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Direito Dos Instrumentos Financeiros - 2022 - 2022
Direito Dos Instrumentos Financeiros - 2022 - 2022
Kalussevico Miguel
Direito dos Valores Mobiliários ou dos Instrumentos financeiros?
❖ O Direito dos Valores Mobiliários é o ramo que, genericamente, se ocupa dos sujeitos,
instrumentos, actividades, estruturas de negociação e supervisão do mercado de capitais.
❖ Hoje, deve-se falar em direito dos instrumentos financeiro ou direito do mercado de capitais
em detrimento da nomenclatura “Direito Valores Mobiliários”, por estar em desuso, em função
das razões avançadas.
Conceito – “Direito dos Valores Mobiliários”
❖ Direito do Mercado de Capitais para designar a disciplina que tem por objecto o estudo dos
sujeitos (Emitentes, Investidores, intermediários financeiros, entidades gestoras, contrapartes
centrais, entidades reguladoras e supervisoras) dos bens (instrumentos financeiros = valores
mobiliários, derivados e instrumentos do mercado monetário), das actividades (emissão e
transmissão de instrumentos financeiros, serviços de intermediação, contratos de
intermediação).
❖ Alguma boa literatura definiu instrumento financeiro como sendo o conjunto de instrumento
jus comerciais heterogéneo susceptível de criação e/ou negociação em mercado de
capitais, com a finalidade primordial de financiamento e/ou cobertura do risco da
actividade económica.
Espécies de Instrumentos Financeiros
✓ As obrigações;
✓ Os direitos destacados das acções, obrigações e das UPS, desde que o destaque
abranja toda a emissão ou série ou esteja previsto no acto de emissão;
❖ Representabilidade;
❖ Homogeneidade e fungibilidade; e
❖ negociabilidade
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
REPRESENTABILIDADE
Documento em papel
Documento electrónico
REPRESENTABILIDADE
SITUAÇÃO JURÍDICA
❖ Os valores mobiliários incorporam quaisquer situações jurídicas, isto equivale a dizer que o
seu conteúdo pode ser constituído por toda uma panóplia de posições juridicamente
relevantes.
✓ Mesmo dentro de uma posição jurídica activa, pode abarcar indistintamente toda
uma gama de direitos, incluindo direitos sociais.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
HOMOGENEIDADE E FUNGIBILIDADE
✓ São emitidos em massa em mercado próprio (por vezes milhares ou até milhões) e
não emitidos singularmente (um a um);
❖ São instrumentos tipicamente concebidos para circular no mercado, quer seja no primário,
quer no secundário.
❖ Obrigação ordinárias ou clássicas são aquelas que conferem ao seu titular o direito a juros
periódicos e ao reembolso da importância correspondente ao respectivo valor nominal.
❖ Taxa de juro do cupão é inalterável durante toda vida do empréstimo – permite antecipar
fluxos financeiros – juros e valor de reembolso.
A taxa de juros do mercado pode ser diferente da taxa de juros do cupão – mais ou menos valia
❖ A emissão de obrigações de taxa de juros com prazos longos pode incluir na ficha técnica a
possibilidade de revisão da taxa de juro inicialmente fixada.
❖ Susceptibilidade da taxa de juros evoluir ao longo do tempo, sempre de acordo com certos
parâmetros previamente fixados no momento da emissão.
❖ A taxa de juros de cupão será determinante por uma taxa de referência – representativo das
taxas de juro que a todo momento vigoram no mercado, um índice ou uma preço de um bem
real.
❖ As obrigações podem ser emitidas com uma opção de reembolso antecipado a favor da
sociedade emitente (cal option). Trata-se de um disposição que confere ao emitente o direito
de amortizar as obrigações antes do prazo previsto.
❖ As obrigações com cal option são aquelas que conferem à entidade emitente o direito de
amortizar, parcial ou totalmente, os títulos antes de estes atingirem a sua maturidade, mediante
o pagamento de um prémio de opção de compra.
❖ Os prémios das opções são calculados em função da perspectiva de evolução das taxas de
juro no mercado e do tempo que decorre entre o exercício da opção e a maturidade.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
❖ Quanto mais longo for o período de tempo entre a possibilidade do exercício da opção e a
maturidade das obrigações, maior será o prémio da opção, porquanto o risco de se
verificarem alterações na taxa de juros no mercado é igualmente maior.
❖ Se para o emitente há, nas condições da emissão, a opção de compra, para o investidor existe
a opção de venda, também conhecida por put option, que se traduz na possibilidade de
solicitar o reembolso antecipado
❖ As obrigações de put option são aquelas que conferem ao obrigacionista o direito de vender
as obrigações à entidade emitente, antes da maturidade.
❖ A opção de venda efectua-se a um determinado preço, que pode ser o valor nominal das
obrigações e mediante o pagamento de um prémio de opção de venda ao emitente.
❖ Caso o obrigacionista exerça a opção de venda, suportará uma desconto sobre o valor de
reembolso.
❖ Os prémios são mais elevados quanto mais longo for o tempo entre a data do exercício da
opção de venda e a maturidade.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
❖ Uma obrigação diz garantida quando o credor tem direito a uma certa parcela de
determinada propriedade da entidade emitente em caso de falência da mesma em virtude
da impossibilidade de pagamento de juros e capital em dívida. Diz –se não garantida aquela
que não goza deste estatuto de segurança.
❖ Uma obrigação pode ser estruturada de forma a conceder especiais garantias aos
obrigacionistas.
❖ As obrigações de cupão zero são aquelas em que o principal não paga juros (cupão), sendo
que a sua rendibilidade resulta do facto de as mesmas serem colocadas a desconto.
❖ As obrigações participantes são as que para além de conferirem aos seus titulares o direito a
um juro fixo, os habilitam igualmente a um juro suplementar ou a um prémio de reembolso, quer
fixo quer dependente dos lucros realizados pela sociedade emitente. Também podem
apresentar juro e plano de reembolso dependentes e variáveis em função dos lucros da
entidade emitente, sem qualquer pagamento de juro fixo.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
Obrigações convertíveis em
acções
❖ O obrigacionista tem o direito aos juros das respectivas obrigações até ao momento da
conversão.
Obrigações convertíveis em
acções
❖ Para além de serem um meio para se fazer apelo a capitais alheios, também servem
como um instrumento de angariação de capitais próprios dilatados no tempo
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
❖ podem ser emitidas obrigações que confira direito de subscrever acções a emitir, não
pelo emitente das obrigações, mas por sociedades que directa ou indirectamente
detém uma participação maioritária.
✓ Obrigações de Tesouro
✓ Papel Comercial
✓ As Unidades de Participação
❖ Os participantes podem ser pessoas singulares e colectivas, sendo por conta disso
titulares de uma quota-parte ideal ou contitularidade de um património comum.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ As Unidades de Participação
❖ AS unidades de participação são valores mobiliários sem valor nominal, possuindo valor
identifico entre si, variável em função da evolução do VLG (art.º 13.º RJOIC).
❖ O título não viagem de mão em mão – não se transfere a título – fundos abertos.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ Depósito a Prazo
❖ Condição sine quo non para a sua constituição é a existência prévia de uma conta de
depósito à ordem.
❖ Agenda 2030
❖ As Green bonds são valores mobiliários com um resultado fixo, com as quais se
pretende angariar capital para financiamento de um ou mais projectos (existentes ou
futuros), com específicos benefícios ambientais. Pense-se por exemplo, na emissão de
obrigações com o objectivo de financiar um projecto de energia renovável ou de
transporte colectivo de baixo carbono.
❖
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ As Green Bonds
❖ Agenda 2030
❖ As Green bonds são valores mobiliários com um resultado fixo, com as quais se
pretende angariar capital para financiamento de um ou mais projectos (existentes ou
futuros), com específicos benefícios ambientais. Pense-se por exemplo, na emissão de
obrigações com o objectivo de financiar um projecto de energia renovável ou de
transporte colectivo de baixo carbono.
❖
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ As Acções
❖ As acções são valores mobiliários sujeitos a um percurso vital que compreende o seu
nascimento (emissão), passando por um conjunto de vicissitudes (a titularidade,
transmissão, oneração, execução), até ao seu desaparecimento
❖ A expressão acção constitui um vocábulo polissémico, susceptível de ser visto em três
dimensões:
❖ As acções preferenciais são aquelas que conferem direitos especiais aos sócios. Estas
podem ser preferenciais sem voto e preferenciais remíveis.
❖ As acções preferenciais sem voto são aquelas que se caracterizam, em primeiro lugar
pela privação do direito ao voto e, em segundo, pela atribuição de uma contrapartida
ao accionista (cfr. Artigo 364.º, 365.º e 366.º da LSC).
❖ Conferem direitos iguais aos das acções ordinárias, com as seguintes diferenças:
✓ Os instrumentos derivados
o Opções;
o Futuros;
o Swaps;
o Os contratos a prazo; e
❖ Os derivados são instrumentos financeiros que têm na sua génese num contrato,
derivam, nascem de contratos, os representam contratos que geram um instrumentos
financeiro.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ Os instrumentos derivados
❖ Mercados de Derivados
o Negociados em bolsa
❖ Futuro
❖ Opções
❖ Contratos a prazo que atribuem a uma das partes, um direito potestativo de compra
ou venda de certo activo subjacente por um preço e em (ou até) data
predeterminadas, a executar mediante liquidação física e financeira, contra a
obrigação de pagamento de um prémio.
❖ Opções
❖ O titular da opcao de compra – cal option tem uma expectativa de subida das
cotação do activo subjacente e obterá um ganho se esta se confirmar na data de
vencimento.
❖ O titular da opção de venda – put option tem expectativa de descida das cotações e
se esta se verificar, controla o risco da correspondente desvalorização do activo
subjacente, podendo vendê-lo ao preço convencionado.
Noção e Regime Geral dos Valores Mobiliários
✓ Os instrumentos derivados
❖ swaps
❖ Uma família de contratos pelos quais se estabelece entre as partes uma obrigação
reciproca de pagar, de acordo com modalidades pré-estalecidas, na mesma divisa ou
em diferentes divisas, certas quantias de dinheiro calculadas por referência aos fluxos
ligados a activos e passivos monetários, reais ou físicos – subjacentes.
❖ Os principais swaps são swaps sobre taxas de juros, swaps cambiais sobre divisas, os
swaps sobre valores, swaps sobre mercadorias.
❖ Por exemplo os swaps sobre taxa de juro, são contratos mediante os quais dois
mutuários de empréstimos do mesmo montante e com o mesmo vencimento, mas com
taxas de juros calculadas com bases distintas, se compromete a fazer pagamentos
recíprocos, com base nas taxas de juros da contraparte.