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Cadernos PDE
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1
Profa. Pedagoga da Rede Estadual do Colégio Estadual Maria Francisca de Souza da cidade de
Barra do Jacaré – Paraná – PDE TURMA 2013.
2
Orientadora – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP – Centro de Ciências Humanas e
da Educação – CCHE/CJ.
também na grande dependência manifestadas pelos alunos do sexto ano. Tornando-
se esta a lacuna e a inquieteção que nos levou a problemática desta pesquisa.
Para o educando a situação é ainda mais complexa. Estes vêm de um lugar
seguro com professor unidocente e são lançados a um meio ao qual não estão
preparados para enfrentá-los. Eles vivenciam ainda uma fase de mudança, onde
deixam de serem crianças e entram na fase de adolescência que refletem uma
situação de conflitos próprios.
Na tentativa de amenizar essas barreiras enfrentadas pelos educandos na
transição entre os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, buscou-se levantar
dados junto aos alunos e professores do quinto ano, onde foram enfatizados os
desejos, ansiedades e preocupações que esperam encontrar na nova escola na
busca de soluções e reflexões para melhorar esta articulação pedagógica entre os
ciclos evitando que essa ruptura alcance um caráter de descontinuidade do
processo de ensino.
Levando em consideração, o presente artigo tem como objetivo identificar
essas expectativas, as angústias, os transtornos e preocupações dos alunos do
quinto ano do ensino fundamental em relação à futura escola, propor articulação
pedagógica entre esses dois ciclos e desenvolver estratégias para evitar uma
ruptura do processo ensino-aprendizagem no período de transição do quinto para o
sexto ano.
As atividades foram realizadas e organizadas em uma Unidade Didática, a
partir de um levantamento bibliográfico com autores que elencam o assunto,
pesquisa de campo para coleta de dados com realização de questionários com
alunos do quinto ano e professores da referida série com ênfase nos aspectos
qualitativos que serviram de base para essa implementação.
Este artigo apresenta o resultado da implementação realizado no Colégio
Estadual Maria Francisca de Souza, em Barra do Jacaré, Estado do Paraná com
professores e alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do período vespertino.
2 REVIS ÃO DA LITERATURA
Os trinta e nove anos decorrentes desde 1971 não foram suficientes para se
estabelecer uma unidade entre esses segmentos de ensino, tanto que
“criamos” terminologias para falar sobre algo inexistente em lei: anos iniciais
e anos finais; fase I, fase II do ensino fundamental. Outras características
adensam a diferença entre os mesmos, dentre as quais destacamos duas: a
formação de professores em cursos específicos que não estabelecem
diálogos entre si e, no caso do estado do Paraná, a gestão diferenciada dos
anos iniciais, que cabe ás prefeituras, e dos anos finais, ao Estado.
Esses vínculos afetivos estão presentes no 5º ano onde nota-se uma relação
mais direta entre professor e aluno. Ao passo que no 6º ano essa relação de
distancia e o contato se tornam mais distante e menos caloroso.
Na perspectiva de Freire:
O aspecto afetivo que o autor cita diz respeito ao trabalho do professor com o
educando não significando deixar de lado o aspecto humano existente entre
professor e aluno. A afetividade quando expressada de maneira séria e autêntica
auxilia positivamente no desenvolvimento educacional do educando.
Para melhor entendimento podemos nos remeter novamente a Freire (2011,
p. 138) que diz: “[...] a afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade”.
Faz-se necessário que o professor crie com o aluno um laço afetivo
harmonioso. Esse bom relacionamento trará pontos positivos nas suas aulas e
facilitará alcançar os objetivos desejados na aprendizagem.
Do ponto de vista de Pinto: “A relação afetiva é fator marcante e grande
responsável pelas diferenças no cotidiano do professor com as crianças, nas duas
séries. Constatou-se que a demonstração de afeto é um traço decisivo na relação
professor e aluno como responsável pelo desenvolvimento cognitivo” (2013, p. 8).
A autora acima citada chama atenção para a importância da afetividade nas
relações humanas:
É preciso, por outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática
educativa vivida com afetividade e alegria prescinda da formação científica
séria e da clareza política dos educadores ou educadoras. A prática
educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio
técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do
hoje (2011, p. 139-140).
O ato de ensinar exige uma série de fatores que estão interligados. Não se
pode acontecer de uma forma separada e individual. Professores e alunos devem
estar interligados nesse processo. Para que esse processo de aprendizagem ocorra
sem resultar em dificuldades, o aproveitamento acadêmico do educando deverá ser
trabalhado para evitar falhas nessa aquisição de conhecimentos. Assim os
professores do 6º ano precisam rever a sua maneira de olhar para esses alunos que
estão chegando à escola.
Na perspectiva de Pinto:
Como enfatiza Dias da Silva (1997) ano diferente das referencias, em seus
estudos sobre a passagem do 4º para a 5ª série, é comum nas discussões sobre o
fracasso escolar nas 5ª séries o argumento sobre a alteração do número de
professores ou a fragmentação nas disciplinas. A autora ainda aponta que:
Como primeira atividade proposta aos alunos do sexto ano, foi desenvolvida a
semana de recepção onde se realizou um trabalho diferenciado com apoio
pedagógico durante as primeiras semanas de aula priorizando as atividades como:
confecção de horários, murais de recados, agendas coletivas onde eram agendadas
todas as atividades que foram realizadas. Também enfatizamos suporte pedagógico
para facilitar aos alunos o entendimento sobre troca de professores, intervalo,
sequência de atividades, horários e uso dos materiais como o caderno universitário.
Observou-se no decorrer desta atividade que os alunos estavam ansiosos
com o novo e que à medida que íamos efetuando as atividades notava-se que
maioria deles entendia com facilidade a rotina da nova série. A minoria, no entanto
levou um tempo maior para irem se acostumando e interagindo com o novo.
Frente a isto, advertiu-se uma necessidade imensa nesse atendimento
pedagógico aos alunos, pois nesta fase eles demonstraram possuir uma
dependência grande em relação aos professores.
A segunda atividade com alunos foi desempenhada em parceria com oitavo e
nono ano e professora de arte, onde se realizou atividades de interação entre os
alunos do sexto com os alunos maiores. Neste momento de interação buscou-se um
apoio dos alunos maiores que propiciaram momentos de segurança, troca de
experiências onde os alunos relataram como era a escola antes e como viam a
escola hoje e também atividades recreativas resgatando brincadeiras antigas.
Este momento conveio para tentar minimizar o medo e a insegurança em
relação aos alunos maiores, proporcionado um relacionamento mais interativo entre
eles.
Como terceira atividade os (as) alunos (as) realizaram a leitura da parábola
“O Feixe de lenha”. Após leitura organizou-se uma mesa redonda, onde discutiram,
trocaram ideias sobre o ensinamento da parábola e a relação com sua vida escolar.
O objetivo da atividade foi demonstrar para os alunos a acuidade em realizar
suas atividades, a união entre eles e o esforço de cada um para atingir seus
objetivos na série que eles se encontravam.
A quarta atividade desenvolvida foi a atividade com psicopedagoga: que
aplicou técnicas projetivas psicopedagógicas na tentativa de amenizar as
expectativas negativas apontadas pelos alunos como ansiedade, insegurança,
medos. Para o desenvolvimento desta atividade buscou-se a ajuda de uma
profissional especializada para encontrar soluções e assim contribuir com as ações
desenvolvidas.
Nesta atividade os alunos participaram de apenas um domínio que é o
domínio escolar para verificar como ele se sentia no ambiente escolar e como
trabalhar com os problemas levantados através dos desenhos. Os alunos fizeram o
desenho monitorado e quando necessário a psicopedagoga interagia, tecendo
comentários sobre o desenho. Após estudar cada desenho, a psicopedagoga nos
enviou um relatório, onde apresentou as intervenções e os encaminhamentos
diferenciados necessários
Concluiu-se nesta atividade a importância de investigar a rede de vínculos
que os alunos estabelecem com os domínios escolar, familiar e consigo mesmo.
Neste caso propriamente dito o domínio escolar. A atividade ocorreu pela
necessidade que os alunos têm de se adaptar com o sexto ano, pois esta mudança
muitas vezes causa transtorno no processo ensino-aprendizagem.
Como quinta e última atividade os alunos realizaram um questionário
comparativo onde colocaram suas opiniões de como está sua escola hoje.
Comparando os resultados dos alunos quando estavam no quinto ano e os alunos
no sexto ano, verificou-se que dos 30 alunos do quinto ano que responderam sobre
situações e expectativas negativas e difíceis foram: número de professores, aulas de
50 minutos, medo dos alunos maiores, não dar tempo de copiar as matérias,muitas
provas, ansiedade,medo de alguns professores, muitas disciplinas. As expectativas
positivas foram: novas amizades, conhecer novos professores, novos espaços como
a biblioteca e o laboratório de biologia, e mudanças de comportamentos.
Dos trinta e dois alunos do sexto ano que responderam as questões a
respeito das maiores dificuldades encontradas na nova escola foram: as provas,
encontrar as matérias no caderno, professores mudando de sala toda hora. Notou-
se também que muitos não encontraram grandes dificuldades e gostam muito da
escola. Também, verificou-se que a grande diferença apontada pelos alunos do
sexto ano é o número de professores existentes.
Comparando os resultados observou-se que as aflições e ansiedades foram
minimizando a medida que foram se adaptando na escola apresentando uma
melhora no rendimento escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCI AS
DIAS DA SILVA, Maria Helena Galvão Frem. Passagem sem rito: as cinco séries e
seus professores. Campinas. SP: Papirus, 1997.