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Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de História
História da América I
Aluna: Kauane Adrielly do Nascimento Silva

Comparativos entre as experiências coloniais na América Inglesa e na América Ibérica

America Inglesa

A colonização da América Inglesa se revelou um empreendimento de múltiplas facetas,


impulsionado por um conjunto diversificado de motivações que ecoavam as nuances
econômicas, religiosas, políticas e sociais daquele período. Durante os séculos XVI e XVII, os
colonos ingleses foram instigados por variados elementos a transpor o oceano em busca de
horizontes novos e oportunidades inexploradas.

Entre esses impulsionadores, destaca-se uma motivação de caráter econômico. A América se


revelava aos colonos como uma promissora fonte de riquezas ainda não exploradas, tanto em
termos de minerais preciosos, como ouro e prata, quanto em relação a terras propícias para a
agricultura. Essa perspectiva atraía aventureiros e investidores ávidos por alcançar lucros
consideráveis. As colônias, por sua vez, ofereciam a possibilidade de estabelecer
empreendimentos comerciais vantajosos, tanto entre os próprios assentamentos coloniais
quanto com a mãe pátria, a Inglaterra.

Contudo, muitos colonos também eram movidos por um anseio por liberdade religiosa. A
Inglaterra encontrava-se imersa em conflitos sectários e perseguições religiosas, o que levou
diversos grupos dissidentes a procurarem refúgio na América. Esse foi o caso dos puritanos,
por exemplo, que almejavam erigir comunidades onde pudessem exercer sua fé em
conformidade com suas convicções, distantes das restrições e da intolerância religiosa
presentes em seu país de origem.

O sistema de colonização
O sistema de colonização da América Inglesa apresentou uma diversidade de abordagens e
tipos de colônias. Nos séculos XVI e XVII, surgiram duas formas principais de colonização:
as colônias de povoamento e as colônias de exploração.

As colônias de povoamento visavam estabelecer comunidades duradouras que refletissem as


estruturas da Inglaterra. Nas colônias da Nova Inglaterra, como Massachusetts e Connecticut,
famílias buscavam criar novas vidas preservando sua cultura e religião. Economias diversas
focaram em agricultura, comércio e indústria local. Autogoverno e assembleias permitiam
participação ativa dos colonos.

As colônias de exploração buscavam lucro através de recursos naturais. Colônias sulistas


como Virgínia e Carolina do Sul focaram em culturas comerciais como tabaco e arroz, usando
escravos africanos. Governo centralizado e influência da metrópole eram marcantes.

Aspectos religiosos e culturais moldaram a colonização. Colônias de liberdade religiosa


formaram distintas comunidades. Diferenças religiosas influenciaram instituições e vida
social.
Economia

Durante a colonização da América Inglesa, a economia evoluiu de forma diversificada,


moldada pelas particularidades de cada região. Alguns padrões gerais se destacam:

● Agricultura: A agricultura foi crucial para a economia. No sul, plantations produziam


culturas comerciais como tabaco e algodão, com uso intensivo de escravos africanos.
No norte, a agricultura era mais diversificada, voltada para subsistência e produtos
locais.

● Comércio: O comércio desempenhou papel vital. Colônias do norte se baseavam em


comércio marítimo, com portos como Boston e Nova York prosperando. O comércio
triangular entre colônias, Europa e África era marcante, com produtos como tabaco e
rum sendo negociados.

● Manufatura: Inicialmente restringida pela Inglaterra, as colônias desenvolveram


indústrias de pequena escala para suprir suas necessidades, como produção de bens
têxteis e móveis.

● Pesca: Nas colônias do norte, a pesca ganhou importância, tanto em águas locais
quanto em alto mar.

● Atividades Artesanais: Muitos colonos estavam envolvidos em atividades artesanais


como carpintaria e tecelagem, cruciais para a produção local.

● Comércio de Escravos:O comércio de escravos africanos foi crucial no sul, onde


sustentava as plantations e estava relacionado com produtos coloniais como açúcar,
rum e tabaco.

● Moeda e Finanças: A falta de uma moeda estável nas colônias levou a usar variedade
de moedas, gerando problemas econômicos.

Relação com os nativos

Ao longo da colonização da América Inglesa, as relações entre colonos ingleses e nativos


americanos evoluíram de maneira complexa. Inicialmente, houve cooperação mútua, com os
nativos compartilhando conhecimentos sobre a terra e os colonos oferecendo ferramentas e
produtos. No entanto, o aumento da colonização levou a conflitos devido à competição por
terras e recursos. Doenças europeias devastadoras também impactaram negativamente os
nativos.

À medida que as colônias inglesas se fortaleciam, o desejo de expansão frequentemente


resultava no deslocamento dos nativos de suas terras. Guerras como a Guerra Pequot e a
Guerra do Rei Filipe acentuaram os conflitos. Acordos e tratados foram feitos, mas muitos
foram rompidos, levando a mais hostilidades.

Com o tempo, as colônias cresceram e as culturas nativas foram marginalizadas. Pressões para
assimilação cultural resultaram na perda de identidade para os nativos, e suas terras foram
frequentemente confiscadas, forçando-os a viver em reservas precárias.
América Ibérica

A colonização da América Ibérica foi motivada por uma série de fatores, incluindo a busca
por riquezas como ouro e prata, a exploração comercial de novas rotas para o comércio, a
propagação do cristianismo por meio de missões religiosas, a busca por prestígio e poder das
nações colonizadoras, a exploração científica das regiões desconhecidas, o desejo de expandir
territórios e estabelecer reivindicações, a resolução de problemas internos enviando pessoas
para colonizar e a competição entre as nações europeias por vantagem competitiva. Esses
fatores combinados incentivaram a exploração, conquista e colonização da América Ibérica.

Sistema de colonização da América Ibérica

O sistema de colonização da América Ibérica foi caracterizado por uma estrutura imposta
pelas potências colonizadoras, principalmente Espanha e Portugal. Esse sistema envolveu a
exploração e dominação das terras recém-descobertas, visando a extração de riquezas, o
estabelecimento de autoridade política e a disseminação do cristianismo.

A colonização espanhola se concentrou na extração de metais preciosos, como ouro e prata,


por meio de sistemas de mineração e trabalho forçado. Os espanhóis estabeleceram um
sistema de encomiendas, onde os nativos eram "confiados" aos colonos espanhóis em troca de
proteção e catequização, mas muitas vezes isso resultava em exploração e abuso.

Portugal, por sua vez, se destacou pelo sistema de plantation, com enfoque na produção de
produtos agrícolas como açúcar, utilizando trabalho escravo africano nas colônias brasileiras.

A Igreja Católica desempenhou um papel significativo, com missionários sendo enviados para
converter os nativos ao cristianismo e estabelecer missões religiosas. Isso ajudou a justificar a
colonização aos olhos das potências colonizadoras e, ao mesmo tempo, trouxe mudanças
culturais e religiosas para as populações nativas.

Economia

Durante a colonização ibérica na América, a economia foi focada na busca por riquezas, como
ouro e açúcar. Os espanhóis exploraram minas para encontrar metais preciosos, enquanto os
portugueses criaram grandes plantações de cana-de-açúcar. A mão de obra indígena e africana
foi usada para trabalhar nas minas e nas plantações. As colônias dependiam das metrópoles
europeias para comércio e controle, o que impactou suas economias. A Igreja também teve
influência, controlando terras e recursos, e ajudando na assimilação cultural.

Relação com os nativos

A relação entre colonos europeus e nativos americanos durante a colonização da América


Ibérica foi complexa e variada. Inicialmente, houve interações de curiosidade e trocas, mas
logo surgiram conflitos devido a diferenças culturais, interesses e competição por recursos.

Os colonos frequentemente buscavam explorar e extrair riquezas das terras


recém-descobertas, o que muitas vezes levava à exploração dos nativos como mão de obra em
atividades como mineração e agricultura. Além disso, a disseminação de doenças europeias
para as quais os nativos não tinham imunidade resultou em epidemias devastadoras,
reduzindo drasticamente suas populações.
Ao longo do tempo, os confrontos se intensificaram à medida que as colônias europeias se
expandiram e reivindicavam terras que tradicionalmente pertenciam aos nativos. Guerras e
conflitos armados surgiram, resultando na perda de territórios e na imposição de autoridade
colonial sobre os povos indígenas.

No entanto, as relações também foram influenciadas por acordos e alianças temporárias entre
alguns grupos de colonos e nativos, muitas vezes motivados por interesses estratégicos ou
comerciais. A introdução do cristianismo pelos europeus também teve impacto, às vezes
resultando em conversões religiosas e alterações nas práticas culturais dos nativos.

Em resumo, a relação entre colonos e nativos na colonização da América Ibérica foi marcada
por uma mistura de cooperação temporária, exploração, conflitos e assimilação cultural. As
circunstâncias variaram conforme as regiões e tiveram um impacto profundo nas vidas e nas
culturas dos povos indígenas.

Conclusão

A colonização da América Ibérica e da América Inglesa compartilhou algumas semelhanças,


mas também apresentou diferenças significativas em suas abordagens, impactos e resultados.
Ambas as regiões foram exploradas e colonizadas por potências europeias, motivadas por
interesses econômicos, expansão territorial e difusão cultural e religiosa. No entanto, as
maneiras como esses objetivos foram alcançados e os resultados alcançados divergiram
consideravelmente.

Na América Ibérica, as potências colonizadoras, principalmente Espanha e Portugal,


buscaram a exploração de riquezas como ouro e açúcar, muitas vezes utilizando mão de obra
indígena e africana em sistemas de trabalho forçado. A Igreja Católica desempenhou um
papel central na assimilação cultural dos nativos e na propagação do cristianismo. Essa
abordagem frequentemente resultou na exploração extensiva dos recursos das colônias em
benefício das metrópoles, deixando um legado de desigualdades e impactos duradouros nas
culturas nativas.

Por outro lado, na América Inglesa, os colonos buscavam riquezas, mas também perseguiram
objetivos como liberdade religiosa, autogoverno e oportunidades econômicas. A relação com
os nativos americanos evoluiu de cooperação inicial para conflitos, deslocamentos forçados e
marginalização das culturas nativas. A diversidade de motivações e modelos de colonização
resultou em uma variedade de sistemas econômicos, como a agricultura diversificada no norte
e as plantations no sul.

Em conclusão, embora a colonização da América Ibérica e da América Inglesa tenha sido


impulsionada por motivações semelhantes, as diferenças nas abordagens, nas relações com os
nativos e nos resultados econômicos e sociais tornaram suas histórias únicas. Ambas as
experiências coloniais tiveram impactos profundos nas sociedades nativas e nos futuros
desenvolvimentos dessas regiões, moldando os destinos dessas nações até os dias de hoje.
Quadro comparativo entre as duas colonizações

Aspecto Colonização Americana Ibérica Colonização Americana Inglesa

Potências Espanha, Portugal Inglaterra


colonizadoras

Motivações Riquezas, cristianização Riquezas, liberdade religiosa

trabalho Mão de obra indigena, Africana Mão de obra indigena, Africana


forçado

sistema de Encomiendas, Mineração Plantations, Agricultura diversificada


trabalho

papel da igreja Missões religiosas, catequização influência religiosa, diversidade de


crenças

relações com Conflitos, exploração, assimilação Cooperação inicial, conflitos,


nativos deslocamentos

modelos Exploração de materiais preciosos, agricultura diversificada, comércio


econômicos produção de açúcar marítimo

impactos Assimilação cultural, desigualdades, Diversidade cultural, influencia na


impacto nas culturas nativas formação dos EUA

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