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SANTARÉM -PA
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................
INTRODUÇÃO .................................................................
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS..................................
Sistema extensivo
Este tipo de criação não pode ser caracterizado como um
sistema padronizado e baseia-se em conhecimentos
empíricos, mas pode ser definido pelo baixo potencial
produtivo, ausência ou reduzido controle produtivo, nutricional
e sanitário. As aves são criadas livres nos quintais,
raramente são vacinadas e vermifugadas. São suplementadas
esporadicamente com grãos, contudo a alimentação inclui
insetos, minhocas, sementes e gramíneas. Apesar da grande
rusticidade, essas aves são portadoras de doenças graves e,
não raramente, são vitimadas com surtos epidêmicos de
pasteurelose, salmoneloses, micoplasmose, verminoses e
coccidiose.
Em geral, uma pequena criação é mantida com a
finalidade de consumo e agregação de renda da família rural.
Os ovos caracterizam-se pela grande variedade de tamanho e
de tonalidades de cor da casca, com gemas de coloração
vermelha intensa, e por ser muito perecíveis.
Sistema intensivo
O sistema prevê um manejo com controle de todos os
aspectos produtivos e sanitários. O sistema industrial
apresenta alta produtividade por utilizar linhagens genéticas
com produção acima de 300 ovos por ciclo, com ambiente de
criação totalmente controlado e aves mantidas em constante
estresse de confinamento em gaiolas.
Sistema semi-intensivo
As pintainhas comerciais, com alto potencial genético de
produção, são adquiridas em incubatório credenciado cujas
matrizes são vacinadas e livres de doenças. Ainda no incubatório
recebem as primeiras doses de vacinas contra bouba aviária e
doença de Marek. O sistema é dividido em três fases: inicial,
de crescimento e de produção. Na fase inicial, que dura de 30
a 42 dias, as aves são mantidas em círculo de proteção, com
fonte de aquecimento durante a primeira semana de vida, e
pode se estender até dez dias a depender do clima. Nessa
fase, as aves recebem ração inicial com maior teor de
proteínas, são vacinadas contra as principais doenças, e só
têm acesso ao piquete ou ao parque a partir de 30 dias. Após a
fase de crescimento, que se estende dos 43 aos 100 dias, elas
recebem alimentação específica para o crescimento, são
pesadas e selecionadas após 100 dias. As aves têm acesso à
ração de produção e iniciam a postura aproximadamente com 18
semanas de idade, e estende-se até as 72 semanas.A criação
em semiconfinamento tem boa produtividade com
possibilidade de retorno econômico. Para o sistema são
indicadas aves híbridas que apresentam potencial de
produção acima de 260 ovos no ciclo. Sua alimentação é
composta de ração balanceada à base de farelos vegetais,
com suplementação de frutas, hortaliças e gramíneas, o que
possibilita a produção de ovos com gema de coloração
vermelha intensa, ricos em vitamina A, e com boa qualidade
nutricional e sanitária e, sobretudo, com sabor diferenciado.
São recomendadas regras de biossegurança, tais como:
vacinação contra as principais enfermidades, vermifugações,
controle da micoplasmose e coccidiose, limpeza e desinfecção
de instalações e equipamentos, tratamento da água (Figura 3).
Esse sistema é indicado para produtores familiares com
visão empresarial. Os ovos alcançam preços compensadores
no mercado e, em geral, são comercializados em caixas
transparentes com o apelo: “tipo caipira”. Não são admitidos
ovos de coloração branca.
Linhas puras
As linhas puras são aves derivadas das raças Rhode Island
Red, Plymouth Rock Branca e Plymouth Rock Barrado (Figura
4).
A B C
C: galinha Lohrmann Brown.
A B
Escolha do local
Antes de construir as instalações avícolas é importante
escolher corretamente o local que, na medida do possível,
deve ser plano ou com declive suave e solo drenado.
Considerar a necessidade de isolar o trânsito de outros
animais e de pessoas não ligadas ao processo produtivo.
Características gerais
O terreno deve ser compactado, piso cimentado, com
declividade de 1%. Instalar a caixa de água na área externa do
galpão, permanecendo fechada com encanamento a 0,40 m
abaixo da superfície para evitar o aquecimento da água.
O aviário tem como principal objetivo abrigar as aves,
protegendo- as dos predadores, dos pássaros, dos roedores,
do calor excessivo, dos ventos, das chuvas e da umidade. É
preciso ainda que seja confortável, econômico e adaptado às
aves. Possuir rede elétrica próxima e água de boa qualidade.
Caixa de água
Instalar a caixa de água fora do galpão munida de tampa. Para
evitar o aquecimento da água, manter o encanamento de
abastecimento enterrado a uma profundidade de 40 cm.
Manter a temperatura da água em torno de 18 e 21ºC.
Cortinas
O material utilizado para confecção de cortinas é a ráfia
(polietileno derivado do petróleo), disponível nas cores
amarela e azul.
A B
Depósito
Utilizado para armazenar insumos e equipamentos. Deve
conter estrados para armazenar sacos de ração e de milho,
protegendo-os da umidade, de fungos e roedores.
Parque
Cercar uma área contígua ao galpão, de duas a três vezes
a sua área, que irá servir de parque para as aves ciscarem. A
suplementação,
Figura 15. Acesso das aves ao piquete de grama estrela aos 30 dias
de idade.
A B
A B C
Figura 17. Cultivo de rami (A), guandu (B) e abóbora (C) para
complementação da dieta.
Ninhos
Construir baterias com 12 ninhos com capacidade de 6 aves por ninho.
Instalar os ninhos uma semana antes do início da postura (Figura
18).
Bebedouro de pressão
O bebedouro de pressão ou infantil é utilizado na fase
inicial, na primeira semana, dentro do círculo de proteção.
Cada bebedouro é abastecido com 4 litros de água, e atende
até 80 pintainhas.
Comedouro Infantil
São utilizados dentro do círculo de proteção na primeira
semana de vida na proporção de 1 comedouro para 100
pintinho (Figura 22).
Comedouro tubular
Utilizar o comedouro tubular automático. Regular a altura
para que a borda superior do comedouro esteja à altura do
peito das aves. Distribuídos uniformemente, com distância de
1,30 a 1,70 m, facilitando a movimentação e o acesso à ração.
Campânula
Equipamento destinado ao aquecimento do ambiente para
proporcionar conforto térmico às pintainhas, principalmente
nos primeiros dez dias de vida. A campânula mais usada na
avicultura alternativa é o modelo a gás metano.
A campânula é instalada centralmente sobre o círculo de
proteção a uma altura regulada conforme temperatura e
comportamento das pintainhas, e o bujão fora círculo de
proteção (Figura 25).
A B
Figura 25. Preparo e manejo do círculo de proteção.
Círculo de proteção
Tem como função proteger as pintainhas de correntes de ar
e limitar a área disponível a elas, mantendo-as próximas da
fonte de aquecimento, da água e do alimento.
Instalar o círculo na lateral do aviário mais bem protegida
de ventos. Para alojar até 600 pintainhas, é necessário instalar um
círculo de 3,50 m de diâmetro utilizando-se quatro folhas de
eucatex, compensado, papelão corrugado ou chapas metálicas
com 2,75 m de comprimento por 0,60 m de altura. O manejo
consiste em aumentar o círculo até o décimo dia, e a partir desse
período deve ser desmontado e recolhido.
Balança
Equipamento essencial para monitorar o peso das aves na
fase de crescimento.
A pesagem das aves na fase de crescimento é importante
para fazer a seleção e o descarte daquelas que não
alcançaram a média de peso. O acompanhamento do peso é
um parâmetro para avaliar a uniformidade e a qualidade do
lote. O crescimento e a uniformidade do lote estão
relacionados ao número de aves e ao espaço disponível, às
situações de estresse, distribuição e quantidade de
bebedouros e comedouros, ameaças de predadores etc.
Variações na média de peso chamam a atenção para falhas
de manejo que podem ser corrigidas.
Figura 28. Balança para monitoramento das aves.
MANEJO INICIAL
Soltura
Fazer a soltura das pintainhas sob a campânula, dentro de
um círculo de proteção com piso forrado com cama e papelão.
Evitar movimentação brusca. As aves chegam sedentas. Para
evitar a desidratação, fornecer apenas água nas primeiras três
horas. Molhar o bico de 20% das aves ajuda que elas
localizem a água.
Comportamento
Manejo de
campânula Incorreto:
excesso de calor sob a
campânula. Consequências:
Fuga das pintainhas do Não bebem, não comem;
Apresentam fraqueza;
excesso de calor;
Piora a conversão alimentar;
dispersas na periferia do
Queda de peso e
círculo.
mortes. Correção:
Regular a altura da
campânula, suspendendo o
necessário para
manter a temperatura
Manejo de campânula
dentro da faixa de
Incorreto: temperatura
conforto térmico.
baixa
Pintainhas amontoadas
sob a campânula,
procurando a fonte de
calor.
Consequências:
Redução no consumo
de água e ração;
Desidratação, diarréia e
crescimento retardado.
Correção:
Regular a altura da
campânula, abaixando
o necessário para
aumentar a
temperatura.
Manejo de campânula Manejo de campânula
Incorreto: corrente de vento frio Correto: temperatura de conforto
Canibalismo
O estresse por temperatura é a causa principal do
canibalismo. Um bom manejo de cortina em dias quentes,
lotação adequada, fornecimento de verde e acréscimo de 1%
de sal à ração farelada são medidas que reduzem os
problemas em mais de 90%. A instalação de abertura na
cumeeira do telhado (lanternin) é uma boa solução para
eliminar os bolsões de ar quente. A ração farelada, oferecida
às aves, na fase de crescimento, contribui para evitar as
bicadas, pois elas ficam a maior parte do tempo comendo. A
presença de galos no aviário reduz o estresse das galinhas.
Separar e tratar as aves feridas com unguento ou pasta de
alho. Reincorporá-las ao lote somente após a recuperação das
áreas lesadas. Em geral, as caipiras negras são aves mais
agressivas, portanto, evitar criações mistas com outras aves.
Outras recomendações:
O calor excessivo causa desconforto e estresse nas aves.
Nesta situação apresentam dificuldades para respirar, ficam
de bicos abertos, asas caídas e prostradas.
Manter a temperatura uniforme, controlando a ventilação por
meio do manejo de cortinas;
Em piques de calor, associados à baixa umidade relativa
do ar menor que 55%, é necessário fazer uma nebulização;
Em piques de calor, afixar uma mangueira perfurada ao
longo da cumeeira para possibilitar fazer aspersão de água
sobre o telhado.
Outra medida para minimizar o calor dentro do aviário
consiste em pintar a face externa do telhado de branco e a
face interna de preto;
Fornecer água com temperatura em torno de 21°C. Se
necessário pode-se adicionar pedras de gelo dentro da caixa
de água.
Verificar sempre que possível o funcionamento das
campânulas e se não há vazamento de gás; substituir bujão
com pouco gás para garantir seu funcionamento à noite e
evitar o abafamento do aviário, bem como as correntes de ar
sobre as pintainhas.
MANEJO DE CRESCIMENTO
A fase de cria e de recria de frangas, destinadas à
produção de ovos tem início com a chegada das pintainhas e
vai até a idade de 18 a 20 semanas.
No sistema de criação de poedeiras, o alojamento das
aves, nas fases de recria e de postura, ocorre no mesmo
galinheiro. No entanto, não se recomenda instalar aves de
diferentes linhagens e idades no mesmo galpão. Com a
adoção de um programa sanitário, recomendado pelo Médico
Veterinário, é viável a separação das aves no mesmo sítio de
produção, dividindo o galpão ao meio, com uma parede,
evitando o contato direto das aves. A área do parque, contígua
ao galinheiro, também deve ser independente e isolada por
faixas de capim-elefante.
Essa fase é fundamental e determinante para o
desempenho da futura poedeira, tendo como objetivo criar um
lote de frangas sadio e homogêneo, com boa cobertura vacinal
e adaptado às condições do meio oferecidas para o período
de produção.
Regulagem do comedouro
A borda superior da calha do comedouro deve coincidir com
a altura do dorso das aves.
Como as frangas crescem rapidamente, entre três e cinco
dias, é necessário fazer nova regulagem. Considerar o porte
médio das aves do lote. Abastecer o comedouro até 1/3 da
altura da borda.
Controle do crescimento
O objetivo de controlar o crescimento é obter a
uniformidade do lote com uma curva de crescimento sem
oscilações, pois a falta de uniformidade de peso de um lote irá
refletir no período de postura. A homogeneidade é o
referencial mais importante no que se refere à qualidade de
um lote.
Os dados a seguir referem-se ao desempenho da galinha
caipira negra, alimentada com ração balanceada, à
temperatura de 21ºC. É importante registrar o consumo e o
peso corporal das aves nas condições de temperatura, manejo
e alimentação.
O consumo pode variar bastante em razão do tamanho dos
grânulos e do valor nutricional da ração, da temperatura
ambiente e da saúde das aves. Com isso, a Tabela 15 deve
ser utilizada como parâmetro de consumo.
Estima-se o consumo de 0,8 kg de ração inicial, de 5,8 kg
de ração de crescimento e de 49,7 kg de ração de postura,
num total de 56,3 kg de ração/ave/ciclo.
Tabela 12. Controle de peso da galinha caipira negra.
Idade Peso ideal Consumo de ração em g/ave
Semanas (kg) Diário Acumulado
1 - 11 77
2 - 19 210
3 - 25 385
4 305 a 335 30 595
5 405 a 435 36 847
6 500 a 530 43 1.148
7 580 a 620 49 1.491
8 670 a 710 52 1.855
9 750 a 800 55 2.240
10 840 a 890 57 2.639
11 920 a 980 60 3.059
12 1.000 a 1.070 63 3.500
13 1.090 a 1.160 66 3.962
14 1.170 a 1.250 69 4.445
15 1.260 a 1.340 72 4.949
16 1.340 a 1.430 76 5.481
17 1.430 a 1.520 80 6.041
18 1.510 a 1.610 84 6.629
22 1.800 a 1.980 95 9,210
24 1.900 a 2.080 95 10,54
26 2.000 a 2.180 110 12,08
28 2.040 a 2.210 110 13,62
30 2.060 a 2.220 110 15,16
36 2.080 a 2.250 110 19,78
40 2.100 a 2.270 110 22,86
72 2.250 a 2.430 110 56,33
Método de controle
Fazer a pesagem das aves, quinzenalmente, a partir da
quarta semana, em horário definido, com as aves em jejum,
por amostra ao acaso, de 100 frangas, individualmente,
durante o período de crescimento até a 18ª semana. Utilizar
um separador de tela. Em relação ao peso médio do lote, 80%
das aves devem estar no intervalo de 10% para mais ou para
menos. A mudança de ração deve ser feita de acordo com o
peso corporal (Tabela 12).
Evitar oscilações na curva de crescimento
Lote pesado – retardar o aumento da ração até que atinja o
peso padrão da linhagem, jamais reduzindo a quantidade de
ração;
Lote leve – corrigir progressivamente durante três semanas,
utilizando como regra: 1 g de alimento = 1 g de crescimento.
Exemplo: 100 g de peso perdidos com o atraso no
crescimento serão corrigidos ao suplementar as pintainhas
com 100 g de ração durante três semanas.
Em caso de retardo brusco do crescimento, recomenda-se
verificar a quantidade de alimento distribuída e o estado de
saúde das aves; aquelas pouco desenvolvidas devem ser
descartadas ou separadas e alimentadas até atingirem o peso
padrão.
MANEJO DE ALIMENTAÇÃO
A ração é o componente que mais onera o custo de
produção de ovos. A utilização de ração de baixa qualidade como
medida de economia comprometeaviabilidadedaexploraçãocom
quedanaconversãoalimentar, no ganho de peso e na produção de
ovos. Para alcançar o potencial máximo de produção das aves, é
necessário fornecer uma ração de boa qualidade. O preparo da
ração na propriedade é possível desde que sejam adquiridos
os equipamentos e a quantidade de ração produzida justifique o
investimento. Em geral, o milho é o componente de maior
volume, em torno de 60% da ração. É necessário adquirir
também o concentrado protéico e o núcleo. A formulação de
ração deve ser feita por um técnico habilitado, utilizando matéria-
prima de boa qualidade e de origem idônea.
Na Tabela 13, é apresentado o programa de alimentação das aves.
Alimentação inicial
Antes de iniciar o fornecimento da alimentação sólida para as
pintainhas, é necessário fazer sua hidratação com água
enriquecida com açúcar ou polivitamínico, pelo menos três horas
antes de fornecer a ração. Pode-se continuar oferecendo essa
mistura durante as primeiras 24 horas.
As causas mais comuns da perda de peso das aves são:
doenças, superlotação e consumo inadequado de ração.
A ração inicial é muito importante para que as aves
manifestem seu potencial produtivo. A substituição de
ingredientes convencionais por produtos alternativos, para
minimizar custos, deve ser feita com cautela, considerando
fatores antinutricioinais e comprometimento no desempenho
da produção. A utilização de farelo de algodão na alimentação
de aves poedeira altera a coloração da gema.
A troca da ração inicial pela de crescimento deve ser feita
gradativamente.
Alimentação de crescimento
O teor de energia da ração das frangas é fundamental
para o desenvolvimento do sistema digestivo das futuras
poedeiras. A ingestão de alimento com pouca energia estimula
o consumo excessivo durante a postura, com reflexos negativos
sobre o aumento do peso e o surgimento da degeneração
gordurosa do fígado. O excesso de energia, ao contrário,
acarreta limitação no desenvolvimento do sistema digestivo,
tendo como consequência, baixo consumo no início da postura.
As poedeiras devem estar aptas para suportar a redução do teor
de energia da ração de postura e aumento de suas
necessidades de crescimento e produção nessa fase.
A ração de crescimento deve apresentar teor de energia um
pouco menor que o da ração de postura. Fornecer a ração
de postura às frangas a partir da 18ª semana, o que permite
uma adaptação positiva às mudanças de composição e de
granulometria da nova ração antes do início efetivo da
postura. A prática mais utilizada no sistema semiconfinado de
criação de poedeiras é a alimentação das aves em recria, à
vontade. Apesar de vantajosa, a alimentação controlada é
mais trabalhosa e requer mais equipamentos, podendo causar
estresse nas aves.
Alimentação de postura
Durante um período de 10 a 15 dias que antecede o início
da postura, ocorre o desenvolvimento do ovário e do oviduto
das aves, fator importante para a nova fase. Nesse estágio, é
fundamental proporcionar às aves um ambiente com o
mínimo de fatores
Ração balanceada
Fornecer uma ração de postura com maior nível energético
do que a ração de recria, para evitar consumo insuficiente de
ração no início da produção.
Neste caso manter as características estáveis do teor da
ração, evitando-se mudanças de procedência e de
composição durante a postura, que poderiam afetar a
formação da casca e reduzir o índice de postura.
Conversão alimentar
Espera-se um consumo de 2 kg de ração balanceada de
postura para cada quilograma de ovos produzido.
Qualidade do alimento
A alimentação corresponde a aproximadamente 70% do
custo de produção, razão pela qual se deve atender aos padrões
recomendados. É aconselhável sempre adquirir a ração
ou matéria-prima de fornecedores idôneos. Evitar a variação
da forma e dos nutrientes da ração, tendo em vista que as
alterações da formulação podem afetar o consumo em razão
da variação da palatabilidade. Qualquer mudança deve ser
feita gradativamente. O milho mal conservado é uma fonte
de contaminação por fungos e causa frequente de mortalidade
de aves.
Suplementação
Fornecer suplementação alimentar em piquetes de
gramíneas Coast-Cross, Tifton, Estrela ou fornecer hortaliças,
frutas e verde no próprio parque. Planta forrageira como o
rami possui alto teor de proteínas e pode ser utilizado assim
como a abóbora e folhas de hortaliças, desde que isentas de
contaminação com produtos tóxicos.
Água
A fonte de água é um fator fundamental de sucesso ou
fracasso da atividade. É importante fornecer água potável com
temperatura adequada, na quantidade necessária para cada fase.
No primeiro e no segundo dia, fornecer água à temperatura de
16 a 20ºC. Caso haja a ocorrência de diarréia nas aves, deve-se
suspeitar da qualidade da água.
Água de qualidade resulta em melhor conversão alimentar e
menor mortalidade. É importante estar atento, pois ave que
não bebe não come.
Controle da qualidade e do consumo
• Colocar a disposição das aves água fresca e pura para
suprir a sua necessidade metabólica e evitar a redução
do fluxo;
• Não interromper, temporariamente, o fornecimento de
água das aves de postura, pois pode causar danos à
produção;
• Verificar se há bebedouros suficientes para todas as aves do lote;
• Examinar o controle de fluxo de água e o ajuste das
válvulas dos bebedouros;
• Nivelar os bebedouros com profundidade mínima de 1,5 cm;
• A necessidade de água cresce com o aumento da
produção e da temperatura ambiente, e o consumo de
água dobra nos períodos de alta temperatura;
• As aves controlam a temperatura do corpo pela
eliminação da água pelos pulmões;
• Realizar a análise bacteriológica da água, duas vezes ao ano.
A B
Medidas higiênico-sanitárias
As medidas descritas abaixo visam evitar a
contaminação e a danificação dos ovos após a postura:
• Coletar os ovos de quatro a seis vezes ao dia. Entre
8h30, 9h30, 10h30 e 12h. No final da tarde, recomenda-
se fazer uma revisão nos ninhos. A frequência de coleta
reduz o índice de ovos trincados e sujos;
• Trocar a cama dos ninhos periodicamente e mantê-la
sempre limpa para evitar a contaminação dos ovos com
fezes;
• Manter limpas as bandejas de coletas de ovos e as mãos
do coletor de ovos;
• Utilizar cartelas de plástico, que é de fácil limpeza;
• Coletar separadamente os ovos trincados e os de casca fina;
• Limpar e desinfetar os ovos coletados no chão com
solução clorada e destiná-los ao consumo alternativo;
• Armazenar os ovos em local limpo, seco e fresco;
• Armazenar as caixas de ovos sobre balcão, em ambiente
bem ventilado, aguardando o transporte para o comércio
onde serão mantidos nas condições já recomendadas;
• Separar e identificar a produção de cada dia e entregá-la
aos clientes o mais rápido possível;
• Acondicionar os ovos em bandejas higiênicas e colocá-
las em caixas de papelão;
• Durante o transporte, é importante evitar trepidações
para não trincar os ovos.
MANEJO SANITÁRIO
O manejo sanitário engloba todas as medidas necessárias
para garantir a saúde das aves. Essas medidas iniciam-se
antes mesmo da chegada das pintainhas, quando do preparo
do galpão, incluindo vacinação, vermifugação, higiene e
isolamento de aves, manejo de cama, procedência das
pintainhas. Todas essas medidas visam reduzir os riscos de
doenças.
Durante a criação, toda ave morta, enferma ou refugo deve
ser retirada do galpão, deve ser sacrificada, se for o caso, e, em
seguida, queimada ou lançada na fossa ou na composteira.
Medidas de biosseguridade
A adoção das medidas abaixo asseguram a eficiência da
produção e evita a incidência de doenças, além de garantir
melhor qualidade ao produto e à segurança alimentar:
• Alojar aves de espécies e idades diferentes no mesmo
galpão é um risco sanitário. No sistema de
semiconfinamento, é possível alojar aves de idades
diferentes na mesma granja desde que se adotem medidas
de biosseguridade. Essas medidas podem reduzir, ao
máximo, a probabilidade da introdução, propagação e
transmissão de agentes de doenças entre as aves, granjas
e regiões.
• Conscientizar os colaboradores envolvidos quanto à
adoção das medidas de biosseguridade;
• Adquirir pintainhas livres de doenças transmissíveis
vertical- mente;
• Verificar a idoneidade dos fornecedores;
• Usar vestimenta e calçados limpos;
• Restringir ao máximo a entrada de pessoas, veículos e
animais na granja;
Equipamentos e utensílios
A limpeza e a desinfecção de todo o material utilizado
consiste nas seguintes práticas:
• Lavar os equipamentos e materiais, inicialmente,
removendo os resíduos apenas com escova e água;
• Lavá-los com detergente neutro sem perfume e esponja;
• Sanificar com solução de água clorada (200 ppm);
• Imergir ou borrifar esses equipamentos e materiais,
deixando-o em contato por dois minutos e, seguida,
enxaguar em água corrente e deixá-los secar
naturalmente.
Doenças infecciosas
São aquelas doenças causadas por vírus, bactérias e
micoplasma. Algumas viroses são evitadas por meio da
imunização do plantel com vacinas específicas. As infecções por
bactérias e micoplasma são tratadas com antibióticos de amplo
espectro prescritos pelo Médico Veterinário.
Doença de Marek – certificar-se de que as pintainhas
adquiridas são oriundas de incubatório idôneo onde são
vacinadas no primeiro dia de vida. Na chegada, deverão ser
recebidas em um ambiente limpo, desinfetado, livre de qualquer
contaminação e protegidas com medidas sanitárias adequadas,
pois somente após 15 dias estarão resistentes.
Doença de Gumboro – as pintainhas comerciais,
adquiridas de incubatório, de matrizes vacinadas, apresentam
mais proteção contra a doença. Na granja, vaciná-las no 8º,
16º, 24º e 32º dias de vida, via oral através da água de beber.
A B
Figura 46. (A) piolhos e (B) massa de ovos nas penas da
asa da ave.
Micotoxicoses
Os principais gêneros de fungos que atacam os insumos
utilizados nas formulações de ração para aves estão os
Aspergillus, Penicillium e Fusarium.
Os fungos e as micotoxinas, presentes nos insumos
agrícolas utilizados como componentes das rações de aves,
constituem-se um dos maiores perigos para a saúde do
plantel. A contaminação do milho ou da ração por micotoxinas
pode ter um custo elevado e pode ser determinante para o
fracasso da exploração avícola.
A aflatoxina é produzida durante e após a fabricação da ração,
e está associada à umidade relativa elevada em aviários e à
estocagem de ração nos galpões por longos períodos. Ela
apresenta a capacidade de tornar a doença de Gumboro uma
virose muito mais severa e com alterações dos sintomas. Além
de provocar variadas lesões nos órgãos internos, causa a queda
do consumo de ração, da postura, alterações na casca do ovo,
plumagem deficiente, má pigmentação e morte das aves.
Tratamentos
A suplementação das aves com vitamina E e selênio tem
efeito protetor das infecções.
Sinais clínicos
Constituem-se de anemia, imunossupressão, redução da
pigmentação, retardo do crescimento, osso mole,
refugamento,
problemas de empenamento, fezes aquosas e cama molhada,
desidratação e morte por falência renal.
Os efeitos tóxicos da interação de micotoxinas constituem-
se uma ameaça à produção avícola porque essas toxinas são
muito frequentes e sua toxidade interativa é muito severa.
Micotoxinas e imunodeficiência
As micotoxinas podem diminuir a resistência geral das aves
para doenças infecciosas (salmonelose, candidíase e
aerossaculite por Escherichia coli), além de reduzir a eficiência
dos antibióticos.
Esquema de controle:
• Rato preto – fazer a primeira aplicação em locais
estratégicos usando isca em pó ou em bloco; fazer a
segunda e a terceira aplicação com intervalos de sete
dias.
• Ratazanas – fazer três aplicações conforme descrito
anteriormente. Fechar as tocas com terra ou jornal, no
dia anterior, para facilitar a visualização do consumo da
isca.
• Camundongo – colocar as iscas em locais ao alcance dos
roedores por um período de até três meses.
Vacinas e vacinação
Vacinas disponíveis no mercado nacional contra as doença
de Gumboro, bronquite infecciosa, newcastle, encefalomielite
aviária, coriza infecciosa, varíola aviária, doença de Marek
(obrigatória) e coccidiose. Usar vacinas vivas para as fases
de cria e recria e inativadas, para a fase de produção.
.
Figura 50. Vias de aplicação
Calendário de vacinação
O calendário de vacinação, elaborado sob a supervisão do
Médico Veterinário, deve seguir as condições sanitárias da
região onde a granja se localiza, em conformidade com as
normas estabelecidas pelos órgãos oficiais de defesa
sanitária. Os critérios básicos sugeridos para sua elaboração
são:
• Flexibilidade para atender diferentes desafios de doenças;
• Basear-se em resultados sorológicos;
• Nível de exposição das aves às doenças;
• Virulência dos microrganismos patogênicos existentes;
• Imunidade maternal;
• Doenças de maior incidência na região.
Doença e Idade em
vacina dias
1º 7a 15 a 21 a 28 a 50 a
8 16 24 32 55
Gumboro C C C C
Marek C
Bouba aviária C
Newcastle C C C
Bronquite C C C
Infecciosa
Vacinação individual
Via subcutânea – essa via de aplicação, usada embaixo da
pele, normalmente na região do pescoço, é mais utilizada
ainda no incubatório, em pintos logo ao nascer, contra as
doenças de Marek e bouba aviária (Figura 48).
Processo de compostagem:
• Colocar 30 cm de palha de arroz ou serragem que irá
auxiliar na aeração;
• Colocar uma camada de aves mortas sobre o material
aerador, e obedecer a uma distância de 15 cm entre uma
carcaça e outra, das paredes e porta da composteira
favorecendo a aeração;
• Cobrir completamente as carcaças com uma segunda
camada de palha ou serragem;
• Acrescentar 200 mL de água por quilograma de aves
mortas. (20% do peso das aves em água);
• Acrescentar uma camada de 15 cm de palha no final;
• Obedecer a mesma sequência (carcaças, palha de arroz
nova, água, palha de arroz nova) até atingir a altura
máxima de 1,5 m. Acrescentar uma última camada de 10
cm de palha de arroz;
• Avaliar a temperatura semanalmente com auxílio de uma
barra de ferro que será introduzida à compostagem. A
temperatura do composto atinge até 70ºC, e reduz à
medida que provocar a fermentação. Caso o processo de
decomposição não se completar em 30 dias, remover a
camada superior, acrescentar água e voltar a cobrir com
palha e aguardar.
80
Porcentagem
60
40
20
0 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72
20 24
28
Semanas
Figura 55. Ciclo de postura de galinhas
poedeiras.
100
90
80
Porcentagem
70
60
50
40 1º 2º 3º 4º
30
20
20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80
84 88 92 96
Semanas
Figura 56. Sobreposição das curvas de posturas com quatro
lotes de aves.
Tabela 27. Escalonamento de produção/fluxo constante de
produção e receita.
Produção do Produção
Produção do Produção Média
Entrada Semana 3º lote do 4º lote
1º lote (%) do 2º lote (%) (%)
(%) (%)
Lote 1 20ª 9 * * * 9
22ª 42 * * * 42
24ª 76 * * * 76
26ª 91 * * * 91
28ª 92 * * * 92
30ª 92 * * * 92
Lote 2 32ª 91 9 * * 50
34ª 90 42 * * 66
36ª 89 76 * * 83
38ª 88 91 * * 89
40ª 87 92 * * 89
42 85 92 * * 88
Lote 3 44ª 84 91 9 * 61
46ª 83 90 42 * 72
48 82 89 76 * 82
50ª 80 88 91 * 86
52ª 79 87 92 * 86
54 78 85 92 * 85
Lote 4 56ª 77 84 91 9 65
58ª 75 83 90 42 73
60ª 74 82 89 76 80
62ª 73 80 88 91 83
64ª 72 79 87 92 82
66ª 70 78 85 92 81
68ª 69 77 84 91 80
70ª 68 75 83 90 79
72ª 67 74 82 89 78
74ª 60 73 80 88 75
Lote 5 76ª Descarte 72 79 87 79
78ª 9 70 78 85 61
80ª 42 69 77 84 68
82ª 76 68 75 83 76
84ª 91 67 74 82 78
86ª 92 60 73 80 76
Lote 6 88ª 92 Descarte 72 79 81
90ª 91 9 70 78 62
92ª 90 42 69 77 70
94ª 89 76 68 75 77
96ª 88 91 67 74 80
98ª 87 92 60 73 78
Lote 7 100ª 85 92 Descarte 72 83
101ª 84 91 9 70 64
CUSTOS E RENTABILIDADE
A rentabilidade da avicultura alternativa é alcançada nos
detalhes, mas qualquer descuido ou desleixo no manejo pode
determinar prejuízos difíceis de recuperar. Erros como
aquisição de milho mal conservado com presença de fungos,
bebedouros e comedouros desregulados, descuido com a
biossegurança, falta de vacinação ou má utilização de
vacinas, lotes sem uniformidade e excesso de refugos são
detalhes que merecem a máxima atenção do avicultor, pois
podem inviabilizar a exploração avícola.
O avicultor deve buscar a máxima eficiência de produção e
lucratividade. A fórmula do sucesso na criação de galinhas poedeiras
envolve a utilização de ração balanceada, aves geneticamente
superiores, instalações confortáveis e seguras e condições
ideais de manejo.
Comercialização
Os ovos são comercializados frescos após passarem pelo
processo de seleção, limpeza e embalagem em cartelas de uma
dúzia, que são embaladas em caixas de papelão com 30
dúzias. A partir da segunda semana de armazenamento, inicia-
se a perda da qualidade. Já os ovos contaminados iniciam o
processo de putrefação com apenas três dias.
Valor Valor
Produto Unidad Quantida
unitário total
e de
(R$) (R$)
Ovo Dúzia 34.500 3,00 103.500,
00
s Saco 1.200 2,00 2.400,00
Cam
a Cabeça 1.380 7,00 9.660,00
Descarte
de
fêmeas
Total 115.560,
00
Investimentos e custeio
Tabela 29. Investimentos para criação de 1.500 galinhas poedeiras.
Valor do
Especificação
orçamento
(R$)
1. Aviário de 200 m² com instalação
21.000,00
hidráulica, elétrica, tela nas laterais, cortinas
nas laterais, incluindo terraplanagem, mão
de obra e equipamentos avícolas.
LITERATURA CONSULTADA
29
30
Total -
Escolha do desinfetante – um bom desinfetante deve
preencher no mínimo três critérios:
Avaliação Critérios
( ) Ação bactericida, viricida e fungicida
( ) Atuação sobre matéria orgânica
( ) Baixa toxidade para as aves
( ) Boa estabilidade
( ) Bom poder residual
( ) Baixo custo