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Conto de português

Nome: Lara Hortência Fernandes de Sousa Série: 1º info tarde

Millarca
Em um dia frio, eu observava na solidão de meu castelo a neve caindo
pela janela, quando de repente escuto uma batida na porta, já era tarde
da noite.
- Quem poderia ser a essa hora? - pensei
me levantei para olhar o que poderia ser, fui caminhando até o som e
abri a porta. Vi uma figura desconhecida, era bela, pálida e tinha
grandes cabelos negros, aparentava estar fraca, então começou a falar
- Boa noite, primeiramente peço lhe perdão pelo horário, venho de
longe até Kranten, gostaria de lhe pedir abrigo por esta noite.
- Claro, entre logo se não irá congelar ai fora. – Eu disse
Então a moça entrou em meu castelo, lhe disse para se sentar e
começamos a conversar.
- De onde a senhorita vem? - eu perguntei a ela
- Venho de Tranlisa.
- E o que faz em Kranten a essa hora?!
- Pretendia passar alguns dias aqui para distrair a mente, porém
não esperava por essa nevasca.
Achei estranha a resposta, mas não a questionei. Após conversarmos e
comermos eu a levei até um quarto desocupado e lá mesmo ela
adormeceu. Me disse que seu nome era Millarca, um belo nome para
uma bela moça.
No dia seguinte Millarca acordou tarde, apenas pensei que ela estava
cansada da viagem. Eu lhe disse para ficar o tempo que precisasse,
fazia tanto tempo que eu não recebia visitas que queria que ela ficasse
por mais tempo.
Já havia se passado uma semana e percebi que a moça tinha hábitos
estranhos, sempre acordava tarde, não gostava de ficar no sol, não
comia muito e as vezes eu a via saindo de madrugada escondida.
Quando a questionei, ela disse que estava um pouco doente e gostava
de caminhar de madrugada pois era silencioso. Apesar de tudo, nós nos
aproximamos de uma maneira inexplicável, como se já nos
conhecêssemos.
E então quando percebi já havia se passado um mês e continuamos no
mesmo ritmo, criamos uma rotina e hábitos um pouco parecidos.
Descobri que havia se alastrado uma nova doença desconhecida na
cidade, onde as pessoas ficavam fracas, pálidas, magras alucinavam e
pouco tempo depois vinham a falecer. Fiquei preocupada, já que
millarca havia falado que estava doente, mas nunca melhorava.
- O que será essa doença nova? Tenho medo do que possa
acontecer com você. – Eu disse com um tom de preocupação a
millarca
- Não sei, temos que tomar cuidado. Deve ser algum vírus ou algo
do tipo, mas não deixarei nada te acontecer. – Ela me respondeu
- Você acha que um vírus pode causar isso tudo? Deve ser algo do
sobrenatural.
Quando eu disse isto, millarca me olhou com extrema preocupação e
nervosismo.
- Estou apenas brincando! Não se preocupe tanto querida, vamos
ficar bem. – eu lhe disse tentando a acalmar
Ela apenas ficou calada me olhando.
Em uma madrugada eu vi millarca levantando-se da cama em que
estávamos, então fui atrás dela.
- Ela deve estar indo fazer sua caminhada. – pensei
Mesmo assim continuei a seguindo, estava curiosa para saber onde ela
sempre vai. Minha moradia era um pouco afastada da cidade, mas
Millarca parecia estar indo na direção da cidade, estava muito rápida,
não sabia que ela podia andar tão rápido assim, ficamos algum tempo
caminhando até que chegamos na cidade, vi ela entrando em uma casa
pela janela, então fui junto.
A janela dava no quarto de uma mulher que aparentava estar com a
temida doença desconhecida, vi millarca se transformando em uma
criatura horrível, ela partiu para cima da mulher e mordeu seu
pescoço. No mesmo instante dei um grito e fiquei paralisada, a criatura
me escutou e gritou meu nome.
- Bruna! O que está fazendo aqui?
Eu saí correndo e ela foi junto, no meio do caminho ela me alcançou,
me segurou e me abraçou, era extremamente forte e não consegui me
soltar.
- Está tudo bem! Não vou te machucar. – ela me disse enquanto me
olhava profundamente com seus olhos negros
Me acalmei e então quando menos esperava ela mordeu meu pescoço
descumprindo sua promessa e senti toda a vitalidade de meu corpo se
esvaindo enquanto estava nos braços dessa pessoa que não reconhecia
mais.
- Me perdoe querida, mas você não poderia continuar carregando
esse fardo de ter me conhecido. - Ela me disse
E então ela me largou na floresta e enquanto dava meu último suspiro,
pensava no amor de Millarca. Após isso ela continuou vivendo em
nosso castelo, à espera da próxima vítima.

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