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ALBERT KENNEDY CASTRO DE SOUZA

ENG CIVIL/ ESPECIALISTA- CREA-PA 1521486565

CRIAÇÃO DE GALINHAS EM SEMICONFINAMENTO

SANTARÉM -PA
2023
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................

INTRODUÇÃO .................................................................

SISTEMAS DE CRIAÇÃO ..................................................

RAÇAS PURAS E LINHAGENS DE GALINHAS DE POSTURA

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS..................................

MANEJO INICIAL ...............................................................

MANEJO DE CRESCIMENTO. ..........................................

MANEJO DE ALIMENTAÇÃO ............................................

MANEJO DE PRODUÇÃO .................................................

PROGRAMA DE LUZ ARTIFICIAL .....................................

MANEJO SANITÁRIO ........................................................

CICLO DE ESCALONAMENTO DE PRODUÇÃO E RECEITA.

CUSTOS E RENTABILIDADE. ...........................................

LITERATURA CONSULTADA ............................................


APRESENTAÇÃO

Esta coleção reúne uma série de temas da atividade


agropecuária, fruto da experiência técnico-científica aplicada
pelos extensionistas na área rural.
Além das atualizações e de cuidadosa revisão técnica, os
livretos que compõem a coleção receberam formatação
gráfica padronizada e numeração seriada, o que permitirá a sua
continuação e colecionamento por nossos usuários.
Os nossos reconhecimentos às pessoas e instituições cuja
parceria, ao longo dos anos, possibilitou a elaboração desta
coleção.
INTRODUÇÃO

A criação de galinhas poedeiras em semiconfinamento é


um segmento da avicultura alternativa voltado para a produção
de ovos de qualidade diferenciada que se enquadra na
exploração de base familiar.
As técnicas de manejo apresentadas nesta publicação
foram validadas em várias propriedades no Distrito Federal e
confirma o êxito da atuação da EMATER-DF junto aos
pequenos produtores, e se caracteriza pelo emprego da mão
de obra familiar e pela produção da ração com aquisição de
insumos mais baratos, o que possibilita baixar de forma
significativa os custos de produção.
A qualidade das pintainhas, entre outros fatores, está
relacionada à saúde, ao vigor e à idade dos galos
reprodutores. Para formar um plantel de poedeiras, existem
duas opções: adquirir pintainhas de um dia, diretamente de
uma granja de matrizes, ou frangas de 90 a 120 dias de um
fornecedor intermediário. De qualquer forma, é bom certificar-
se da idoneidade do incubatório em relação ao manejo
sanitário. A aquisição de aves de fornecedor não idôneo é
uma causa freqüente de entrada de doenças na granja, a
exemplo da micoplasmose. Uma ave infectada pode
comprometer todo o lote, causando prejuízos irreparáveis.
Além de onerar a atividade com a aquisição de antibiótico
importado, é muito difícil erradicar a doença sem a eliminação
do lote infectado e a promoção de rigorosa limpeza,
desinfecção e vazio sanitário.
A ave ideal para ser criada em semiconfinamento deve
ter a pele amarela, a plumagem colorida e ovos castanhos.
Na escolha da linhagem, além dos aspectos citados, é
necessário observar a capacidade de produção, fundamental
para o retorno econômico do capital investido. Neste sistema
não são admitidas aves de plumagem branca e ovos brancos.
Contudo, o mais importante é a resistência às doenças e, por
consequência, a baixa mortalidade. Podem apresentar boa
conversão alimentar, postura acima de 260 ovos por ciclo,
com alta porcentagem de ovos grandes, de casca resistente,
com boa pigmentação da gema e qualidade interna.

Galinhas poedeiras: criação em semiconfinamento 9


O ovo é um alimento completo, pois nele se encontram
todas as vitaminas, aminoácidos e minerais necessários à
nutrição humana. Ao consumir um ovo tipo caipira, com peso
médio de 55 g, ingere-se 12 vitaminas, mais de 10 minerais,
12% de proteínas de alto valor biológico, 11% de lipídeos e 76
calorias.
SISTEMAS DE CRIAÇÃO

Sistema extensivo
Este tipo de criação não pode ser caracterizado como um
sistema padronizado e baseia-se em conhecimentos
empíricos, mas pode ser definido pelo baixo potencial
produtivo, ausência ou reduzido controle produtivo, nutricional
e sanitário. As aves são criadas livres nos quintais,
raramente são vacinadas e vermifugadas. São suplementadas
esporadicamente com grãos, contudo a alimentação inclui
insetos, minhocas, sementes e gramíneas. Apesar da grande
rusticidade, essas aves são portadoras de doenças graves e,
não raramente, são vitimadas com surtos epidêmicos de
pasteurelose, salmoneloses, micoplasmose, verminoses e
coccidiose.
Em geral, uma pequena criação é mantida com a
finalidade de consumo e agregação de renda da família rural.
Os ovos caracterizam-se pela grande variedade de tamanho e
de tonalidades de cor da casca, com gemas de coloração
vermelha intensa, e por ser muito perecíveis.

Figura 1. Sistema extensivo.

Sistema intensivo
O sistema prevê um manejo com controle de todos os
aspectos produtivos e sanitários. O sistema industrial
apresenta alta produtividade por utilizar linhagens genéticas
com produção acima de 300 ovos por ciclo, com ambiente de
criação totalmente controlado e aves mantidas em constante
estresse de confinamento em gaiolas.

As aves são alimentadas, exclusivamente, com ração


balanceada com adição de promotores de produção e
coccidiostáticos. O confinamento submete as aves ao estresse
e, por não ter acesso a uma fonte natural de pigmentos
carotenoides, a gema do ovo é mais clara.
O sistema intensivo é indicado para grandes empresários
rurais e requer grandes investimentos. O produto alcança
preços mais baixos por unidade, mas o ganho pela quantidade
é compensador, pois a comercialização é efetuada por
grandes redes.

Figura 2. Sistema industrial.

Sistema semi-intensivo
As pintainhas comerciais, com alto potencial genético de
produção, são adquiridas em incubatório credenciado cujas
matrizes são vacinadas e livres de doenças. Ainda no incubatório
recebem as primeiras doses de vacinas contra bouba aviária e
doença de Marek. O sistema é dividido em três fases: inicial,
de crescimento e de produção. Na fase inicial, que dura de 30
a 42 dias, as aves são mantidas em círculo de proteção, com
fonte de aquecimento durante a primeira semana de vida, e
pode se estender até dez dias a depender do clima. Nessa
fase, as aves recebem ração inicial com maior teor de
proteínas, são vacinadas contra as principais doenças, e só
têm acesso ao piquete ou ao parque a partir de 30 dias. Após a
fase de crescimento, que se estende dos 43 aos 100 dias, elas
recebem alimentação específica para o crescimento, são
pesadas e selecionadas após 100 dias. As aves têm acesso à
ração de produção e iniciam a postura aproximadamente com 18
semanas de idade, e estende-se até as 72 semanas.A criação
em semiconfinamento tem boa produtividade com
possibilidade de retorno econômico. Para o sistema são
indicadas aves híbridas que apresentam potencial de
produção acima de 260 ovos no ciclo. Sua alimentação é
composta de ração balanceada à base de farelos vegetais,
com suplementação de frutas, hortaliças e gramíneas, o que
possibilita a produção de ovos com gema de coloração
vermelha intensa, ricos em vitamina A, e com boa qualidade
nutricional e sanitária e, sobretudo, com sabor diferenciado.
São recomendadas regras de biossegurança, tais como:
vacinação contra as principais enfermidades, vermifugações,
controle da micoplasmose e coccidiose, limpeza e desinfecção
de instalações e equipamentos, tratamento da água (Figura 3).
Esse sistema é indicado para produtores familiares com
visão empresarial. Os ovos alcançam preços compensadores
no mercado e, em geral, são comercializados em caixas
transparentes com o apelo: “tipo caipira”. Não são admitidos
ovos de coloração branca.

Figura 3. Criação de poedeiras em semiconfinamento.


RAÇAS PURAS E LINHAGENS DE GALINHAS DE POSTURA

Raças puras de ovos castanhos Rhode


Island Red
Raça com plumagem marrom, com algumas penas pretas na
cauda, pescoço e asas. A pele é amarela e a crista lisa. Por sua
cor, essa raça é muito utilizada para produção de híbridos sexáveis .
Os pintos apresentam uma mancha branca ou clara na asa, o que é
ausente nas pintainhas. Essa característica facilita a identificação e
a separação por sexo (produção de pintos de postura
autosexados) no primeiro dia de idade, e favorece ao índice
médio de eficiência de sexagem, entre 80 e 90%.
A maioria dos híbridos comerciais, com grande produtividade
e com aptidão para postura de ovos de casca marrom, resulta de
cruzamentos especiais entre indivíduos Rhode Island Red e
Plymouth Rock Barrado.

Plymouth Rock Barrado


Raça que apresenta penas com barras brancas e pretas no
sentido transversal, transmitindo uma aparência cinzenta às
aves. Possui pele amarela e produzem ovos de casca
marrom.

Linhas puras
As linhas puras são aves derivadas das raças Rhode Island
Red, Plymouth Rock Branca e Plymouth Rock Barrado (Figura
4).

Figura 4. Galo Rhode Island Red e galinha Plymouth


Rock branca. Fonte: Globo Rural (dezembro de
2000).
Bisavós e avós
As bisavós são derivadas das linhas puras, compostas de
machos e fêmeas da mesma linha. Essas linhas são
multiplicadas para produzir grande número de avós. Entre as
avós são selecionadas linhas com características diferentes,
para produção de ovos e conversão alimentar.

Matrizes e poedeiras comerciais


As matrizes são os híbridos resultantes do cruzamento de
avós. As poedeiras comerciais são fêmeas produzidas pelo
acasalamento de matrizes. Os machos não apresentam valor
comercial e por isso são descartados ao nascer. As poedeiras de
ovos marrons, em geral, pesam cerca de 30% a mais que as de
ovos brancos, o que aumenta o custo de alimentação devido à
maior exigência na alimentação de mantença.

Linhagens mais utilizadas


Caipira negra
É a linhagem mais utilizada em sistema de
semiconfinamento de galinhas poedeiras. Dispensa a
sexagem, pois, os machos nascem com uma quantidade maior
de penugem branca e as fêmeas nascem totalmente pretas.
Nessa linhagem, a galinha é preta e o galo carijó. O
desempenho da galinha poedeira caipira negra está
apresentado na Tabela 3, onde pode ser verificado seu
potencial de produção.
As pintainhas são vendidas no primeiro dia de vida.
Opcionalmente, podem-se introduzir um macho para cada 32
galinhas, a fim de compor o plantel com o objetivo de galar os
ovos. As frangas atingem a maturidade sexual na 23ª semana,
com produção estimada de 280 ovos por ano, de coloração
marrom, pesando de 55 a 65 g (Figura 5).
Figura 5. Galinhas caipira negra.

Galinhas vermelhas ou Browns


As galinhas vermelhas de ovos castanhos ou Brown:
Hissex, Isa ou Lohrmann são muito produtivas e utilizadas
com sucesso no sistema em semiconfinamento (Figura 6).

Figura 6. A: Criação em semiconfinamento; B: galinha Isabrown;

A B C
C: galinha Lohrmann Brown.

No entanto, apresenta menor preço de venda no descarte e


ovos com uniformidade de coloração da casca, portanto
menos atrativo ao consumidor. Porém, essas desvantagens
são compensadas pela maior produtividade e menor custo de
manutenção do plantel, já que o consumo de ração é menor. A
falta de uniformidade da coloração da casca do ovo é uma
característica atrativa do produto tipo caipira, o que favorece à
comercialização.
Tabela 1. Comparação entre a galinha caipira negra e as vermelhas ou Brown.

Item Caipira negra Isa, Hissex e Lohmann


Ovos/ano 280 ou 23 dúzias 300 ou 25 dúzias
Ovos grandes, casca
Casca castanha, com diversas
de coloração castanho-
Ovo tonalidades, gemas de
escura, uniformes,
coloração vermelha intensa.
gemas vermelhas.
Preta e brilhantes com plumas
da cabeça e do pescoço
Plumagem Vermelho-escuro
ligeiramente avermelhados com
plumas violáceas
Patas e bicos Pretos Amarelos
Porte Médio Pequeno
Peso médio 2,2 kg 1,9 kg
Mortalidade
8% 8%
esperada
Três aos cinco meses de idade: Três aos cinco meses:
Consumo e 110 g/ave/dia 100 g/ave/dia;
ração Cinco meses em diante: Cinco meses em diante:
118 g/ave/dia 115 g/ave/dia.
Pequeno valor no
Descarte Atinge bom preço ao descarte
descarte

Fonte: Avifran/Granja Caipira Label Rouge (adaptado).

Galinha Colonial Embrapa 051

Figura 7. Galinha poedeira Colonial Embrapa 051.


Fonte: Embrapa Suínos e Aves (2005).

Galinhas poedeiras: criação em semiconfinamento 17


As poedeiras Colonial Embrapa 051 (Figura 7) são galinhas
híbridas, resultantes do cruzamento entre linhas Rhode Island
Red e Plumouth Rock branca (Figura 4), selecionadas na
Embrapa Suínos e Aves e especializadas para produção de
ovos de mesa de casca marrom.
Em razão de sua rusticidade, são adaptadas ao sistema de
criação em semiconfinamento.
O desempenho da galinha poedeira Colonial Embrapa 051,
apresentado na Tabela 2, demonstra o potencial de produção
dessa linhagem.

Tabela 2. Potencial de produção da galinha poedeira


Colonial Embrapa 051.
Indicadores de desempenho
Valor Viabilidade (%)
Cria e recria 97 a 99
Produção até 80 semanas 91 a 94
Peso corporal (g)
Início da postura 1.900
Final da postura 2.820
Consumo de ração (g)
Total, 1 a 21 semanas. 8.092
1 a 80 semanas 55.097
Diário, no período de produção 90 a 120
Produção
Idade ao início, semanas. 21
Idade a 50%, semanas. 24 a 25
Idade no pico, semanas. 30 a 31
Produção no pico (%) 86 a 88
Produção 21 a 80 semanas (%) 67 a 71
Total de ovos 21 a 60 semanas 208 a
211
21 a 70 semanas 250 a 260
21 a 80 semanas 280 a
300 Peso médio dos ovos (g) 58 a
64
Cor da ave Castanho
Cor dos ovos Castanho
Fonte: Embrapa Suínos e Aves (2005).

Os dados e recomendações apresentados acima são


baseados na experiência dos pesquisadores que
desenvolveram a linhagem Colonial Embrapa 051 e
também nos resultados de campo. As

metas de desempenho são apresentadas como guia ou


referência para o avicultor e não representa garantia de
alcance das metas, em qualquer manejo empregado.

Tabela 3. Potencial genético da galinha poedeira caipira


negra, índices zootécnicos e alvos de produção/produtividade.
Indicadores de desempenho Unidade Valor
Viabilidade
Cria e recria % 97 a 98
Ciclo até 72 semanas % 91 a 94
Peso corporal da ave adulta
18ª semana (início da postura) kg kg kg 1,530 a 1,610
30ª semana (pico da postura) 2,060 a 2,220
70ª semana (final de postura) 2,250 a 2,430
Consumo de ração kg/ave/ciclo 52 a 56
Ração inicial kg/ave 0,847
Ração de crescimento kg/ave 5,782
Ração de postura kg/ave Acima de 45,371
Diário, no período de produção. g/ave 120
Peso médio do ovo
22ª semana g 53,4
32ª semana g 61,0
42ª semana g 62,3
62ª semana g 64,5
72ª semana g 65,3
Produção
Idade ao início semanas 21
Idade a 50% semanas 24 a 25
Idade no pico semanas 30 a 31
Conversão Alimentar kg de ração: dz. 1,97:1
Produtividade esperada dz./ave/ciclo 23 a 25
Pico de postura (média) % 92
Resistência da casca Grau Ótimo
Temperamento da ave - Agressivo

Fonte: EMATER-DF, Unidade Demonstrativa, Granja Caipira Label


Rouge.
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Aviário
As instalações representam a maior parte do investimento
para implantação de uma granja, portanto, é necessário
planejar e consultar um técnico antes de iniciar uma criação. O
aproveitamento dos recursos disponíveis na propriedade
possibilita a redução dos custos da implantação.

A B

Figura 8. A: modelo de aviário cercado com bambu; B:


aviário modular.

Escolha do local
Antes de construir as instalações avícolas é importante
escolher corretamente o local que, na medida do possível,
deve ser plano ou com declive suave e solo drenado.
Considerar a necessidade de isolar o trânsito de outros
animais e de pessoas não ligadas ao processo produtivo.

Figura 9. Granja modelo de avicultura alternativa.


Acesso
Facilitar o acesso às instalações avícolas, à entrada e à
saída de veículos destinados ao transporte de aves, ovos,
insumos (vacinas, rações), equipamentos e cama.

Orientação ou posicionamento em relação ao sol


Construir os galpões avícolas observando uma linha
imaginária do trajeto entre o alvorecer e o pôr-do-sol, passando
sobre a cumeeira no sentido do seu comprimento conforme
Figura 10. A orientação Leste- Oeste evita o excesso de
incidência solar sobre as aves, além de protegê-las contra os
ventos. O plantio de árvores na área de parque fornece sobra e
ameniza o calor em dias quentes, entretanto, não podem
prejudicar a ventilação do galpão.

Figura 10. Orientação do aviário em relação ao sol.

Características gerais
O terreno deve ser compactado, piso cimentado, com
declividade de 1%. Instalar a caixa de água na área externa do
galpão, permanecendo fechada com encanamento a 0,40 m
abaixo da superfície para evitar o aquecimento da água.
O aviário tem como principal objetivo abrigar as aves,
protegendo- as dos predadores, dos pássaros, dos roedores,
do calor excessivo, dos ventos, das chuvas e da umidade. É
preciso ainda que seja confortável, econômico e adaptado às
aves. Possuir rede elétrica próxima e água de boa qualidade.

Tamanho e área do aviário


Essas características estão relacionadas à quantidade de
ovos a ser produzida e ao escalonamento da produção.
Considerar que a

galinha caipira negra tem uma produção média de 80% durante o


ciclo, iniciando a postura na 20ª semana de vida, com lotação de
7,5 aves/m² durante a fase de postura. Planejar a entrada de novo
lote de aves a cada 12 a 16 semanas de vida. Construir quatro
galpões para mil aves cada, ao invés de um galpão para quatro
mil aves.

Tabela 4. Relações da largura do galpão com a altura do pé-


direito de galpões avícolas.
Largura do galpão Altura do pé-direito (m)
(m)
Até 2,8
8 0
10 3,5
0
12 4,2
0
Fonte: Tinoco (1995), citado por Embrapa (2001).

Tabela 5. Idade em semanas e densidade de ave por metro quadrado.


Idade em semanas Densidade (aves/m²)
1a6 15 a 20
6 a 10 12 a 14
10 a 18 8 a 10
Acima de 18 5 a 7,5

Altura do galpão – está relacionada à circulação do ar,


redução do calor no período de verão. A cumeeira é variável
em razão da largura do aviário e da declividade do telhado.
Figura 11. Vista lateral do galpão.

Figura 12. Detalhe da mureta.

Beiral e mureta – evitam respingos dentro do galpão,


protegendo as aves da umidade e da incidência direta dos raios
solares. Beiral de
1 a 1,5 m e mureta de 50 cm.
Deixar uma inclinação de 45º na borda superior da mureta
para evitar o empoleiramento das galinhas. A tela e a cortina
são fixadas na mureta. A Figura 12 detalha a fixação da cortina
na mureta lateral com portinhola de acesso ao parque. É uma
pequena abertura com porta basculante, com dobradiça e
tramela para fechar à noite.

Caixa de água
Instalar a caixa de água fora do galpão munida de tampa. Para
evitar o aquecimento da água, manter o encanamento de
abastecimento enterrado a uma profundidade de 40 cm.
Manter a temperatura da água em torno de 18 e 21ºC.

Figura 13. Caixa de água fora do galpão.

Cortinas
O material utilizado para confecção de cortinas é a ráfia
(polietileno derivado do petróleo), disponível nas cores
amarela e azul.

Com o galpão pronto, retirar as medidas e encomendar as


cortinas em lojas de equipamentos para avicultura. Afixá-la na
mureta no lado externo do galpão. O sistema de catraca ou
roda dentada permite um manejo prático com abertura de cima
para baixo. (Figura 14).

A B

Figura 14. A: detalhes da montagem da cortina; B: cortina fixada


adequadamente.
Tabela 6. Função das cortinas do galpão, material para confecção e
instalação.
Item Observaç
ão
Proteção das aves contra umidade, correntes
Função
de ar e
controle da temperatura interna.
Confeccionada de ráfia de polietileno,
Material disponível no mercado nas cores amarela
e azul. É feita sob
encomenda nas lojas especializadas em
avicultura.
Externamente, com fixação na mureta lateral e
Instalação fechamento de baixo para cima pelo de
sistema de
roda dentada ou catraca.

Depósito
Utilizado para armazenar insumos e equipamentos. Deve
conter estrados para armazenar sacos de ração e de milho,
protegendo-os da umidade, de fungos e roedores.

Parque
Cercar uma área contígua ao galpão, de duas a três vezes
a sua área, que irá servir de parque para as aves ciscarem. A
suplementação,

com capim–elefante, abóbora e hortaliças, é feita nessa área


para melhorar a pigmentação da gema do ovo. A partir da
quarta semana, as aves podem ser liberadas no período da
manhã em boas condições ambientais. Aos 30 dias de idade,
elas poderão ter acesso ao parque durante o dia, e recolhidas
ao galpão no final da tarde.
A B

Figura 15. Acesso das aves ao piquete de grama estrela aos 30 dias
de idade.

O piquete ou parque deve assegurar conforto e proteção às


aves contra predadores. A cerca de proteção deve ter 1,80 m
de altura, utilizando malha de 2 a 3 polegadas e arame
número 16.

A B

Figura 16. A: galinhas poedeiras em parque arborizado; B: em piquete de


grama estrela.

A B C

Figura 17. Cultivo de rami (A), guandu (B) e abóbora (C) para
complementação da dieta.

Galinhas poedeiras: criação em semiconfinamento 25


Cama de aviário
Material – sabugo de milho triturado, casca de arroz, feno de
capim- elefante picado. O sabugo de milho apresenta melhor
capacidade de absorção e de evaporação da umidade, porém
o material encontrado com mais facilidade no Distrito Federal é
a palha de arroz.
Objetivo – proporcionar conforto e proteção às aves contra
umidade, dureza e abrasividade do piso.
Quantidade – utilizar uma camada de 7 a 8 cm de altura de
cama, e cobrir, uniformemente, toda a superfície do piso do
aviário. É necessário 5 m³ de cama para cobrir uma área de
100 m² de galpão.
Qualidade – o material ideal deve apresentar umidade
entre 20 e 25%. A umidade excessiva causa empastamento e
contaminação por fungos, e a falta de umidade provoca
poeira, o que é prejudicial ao sistema respiratório das aves.
Além disso, a cama deve ser macia e compressível. O uso de
material aproveitável, como adubo nas lavouras, agrega valor
aos dejetos das aves. A facilidade de adquirir, a preço
acessível, influencia a escolha do material da cama. De
qualquer maneira, esse material deve estar isento de
substâncias tóxicas e de bolores.
Causas e consequências da umidade excessiva da cama
– para evitar que a cama do aviário molhe, é necessário
manter os bebedouros regulados, manejar adequadamente as
cortinas, mantendo-as fechadas durante o período chuvoso e
de umidade relativa do ar muito alta.
Remover e substituir a cama do aviário por outra nova
quando ocorrerem diarréias nas aves, ou quando o material da
cama tiver pouca capacidade de absorver a umidade, ou,
ainda, quando a camada de material da cama for insuficiente.
É importante ficar atento ao material utilizado, pois uma cama
de má qualidade causa: diarréia, calo no peito, ferimentos,
proliferação de fungos e bactérias, aparecimento de distúrbios
respiratórios, redução de conversão alimentar e queda na
produção de ovos.
O manejo da cama deve ser realizado no período da tarde,
tendo em vista que mais de 70% da postura das aves ocorre
pela manhã. Para isso, é necessário liberar as aves para o
parque, e deixar o galpão vazio e com as cortinas abertas.

É importante trocar a cama de aviário a cada três meses ou


sempre que observar excesso de umidade, de forma a manter
o galpão sempre limpo e seco. No período de postura, pode-
se adotar a troca da cama a cada 45 dias, utilizando uma
camada mais fina de palha. Essa medida reduz problemas
causados pela poeira (matéria orgânica em suspensão) e
aumenta a receita com a venda da cama. Para um galpão com
1.500 aves, gasta-se 25 sacos de palha de arroz. O
rendimento esperado após 45 dias é de 100 sacos de cama de
boa qualidade.

Ninhos
Construir baterias com 12 ninhos com capacidade de 6 aves por ninho.
Instalar os ninhos uma semana antes do início da postura (Figura
18).

Figura 18. Desenho esquemático de bateria de ninhos.

Rampas de acesso ao ninho – arredondar as bordas para


não machucar os pés das aves. Instalar dobradiças para
permitir o fechamento dos ninhos durante a noite e reabertura
pela manhã. Essa medida impede que as aves durmam nos
ninhos, e evita o choco indesejável, bem como o acúmulo de
fezes nos ninhos. Trocar a cama do ninho quinzenalmente ou
repor quando necessário. Usar material macio com palha de
arroz ou feno.
Poleiros – dimensioná-los para ter de 20 a 40 cm por
ave, 40cm entre poleiros e 60 cm de altura, sempre paralelos
ao chão (Figura 18).

Figura 19. Bateria de ninhos de madeirite com rampas que


permitem seu fechamento

Bebedouro de pressão
O bebedouro de pressão ou infantil é utilizado na fase
inicial, na primeira semana, dentro do círculo de proteção.
Cada bebedouro é abastecido com 4 litros de água, e atende
até 80 pintainhas.

Figura 20. Bebedouro de pressão ou infantil.


Bebedouro pendular
O bebedouro pendular automático definitivo. Distribuí-los,
uniformemente, com distância de 1,30 a 1,70 m, o que facilita
a movimentação e o acesso à água.
Aos poucos, substituir os bebedouros infantis pelos
pendulares. Utilizar os de cor vermelha, pois é mais atrativa para
as aves. Lavá-los, diariamente, na primeira quinzena e, após
esse período, pelo menos duas vezes por semana.

Figura 21. Bebedouro pendular.

Comedouro Infantil
São utilizados dentro do círculo de proteção na primeira
semana de vida na proporção de 1 comedouro para 100
pintinho (Figura 22).

Figura 22. Comedouro tipo bandeja

Comedouro tubular
Utilizar o comedouro tubular automático. Regular a altura
para que a borda superior do comedouro esteja à altura do
peito das aves. Distribuídos uniformemente, com distância de
1,30 a 1,70 m, facilitando a movimentação e o acesso à ração.

Figura 23. Comedouro tubular.

Campânula
Equipamento destinado ao aquecimento do ambiente para
proporcionar conforto térmico às pintainhas, principalmente
nos primeiros dez dias de vida. A campânula mais usada na
avicultura alternativa é o modelo a gás metano.
A campânula é instalada centralmente sobre o círculo de
proteção a uma altura regulada conforme temperatura e
comportamento das pintainhas, e o bujão fora círculo de
proteção (Figura 25).

Figura 24. Tipos de campânulas.

A B
Figura 25. Preparo e manejo do círculo de proteção.

Círculo de proteção
Tem como função proteger as pintainhas de correntes de ar
e limitar a área disponível a elas, mantendo-as próximas da
fonte de aquecimento, da água e do alimento.
Instalar o círculo na lateral do aviário mais bem protegida
de ventos. Para alojar até 600 pintainhas, é necessário instalar um
círculo de 3,50 m de diâmetro utilizando-se quatro folhas de
eucatex, compensado, papelão corrugado ou chapas metálicas
com 2,75 m de comprimento por 0,60 m de altura. O manejo
consiste em aumentar o círculo até o décimo dia, e a partir desse
período deve ser desmontado e recolhido.

A correta disposição dos equipamentos dentro do círculo de


proteção tem como objetivo possibilitar o acesso de todas as
aves ao alimento, à água e ao aquecimento de forma
igualitária.

Figura 26. Disposição dos equipamentos no círculo de


proteção.
Figura 27. Círculo de proteção com iglu, ideal para o
período mais frio.

Balança
Equipamento essencial para monitorar o peso das aves na
fase de crescimento.
A pesagem das aves na fase de crescimento é importante
para fazer a seleção e o descarte daquelas que não
alcançaram a média de peso. O acompanhamento do peso é
um parâmetro para avaliar a uniformidade e a qualidade do
lote. O crescimento e a uniformidade do lote estão
relacionados ao número de aves e ao espaço disponível, às
situações de estresse, distribuição e quantidade de
bebedouros e comedouros, ameaças de predadores etc.
Variações na média de peso chamam a atenção para falhas
de manejo que podem ser corrigidas.
Figura 28. Balança para monitoramento das aves.

Na Tabela 7, a seguir, estão relacionados os equipamentos


e os materiais necessários para fase de cria, recria e produção
de 1.500 aves.

Tabela 7. Equipamentos e indicação de utilização.


Equipamento/ Capacida
instalação de Quant Observação
(aves) .
Fase de cria
500–600 3 10% a mais de
Campânula a
100 1 aves; 6 em cada
gás* Bebedouro 8
100 círculo;
infantil (4 L) 600 1 6 em cada círculo
Comedouro 8
bandeja Círculo 3
de proteção
Fase adulta
Bebedouro 60 a 70 2 Dois na área de
pendular 45 a 50 2 parque Uma boca
60 3 para 5 aves
Comedouro
2
tubular Bateria
2
de ninhos 5
com 12 bocas
*Podem ser substituídas por duas campânulas a gás com
queimadores infravermelhos com capacidade de 750 a 1.000
pintainhas.

MANEJO INICIAL

Manejo é o conjunto de medidas ou técnicas adotadas para


maximizar o desempenho das aves e aproveitar seu potencial
genético.
Transporte
Transportar as pintainhas acondicionadas em caixas novas
de papelão, com furos para ventilação e com capacidade de
100 aves por caixa, em caminhões com controle de
temperatura ou em aviões quando o local de entrega estiver a
mais de 24 horas via terrestre. Recomenda-se não empilhar
mais de três caixas.
Nas primeiras 72 horas de vida, as pintainhas são nutridas
pela reserva do saco vitelínico. Quando elas não têm acesso
às fezes da mãe (cujas bactérias colonizam a microflora do
trato intestinal) acrescentar um probiótico à ração.

Soltura
Fazer a soltura das pintainhas sob a campânula, dentro de
um círculo de proteção com piso forrado com cama e papelão.
Evitar movimentação brusca. As aves chegam sedentas. Para
evitar a desidratação, fornecer apenas água nas primeiras três
horas. Molhar o bico de 20% das aves ajuda que elas
localizem a água.

Figura 29. Soltura das pintainhas.

Avaliação da qualidade das pintainhas adquiridas


Avaliar as pintainhas na chegada e refugar aquelas que estão
fora do padrão, com peso abaixo de 30 g e que apresentem
anormalidades.
Tabela 8. Critérios para avaliação da qualidade das pintainhas.
Critério Avaliação
Saúde Baixo índice de mortalidade
Uniforme: uma caixa com 100 pintainhas
Peso e deve pesar
tamanho de 3,8 a 4 kg;
Cordão Cicatrizado: ausência de anel escuro em torno
umbilical do cordão; Brilhantes, arredondados
Olhos demonstrando vivacidade; Canelas
enceradas, brilhantes, pois quando opacas é
Hidratação sinal de desidratação;
Ativos e ausência de casca aderida;
Vigor Rejeitar pintainhas com má formação: bico e
patas
Conformaçã
tortas etc.
o Seleção Não aceitar refugo ou pintainhas com casca
aderida; Seca; penugem fofa e macia, sem
Plumagem empastamento na
cloaca;
Comportamento 1/3 deitadas; 1/3 circulando e 1/3 comendo e
bebendo.

Manejo da campânula de aquecimento


Instalar a campânula no centro sobre o círculo de proteção
a uma altura que varia em razão do tipo escolhido e da
temperatura ambiente. Ligar o equipamento com antecedência
de quatro horas da chegada das pintainhas. Instalar um
termômetro a 5 cm do piso, no nível das pintainhas e outro a
1,60. Anotar a temperatura três vezes ao dia. Regular a
temperatura a 35ºC, debaixo da campânula, e a 32,5ºC na
borda. A melhor maneira de controlar a temperatura é
observar o comportamento das pintainhas.

Tabela 9. Temperatura de conforto térmico das aves,


conforme a faixa etária.
Idade Temperatura Observação
35ºC. Em baixo da
1º dia 32,5º campânula
C Na borda da
campânula
1ª 32 a 35ºC .
semana 29 a 32ºC Redução de
2ª 26 a 29ºC 3ºC. Redução
de 3ºC.
semana 23 a 26ºC
Redução de
3ª 20 a 23ºC 3ºC. Redução
semana de 3ºC

semana
A partir da 5ª
semana
Fonte: Embrapa (2005), adaptado.

As aves não têm capacidade de regular a temperatura


corporal, e para manter o metabolismo normal necessita de
uma fonte de calor, principalmente, durante as primeiras
semanas de vida. A troca térmica se faz por meio da língua.
Quando falta espaço as aves ficam de bico aberto.

Comportamento

Tabela 10. Causas, consequências e correção do


comportamento das pintainhas.

Manejo de
campânula Incorreto:
excesso de calor sob a
campânula. Consequências:
 Fuga das pintainhas do  Não bebem, não comem;
 Apresentam fraqueza;
excesso de calor;
 Piora a conversão alimentar;
dispersas na periferia do
 Queda de peso e
círculo.
mortes. Correção:
 Regular a altura da
campânula, suspendendo o
necessário para
manter a temperatura
Manejo de campânula
dentro da faixa de
Incorreto: temperatura
conforto térmico.
baixa
 Pintainhas amontoadas
sob a campânula,
procurando a fonte de
calor.

Consequências:
 Redução no consumo
de água e ração;
 Desidratação, diarréia e
crescimento retardado.
Correção:
 Regular a altura da
campânula, abaixando
o necessário para
aumentar a
temperatura.
Manejo de campânula Manejo de campânula
Incorreto: corrente de vento frio Correto: temperatura de conforto

Consequências:  Pintainhas bem distribuídas dentro


 Fuga das pintainhas; amontoadas; do círculo de proteção.
 Eleva a competição e a mortalidade.
Correção:
 Fechar as cortinas e corrigir as
falhas do círculo de proteção.

Canibalismo
O estresse por temperatura é a causa principal do
canibalismo. Um bom manejo de cortina em dias quentes,
lotação adequada, fornecimento de verde e acréscimo de 1%
de sal à ração farelada são medidas que reduzem os
problemas em mais de 90%. A instalação de abertura na
cumeeira do telhado (lanternin) é uma boa solução para
eliminar os bolsões de ar quente. A ração farelada, oferecida
às aves, na fase de crescimento, contribui para evitar as
bicadas, pois elas ficam a maior parte do tempo comendo. A
presença de galos no aviário reduz o estresse das galinhas.
Separar e tratar as aves feridas com unguento ou pasta de
alho. Reincorporá-las ao lote somente após a recuperação das
áreas lesadas. Em geral, as caipiras negras são aves mais
agressivas, portanto, evitar criações mistas com outras aves.

Substituição dos comedouros


Gradativamente, substituir as bandejas por comedouros
o o o
tubulares: um comedouro no 4 dia, dois no 8 dia, um no 9
o o
dia, um no 10 dia e um no 12 dia.
Preparo das instalações e equipamentos para receber as pintainhas
• Limpar e desinfetar as instalações e os equipamentos 36
horas antes da chegada das pintainhas;
• Espalhar uma camada de palha de arroz de 7 a 8 cm no piso;
• Distribuir os bebedouros de pressão e os comedouros
infantis de forma alternada entre a borda da campânula e
o círculo de proteção;
• Montar o círculo de proteção com quatro folhas de
eucatex, fixadas com arame ou presilhas (Figura 7).
• Instalar a campânula com o bujão de gás do lado de fora
do círculo e o queimador centralizado sobre o círculo
entre 60 e 80 cm de altura;
• Regular a altura da campânula conforme comportamento
das pintainhas;
• Verificar o funcionamento dos comedouros, dos
bebedouros, da campânula, da lâmpada, das cortinas, do
sistema de abastecimento de água às vésperas da
chegada das pintainhas, bem como os possíveis
vazamentos de gás;
• Monitorar a temperatura no círculo com auxílio de
termômetro no mesmo nível das pintainhas;
• Não usar raticidas no pinteiro;
• Instalar grades de proteção de metal ou de plástico em
torno do bebedouro e folhas de papelão sobre a cama
para evitar seu empastamento;
• Ligar a campânula uma hora antes da chegada das
pintainhas, mantendo a temperatura entre 32 e 35ºC;
• Colocar, no máximo, 600 pintainhas sob uma campânula
a gás tradicional ou 1.000 com queimador infravermelho;
• Fazer a cloração da água de beber, utilizando pastilhas
de cloro, mesmo que seja de poço artesiano;
• Deixar as luzes acesas durante 24 horas nos primeiros
quatro dias de vida.
Tabela 11. Recomendações após a chegada das pintainhas.
Dia Recomendações
• No momento da chegada das pintainhas exigir

Nota Fiscal com Guia de Trânsito Animal
atestando a vacinação das aves. Certificar-se da
qualidade das pintainhas: Não receber pintainhas
desidratadas, refugos, com defeitos de aprumo,
cordão umbilical mal cicatrizado etc.;
• Fornecer água com 5% de açúcar nas primeiras três
horas: 50 g por litro de água;
• Abastecer os bebedouros três vezes ao dia,
adicionando polivitamínico e/ou aminoácidos nos
primeiros 30 dias;
• Espalhar ração farelada ou quirera de milho em
folhas de papel, três horas após a soltura, depois de
as aves terem ingerido a água. Abastecer 1/3 da
capacidade da bandeja pela manhã e ½ à tarde
para evitar desperdício;
• Reforçar a ração no final da tarde para não faltar
alimento durante a noite;
• As sobras de ração devem ser recolhidas diariamente
e eliminadas;
• Peneirar a ração três vezes ao dia para eliminação de
fezes e sujeira;
• Manter a temperatura uniforme em torno de 35ºC e
reduzi-la, semanalmente, em 3ºC até atingir 26ºC;
• Observar o comportamento das pintainhas sob a
campânula – sinais de superaquecimento: asa
caída, prostração, bico aberto; sinais de baixo
aquecimento: amontoados e piando;
• Queimar as caixas de embalagens das pintainhas.

• Verificar a temperatura, a umidade e a ração;



• Fornecer a ração inicial em comedouro infantil;
• Não deixar faltar água; continuar com o polivitamínico.
4º • Iniciar aos poucos a abertura do círculo de proteção.
7º • Fazer jejum hídrico 3 horas antes da vacinação.
• Vacinar contra a doença de gumboro (1ª dose),
newcastle e bronquite.
8º • Abrir o círculo totalmente;
• Substituir gradualmente as bandejas por
comedouros tubulares;
• Iniciar a abertura das cortinas laterais de cima
para baixo, para melhorar a ventilação do galpão.
10º • Substituir a última bandeja.
16º • Vacinar contra doença de gumboro (2ª dose).
• Observar a distribuição dos bebedouros e
21º
comedouros no galpão para evitar aves
aglomeradas.
24º • Vacinar contra a doença de gumboro (3ª dose).
• Liberar as aves para o piquete ou área de parque;
30º • Fornecer verde picado ou triturado;
• Manter quiosques com bebedouros na área de
parque.
32º • Vacinar contra a doença de gumboro (4ª dose),
newcastle e bronquite(2ª dose).
45º • Adicionar vermífugo na ração por cinco dias
seguidos.
50º • Vacinar contra newcastle e bronquite (3ª dose).

Outras recomendações:
O calor excessivo causa desconforto e estresse nas aves.
Nesta situação apresentam dificuldades para respirar, ficam
de bicos abertos, asas caídas e prostradas.
Manter a temperatura uniforme, controlando a ventilação por
meio do manejo de cortinas;
Em piques de calor, associados à baixa umidade relativa
do ar menor que 55%, é necessário fazer uma nebulização;
Em piques de calor, afixar uma mangueira perfurada ao
longo da cumeeira para possibilitar fazer aspersão de água
sobre o telhado.
Outra medida para minimizar o calor dentro do aviário
consiste em pintar a face externa do telhado de branco e a
face interna de preto;
Fornecer água com temperatura em torno de 21°C. Se
necessário pode-se adicionar pedras de gelo dentro da caixa
de água.
Verificar sempre que possível o funcionamento das
campânulas e se não há vazamento de gás; substituir bujão
com pouco gás para garantir seu funcionamento à noite e
evitar o abafamento do aviário, bem como as correntes de ar
sobre as pintainhas.

MANEJO DE CRESCIMENTO
A fase de cria e de recria de frangas, destinadas à
produção de ovos tem início com a chegada das pintainhas e
vai até a idade de 18 a 20 semanas.
No sistema de criação de poedeiras, o alojamento das
aves, nas fases de recria e de postura, ocorre no mesmo
galinheiro. No entanto, não se recomenda instalar aves de
diferentes linhagens e idades no mesmo galpão. Com a
adoção de um programa sanitário, recomendado pelo Médico
Veterinário, é viável a separação das aves no mesmo sítio de
produção, dividindo o galpão ao meio, com uma parede,
evitando o contato direto das aves. A área do parque, contígua
ao galinheiro, também deve ser independente e isolada por
faixas de capim-elefante.
Essa fase é fundamental e determinante para o
desempenho da futura poedeira, tendo como objetivo criar um
lote de frangas sadio e homogêneo, com boa cobertura vacinal
e adaptado às condições do meio oferecidas para o período
de produção.

Antes de tomar a decisão de construir, recomenda-se


fazer um estudo com análise do mercado de compra e
venda de insumos e ovos. Escolher um local estratégico para
implantar a granja considerando a distância do mercado de
abastecimento e consumidor. O período de crescimento inicia-
se na 6ª semana até a postura do primeiro ovo.

Recomendações gerais para aves em crescimento


• Anotar a mortalidade. Recolher e incinerar aves
mortas diariamente;
• Manter o fornecimento constante de água limpa e fresca;
• Fornecer ração de crescimento à vontade;
• Desinfetar os bebedouros, se possível, diariamente ou
no mínimo três vezes por semana;
• Verificar sinais de doenças e manter as aves isoladas
de curiosos;
• Verificar sistema de água, luz e ventilação;
• Observar o calendário de vacinação preconizado pelo
veterinário;
• Fazer a pesagem das aves a partir da quarta semana,
durante o período de crescimento, até a 18ª semana;
• Lembrar-se que por volta da 18ª semana aparecem os
sinais de maturidade das frangas, com desenvolvimento
da crista, que ficam avermelhadas;
• Não se esquecer que as aves de postura não podem
engordar. Elas têm a função exclusiva de produzir ovos.
• Fornecer verde à vontade: confrei, rami, caruru, folhas de
batata-doce, guandu, assa-peixe, hortaliças e
leguminosas, após a segunda semana. Ao fornecer
hortaliças observar o período de carência de agrotóxicos
utilizados.

Regulagem do bebedouro pendular


Conforme ilustrações, o bebedouro pendular é regulado
para ficar com a borda superior a 5 cm acima do dorso das
aves. Considerar aves de porte médio.

Figura 30. Regulagem da altura do bebedouro pendular.

Consequências de bebedouros desregulados


Bebedouro alto – a ave tem dificuldade para beber água,
gasta mais energia e tem seu desenvolvimento retardado.
Bebedouro baixo – a água suja mais rapidamente, molha
mais a cama, além de machucar as aves.
Após o 12º dia, a quantidade de água no bebedouro poderá
ser reduzida à metade de sua capacidade, para evitar que se
derrame água na cama (Figura 31).

Figura 31. Regulagem do nível da água no bebedouro


pendular.
Fonte: Gomes (1998).

Regulagem do comedouro
A borda superior da calha do comedouro deve coincidir com
a altura do dorso das aves.
Como as frangas crescem rapidamente, entre três e cinco
dias, é necessário fazer nova regulagem. Considerar o porte
médio das aves do lote. Abastecer o comedouro até 1/3 da
altura da borda.

Figura 32. Regulagem da altura do comedouro tubular.


Consequências de comedouros desregulados
• Comedouro baixo – as aves escolhem os maiores grãos
da ração por terem hábito seletivo e, ao fazer essa
seleção, promovem o desperdício da ração, prejudicando
a conversão alimentar.
• Comedouro alto – dificulta a ingestão de ração, gastando
mais energia, levando a um menor crescimento.

Controle do crescimento
O objetivo de controlar o crescimento é obter a
uniformidade do lote com uma curva de crescimento sem
oscilações, pois a falta de uniformidade de peso de um lote irá
refletir no período de postura. A homogeneidade é o
referencial mais importante no que se refere à qualidade de
um lote.
Os dados a seguir referem-se ao desempenho da galinha
caipira negra, alimentada com ração balanceada, à
temperatura de 21ºC. É importante registrar o consumo e o
peso corporal das aves nas condições de temperatura, manejo
e alimentação.
O consumo pode variar bastante em razão do tamanho dos
grânulos e do valor nutricional da ração, da temperatura
ambiente e da saúde das aves. Com isso, a Tabela 15 deve
ser utilizada como parâmetro de consumo.
Estima-se o consumo de 0,8 kg de ração inicial, de 5,8 kg
de ração de crescimento e de 49,7 kg de ração de postura,
num total de 56,3 kg de ração/ave/ciclo.
Tabela 12. Controle de peso da galinha caipira negra.
Idade Peso ideal Consumo de ração em g/ave
Semanas (kg) Diário Acumulado
1 - 11 77
2 - 19 210
3 - 25 385
4 305 a 335 30 595
5 405 a 435 36 847
6 500 a 530 43 1.148
7 580 a 620 49 1.491
8 670 a 710 52 1.855
9 750 a 800 55 2.240
10 840 a 890 57 2.639
11 920 a 980 60 3.059
12 1.000 a 1.070 63 3.500
13 1.090 a 1.160 66 3.962
14 1.170 a 1.250 69 4.445
15 1.260 a 1.340 72 4.949
16 1.340 a 1.430 76 5.481
17 1.430 a 1.520 80 6.041
18 1.510 a 1.610 84 6.629
22 1.800 a 1.980 95 9,210
24 1.900 a 2.080 95 10,54
26 2.000 a 2.180 110 12,08
28 2.040 a 2.210 110 13,62
30 2.060 a 2.220 110 15,16
36 2.080 a 2.250 110 19,78
40 2.100 a 2.270 110 22,86
72 2.250 a 2.430 110 56,33

Fonte: Granja Caipira Porto Feliz (1997).

Método de controle
Fazer a pesagem das aves, quinzenalmente, a partir da
quarta semana, em horário definido, com as aves em jejum,
por amostra ao acaso, de 100 frangas, individualmente,
durante o período de crescimento até a 18ª semana. Utilizar
um separador de tela. Em relação ao peso médio do lote, 80%
das aves devem estar no intervalo de 10% para mais ou para
menos. A mudança de ração deve ser feita de acordo com o
peso corporal (Tabela 12).
Evitar oscilações na curva de crescimento
Lote pesado – retardar o aumento da ração até que atinja o
peso padrão da linhagem, jamais reduzindo a quantidade de
ração;
Lote leve – corrigir progressivamente durante três semanas,
utilizando como regra: 1 g de alimento = 1 g de crescimento.
Exemplo: 100 g de peso perdidos com o atraso no
crescimento serão corrigidos ao suplementar as pintainhas
com 100 g de ração durante três semanas.
Em caso de retardo brusco do crescimento, recomenda-se
verificar a quantidade de alimento distribuída e o estado de
saúde das aves; aquelas pouco desenvolvidas devem ser
descartadas ou separadas e alimentadas até atingirem o peso
padrão.

MANEJO DE ALIMENTAÇÃO
A ração é o componente que mais onera o custo de
produção de ovos. A utilização de ração de baixa qualidade como
medida de economia comprometeaviabilidadedaexploraçãocom
quedanaconversãoalimentar, no ganho de peso e na produção de
ovos. Para alcançar o potencial máximo de produção das aves, é
necessário fornecer uma ração de boa qualidade. O preparo da
ração na propriedade é possível desde que sejam adquiridos
os equipamentos e a quantidade de ração produzida justifique o
investimento. Em geral, o milho é o componente de maior
volume, em torno de 60% da ração. É necessário adquirir
também o concentrado protéico e o núcleo. A formulação de
ração deve ser feita por um técnico habilitado, utilizando matéria-
prima de boa qualidade e de origem idônea.
Na Tabela 13, é apresentado o programa de alimentação das aves.

Tabela 13. Programa de alimentação das aves.

Fase/tipo de ração Período


1º dia a 6ª semana ou até que atinja o
Cria/inicial mínimo
Recria/crescime de 500 g de peso.
6ª semana até início da postura ou 20ª
nto semana.
Produção/postu 20ª semana até 35ª semana.
ra I Após 35ª semana até o fim da postura ou
Produção/postur descarte.
a II
Observação: a utilização de apenas uma fórmula de ração no
período de postura é adotada pela maioria dos criadores pela
dificuldade de aquisição.

Fatores que poderão influenciar a eficiência alimentar


• Quantidade e qualidade da água;
• Distribuição, densidade e abastecimento inadequado
de comedouros;
• Nível de ração nos comedouros e falta de regulagem;
• Presença de ratos;
• Densidade elevada de aves no galpão;
• Surtos de doenças e mortalidade;
• Estação do ano, temperatura e ventilação do aviário;
• Ração de má qualidade ou desbalanceada.

Figura 33. Distribuição adequada de bebedouros e


comedouros.

Alimentação inicial
Antes de iniciar o fornecimento da alimentação sólida para as
pintainhas, é necessário fazer sua hidratação com água
enriquecida com açúcar ou polivitamínico, pelo menos três horas
antes de fornecer a ração. Pode-se continuar oferecendo essa
mistura durante as primeiras 24 horas.
As causas mais comuns da perda de peso das aves são:
doenças, superlotação e consumo inadequado de ração.
A ração inicial é muito importante para que as aves
manifestem seu potencial produtivo. A substituição de
ingredientes convencionais por produtos alternativos, para
minimizar custos, deve ser feita com cautela, considerando
fatores antinutricioinais e comprometimento no desempenho
da produção. A utilização de farelo de algodão na alimentação
de aves poedeira altera a coloração da gema.
A troca da ração inicial pela de crescimento deve ser feita
gradativamente.

Tabela 14. Sugestão de troca de ração.


Idade Ração inicial Ração de
(dias) (%) crescimento (%)
38 100 0
39 75 25
40 50 50
41 75 25
42 0 100
Observação: adotar o mesmo procedimento na troca da ração
de crescimento para a ração de postura.

Alimentação de crescimento
O teor de energia da ração das frangas é fundamental
para o desenvolvimento do sistema digestivo das futuras
poedeiras. A ingestão de alimento com pouca energia estimula
o consumo excessivo durante a postura, com reflexos negativos
sobre o aumento do peso e o surgimento da degeneração
gordurosa do fígado. O excesso de energia, ao contrário,
acarreta limitação no desenvolvimento do sistema digestivo,
tendo como consequência, baixo consumo no início da postura.
As poedeiras devem estar aptas para suportar a redução do teor
de energia da ração de postura e aumento de suas
necessidades de crescimento e produção nessa fase.
A ração de crescimento deve apresentar teor de energia um
pouco menor que o da ração de postura. Fornecer a ração
de postura às frangas a partir da 18ª semana, o que permite
uma adaptação positiva às mudanças de composição e de
granulometria da nova ração antes do início efetivo da
postura. A prática mais utilizada no sistema semiconfinado de
criação de poedeiras é a alimentação das aves em recria, à
vontade. Apesar de vantajosa, a alimentação controlada é
mais trabalhosa e requer mais equipamentos, podendo causar
estresse nas aves.

Alimentação de postura
Durante um período de 10 a 15 dias que antecede o início
da postura, ocorre o desenvolvimento do ovário e do oviduto
das aves, fator importante para a nova fase. Nesse estágio, é
fundamental proporcionar às aves um ambiente com o
mínimo de fatores

estressantes e uma temperatura ambiente sem muitas


variações, em torno de 22ºC. Trocar ou completar a cama dos
ninhos, garantindo um local mais limpo e tranquilo para as
aves. Na criação em semiconfinamento, a densidade
populacional é de 6 a 7 aves/m² de área útil do galpão.
A alimentação balanceada, associada às condições de
conforto, higiene, segurança das instalações e controle
sanitário são fatores determinantes para a manifestação do
potencial genético das aves.

Tabela 15. Troca de ração de crescimento pela de postura.


Idade Ração de Ração de postura
(dias) crescimento (%) (%)
120 100 0
121 75 25
122 50 50
123 25 75
124 0 100
É importante ficar atento, pois a troca brusca de ração
determina queda vertiginosa da produção.

Ração balanceada
Fornecer uma ração de postura com maior nível energético
do que a ração de recria, para evitar consumo insuficiente de
ração no início da produção.
Neste caso manter as características estáveis do teor da
ração, evitando-se mudanças de procedência e de
composição durante a postura, que poderiam afetar a
formação da casca e reduzir o índice de postura.

Conversão alimentar
Espera-se um consumo de 2 kg de ração balanceada de
postura para cada quilograma de ovos produzido.

Qualidade do alimento
A alimentação corresponde a aproximadamente 70% do
custo de produção, razão pela qual se deve atender aos padrões
recomendados. É aconselhável sempre adquirir a ração
ou matéria-prima de fornecedores idôneos. Evitar a variação
da forma e dos nutrientes da ração, tendo em vista que as
alterações da formulação podem afetar o consumo em razão
da variação da palatabilidade. Qualquer mudança deve ser
feita gradativamente. O milho mal conservado é uma fonte
de contaminação por fungos e causa frequente de mortalidade
de aves.

Tabela 16. Fórmulas de ração balanceada para galinha caipira negra.


Inicial Crescimento Postura
Ingredientes 0 a 42 dias 43 a 120 dias 121 em diante
Milho moído 643 615 644
Farelo de soja, (45%) 294 200 212
Farelo de trigo 27 150 -
Calcário calcítico (38%) 9,1 11,9 85,3
Fosfato bicálcico (18%) 18 14 16
Sal moído 3,8 3,6 3,7
DL metionina (98%) 0,1 0,5 -
Protenose - - 34
Núcleo inicial 5 - -
Núcleo crescimento - 5 -
Núcleo postura - - 5
Total (kg) 1.000 1.000 1.000
Fonte: Granja Caipira Label Rouge, citado por Gessuli (1997).
Tabela 17. Porcentagem de nutrientes.
Tipos de
ração
Nutrientes (%) Inicial Crescimen Postur
to a
Proteína bruta 19,4700 16,84 17,48
Cálcio 0,8804 0,8965 3,7059
Fósforo total 0,6906 0,6779 0,5947
Mineral 5.6190 5.6251 12.346
3
Extrato etéreo 3.1450 3.3385 3.0715
Fonte: Granja Caipira Label Rouge, citado por Gessuli (1997).

Tabela 18. Fórmulas de concentrados.


Fase
s
Ingredientes
Inicial Crescimen Postura I Postura
(kg/500 kg de
(até a to (7ª a (início a II (43ª
ração)
6ª 12ª 42ªseman semana
a)
seman semana) ao
a) descarte)
Milho, 8,5% 31 340 295 290
5
Farelo de soja, 165 140 140 14
45,5 0
Farelo de trigo 0 0 15 15
Calcário 0 0 30 35
Núcleo inicial 20 0 0 0
Núcleo 0 20 0 0
crescimento
Núcleo postura 0 0 20 20
Total 500 500 500 50
0
Tabela 19. Fórmulas de concentrados.
Ingredientes Fases
(kg/500 kg
Inicial Crescimento Maturidade Postura I Postura II
de ração)
Milho, 8,5% 310 320 322,5 320 327,5
Farelo de
140 105 77,5 118 106
soja, 45,5
Farelo de
25 50 75 0 0
trigo
Calcário 0 0 0 37 41,5
Núcleo
franga Inicial/ 25 25 0 0 0
crescimento
Núcleo
franga 0 0 25 0 0
Maturidade
Núcleo
0 0 0 25 25
postura
Total 500 500 500 500 500
Nutrientes Valores nutricionais (%)
Proteína bruta 20 17,5 16 17,5 16,5
Cálcio (%) 1 1 1 3,8 4
Fósforo
0,67 0,67 0,44
total (%)
NDT(%) 2.830 2.830 2.790 2.750 2.750
Aspecto físico
A ração peletizada é obtida submetendo a ração farelada ao
vapor e à compressão originando os péletes, cujos
ingredientes ficam fortemente aderidos, impedindo
desperdícios e reduzindo a ação de agentes contaminantes.
Esse processo melhora a conversão alimentar das aves,
porém apresenta custos adicionais.

Preparo das rações


Para quem está iniciando na atividade é preferível adquirir
rações comerciais para cada fase de criação. Outra opção é
adquirir o concentrado composto de premix mineral-vitamínico
e proteína (farelo de soja) e misturar na propriedade apenas o
ingrediente majoritário como o milho, conforme a orientação do
fabricante. Tendo capacidade de estocagem, outra opção
consiste em adquirir todos os insumos: premix mineral-
vitamínico, farelo de soja e o milho e misturar na propriedade.
Faça um bom planejamento antes de tomar a decisão de
produzir a ração na propriedade. Os custos com instalações e
equipamentos, energia, mão de obra, aquisição, transporte e
estocagem de insumos é compensador para o volume de
ração consumida? O capital de giro da atividade não pode ser
imobilizado em novas construções e aquisição de
equipamentos.
Adquirir ou fabricar rações para o consumo em até quatro
semanas para evitar desperdícios e perda da sua qualidade.
A B C

Figura 34. A: Misturador; B: balança; C: triturador e carrinho.

Condições de estocagem de ração


Estocar a ração ou a matéria-prima alimentar sobre
estrados, protegidos de umidade, ratos e de outros animais.
Evitar a exposição solar direta, bem como a estocagem da
ração por longos períodos. Fungos, insetos, roedores e
pássaros causam danos às matérias- primas, alterando a
qualidade nutricional da ração, e podem causar doenças às
aves.

Figura 35. Estocagem de ração e insumos.

Suplementação
Fornecer suplementação alimentar em piquetes de
gramíneas Coast-Cross, Tifton, Estrela ou fornecer hortaliças,
frutas e verde no próprio parque. Planta forrageira como o
rami possui alto teor de proteínas e pode ser utilizado assim
como a abóbora e folhas de hortaliças, desde que isentas de
contaminação com produtos tóxicos.

Figura 36. Fornecimento de rami para poedeiras Colonial

Figura 37. Fornecimento de abóbora para poedeiras


caipiras negras.

Água
A fonte de água é um fator fundamental de sucesso ou
fracasso da atividade. É importante fornecer água potável com
temperatura adequada, na quantidade necessária para cada fase.
No primeiro e no segundo dia, fornecer água à temperatura de
16 a 20ºC. Caso haja a ocorrência de diarréia nas aves, deve-se
suspeitar da qualidade da água.
Água de qualidade resulta em melhor conversão alimentar e
menor mortalidade. É importante estar atento, pois ave que
não bebe não come.
Controle da qualidade e do consumo
• Colocar a disposição das aves água fresca e pura para
suprir a sua necessidade metabólica e evitar a redução
do fluxo;
• Não interromper, temporariamente, o fornecimento de
água das aves de postura, pois pode causar danos à
produção;
• Verificar se há bebedouros suficientes para todas as aves do lote;
• Examinar o controle de fluxo de água e o ajuste das
válvulas dos bebedouros;
• Nivelar os bebedouros com profundidade mínima de 1,5 cm;
• A necessidade de água cresce com o aumento da
produção e da temperatura ambiente, e o consumo de
água dobra nos períodos de alta temperatura;
• As aves controlam a temperatura do corpo pela
eliminação da água pelos pulmões;
• Realizar a análise bacteriológica da água, duas vezes ao ano.

É importante estar atento para todas essas


recomendações, pois sabe-se que o controle de qualidade e o
consumo de água pelas aves vai refletir diretamente na
produção de ovos, uma vez que a água constitui 74% do peso
do ovo.

Tabela 20. Consumo de água e de ração em diferentes temperaturas.


Água consumida em litros/1.000 aves, em
Ração diferentes
temperaturas
Gramas por 15,6º 21,1º 26,7º 32,2º 37,18º
ave C C C C C
82 148 163 227 401 685
86 155 174 242 424 727
91 163 182 254 447 765
95 170 189 265 469 803
10 182 201 280 492 844
0
10 189 208 291 515 882
4
10 197 220 307 538 920
9
11 204 227 318 560 958
3
Regra prática: as poedeiras bebem a quantidade de água
correspondente a duas vezes o consumo de ração. Exemplo:
se a ave consumir 100 g de ração, deverá ingerir 200 mL de
água.
MANEJO DA PRODUÇÃO
O ovo é constituído de 58% de clara, 31% de gema e 11% de
casca. A respiração do ovo ocorre através de pequenos poros
presentes na sua casca. E ao ser lavado, perde a cutícula – fina
camada externa que o envolve e o protege. Internamente o ovo
possui mais duas membranas brancas que envolvem a clara.
Essas membranas formam uma câmara de ar no pólo mais largo.
No ovo recém-posto, essa câmara é pequena e aumenta com a
evaporação e o esfriamento da água.

A B

Figura 38. A: ambiente confortável e limpo; B: produção de ovos


limpos e íntegros.

A gema de cor amarelada (mais pigmentada em ovos


caipira) e de forma arredondada está envolvida pela
membrana vitelínica que evita o derramamento. A gala,
presente nos ovos fertilizados, é um ponto mais claro sobre a
superfície da gema.
A clara apresenta três camadas cujas diferenças são
visíveis nos ovos frescos.
As calazas são estruturas em forma de cordões torcidos
presos nos pólos opostos à gema, a fim de prendê-la e impedir
seu deslocamento em movimentos bruscos do ovo.
Quimicamente o ovo de galinha é composto de 74% de água,
12% de gordura, 13% de proteína e 1% de minerais,
considerando-o sem a casca que é constituída essencialmente
de carbonato de cálcio.

Coleta, armazenamento e transporte dos ovos


A produção de ovos limpos e íntegros é de grande
importância econômica, pois ovos sujos, trincados são
classificados como de qualidade inferior e são vendidos por
menor preço.

Figura 39. Coleta de ovos em baldes de plástico.

Figura 40. Armazenamento de ovos em bandejas


descartáveis.

Medidas higiênico-sanitárias
As medidas descritas abaixo visam evitar a
contaminação e a danificação dos ovos após a postura:
• Coletar os ovos de quatro a seis vezes ao dia. Entre
8h30, 9h30, 10h30 e 12h. No final da tarde, recomenda-
se fazer uma revisão nos ninhos. A frequência de coleta
reduz o índice de ovos trincados e sujos;
• Trocar a cama dos ninhos periodicamente e mantê-la
sempre limpa para evitar a contaminação dos ovos com
fezes;
• Manter limpas as bandejas de coletas de ovos e as mãos
do coletor de ovos;
• Utilizar cartelas de plástico, que é de fácil limpeza;
• Coletar separadamente os ovos trincados e os de casca fina;
• Limpar e desinfetar os ovos coletados no chão com
solução clorada e destiná-los ao consumo alternativo;
• Armazenar os ovos em local limpo, seco e fresco;
• Armazenar as caixas de ovos sobre balcão, em ambiente
bem ventilado, aguardando o transporte para o comércio
onde serão mantidos nas condições já recomendadas;
• Separar e identificar a produção de cada dia e entregá-la
aos clientes o mais rápido possível;
• Acondicionar os ovos em bandejas higiênicas e colocá-
las em caixas de papelão;
• Durante o transporte, é importante evitar trepidações
para não trincar os ovos.

A limpeza dos ovos é feita de forma artesanal: ovo a ovo.


Para preservar a qualidade e o valor nutricional do ovo é
muito importante adotar medidas higiênico-sanitárias
recomendadas pelo técnico, evitando-se, com isso, perdas
econômicas com ovos depreciados, o que pode viabilizar o
negócio.
Ovos com germinação avançada, os de odor anormal e os
podres são impróprios para o consum; os trincados, sujos ou
pouco frescos são depreciados. Ovos frescos quando
quebrados sobre um prato apresentam-se com a gema alta e
a clara compacta, enquanto os velhos espalham-se sobre a
superfície com a gema muito baixa e a clara líquida. Durante
o processo de deterioração do ovo, ocorrem a perda dos gases
e a alteração do pH interno, liquefazendo a clara. Ovos bem
conservados possuem um período de validade de até 21 dias.

No ambiente de criação e de armazenamento é


inadmissível a presença de roedores e insetos. Deve-se manter
atenção especial ao combate sistemático desses vetores de
doenças para as aves e para a contaminação dos ovos.

Tabela 21. Total de postura após a alvorada.


Horas após a Total da postura por
alvorada dia (%)
1 Alguns
2a3 40
4a5 30
6a7 20
8a9 10
10 a 11 Alguns

Avaliação de postura e descarte de poedeiras


Fazer a avaliação da postura para verificar a viabilidade
econômica após a 52ª semanas de produção ou após 72ª
semanas de idade. A postura inferior a 60% justifica-se apenas
se o preço de venda do ovo for compensador. Além da
porcentagem de postura, leva-se em consideração o preço de
mercado do ovo e a programação da granja. As aves de
descarte são vendidas com peso médio de 2,4 kg, alcançando
excelente preço de venda como ave caipira viva para abate,
principalmente o macho. No sistema de semiconfinamento, as
aves podem manter uma postura aceitável de até 20 meses de
idade. Após a décima semana de postura do primeiro ovo, as
aves atingem o pico de postura de 90%.

Tabela 22. Critérios para avaliação de aves em postura e fora de postura.


Critérios Em postura Fora de postura
Crista e barbelas Vermelhas, Pálidas, ressecadas
brilhantes e e murchas
inchadas
Distância vertical entre Maior que dois Menor que dois
as pontas dos ossos dedos dedos
púbicos
Distância entre as
pontas dos ossos Três a quatro Menor que três
púbicos e a ponta dedos dedos
do externo
Coloração das Esbranquiçadas Amareladas
canelas
Coloração do bico Esbranquiça Amarelada da
da da base base para a ponta
para a ponta
Cloaca Grande, macia, Seca e amarelada
úmida e rosada
Olhos Olhar vivo, círculo Amarelados
branco ao seu
redor
Controle do choco
As linhagens de aves, criadas em gaiolas para produção
industrial, perdem a capacidade do choco, porém as poedeiras
de ovos vermelhos em semiconfinamento continuam a entrar em
choco, o que pode causar prejuízos à produção de ovos. Para
não estimular o choco das aves nesse sistema, é necessário
evitar o acúmulo de ovos nos ninhos e manter as aves
fechadas durante o período noturno. E para eliminar o choco,
prender as aves numa gaiola suspensa com piso de arame,
com água e ração em local arejado e claro durante um período
de quatro dias. Espera-se que a produção de ovos retorne em
dez dias.

Fatores de manejo que afetam a produtividade


Vários fatores podem interferir na produtividade de um plantel.
Entre os mais importantes podem-se citar o posicionamento
incorreto do aviário; a quantidade e a distribuição inadequada dos
equipamentos, principalmente comedouros e bebedouros; cama de
má qualidade (úmida, contaminada com fungos etc); densidade
elevada; ventilação insuficiente; correntes de ar; temperatura alta ou
baixa; alimentação incorreta e negligência no manejo sanitário. E
Com isso, é necessário verificar esses itens constantemente para
manter o plantel com uma produção eficiente e lucrativa.

Figura 41. Galpão com alta densidade. Desconforto e


canibalismo
Figura 42. Acesso ao parque. Redução do estresse.

PROGRAMA DE LUZ ARTIFICIAL


A luz captada pelos olhos das aves estimula os sistemas
nervoso e hormonal e, consequentemente, o sistema
reprodutor. No outono e no inverno, ocorrerá a diminuição da
produção de ovos devido à redução das horas de luz do dia,
que será mais acentuada quando se estiver mais próximo do
Sul do País.
O objetivo do programa de luz é manter o estímulo da
produção na entressafra de ovos (Tabela 23). O fotoperíodo ou
período de luz é fornecido respeitando as regras básicas para aves de
postura. AEmbrapa recomenda para a ave colonial Embrapa 051
as seguintes regras básicas:
• Fornecer 24 horas de luz no primeiro dia de vida,
reduzindo-se 2 horas de luz para cada dia, até atingir luz
natural, mantendo as aves somente com iluminação natural
até dez semanas de idade;
• De 10 a 16 semanas de idade, fornecer luz natural para
épocas de fotoperíodo decrescente (janeiro a junho), e luz
constante de 13 a 14 horas (natural + artificial), para
épocas de fotoperíodo crescente (Julho a dezembro);
• A partir da 16ª semana de idade, fornecer luz artificial
crescente até atingir um total de 16 horas de luz, no pico de
produção, mantendo- se esse valor constante até o final do
período produtivo.
• Na fase entre a 6ª e 16ª semana de idade, a duração da
iluminação não pode ser aumentada e, a partir do início da
postura até o descarte das aves, a duração da iluminação
não pode ser diminuída.

Tabela 23. Quantidade de luz a ser disponibilizada às aves por dia.


Idade das aves Quantidade de luz por dia
(semanas) (horas)
1 23
2 20
3 17
4 15
56 a 13
17
18 12
19 13
20 14
21 14,5
22 15
23 15,5-
16
Fonte: Granja Caipira Label Rouge.

MANEJO SANITÁRIO
O manejo sanitário engloba todas as medidas necessárias
para garantir a saúde das aves. Essas medidas iniciam-se
antes mesmo da chegada das pintainhas, quando do preparo
do galpão, incluindo vacinação, vermifugação, higiene e
isolamento de aves, manejo de cama, procedência das
pintainhas. Todas essas medidas visam reduzir os riscos de
doenças.
Durante a criação, toda ave morta, enferma ou refugo deve
ser retirada do galpão, deve ser sacrificada, se for o caso, e, em
seguida, queimada ou lançada na fossa ou na composteira.

Tabela 24. Fatores que reduzem os lucros de uma granja avícola.


Fator Redução do lucro
(%)
Manejo incorreto 59
Infecções clínicas e subclínicas por 26
bactérias Contaminação por fungos 12
Água de má qualidade 3

Medidas de biosseguridade
A adoção das medidas abaixo asseguram a eficiência da
produção e evita a incidência de doenças, além de garantir
melhor qualidade ao produto e à segurança alimentar:
• Alojar aves de espécies e idades diferentes no mesmo
galpão é um risco sanitário. No sistema de
semiconfinamento, é possível alojar aves de idades
diferentes na mesma granja desde que se adotem medidas
de biosseguridade. Essas medidas podem reduzir, ao
máximo, a probabilidade da introdução, propagação e
transmissão de agentes de doenças entre as aves, granjas
e regiões.
• Conscientizar os colaboradores envolvidos quanto à
adoção das medidas de biosseguridade;
• Adquirir pintainhas livres de doenças transmissíveis
vertical- mente;
• Verificar a idoneidade dos fornecedores;
• Usar vestimenta e calçados limpos;
• Restringir ao máximo a entrada de pessoas, veículos e
animais na granja;

• Não introduzir equipamentos sem prévia desinfecção;


• Instalar uma cortina vegetal ao redor da granja para
servir de barreira sanitária e quebra-ventos;
• Não manter criações com múltiplas espécies na
mesma propriedade;
• Destinar adequadamente as aves mortas para fossas
sépticas ou composteiras;
• Fazer controle periódico de vetores de doenças:
roedores, moscas e aves silvestres;
• Obedecer a distância regulamentar entre as granjas;
• Manter a granja isolada por cercas;
• Adotar o calendário de vacinação específico para a
granja sob a supervisão do Médico Veterinário
responsável, em consonância com as normas do serviço
oficial e em razão dos riscos e exigência de cada região;
• Monitorar periodicamente o plantel e os insumos por
meio de análises laboratoriais;
• Utilizar água potável clorada com 3 a 5 ppm de cloro ativo;
• Ao visitar um lote infectado por doenças, não entrar em
contato com lotes sadios por um período mínimo de três
dias.
Vazio sanitário
É o período entre a saída ou descarte de um lote e a
entrada de outro lote, em que são feitas as operações de
limpeza geral e desinfecção. Duas semanas são suficientes
para assegurar um ambiente sanitário adequado.

Limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos Galpão


Realizar a desinfecção com o galpão limpo e enxuto.
Poças de água diluem a solução já pronta, e perde o poder
desinfetante. Depois do descarte do lote em final de postura,
seguir as seguintes recomendações:
• Pulverizar a cama com desinfetante;
• Acrescentar um inseticida se houver insetos;
• Retirar os equipamentos e, em seguida, a cama;
• Varrer o piso, limpar as paredes, telas e cortinas:
- molhar o piso e as cortinas com água e detergente;
- lavar e retirar a sujeira duas horas após, com água sob pressão.
• Desinfetar o galpão com formol a 5%;
• Deixar o galpão em vazio sanitário por cinco a dez dias;
• Colocar nova cama e equipamentos;
• Pulverizar a cama com um fungicida;
• Fazer a fumigação do galpão (500 m²):
- 4 kg de permanganato de potássio;
- 4 L de água;
- 8 L de formol a 30%;
- Deixar o galpão fechado durante 24 horas;
- Levantar as cortinas 24 horas antes da chegada do novo lote.

Observação: a segunda desinfecção pode ser feita com


auxílio do pulverizador costal dois dias antes da chegada das
pintainhas.

Limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos


Após a limpeza e desinfecção das instalações, repor a
cama, pulverizar com desinfetante adequado, recomendado
pelo Médico Veterinário, e aguardar o período de vazio
sanitário para alojar um novo lote de pintainhas.
A B
Figura 43. Limpeza e desinfecção de instalações.

Figura 44. Galpão em vazio sanitário.

Tratamento e abastecimento de água


É importante tratar e proteger a água de agentes
patogênicos (causadores de doenças), por ser ela um veículo
transmissor de vermes e doenças. Para o tratamento da água
recomenda-se realizar exame laboratorial e, de posse do
resultado, proceder ao tratamento.
Além disso, convém fazer análises para monitorar a
qualidade em relação aos parâmetros físicos, químicos e
microbiológicos. (salmonelose, coliformes fecais, pH).
Para águas filtradas, sem presença de matéria orgânica,
usar 1 ppm de cloro ativo (exemplo: 25 mL de água sanitária a
2%, em 500L de água). A cada seis meses levar e desinfetar a
caixa d’agua. A caixa de água pode ser a principal fonte de
contaminação intestinal. Portanto, é fundamental fazer a
limpeza e desinfecção com solução de água clorada a 500
ppm, no período de vazio sanitário entre dois lotes. Faz-se a
cloração da água utilizando pastilhas de cloro na proporção
de uma pastilha para 250 L de água. Verificar,
semanalmente, o desgaste das pastilhas.

Equipamentos e utensílios
A limpeza e a desinfecção de todo o material utilizado
consiste nas seguintes práticas:
• Lavar os equipamentos e materiais, inicialmente,
removendo os resíduos apenas com escova e água;
• Lavá-los com detergente neutro sem perfume e esponja;
• Sanificar com solução de água clorada (200 ppm);
• Imergir ou borrifar esses equipamentos e materiais,
deixando-o em contato por dois minutos e, seguida,
enxaguar em água corrente e deixá-los secar
naturalmente.

Doenças e seu controle


A prevenção é o melhor e mais econômico método de
controle de doenças, envolvendo a adoção de normas de
isolamento, desinfecção, manejo e vacinação. Não obstante, as
doenças podem surgir, apesar do emprego dessas medidas.
De maneira geral, é difícil identificar o tipo de doença que a
ave apresenta apenas por meio dos sintomas, porque a galinha
é diferente de outras espécies e praticamente todas as
doenças têm sintomas muito parecidos.
Os principais sinais observados no comportamento das
aves quando inicia alguma doença são:
• Presença de tosse e espirros;
• Fezes líquidas aderidas às penas da cloaca;
• Falta de uniformidade no crescimento das aves;
• Aumento do consumo de água;
• Redução do consumo de ração;
• Palidez excessiva nas cristas;
• Baixo desenvolvimento;
• Mortalidade alta e repentina

Ao verificar esses sintomas, o criador deve solicitar


atendimento Médico Veterinário.

Principais doenças das aves


Conhecer a biologia e as doenças mais comuns que
acometem as aves é especialmente importante para adotar
procedimentos de manejo sanitário. Muitas doenças, em
especial as viroses, não apresentam tratamento específico,
outras possuem tratamentos que oneram ou inviabilizam a
atividade. Portanto, a melhor e mais barata conduta consiste
em adotar medidas de biossegurança, e fornecer uma
alimentação balanceada que atenda aos requerimentos
nutricionais das diversas fases do ciclo de vida da ave.
Aves vacinadas e bem nutridas, manejadas em ambiente
confortável, seguro e livre de agentes causadores de doenças,
são medidas que levam ao sucesso da atividade.

Doenças infecciosas
São aquelas doenças causadas por vírus, bactérias e
micoplasma. Algumas viroses são evitadas por meio da
imunização do plantel com vacinas específicas. As infecções por
bactérias e micoplasma são tratadas com antibióticos de amplo
espectro prescritos pelo Médico Veterinário.
Doença de Marek – certificar-se de que as pintainhas
adquiridas são oriundas de incubatório idôneo onde são
vacinadas no primeiro dia de vida. Na chegada, deverão ser
recebidas em um ambiente limpo, desinfetado, livre de qualquer
contaminação e protegidas com medidas sanitárias adequadas,
pois somente após 15 dias estarão resistentes.
Doença de Gumboro – as pintainhas comerciais,
adquiridas de incubatório, de matrizes vacinadas, apresentam
mais proteção contra a doença. Na granja, vaciná-las no 8º,
16º, 24º e 32º dias de vida, via oral através da água de beber.

Figura 45. Bursa de Fabricius.


As lesões que essa doença causa na bursa de Fabricius,
importante órgão de defesa, deixam as aves susceptíveis a
outras doenças como: Marek, newcastle, colibacilose,
salmonelose, o que afeta definitivamente a saúde do plantel.
A bursa de Fabricius cumpre importantes funções
imunológicas no final da vida embrionária e início da vida da
ave, portanto é importante ficar atendo e cumprir o calendário
de vacinação recomendado pelo Veterinário.
O vírus da doença de Gumboro age sobre o principal órgão
linfóide da ave – a bursa de Fabricius – causando uma
depressão imunológica.
Infecções precoces causam lesões irreversíveis nesse
órgão com destruição de grandes quantidades de células de
defesa, o que resulta na imunodepressão permanente, e
causa impacto sobre o resultado econômico e sobre o
desempenho zootécnico das aves.
Doença de Newcastle – a vacinação é preventiva, não é
tratamento, portanto, não vacinar aves doentes. A vacinação é
realizada pelas vias nasal, ocular, oral ou por nebulização.
Para a aplicação nasal e ocular, enquanto uma pessoa segura
a ave a outra aplica a vacina. Segurar a ave com firmeza para
evitar traumatismos.
Epitelioma contagioso ou bouba-aviária – as pintainhas
são vacinadas no primeiro dia de vida no incubatório por
punctura na membrana da asa, via intradérmica. Fazer o
controle de mosquitos e proporcionar ambiente higiênico
melhora o resultado da vacinação.
Bronquite Infecciosa – nas galinhas, a doença é mais
genital que respiratória. A vacinação na 18ª semana, via oral
através da água de beber, assegura boa proteção às aves.
Micoplasmose – ocorre em todas as espécies de aves,
mas, em galinhas, predomina o Micoplasma gallisepticum. As
infecções geralmente são mistas com mais de uma espécie de
micoplasma. Os pombos e outras aves voadoras
desempenham papel mecânico e biológico na transmissão de
micoplasma e de enterobactérias para as granjas de galinhas
poedeiras. O aumento da densidade de aves aumenta,
também, a taxa de disseminação da doença. O micoplasma
pode sobreviver por dois a quatro dias em penas, cabelo,
palha, algodão e borracha e, por 24 horas, em nariz humano.
Para evitar a contaminação das aves, adquirir pintainhas de
incubatório livre de micoplasma, e seguir as medidas já
recomendadas de limpeza e de desinfecção dos galpões.
Colibacilose – a infecção por essa bactéria ocorre,
principalmente, por causa da falta de higiene. Por isso,
recomenda-se adotar as medidas de proteção sanitárias:
limpeza, desinfecção, vazio sanitário etc.
Pasteurelose ou cólera aviária – doença muito contagiosa,
aguda, comum em criações domésticas. As aves morrem
repentinamente, podendo dizimar um lote inteiro. A vacina
mista contra cólera e tifo é largamente utilizada em criações
domésticas, contudo, promove uma imunidade pouco
duradoura.
Limpeza e desinfecção periódicas do aviário e do parque,
eliminação das aves com sintomas e quarentena para aquelas
adquiridas de outros aviários são medidas de biossegurança
muito eficazes no controle dessa doença.
A utilização de antibiótico de largo espectro na água durante
cinco dias consecutivos tem demonstrado muita eficácia no
controle e no tratamento da doença em criações
semiconfinadas.
Salmoneloses: tifo aviário, pulorose e paratifo – adquirir
pintainhas somente de incubatório idôneo, com controle
sanitário adequado.
Os agentes podem penetrar na granja por meio de sacos de
ração contaminados, bandejas, aves silvestres, ratos e
visitantes curiosos. As aves mortas devem ser incineradas
imediatamente.
A salmonelose é tratada com um antibiótico forte durante
sete dias e, em seguida, utilizar um probiótico.
Coriza infecciona – doença infecciosa comum que acomete as
aves, de fácil disseminação, cujo tratamento é feito com antibióticos
específicos. No caso de ocorrências de doenças no plantel, o
Médico Veterinário deve ser consultado para fazer o diagnóstico e
tratamento específico.

Principais doenças parasitárias


Os parasitas externos são responsáveis por grandes
prejuízos econômicos, tanto pela propagação de doenças,
contaminação de alimentos, quanto pela espoliação de sangue
dos animais, causando estresse, desconforto e consequente
perda de peso. A incidência é maior quando não há cuidados
higiênicos nas instalações, principalmente em épocas quentes
e úmidas.

Ectoparasitoses – as aves são atacadas frequentemente


por piolhos, ácaros, carrapatos, percevejos e moscas.
a) Ácaros – são causadores da sarna e podem ser
encontrados nas pernas e patas das aves. Esses parasitas
“cavam” galerias sob a pele ou corroem as pernas, o que
provoca lesões típicas e causa grande irritação nas aves.
Controle: usar óleo ou extrato de nim (Azadirachta indica A.
Jus.) diluído em água e aplicado em pulverização sobre as
instalações, a 1% de concentração, em duas aplicações com
intervalo de oito a dez dias;

pulverizar as aves e as instalações com produtos químicos


acaricidas sintéticos (piretroides), em duas etapas, com intervalo
de uma semana; a cama deve ser tratada em compostagem
umedecida e amontoada até 1,5 m de altura, coberta com lona
de plástico por 30 a 40 dias.

b) Carrapatos – são sugadores de sangue. Na fase adulta,


podem chegar a medir de 4 a 5 mm. Durante o dia, escondem-
se nas frestas das instalações e à noite atacam as aves. Pintos
e frangos atacados apresentam asas caídas, cristas e
barbelas pálidas.
Controle: pulverização de carrapaticida nas instalações e
polvilhamento das aves.

c) Moscas – são transmissores de verminose e outras


doenças por meio da contaminação da ração. Sua principal
fonte de alimento e local de reprodução são os excrementos
das aves, devido ao hábito de se alimentarem de substâncias
úmidas.
Controle: manter as fezes e a cama secas; ao remover a
cama do aviário, deve-se amontoar até 150 m de altura,
umedecê-la e cobrir com lona de plástico durante 30 a 45 dias.
A cama pode ser utilizada como adubo após esse período de
fermentação;
Aviário com beiral largo, canaletas de escoamento das
águas, drenagem do terreno, regulagem de equipamentos,
remoção de cama e fezes líquidas, compostagem de aves
mortas são algumas medidas que reduzem a incidência de
moscas; pulverizar com inseticida as instalações, tomando
cuidado para não atingir as aves.
A mosca negra é um predador natural de ovos e larvas de
outras moscas.

d) Percevejos – são insetos causadores de danos


semelhantes aos causados pelos carrapatos, devem ser
combatidos e controlados da mesma forma.

e) Piolhos – são insetos que parasitam as aves e provocam


irritação intensa, e podem causar a morte de pintainhas.
Piolhos e massa de ovos são encontrados entre as penas ou
sobre a pele, especialmente, no abdômen e cloaca. Os
parasitas induzem estresse imunológico. Existe uma espécie
de piolho que se localiza exclusivamente na cabeça, e atacam
principalmente as aves jovens.

A B
Figura 46. (A) piolhos e (B) massa de ovos nas penas da
asa da ave.

Controle: examinar uma amostra de 20 aves,


quinzenalmente, na primavera e no verão e, semanalmente, no
outono e inverno, quando a proliferação desses parasitas
tende a aumentar. Para examinar as aves, usar uma lanterna
iluminando a região do ventre e debaixo das asas e procurar as
massas de ovos e piolhos; para combater os ácaros e os piolhos,
deve-se pulverizar ou polvilhar inseticidas nas aves e nas
instalações, principalmente nos poleiros e nas cortinas, com
produtos específicos indicados pelo Médico Veterinário. Um
método prático e bastante utilizado consiste em dar banho de
aspersão na ave infestada com auxílio de um tonel com uma
solução previamente preparada.

Endoparasitoses – altas infestações por parasitas internos


que causam danos à saúde e ao desenvolvimento de frangas,
espoliando o sangue e prejudicando a absorção de nutrientes.
Causam debilidade, diminuindo a resistência das aves a outras
doenças.
Entre os parasitas internos, estão os vermes redondos
(helmintos), os vermes em forma de folhas ou chatos
(trematódeos) e em forma de fita (cestódeos ou tênias), além dos
coccídios. Os vermes mais comuns que parasitam as aves são:
ascaris, capilária, heterakis e tênias. Os parasitas afetam
seriamente o desempenho das aves, podendo levá-las à morte.
As aves ficam predispostas a avitaminoses e outras doenças
que causam retardo do crescimento e queda na postura.

a) Ascaridiose – a espécie Ascaridia galli é a mais comum.


É encontrada no intestino delgado. Tem a forma de fio de
cabelo, e chega a medir 10 cm de comprimento.

Figura 47. Ascaridia galli.

b) Singamose – é conhecida no meio rural como gogo. O


Syngamus traquealis ataca a traqueia, principalmente em
pintos nas primeiras seis a oito semanas. Aos pares, um
macho e uma fêmea na fase adulta fixam-se na traquéia. A
ave infectada apresenta inquietação, tosse e dificuldade
respiratória. Com o auxílio de uma lanterna, focada sobre o
bico aberto da ave, é possível visualizar os parasitas na
traquéia. Sua propagação pode se dar pelo solo por um
período de um ano. É importante adotar medidas de higiene
nas instalações, e evitar umidade e acúmulo de fezes no
galpão e piquetes, como também superpopulação de aves. O
combate pode ser realizado com aplicação periódica de
vermífugos.

c) Capilária – este gênero envolve várias espécies de vermes


redondos, finos como um cabelo e visíveis apenas ao
microscópio. Podem infestar o papo, proventrículo, duodeno,
esôfago ou cecos. O controle também é feito com medidas de
higiene e uso periódico de vermífugos.

d) Heterakis – este é o gênero de helmintos que ataca o


ceco das aves. Muito comum em aves soltas, e causa
prejuízos somente quando em grandes infestações. É um
verme pequeno, de cor branca, que mede cerca de 1 cm de
comprimento. A sua prevenção pode ser realizada com um
bom manejo e higiene das instalações. O tratamento é feito
com vermífugos à base de fenotiazina.

e) Tênias – várias espécies podem parasitar as aves.


Hospedam no intestino das aves e se caracterizam pela forma
de fitas segmentadas. Os frangos infestados apresentam
cansaço, comem pouco e perdem peso. A sua prevenção
pode ser feita combatendo os insetos transmissores e
utilizando vermífugos.
Um esquema básico de vermifugação e uso de produtos
naturais alternativos estão citados no item Vermifugação.

Figura 48. Vermes chatos ou


tênias. Fonte: Pfizer (Clipping
Patologia Aviária).
É necessário adotar o controle de endo e ectoparasitos com
base no monitoramento periódico do lote. Seguir o programa
de limpeza e desinfecção da granja, conforme recomendação
do Médico Veterinário.

Coccidiose ou eimeriose – É um sério problema que


acomete as aves criadas em regime de semiconfinamento.
Essa doença afeta a utilização de nutrientes com diminuição
do crescimento, redução da eficiência de conversão alimentar
e interação com outras doenças. Causa importantes prejuízos
com mortalidade, baixa conversão alimentar, retardo no
crescimento, refugo e com medicamentos. A transmissão
acontece por meio da cama, ração e água contaminadas.
As principais medidas profiláticas são: limpeza e
desinfecção de instalações e equipamentos, vassoura de fogo,
troca da cama e retirada das partes úmidas.
Para prevenir a coccidiose, em aves de postura, fornecer o
coccidiostático na ração, no período de cria e recria, e
interromper entre a 14ª e 16ª semanas de vida, antes do início
previsto da postura. Aves com coccidiose devem ser tratadas
com coccidicida de ação imediata.

Combate aos endo e ectoparasitos


Altas infestações de vermes prejudicam a conversão
alimentar, atrasa o desenvolvimento do lote e reduz o retorno
econômico.

No sistema de criação em semiconfinamento, as aves estão


mais sujeitas à infestação por vermes, devido ao acesso delas
ao piquete.
Como medida preventiva, adicionar mebendazole em pó à
ração e fornecer a ração medicada para todo o lote aos 45
dias de idade, durante cinco dias consecutivos. Fazer
desverminações periódicas nas aves de quatro em quatro
meses, com produto à base de mebendazole adicionado na
ração, durante cinco dias consecutivos, conforme
recomendações do fabricante e orientação do Médico
Veterinário.
A aplicação de vermífugos, recomendada pelo veterinário,
sem a adoção das medidas higiênico-sanitárias não garante a
solução do problema.

Micotoxicoses
Os principais gêneros de fungos que atacam os insumos
utilizados nas formulações de ração para aves estão os
Aspergillus, Penicillium e Fusarium.
Os fungos e as micotoxinas, presentes nos insumos
agrícolas utilizados como componentes das rações de aves,
constituem-se um dos maiores perigos para a saúde do
plantel. A contaminação do milho ou da ração por micotoxinas
pode ter um custo elevado e pode ser determinante para o
fracasso da exploração avícola.
A aflatoxina é produzida durante e após a fabricação da ração,
e está associada à umidade relativa elevada em aviários e à
estocagem de ração nos galpões por longos períodos. Ela
apresenta a capacidade de tornar a doença de Gumboro uma
virose muito mais severa e com alterações dos sintomas. Além
de provocar variadas lesões nos órgãos internos, causa a queda
do consumo de ração, da postura, alterações na casca do ovo,
plumagem deficiente, má pigmentação e morte das aves.

Tratamentos
A suplementação das aves com vitamina E e selênio tem
efeito protetor das infecções.

Sinais clínicos
Constituem-se de anemia, imunossupressão, redução da
pigmentação, retardo do crescimento, osso mole,
refugamento,
problemas de empenamento, fezes aquosas e cama molhada,
desidratação e morte por falência renal.
Os efeitos tóxicos da interação de micotoxinas constituem-
se uma ameaça à produção avícola porque essas toxinas são
muito frequentes e sua toxidade interativa é muito severa.

Micotoxinas e imunodeficiência
As micotoxinas podem diminuir a resistência geral das aves
para doenças infecciosas (salmonelose, candidíase e
aerossaculite por Escherichia coli), além de reduzir a eficiência

dos antibióticos.

Figura 49. Efeito das micotoxinas: diminuição da bursa de


Fabricius.

Aspergilose – doença causada por fungos que proliferam


em ambientes úmidos com pouca ventilação e afeta
principalmente pulmões e sacos aéreos das galinhas. Provoca
mortalidade em aves jovens e contaminação dos ovos pelos
fungos.

Favus ou tinha – micose cutânea muito contagiosa e


comum em galinhas. As cristas e as barbelas apresentam
lesões esbranquiçadas e descamativas, podendo comprometer
outras áreas do corpo.

Roedores – os roedores são responsáveis por grandes


prejuízos econômicos na avicultura. Três espécies causam
problemas na avicultura: a ratazana comum (Ratus novergicus),
que escava galerias e tocas onde se desloca e abriga-se; o rato
preto (Ratus ratus), que se abriga nos telhados; e o
camundongo (Mus musculus), que se abriga em qualquer lugar.
Dois ratos em seis meses consomem 14 kg de alimento e
produzem 5,5 L de urina, além de 25 mil cíbalas de fezes.
Esses roedores, além de contaminar os alimentos com fezes,
urina e pêlos, podem transmitir a leptospirose, tifo,
salmonelose e hantavirose.
Controle integrado
a) Controle mecânico – visa dificultar ou impedir o acesso
dos roedores ao alimento:
• Utilizar construções de tijolos;
• Colocar abas ou chapéu chinês nos pilares do paiol;
• Vedar as portas com chapas de lata ou usar portas e
janelas metálicas;
• Manter os arredores do paiol limpo, remover entulhos e
roçar a vegetação.

b) Controle químico – consiste em aplicar produtos


químicos com ação anticoagulante. Os raticidas disponíveis no
mercado apresentam-se em três formulações: pó de contato,
iscas em pó ou iscas em blocos.

Cuidados com o emprego do produto – guardar em local


fechado e seco, longe de inseticidas e herbicidas, para não
alterar o cheiro, e para não ser recusado pelos roedores.
Manter os produtos fora do alcance de crianças e animais
domésticos.

Esquema de controle:
• Rato preto – fazer a primeira aplicação em locais
estratégicos usando isca em pó ou em bloco; fazer a
segunda e a terceira aplicação com intervalos de sete
dias.
• Ratazanas – fazer três aplicações conforme descrito
anteriormente. Fechar as tocas com terra ou jornal, no
dia anterior, para facilitar a visualização do consumo da
isca.
• Camundongo – colocar as iscas em locais ao alcance dos
roedores por um período de até três meses.

Vacinas e vacinação
Vacinas disponíveis no mercado nacional contra as doença
de Gumboro, bronquite infecciosa, newcastle, encefalomielite
aviária, coriza infecciosa, varíola aviária, doença de Marek
(obrigatória) e coccidiose. Usar vacinas vivas para as fases
de cria e recria e inativadas, para a fase de produção.

Apesar de a vacinação acarretar reações respiratórias e


digestivas, é o método de controle mais prático e seguro, além
de evitar perdas econômicas pelo tratamento de aves doentes.
O maior estímulo para o uso de vacinas é a imunização do
plantel a baixo custo. Deve-se vacinar somente lotes de aves
em bom estado sanitário. Para maior eficácia da vacina, é
recomendável seguir a orientação do fabricante quanto à dose,
via de aplicação e conservação.

a) Cuidados necessários com vacinas e vacinação:


• Planejar a vacinação com antecedência, seguindo o
calendário proposto;
• Administrar a dose de acordo com a via de aplicação
escolhida e a diluição;
• Vacinar apenas aves sadias e seguir orientações
descritas na bula pelo laboratório;
• Manter as vacinas à temperatura de 2 a 8ºC,
conservando-as em geladeira. Não congelar, e observar
o prazo de validade;
• Transportar as vacinas em caixas de isopor com gelo;
• Retirar apenas na hora do uso;
• Abrir o frasco dentro da água de diluição;
• Evitar a incidência solar direta e água clorada, pois são
causas de perda da eficácia das vacinas.
• Evitar o excesso de estresse das aves, e mantê-
las em temperatura amena.
• Manter um controle de todas as anotações de vacina,
partida, laboratório, dia etc.

b) Considerações quanto às vias de aplicação:


.
1. Intramuscular
2. Subcutânea
3. Oral
4. Ocular
5. Nasal
6. Punctura na asa

.
Figura 50. Vias de aplicação
Calendário de vacinação
O calendário de vacinação, elaborado sob a supervisão do
Médico Veterinário, deve seguir as condições sanitárias da
região onde a granja se localiza, em conformidade com as
normas estabelecidas pelos órgãos oficiais de defesa
sanitária. Os critérios básicos sugeridos para sua elaboração
são:
• Flexibilidade para atender diferentes desafios de doenças;
• Basear-se em resultados sorológicos;
• Nível de exposição das aves às doenças;
• Virulência dos microrganismos patogênicos existentes;
• Imunidade maternal;
• Doenças de maior incidência na região.

Tabela 25. Calendário básico de vacinação para galinhas poedeiras


coloniais.
Dias
Idade
Semanas Enfermidade Tipo Via
Marek HVT + Rispen
1 1 Subcutânea
Bouba aviária Suave
Newcastle B1
7 1 Bronquite H120 Gota ocular
Gumboro Amostra Intermediária
Newcastle La Sota
‘35 5 Bronquite H120 Gota ocular
Gumboro Amostra Intermediária
Bouba aviária Vírus Atenuado
49 7 Punção da asa
Coriza Hidróxido
Newcastle La
55 8 Bronquite Sota H120 Gota ocular
Gumboro Amostra Intermediária
Coriza Oleosa Amostra Intramuscular
100 14
Encefalomielite viva Água de beber
EDS Oleosa
Intramuscular
110 16 Newcastle Oleosa
Bronquite Oleosa
Newcastle Oleosa Intramuscular
315 45
Bronquite Oleosa

Fonte: Embrapa (2001).


Tabela 26. Calendário simplificado de vacinação de galinhas poedeiras.

Doença e Idade em
vacina dias
1º 7a 15 a 21 a 28 a 50 a
8 16 24 32 55
Gumboro C C C C
Marek C
Bouba aviária C
Newcastle C C C
Bronquite C C C
Infecciosa

As vacinas contra doenças de Marek e bouba aviária são


feitas no incubatório, no primeiro dia de vida. As pintainhas
comerciais adquiridas devem estar acompanhadas de Nota
Fiscal e Guia de Trânsito Animal, atestando sua vacinação e a
sua qualidade sanitária.
O esquema de vacinação no campo vai depender da região
de criação e deve ficar a cargo do Médico Veterinário
responsável.

Recomendações sobre as vacinas e vacinação – Evitar a


radiação solar direta sobre a água com a vacina (inativação);
vacinar nas horas mais frescas do dia; utilizar todo o conteúdo
do frasco ou incinerar o resto, depois de aberto; diluir a
vacina em reservatório de volume conhecido de cada galpão
ou utilizar diretamente nos bebedouros.

Vacinação massal – vacinar todas as aves,


simultaneamente, através da água, do alimento ou de
nebulização.

Vacinação pela água de beber – esta é a forma de


vacinação mais prática, porém pode ocorrer inativação da
vacina por substâncias químicas da água, ou as aves
receberem subdoses de vacina; a abertura do frasco deve
ocorrer dentro do recipiente de água; utilizar água isenta de
qualquer substância química que possa desativar a vacina
(cloro, ferro, desinfetantes, detergentes); suspender o
fornecimento de água por 2 horas para que as aves fiquem
sedentas e consumam a água com a vacina o mais rápido
possível; diluir a vacina em uma quantidade de água fria e
limpa, para ser consumida pelo período de uma hora, e
oferecer nas horas mais frescas do dia; adicionar 25 g de leite
em pó desnatado para cada 10 L de água, a fim de melhorar a
estabilidade da vacina e neutralizar substâncias químicas;
fornecer a vacina diluída em bebedouros previamente
higienizados logo após seu preparo.

Vacinação individual
Via subcutânea – essa via de aplicação, usada embaixo da
pele, normalmente na região do pescoço, é mais utilizada
ainda no incubatório, em pintos logo ao nascer, contra as
doenças de Marek e bouba aviária (Figura 48).

Via intramuscular – é mais utilizada nos músculos do peito


ou da coxa. Seguir as orientações de diluição indicada pelo
fabricante.
A vacinação à noite apresenta maior facilidade no manejo
com as aves. Durante a noite, as aves ficam mais tranquilas,
porém esse serviço requer mão de obra adicional. Divide-se o
galpão em duas partes e, em seguida, conduzir as aves para
um lado do galpão e mantê-las isoladas, na metade do galpão,
com tábuas. Instala-se uma mesa com uma lâmpada ou
lanterna e enquanto uma pessoa aplica a vacina, outras duas
pessoas ficam responsáveis pela pega das aves. À medida
que as aves forem sendo vacinadas soltá-las na outra metade
do galpão. Com o auxílio de dois ajudantes, é possível vacinar
1.500 aves em três ou quatro horas de trabalho.
Figura 51. Vacinação contra a doença de Marek e bouba
aviária no incubatório. Fonte: Silvio Ferreira (Globo Rural
Especial de 1994).

Via ocular – segurar a ave com firmeza e, de acordo com a


diluição indicada pelo fabricante, aplicar uma gota de maneira
que haja absorção pela mucosa do olho. Caso seja
necessário, repetir o processo (Figura 52).

Figura 52. Vacinação ocular.

Nasal – seguir as orientações de diluição indicada pelo


fabricante. Com o dedo tampar a narina oposta e aplicar uma
gota na outra narina. Segurar a ave até que haja absorção da
gota (Figura 53).
Figura 53. Vacinação nasal.

Via punctura na asa – seguir diluição indicada pelo


fabricante. Este procedimento é realizado com estilete próprio
ou com agulha. Molhar a ponta perfurante à substância diluída
e atravessá-la na pele da asa da ave, conforme Figura 54.

Figura 54. Vacinação via punctura na asa.

Cuidados pós-vacina – proteger as aves contra qualquer


agressão ou fator de estresse.

Uso de probióticos na avicultura


Os probióticos são compostos de bactérias liofilizadas (em
pó) que promovem o equilíbrio da microflora intestinal, com
exclusão das bactérias competitivas. Facilitam a digestão e a
assimilação das proteínas, e promove a eficiência na
alimentação.
Para maior aproveitamento, fornecer água com a medicação,
como fonte única de água, a qual deverá ser consumida em
seis horas. O produto pode ser pulverizado sobre as
pintainhas na chegada.
Esses produtos são essenciais quando se deseja uma
produção orgânica.

Compostagem de aves mortas


A avicultura, como outras atividades agropecuárias, possui
um relativo grau de impacto ambiental. O esterco das aves
possui grande procura pelos horticultores e não constitui um
problema para o avicultor. No entanto, eventualmente ocorre
morte de aves, que pode disseminar doenças, além de
aumentar a população de moscas e produzir cheiro
desagradável.
A compostagem é o processo de fermentação natural,
ecologicamente correto, que ocorre na presença de ar e
umidade pela ação de microrganismos que provocam a
decomposição das aves mortas. A compostagem elimina
bactérias, vírus e ovos de parasitas causadores de doenças.
Além disso, o composto produzido é um ótimo fertilizante
natural, e gera uma fonte de renda extra para o avicultor.
Após o abastecimento dos comedouros, inspecionar o
aviário e recolher todas as aves mortas. Anotar o número de
aves mortas em planilha própria, fixada numa prancheta e, no
final do dia, levar todas as aves mortas para a compostagem.

Processo de compostagem:
• Colocar 30 cm de palha de arroz ou serragem que irá
auxiliar na aeração;
• Colocar uma camada de aves mortas sobre o material
aerador, e obedecer a uma distância de 15 cm entre uma
carcaça e outra, das paredes e porta da composteira
favorecendo a aeração;
• Cobrir completamente as carcaças com uma segunda
camada de palha ou serragem;
• Acrescentar 200 mL de água por quilograma de aves
mortas. (20% do peso das aves em água);
• Acrescentar uma camada de 15 cm de palha no final;
• Obedecer a mesma sequência (carcaças, palha de arroz
nova, água, palha de arroz nova) até atingir a altura
máxima de 1,5 m. Acrescentar uma última camada de 10
cm de palha de arroz;
• Avaliar a temperatura semanalmente com auxílio de uma
barra de ferro que será introduzida à compostagem. A
temperatura do composto atinge até 70ºC, e reduz à
medida que provocar a fermentação. Caso o processo de
decomposição não se completar em 30 dias, remover a
camada superior, acrescentar água e voltar a cobrir com
palha e aguardar.

Correções de erros no manejo da compostagem:


• Interrupção no processo de fermentação por falta de
aeração devido ao excesso de água ou amontoamento de
resíduos. Com isso, é desencadeado o processo de
putrefação das carcaças, o que causa mau cheiro. Nesse
caso, revirar o material afastando as carcaças 15 cm uma
das outras. Se o material estiver com umidade alta
acrescentar palha de arroz;
• Excesso de umidade na cama superior ou colocação de
uma camada com menos de 15 cm de palha de arroz.
Acrescentar palha de arroz em caso de camada fina e, no
excesso de umidade, acrescentar e incorporar ao material
mais palha de arroz.

Diagnóstico de doenças de aves


Recomenda-se a coleta e o envio de amostras de material
para diagnóstico de doenças de aves. Procurar a orientação de
um Médico Veterinário

a) Fazer um histórico do plantel


Relatar o número, idade das aves, vacinas utilizadas,
aspectos de manejo, sinais clínicos apresentados, quantidade
de aves doentes, mortalidade etc.
b) Coletar as amostras
• Soro congelado de 20 aves;
• Pulmão, traqueia e rins congelados;
• Bursa de Fabricius e fígado em formol a 10%.
c) Materiais e equipamentos necessáiros para a coleta e envio
• Caixa de isopor, frascos para o soro, seringas
descartáveis, etiquetas, agulhas descartáveis, formol a
10% e gelo seco.
d) Envio por meio da DFA
• Telefones: (61) 3326-3562 ou 9986-2009
• Laboratórios: CDPA – Laboratório de Patologia Aviária -
o
Avenida V, Bento Gonçalves, n 8824
• CEP 91.540-000 Porto Alegre, RS.
• Laudo, Uberlândia, MG. Telefone (34) 3238-6066.

CICLO DE ESCALONAMENTO DE PRODUÇÃO E RECEITA


Para atender ao mercado cada vez mais exigente, é
importante fazer o planejamento da criação. Além da
qualidade do ovo com sabor diferenciado, é necessário ter um
fluxo constante de produção durante o ano, optando pelo
sistema de produção escalonado e manejo racional. Alojar
quatro lotes, e guardar um intervalo de 12 a 16 semanas entre
um lote e outro, pois é uma excelente estratégia para manter
um ciclo de produção e de receita durante o ano inteiro, e, com
isso, garantir o fornecimento constante de ovos ao mercado.
Após 72 semanas, o primeiro lote deve ser descartado com
entrada do quinto lote, enquanto o segundo, o terceiro e o
quarto lotes ainda continuarão produzindo.
Alojando-se quatro lotes de pintainhas em intervalos de 12
a 16 semanas, a média alcançada no pico da postura do
somatório dos quatro lotes ocorrerá entre a 56ª e a 66ª
semanas de produção. Entre o intervalo da entrada do quarto
lote e o descarte do primeiro, com a entrada do quinto lote, o
plantel irá se estabilizar em 6.000 aves alojadas, divididas em
quatro lotes de 1.500 aves. Nesse momento,
a postura irá alcançar a média de 77%. Isso corresponde à
produção de 385 dúzias de ovos por dia, ou 154 cartelas com
30 ovos ao dia.

Recomendações: alojar o primeiro lote de pintainhas no


pinteiro; deixá-lo no pinteiro por duas semanas e transferi-lo para
o aviário 1; fazer a limpeza e a desinfecção do pinteiro,
deixando-o em vazio sanitário; manter intervalo de 12 a 16
semanas para entrada do segundo lote; após 9 ou 10 semanas
da postura do primeiro ovo, as galinhas atingem o pico de
postura de 90%, em média, na 27ª semana de vida; não é raro
atingir pico superior a 92% (Figuras 55 e 56).
100

80
Porcentagem

60

40

20

0 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72
20 24
28

Semanas
Figura 55. Ciclo de postura de galinhas
poedeiras.

100
90
80
Porcentagem

70
60
50
40 1º 2º 3º 4º
30
20
20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80
84 88 92 96
Semanas
Figura 56. Sobreposição das curvas de posturas com quatro
lotes de aves.
Tabela 27. Escalonamento de produção/fluxo constante de
produção e receita.
Produção do Produção
Produção do Produção Média
Entrada Semana 3º lote do 4º lote
1º lote (%) do 2º lote (%) (%)
(%) (%)
Lote 1 20ª 9 * * * 9
22ª 42 * * * 42
24ª 76 * * * 76
26ª 91 * * * 91
28ª 92 * * * 92
30ª 92 * * * 92
Lote 2 32ª 91 9 * * 50
34ª 90 42 * * 66
36ª 89 76 * * 83
38ª 88 91 * * 89
40ª 87 92 * * 89
42 85 92 * * 88
Lote 3 44ª 84 91 9 * 61
46ª 83 90 42 * 72
48 82 89 76 * 82
50ª 80 88 91 * 86
52ª 79 87 92 * 86
54 78 85 92 * 85
Lote 4 56ª 77 84 91 9 65
58ª 75 83 90 42 73
60ª 74 82 89 76 80
62ª 73 80 88 91 83
64ª 72 79 87 92 82
66ª 70 78 85 92 81
68ª 69 77 84 91 80
70ª 68 75 83 90 79
72ª 67 74 82 89 78
74ª 60 73 80 88 75
Lote 5 76ª Descarte 72 79 87 79
78ª 9 70 78 85 61
80ª 42 69 77 84 68
82ª 76 68 75 83 76
84ª 91 67 74 82 78
86ª 92 60 73 80 76
Lote 6 88ª 92 Descarte 72 79 81
90ª 91 9 70 78 62
92ª 90 42 69 77 70
94ª 89 76 68 75 77
96ª 88 91 67 74 80
98ª 87 92 60 73 78
Lote 7 100ª 85 92 Descarte 72 83
101ª 84 91 9 70 64
CUSTOS E RENTABILIDADE
A rentabilidade da avicultura alternativa é alcançada nos
detalhes, mas qualquer descuido ou desleixo no manejo pode
determinar prejuízos difíceis de recuperar. Erros como
aquisição de milho mal conservado com presença de fungos,
bebedouros e comedouros desregulados, descuido com a
biossegurança, falta de vacinação ou má utilização de
vacinas, lotes sem uniformidade e excesso de refugos são
detalhes que merecem a máxima atenção do avicultor, pois
podem inviabilizar a exploração avícola.
O avicultor deve buscar a máxima eficiência de produção e
lucratividade. A fórmula do sucesso na criação de galinhas poedeiras
envolve a utilização de ração balanceada, aves geneticamente
superiores, instalações confortáveis e seguras e condições
ideais de manejo.

Comercialização
Os ovos são comercializados frescos após passarem pelo
processo de seleção, limpeza e embalagem em cartelas de uma
dúzia, que são embaladas em caixas de papelão com 30
dúzias. A partir da segunda semana de armazenamento, inicia-
se a perda da qualidade. Já os ovos contaminados iniciam o
processo de putrefação com apenas três dias.

Planejamento da produção e de venda

Tabela 28. Programação de vendas de 1.500 aves alojadas por ciclo.

Valor Valor
Produto Unidad Quantida
unitário total
e de
(R$) (R$)
Ovo Dúzia 34.500 3,00 103.500,
00
s Saco 1.200 2,00 2.400,00
Cam
a Cabeça 1.380 7,00 9.660,00
Descarte
de
fêmeas
Total 115.560,
00

Investimentos e custeio
Tabela 29. Investimentos para criação de 1.500 galinhas poedeiras.
Valor do
Especificação
orçamento
(R$)
1. Aviário de 200 m² com instalação
21.000,00
hidráulica, elétrica, tela nas laterais, cortinas
nas laterais, incluindo terraplanagem, mão
de obra e equipamentos avícolas.

Tabela 30. Custeio avícola para um ciclo de produção.


Valor unitário, Valor
Especificação Unidade Qtde. (%)
(R$) total (R$)
Plantel
1. Pintainhas Cabeça 1.500 2,00 3.000,00
A Subtotal 3.000,00 4,6
Alimentação
Ração inicial Tonelada 1,270 750,00 952,50
2.
Ração crescimento Tonelada 8,673 700,00 6.071,10
Ração de postura Tonelada 62,612 650,00 40.697,80
B Subtotal 47.721,40 75,5
Sanidade
Vacina contra doença de Doses 6.000 0,10 600,00
Gumboro 1 lata 1 40,00 40,00
Vermífugo, 600 g Frasco 2 72,50 145,00
Coccidiostático, 500 mL Envelope 5 59,50 597,50
Tilosina pó,100 g
3. Litro 4 25,90 100,80
Polivitamínicos
Litro 2 18,00 36,00
Desinfetante
Hipoclorito de sódio: Pastilhas 20 4,50 90,00
Pastilhas de cloro, 250 g Litro 20 2,40 48,00
Líquido
kg 2 33,00 66,00
Antiparasitário
C Subtotal 1.723,30 2,7
Instalações e Equipamentos
4. Conservação (%) 5 1.050 1.050,00
Subtotal 1.050,00 1,7
Mão-de-obra
5. Remuneração da família Sal 14 380,00 5.320,00
E Subtotal 5.320,00 8,5
Diversos
Palha de arroz para cama Saco 370 2,00 740,00
Frete da palha VB 1 50,00 50,00
6.
Eletricidade VB 18 50,00 900,00
Gás Botijão 8 33,00 264,00
Bandejas Un 100 0,30 30,00
F Subtotal 1.984,00 3,0
Depreciação (8 ciclos)
8 Galpão de 200 m² equipado (%) 12,50 21.000,00 2.625,00
H Subtotal R$ 2.625,00 4,0
Custo total R$ 63.423,70 100
Renda bruta R$ 115.560,00
Renda líquida R$ 52.137,00
Renda mensal durante 18 meses: R$ 2.896,50

LITERATURA CONSULTADA

AMARAL, Edilson Sousa do. Galinhas poedeiras: criação em


semiconfinamento. Brasília: EMATER, 2002. 56p.
ALVES, Newton G. O ovo de mercado. Rio de Janeiro:
Ministério da Agricultura, 1946. 117 p.
CONGRESSO BRASILEIRO DE AVICULTURA, 4., 1975, Porto
Alegre. Anais. Porto Alegre: Editora Emma,1975. 203p.
BORDIN, Edson Luís. Diagnóstico post-mortem em avicultura.
2.ed. São Paulo: Nobel, 1978. 65p.
BORDIN, Edson Luís. Tratado de ornitopatologia sistêmica.
São Paulo: Nobel, 1981. 312p.
ENGLERT, Sérgio Inácio. Avicultura: tudo sobre raças,
manejo, alimentação e sanidade. 4.ed. Porto Alegre:
Agropecuária, 1982. 288p.
GUEDES, Ruth. O ovo e seus aspectos: no comércio, na
indústria, no lar. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura,
1961. 156p.
INSTITUTO CAMPINEIRO DE ENSINO AGRÍCOLA. Curso de
Avicultura. 5.ed. Campinas: Artegráfica, 1973. 330p.
SILVA, R.D. de M.; NAKANO, M. Sistema caipira de
criação de galinhas. Piracicaba: FEALQ, 1988. 46p.
FIGUEIREDO, E.A.P.; ÁVILA, V.S. Produção agroecológica
de frangos de corte e galinhas de postura. Concórdia:
Embrapa Suínos e Aves, 2001. 185p.
ANEXOS
Planilhas de acompanhamento da produção
Os modelos abaixo são utilizados para anotações de todos os
eventos dentro da granja e recolhidos, mensalmente, pelo
responsável técnico e transferidos para uma planilha do Excel,
os quais são processados, fornecendo automaticamente todos
os índices de produtividade.

Modelo A. Sanidade do plantel/alimentação.


EMATER-DF – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal
CONTROLE DIÁRIO DO CONSUMO DE RAÇÃO E SANIDADE DO PLANTEL
Nome:
Responsável Técnico: Edílson Sousa do Amaral Lote nº
Nº aves: Entrada: Mês/ano:
Linhagem: Procedência: Fase:
PESO RAÇÃO Vacinas e
DIA IDADE AVE RAÇÃO/kg TIPO
(kg/ave) (g/ave) medicamentos
Sem. Morte Total
1
2
3
29
30
31
Total
Modelo B. Produção de ovos.
EMATER-DF – Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Distrito Federal
PLANILHA DE CONTROLE DE PRODUÇÃO DE OVOS
Nome:
Lote Entr Mês Ano:
nº: ada: :
Mach Vend Fême Vendas
os: as: as: ovos (dz):
Responsável Técnico: Edilson
Sousa do Amaral -
Médico Veterinário
DI Produ Subt Perd Pequ Dup Índi Mor
A ção otal as enos los ce tes
Man Tard Ud U Ud Ud (%) F M
hã e d
1
2
3

29
30
Total -
Escolha do desinfetante – um bom desinfetante deve
preencher no mínimo três critérios:
Avaliação Critérios
( ) Ação bactericida, viricida e fungicida
( ) Atuação sobre matéria orgânica
( ) Baixa toxidade para as aves
( ) Boa estabilidade
( ) Bom poder residual
( ) Baixo custo

Recomendações de uso dos princípios ativos dos


desinfetantes mais comuns
Produto Indicação principal e modo de usar
Calda de cal Caiação de paredes, muretas, madeiras e pisos.
Cloro Caixas de água, equipamentos e água.
Soda cáustica Lavagem do piso e sobre matéria orgânica.
Instalações. Evitar a tela e cortina (corrosivo). Perda por
Iodo sublimação sob ação dos raios solares.
Amônia Pulverização e lavagem de instalações, cama,
Quaternária equipamentos e em pedilúvio e rodolúvio.
Pulverizações e lavagem de instalações, equipamentos
Fenóis e cortinas.
Instalações, equipamentos e cortinas. O cheiro mascara
Creosóis
o poder de desinfecção. Dosagem eficiente: 1 para 100.
Instalações e equipamentos;
Solução de formalina a 2% (1 L de formol a 40%, em 19
Formol L de água).
Não tem poder residual, ataca as vias aéreas, é irritante,
corrosivo.
Álcool Antisséptico

Fonte: Embrapa (2001).

Fórmula para caiação de paredes.


Ingredientes Unidade Quantida
de
Sal Quilogramas 5
Melaço Litros 1
Pedra-ume Gramas 200
Cal Quilogramas 15
Água Litros 40
Dissolver o sal e a pedra-ume em 20 L de água fria; dissolver a cal
nos outros 20 L de água. Misturar as duas partes e acrescentar o
melaço.

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