seguindo a programação do jornal. Não informações fragmentado como um
sei dizer exatamente quando isso mudou, fluxo planejado, já que a grade de
mas a minha forma atual de me informar programação da televisão é pensada
está mais próxima dos 63% dos para atender, justamente, às
brasileiros que usam as redes sociais para necessidades comerciais da mesma.
isso. Além disso, hoje carrego também a
bagagem de quem produz notícia para
televisão, rádio, impresso e on-line.
Tudo é calculado, inclusive as falas dos Entretanto, as possibilidades de fluxos de
apresentadores. Cada linha de 32 informação são infinitas por conta da
caracteres de um roteiro para um jornal complexidade por trás deste ecossistema.
televisivo equivale a cerca de 2 segundos
(KOPPLIN & FERRARETTO, 2018, p. Facebook, Twitter e Instagram são alguns
108). Ou seja, ao montarem a programação exemplos de plataformas utilizadas por
do jornal, os blocos são estimados a partir jornais para levar uma notícia. Por trás
do tempo das reportagens, das falas dos delas, dados, algoritmos, interfaces,
apresentadores e de um espaço relações de propriedade, modelos de
determinado para entradas ao vivo, no caso negócios e contratos de usuários
de jornais que usam esta ferramenta. Tudo determinam as possibilidades de uso e do
para estabelecer o que encaixa no tempo fluxo.
em que o programa será exibido e entre os
intervalos comerciais. Para os jornalistas, diferentemente da
televisão, não há mais limite de tempo ou
Um ponto que cabe destacar aqui também de quantas matérias poderão ser
é sobre o tipo de interação que temos com publicadas. Para cada usuário, é produzida
a televisão e como isso se modifica quando uma experiência única ao acessar essas
nos informamos no ecossistema digital. Ao informações. A conta que eu utilizo é
assistir um jornal televisivo, vemos as diferente dos meus amigos, pois seguimos
matérias seguindo o tempo próprio do e interagimos com pessoas diferentes e
programa e o que os editores selecionaram isso é apenas parte do que determina o
para aquele dia, para aquele horário. Em tipo de conteúdo que terei acesso.
um jornal ao vivo, não temos a autonomia
de pular ou rever uma reportagem. O Ao abrir o Instagram, é impossível adivinhar
máximo que conseguimos é desligar a o que se apresentará para mim primeiro no
televisão ou trocar de canal, ou seja, sair feed ou nos stories. Isto depende do
daquele fluxo. algoritmo e do meu comportamento dentro
daquela plataforma. Sendo assim, nada
Moldar seu conteúdo para atender uma garante que eu verei todos os conteúdos
lógica capitalista ainda se mantém no postados pelos jornais que eu sigo. Porém,
digital. Hoje, presenciamos um fenômeno diferentemente da televisão, eu tenho uma
no qual Van Dijck, Poell e Waal (2018) maior autonomia para buscar essas
tratam como “plataformização”, que é a informações.
forma como setores inteiros da sociedade
estão se organizando e se subordinando às Usar um smartphone me permite visitar o
estruturas de grandes empresas digitais, no perfil de um jornal que eu gosto quando
caso, as “Big Five”: Google, Amazon, Meta, quiser, independentemente de onde
Apple e Microsoft. O próprio jornalismo é estiver. Posso escolher qual matéria vou
um desses setores que têm se adaptado ler, qual não vou dar atenção ou se vou
para utilizar determinadas plataformas, acessar o site do veículo para me
como as redes sociais digitais, para levar aprofundar no assunto. Se o jornal fizer uso
informação. dos stories, posso assistir a todos, pular
para o próximo ou voltar para reler algo
que me chamou a atenção.
A própria metáfora de rede demonstra uma
complexidade, visto que representa nós e
conexões que são formados de maneiras
imprevisíveis. O fluxo está ali, em local e
tempo não determinados. Como leitora, ele
está sujeito às minhas próprias escolhas;
como jornalista, não há mais como planejar
o fluir da notícia.
KOPPLIN, Elisa; FERRARETTO, Luiz Artur. Assessoria de Imprensa: teoria e prática. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto.
2018.
NEWMAN, Nic et al. Digital News Report 2021. Reuters Institute for the Study of Journalism. Oxford: United Kingdom,
2021.
VAN DIJCK, Jose; POELL, Thomas; WAAL, Martjin de. The Platform Society: Public Values in a Connective World.
Oxford University Press, 2018.
WILLIAMS, Raymond. Televisão: Tecnologia e forma cultural. São Paulo: Boitempo, 2017.
NE T F L U X O S
A RECONFIGURAÇÃO DA DINÂMICA
AUDIOVISUAL VIA STREAMING
POR MATHEUS BERTOLINI | DOUTORANDO PPGCOM
SANTAELLA, Lúcia. Desafios da ubiquidade para a educação. Revista Ensino Superior Unicamp, v. 9, p. 19-28, 2013.
O'REILLY, Tim. What is web 2.0. " O'Reilly Media, Inc.", 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
2008.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
DE NOSSA. Rasgado, sujo e grifado: Balenciaga lança tênis destruído por R$ 10 mil. 09/05/22. Site Uol. Disponível em:
https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2022/05/09/rasgado- sujo-e-grifado-balenciaga-vende-tenis-
destruido-por-r-10-mil.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 19/05/22.
HAN, Byung-Chul. Sociedade da transparência. São Paulo: Vozes, 2018. MEIO&MENSAGEM. Como o Mercado Livre
planeja vender um produto que não existe. 12/04/22. Site
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2008.
TERRA, Carolina F. Tudo em tempo real: estamos vivendo a era das Relações Públicas do imediatismo? Anais do IX
Congresso Abrapcorp 2015. Disponível em: http://rpalavreando.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Artigo-RP-do-
Imediatismo.pdf. Acesso em 19/05/22.
TREDGARDENER, Cat. Há 5 anos, este homem saltava da estratosfera. 11/10/2017. Site Red Bull. Disponível em:
https://www.redbull.com/br-pt/red-bull-stratos-comemora-5-anos. Acesso em 19/05/22.
VAN DJICK, Jose. A Sociedade da Plataforma: entrevista com José van Dijck. Site DigiLabour. 2019. Disponível em
https://digilabour.com.br/2019/03/06/a-sociedade-da- plataforma-entrevista-com-jose-van-dijck/ Acessado em
19/05/22.
METAVERSO
E SEMIOSFERA
por francisco pimenta
"
DA COMPUTAÇÃO.
consistirão num campo de alta relevância social e
econômica nas próximas décadas.
Referência mundial em conteúdo digital, o jornal americano The New York Times já está
presente há mais de 25 anos na web e, devido ao seu alcance, influência e relevância no
jornalismo internacional, empresas de comunicação de todo o mundo tendem a seguir suas
estratégias comunicativas. Em entrevista para o projeto Journalist’s Resources, da
Universidade de Harvard, Martin Nisenholtz, vice-presidente do departamento de
Operações Digitais do The New York Times entre 2005 e 2012, revelou que os passos do
jornal na internet seguiram as fases que autores como Palacios e Martino apresentaram: a
notícia deixou de ser, com o tempo, apenas um “ctrl c" da edição impressa e “ctrl v” no site,
para a completa mudança na lógica da produção do jornalismo.
MARTINO, L. Teoria das Mídias Digitais: Linguagens, Ambientes, Redes. Petrópolis: Vozes, 2014.
PALÁCIOS, M.; BARBOSA, S.; SILVA, F.; CUNHA, R. Jornalismo móvel e inovações induzidas por affordance sem
narrativas para aplicativos em tablets e smartphones. In: CANAVILHAS, J; SATUF, IVAN (org.). Jornalismo para
Dispositivos móveis: produção, Distribuição e consumo. Covilhã: Labcom, 2015.
PIERCE, C. S., Charles H., Paul W. and Arthur W. Collected Papers of Charles Sanders Peirce. Cambridge, Mass:
Belknap Press of Harvard University Press, 1965.
SANTAELLA, L. Acelerações espaço-temporais evanescentes. In: Fluido, Fluxo: reflexões sobre imagens voláteis,
gênero, pós-verdade, fake news e consumo neste tempo de espirais fluidas. Pollyana Ferrari (Org.). Porto Alegre,
RS: Editora Fi, 2018.
O FLUXO
DIGITAL DE/ENTRE
PLATAFORMAS POR
MEIO DO PERFIL DE
LIL MIQUELA POR LARYSSA GABELLINI
DOUTORANDA PPGCOM
REFERÊNCIAS:
Não importa em que lugar do Brasil você Hoje, o BBB está na televisão aberta, na tv
esteja nos primeiros meses do ano, fechada através do canal multishow, nas
certamente em algum momento a pauta da principais redes sociais, nas principais
sua conversa, o comercial na televisão, o seu plataformas agregadoras de podcasts, no
feed nas redes sociais, o programa em alta do portal Gshow e na plataforma de streaming
seu streaming ou agregador de podcast será Globo Play, nos canais digitais dos
sobre o Big Brother Brasil (BBB). Goste você patrocinadores, nos canais digitais dos
ou não, o programa comanda a pauta participantes e nos principais termos de
nacional do período, por onde você anda, pesquisa de google.
olha, ouve ou acessa, vai esbarrar no
programa. Parece que ele está em todos os Atentos às evoluções das redes, em 2020 o
lugares. E Está mesmo. O Big Brother é um programa deu um importante passo para
programa que originalmente passa na expandir as linguagens no ambiente digital:
televisão, porém nunca se limitou a ela, é um convidou influenciadores para compor parte
programa que já nasceu com vocação para a do seu elenco. Objetivando trazer para
comunicação transmidiática. televisão os nativos da internet, convidou
influenciadores que juntos possuíam 22,4
Em 2002, quando desembarcou no Brasil milhões de seguidores em suas contas na
para sua primeira edição, os fluxos se davam plataforma Instagram.
entre a TV e o telefone, onde a votação
semanal ocorria através de ligações e de sms Essa reconfiguração do ecossistema digital
(mensagens de texto). Com o passar dos criado em torno do BBB expandiu ainda mais
anos, evolução tecnológica e a popularização os fluxos comunicacionais multimeios,
do uso da internet, o BBB se atualizou, alcançando números inéditos.
incorporando na sua estratégia os mais
variados meios.
Para tv aberta, houve um aumento da
audiência entre os adolescentes de 12 a
17 anos, com relação à edição de 2019,
foi de 36% e entre os jovens adultos, de
18 a 24 anos, de 38%”. (Exame, 2020),
isso mostra, que o público jovem, que
Anualmente, o google informa quais foram as
habitualmente está no meio digital, passou
palavras mais pesquisadas daquele ano. Das
a acompanhar também o programa na
13 categorias informadas, o BBB apareceu
televisão. A expansão do fluxo não parou
em cinco:
apenas na audiência na TV aberta, o canal
Multishow, teve sua audiência jovem
dobrada com relação aos 2 anos
Buscas do ano - em quinto lugar
anteriores. (Exame, 2020).
Outro ponto imprescindível foi a atuação dos participantes, que pela primeira vez
inverteu a lógica de produção de conteúdo, saindo da passividade limitada a
participação no programa, para o controle estratégico da sua comunicação. De forma
inédita, as participantes Manu Gavassi e Bianca Andrade deixaram, antes de entrar no
programa, conteúdos programados em suas redes sociais. Aliando a temporalidade ao
seu planejamento, produziram conteúdo que conversasse com as situações que
aconteceriam na casa, já confinadas. Essa ousadia temporal, fez que com que cada
vez mais pessoas acompanhassem as suas redes sociais e as narrativas criadas por
elas, bem como o programa na televisão e os desdobramentos que ele
proporcionaria.
Por fim, devemos considerar a importância do público, seja meros espectadores, fãs
ou críticos. O público expande o fluxo comunicacional do BBB nos mais diversos
espaços e meios, gerando ao programa a audiência e o engajamento necessário para
que o projeto se renove e ganhe força a cada ano.
CAMPANELLA, Bruno. Compreensão e afetividade: o fã dentro da lógica comercial do Big Brother Brasil. E-
Compós, v. 10, p. 1 - 17, 2007a.
CAMPANELLA, Bruno. Investindo no Big Brother Brasil: uma análise da economia política de um marco da
indústria midiática brasileira. E-Compós, v. 8, 2007b.
KARHAWI, Issaaf. Notas teóricas sobre influenciadores digitais e Big Brother Brasil: visibilidade, autenticidade e
motivações. E-Compós, São Paulo, p. 1 - 22, 2020.
#PESQUISAEMMOVIMENTO
efeito
Poliana
A REINVENÇÃO DAS
TELENOVELAS NO MUNDO DIGITAL
POR DÉBORA OLIVEIRA | MESTRANDA PPGCOM
Basta uma pesquisa rápida no google com Entretanto, considerando a imersão desse
os termos “Poliana moça” e “audiência” que público nos meios digitais, o aparelho de
logo surgem as notícias afirmando o televisão parece não fazer “brilharem os
fracasso da novela infanto juvenil que passa olhos”, e apesar de ainda estar presente em
de segunda a sexta-feira em horário nobre 96,3% das casas brasileiras, ele vem
no SBT. Registrando a menor audiência de perdendo espaço para os celulares, uma
uma novela infantil do SBT desde 2015, vez que segundo os dados do PNAD de
marcando 7.1 pontos de audiência em São 2019 do IBGE o número de pessoas acima
Paulo, segundo o portal RD1, a novela traz de 10 anos com celular subiu para 81%, ou
um debate importante sobre a manutenção seja, 8 a cada 10 brasileiros possui um
dessa programação na televisão brasileira. celular pessoal. Sendo assim, é preciso
compreender esse fluxo comunicacional e
Apesar dos dados desanimadores atuais, como os novos hábitos dos jovens influem
quando surgiram, as novelas infanto- também no consumo das telenovelas.
juvenis foram um marco na TV, trazendo os
jovens para frente das telinhas com Segundo Soraya Ferreira “O que de fato se
debates voltados para esse público. De evidencia é a necessidade da TV se
acordo com Fábio Costa “Uma estratégia estruturar de forma a atender às novas
de programação de nicho, junto a um demandas sociais, mercadológicas e
público cativo da emissora em outros técnicas.”. É preciso compreender esse
horários, com produção nacional, e após momento, e trabalhar para não ficar pra
terem sido exibidas com sucesso outras trás nesta convergência digital.
histórias, tanto brasileiras quanto
estrangeiras, se revelou cada vez mais
acertada no decorrer do tempo”.
E foi essa a aposta do diretor artístico Publicado no dia 20 de maio de 2022 o
Fernando Pelegio, que em uma coletiva vídeo “Pegadinhas que foram longe
de imprensa da novela destacou que “a demais”, somou mais de 749 mil
produção de Íris Abravanel não possui visualizações em 24 horas, já o vídeo
uma meta de audiência. O SBT acredita “Poliana Moça | Capítulo 45 –
que a audiência atual não pode ser 20/05/22, completo” nas mesmas 24
medida apenas pelos números da horas chegou a um milhão de
televisão aberta”, ainda de acordo com visualizações 7 . No mesmo período do
ele, a emissora passou a considerar a vídeo publicado, Poliana Moça
repercussão nas redes sociais e o ultrapassou a quantidade de
desempenho nas plataformas de visualizações do youtuber. Assim, é
streaming. possível demonstrar a fidelidade do seu
público e o interesse pela telenovela
Assim, é levando em consideração o nesse novo ambiente.
contexto digital que podemos entender
melhor a repercussão da novela. No
instagram, a #polianamoça conta com
75,4 mil menções, já o perfil oficial da
novela @polianamocaoficial conta com
3,3 milhões de inscritos 6 . Mas é no
Youtube, principal plataforma de
streaming gratuita que encontramos um
espaço similar para realizar o
comparativo com a audiência televisiva.
CARNEIRO, Raquel. Carinha de anjo foi vista mais de 116 milhões de horas na Netflix. *Veja*. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/coluna/tela-plana/carinha-de-anjo-foi-vista-mais-de-116-milhoes-de-horas-na-netflix/
COSTA, Fábio. Novelas infantis não são um “fenômeno” recente da TV brasileira, mas a longa duração pode
desgastá-las. *Observatório da TV*. Disponível em: https://observatoriodatv.uol.com.br/critica-de-tv/novelas-
infantis-nao-sao-um-fenomeno-recente-da-tv-brasileira-mas-a-longa-duracao-pode-desgasta-las
OLIVEIRA, Fábio. Poliana Moça não é um fracasso para o SBT, saiba o motivo. *Dabeme*. Disponível em:
https://www.dabeme.com.br/poliana-moca-nao-e-considerado-um-fracasso-saiba-o-motivo/
Poliana moça registra a menor audiência de uma novela infantil do SBT. *RD1*. Disponível em:
https://rd1.com.br/poliana-moca-registra-a-menor-audiencia-de-uma-novela-infantil-do-sbt/
VIEIRA, Soraya Maria Ferreira; SILVA, Liliane Maria de Oliveira; CHINELATO, Sabrina. Estratégias e correntes de
fluxos em espaços híbridos: a Web e a TV. *Revista Geminis*. V. 7, N. 2, p. 26-42.
O GRUPO
CONEXÕES EXPANDIDAS
COORDENADORA
PROF. DRA. SORAYA MARIA FERREIRA VIEIRA
MEMBROS DOUTORANDOS
LARYSSA GABELLINI
MATHEUS BERTOLINI
MEMBROS MESTRANDOS
DÉBORA OLIVEIRA
DOWGLAS MOTA
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SABRINA CHINELLATO
THAIANA ALVES
COLABORADORES
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