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Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Departamento de Farmacologia
Professor Dr. Tarciso Tadeu Miguel
Curso Odontologia

Professor Tarciso Tadeu Miguel

Lista/Perguntas para auxiliar no estudo do tópico


Farmacologia dos Antivirais, Desinfetantes e Antifúngicos

Mikaelly Borges e Marília Colucci

Uberlândia, MG
Antivirais

1) O Aciclovir (Zovirax®), é o fármaco de escolha para tratamento das manifestações


do vírus da Herpes. Explique:

A) Mecanismo de ação do fármaco acima.


O aciclovir age como um inibidor de polimerase viral, enzima responsável por alongar a cadeia
do DNA viral, inibindo assim a síntese do DNA viral.

B) Qual a diferença entre o Aciclovir e o Valaciclovir?


O Aciclovir é um medicamento que pode ser administrado como cápsula oral, suspensão oral
ou pomada tópica a 5%, surtindo efeito sem necessidade de metabolização. O Valaciclovir é
um pró-fármaco convertido em Aciclovir pela metabolização, sendo fornecido como um
comprimido oral de 500 mg ou 1 g.

C) Descreva a fisiopatologia da Herpes Labial.


A herpes labial é uma infecção viral causada pelo vírus herpes simplex (HSV) tipo 1, altamente
contagioso, e que pode ser transmitido por contato direto com a pele ou saliva de uma pessoa
infectada. O HSV-1 entra no corpo através de pequenas lesões na pele ou membranas mucosas
e se multiplica nas células nervosas. O vírion nos retrovírus contêm a enzima transcriptase
reversa (DNA-polimerase), que faz uma cópia DNA do RNA viral. Essa cópia DNA é
integrada ao genoma da célula do hospedeiro, sendo, então, denominada provírus. O provírus
de DNA é transcrito tanto no novo genoma RNA viral quanto em RNAm para translação no
hospedeiro das proteínas virais, e os vírus completos são liberados por brotamento, sem destruir
a célula do hospedeiro. O vírus pode permanecer inativo na maioria do tempo, mas pode ser
reativado por vários fatores, como estresse, exposição ao sol, febre e outros fatores que afetam
o sistema imunológico. Quando o vírus é reativado, ele se move ao longo dos nervos até a
superfície da pele ou membranas mucosas, onde causa a formação de bolhas dolorosas e
feridas.

D) Quais são os diferentes tipos de Herpes e os vírus causadores? Explique os oito tipos
de vírus da família HHV. Explique também as diferenças na sintomatologia dos tipos de
herpes (doença).
HHV-1: Também conhecido como herpes simples tipo 1 (HSV-1), é responsável pelo
quadro de herpes labial, que se caracteriza por vermelhidão, ardor e pequenas bolhas
preenchidas com líquido claro, comumente na região do lábio ou na parte interna da
boca, pode haver febre e dor. Geralmente, o primeiro contato com o vírus ocorre durante
a infância, por secreções orais. Em seguida, o vírus se aloja em um neurônio e lá pode
permanecer durante toda a vida do indivíduo sem causar qualquer sintoma, em um
estado que chamamos de latência. Entretanto, ele pode reativar e voltar a provocar
sintomas, principalmente em casos de queda da imunidade.
HHV-2: Também conhecido como herpes simples tipo 2 (HSV-2), é o principal
responsável pelo quadro de herpes genital, na qual observamos também vermelhidão,
ardor e pequenas bolhas com líquido claro na região da vulva, pênis ou ânus, ou ainda
em regiões como nádegas e virilha, pode haver febre e dor. Em geral, o primeiro contato
com o vírus ocorre na adolescência ou início da vida adulta e as lesões podem ser
intensas a ponto de provocar ardor para urinar e desconforto que impede as relações
sexuais. Depois do primeiro contato, algumas pessoas apresentam repetidos quadros de
herpes, o que caracteriza o herpes genital recorrente. Além disso, a presença de lesões
pelo herpes tipo 2 aumenta o risco de contágio por outras infecções sexualmente
transmissíveis, incluindo o HIV (vírus causador da aids).
HHV-3: Também conhecido como vírus varicela-zóster (VZV), é responsável pela
catapora (varicela) e pelo herpes-zóster. A infecção inicial ocorre frequentemente
durante a infância, através do contato com secreções orais, e é seguida pelo quadro
clássico da catapora, com lesões avermelhadas espalhadas pelo corpo e pequenas bolhas
com líquido claro, raramente ocorrem complicações. O vírus permanece latente no
sistema nervoso central após a cura da catapora e pode ser reativado mais tarde na vida
adulta, causando herpes-zóster. Essas lesões seguem o padrão das demais infecções por
herpes, mas costumam acompanhar a trajetória do nervo.
HHV-4: Também conhecido como vírus Epstein-Barr (EBV), está diretamente ligado à
mononucleose infecciosa (doença do beijo), ao linfoma de Burkitt e ao carcinoma
nasofaríngeo. No caso da mononucleose infecciosa a sintomatologia pode variar de
assintomático até sintomas de fadiga, febre, faringite e linfadenopatia. A fadiga pode
persistir durante semanas ou meses. Complicações graves, incluindo obstrução das vias
respiratórias, ruptura esplênica e síndromes neurológicas, ocorrem de maneira ocasional.
HHV-5: Também conhecido como citomegalovírus (CMV), pode causar sintomas como
febre, dor de garganta, fadiga, dores musculares, perda de apetite, dor de cabeça, inchaço
da barriga, náuseas e diarreia. Em geral, a infecção pelo CMV é assintomática e passa
despercebida. No entanto, o vírus pode permanecer latente no corpo e ser reativado em
caso de deficiência imunológica, em alguns casos pode levar a malformações congênitas.
HHV-6: A infecção primária pelo HHV-6B é a causa do exantema súbito comum da
infância (também conhecida como roséola infantil ou sexta doença). Os sintomas
incluem febre alta, que pode ultrapassar os 40ºC, dor de ouvido, aumento dos linfonodos
do pescoço, irritação, perda do apetite, nariz entupido, dor de garganta ou diarreia. Além
disso, os pacientes com exantema súbito também costumam apresentar inflamação da
membrana timpânica, irritabilidade, manchas Nagayama (manchas avermelhadas na
úvula e no palato) e perda do apetite. O HHV-6A foi descrito como mais neurovirulento
e, como tal, é mais frequentemente encontrado em pacientes com doenças neuro-
inflamatórias, como esclerose múltipla. O HHV-6B também pode causar encefalite,
supressão da medula óssea e pneumonite em receptores de transplante.
HHV-7: Pode não causar nenhuma sintomatologia, mas em casos raros, a infecção pelo
HHV-7 pode causar uma erupção cutânea semelhante ao exantema súbito. Além disso, o
HHV-7 foi associado a algumas doenças neurológicas, como a encefalite e a mielite
transversa. No entanto, a relação causal entre o vírus e essas doenças ainda não está clara
e mais pesquisas são necessárias para entender melhor essa associação.
HHV-8: Está estreitamente ligado ao sarcoma de Kaposi, que apresenta-se como lesões
na pele de coloração vermelho-arroxeada, que podem surgir em qualquer parte do corpo,
podem estar acompanhado por inchaço nos membros inferiores devido a retenção de
líquido, e, nos casos mais graves, sangramentos digestivos e insuficiência respiratória.

2) Sobre a infecção por HIV, descreva:


A) Como ocorrem os passos gerais após a infecção e replicação viral, descrevendo os
sintomas iniciais e período de latência.

Após a infecção e a replicação viral, ocorre a liberação do vírus no organismo e a sua


semeadura no tecido linfóide, aumentando o número de partículas virais no sangue,
diante disso, ocorre a doença aguda inicial semelhante à gripe. Dentro de poucas
semanas é iniciado um período livre de sintomas, durante o qual há redução na viremia
pela ação dos linfócitos citotóxicos, acompanhada de replicação viral silenciosa nos
linfonodos, esse período é denominado latência clínica (com uma duração média de dez
anos), e termina quando a resposta imunológica finalmente falha, e os sinais e os
sintomas da AIDS aparecem.

B) Explique as manifestações bucais mais comuns da AIDS.

As manifestações bucais mais comuns da AIDS estão relacionadas com a depressão


causada ao sistema imunológico pela doença, que propicia o surgimento de outras
doenças oportunistas como a candidíase, leucoplasia pilosa, doença periodontal e herpes.

3) Leitura: Texto tirado do Livro “Farmacologia: A base fisiopatológia da


farmacologia”, David Golan, 2014, 3ª Edição.
Responda às perguntas:
A) Qual é o motivo que a monoterapia não é uma prática de sucesso no tratamento da
infecção por HIV?

A monoterapia teve seu desuso devido aos efeitos colaterais graves e interações
medicamentosas indesejáveis, acompanhados de uma baixa efetividade na sua ação
contra o vírus da AIDS a longo prazo, devido ao surgimento de organismos resistentes
ao fármaco utilizado na monoterapia.

B) Quais são as associações mais utilizadas na terapia de combinação (coquetel anti-


HIV)?
A principal terapia combinada envolve: tenofovir, emtricitabina e efavirenz. Em seguida,
temos a composição: abacavir, lamivudina e dolutegravir. Outras opções são: tenofovir,
emtricitabina e dolutegravir; darunavir, ritonavir, tenofovir e emtricitabina; raltegravir,
tenofovir e emtricitabina; lopinavir, tenofovir e emtricitabina.
C) Explique qual é o mecanismo do tenofovir, e emtricitabina e do efavirenz, que são
fármacos envolvidos na terapia combinada (coquetel anti-HIV) e o motivo que esse tipo
de terapia tem obtido grande sucesso no avanço do tratamento anti-HIV.

O tenofovir e o entricitabina são análogos nucleotídeos inibidores de transcriptase


reversa, ou seja, inibem a DNA polimerase, responsável por formar um DNA do RNA
viral, e assim impedem a replicação viral. Enquanto o efavirenz é um inibidor não
nucleosídeo da transcriptase reversa, ligando-se diretamente a esta enzima. A terapia
combinada teve resultados eficazes contra o vírus, pois torna necessário um número
maior de mutações específicas para que o vírus adquira resistência, além de inibirem a
replicação viral, que faz com que um menor número de mutações ocorram, reduzindo
ainda mais a resistência.

4) Sobre a PEP, responda:


A) Em que consiste a PEP?
A PEP ou profilaxia pós-exposição consiste em uma combinação de medicamentos
antirretrovirais capaz de inibir a multiplicação do vírus HIV no organismo e sua entrada na
célula, após possível exposição a essa infecção.

B) Quais os casos que ela é indicada?


Após comportamento de risco, como relação sexual sem preservativo, violência sexual e
acidente com material contaminado perfurocortante. Não sendo indicada como um tratamento
de rotina.

C) Dentre as diferentes combinações que podem compor a PEP, dependendo da idade,


se é gestante e outras características, tem-se a associação Ritonavir/Lamivudina e
Dolutegavir. Explique o mecanismo de ação do Ritonavir e do Dolutegavir.

O Ritonavir é inibidor de proteases, enzimas virais responsáveis pela quebra das


proteínas e maturação do vírus, impedindo a sua liberação no meio extracelular,
impedindo que a infecção aconteça. O Dolutegavir é um inibidor de integrases,
responsável por integrar o DNA viral ao DNA hospedeiro, portanto impedindo a
replicação viral.

D) Quais são as necessidades para que se consiga resultado satisfatório do ponto de vista
de tempo de início e tempo de utilização dos fármacos?

O sucesso do tratamento é indicado pela carga viral indetectável em exames. Logo, o


tratamento com medicamento pós exposição deve ser iniciado o mais breve possível
após a contaminação, sendo recomendado que se inicie o tratamento nas primeiras duas
horas após a exposição, tendo como limite 72 horas. O tempo de utilização do PEP é de
28 dias, na maioria das vezes.

5) O que é PrEP? Quais são os fármacos que a compõe? Qual a antecedência que se
deve fazer o uso do medicamento para ter efeito?

A PrEP ou Profilaxia Pré-Exposição é uma forma de prevenção do HIV que consiste na


tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar
preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. A PrEP é composta por
tenofovir e emtricitabina, e pode ser utilizada de forma contínua, indicada para qualquer
pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV, ou sob demanda. Deve ser utilizada com
a tomada de 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual, mais 1 comprimido
24 horas após a dose inicial de dois comprimidos, e outro comprimido 24 horas após a
segunda dose. Pessoas designadas como sexo feminino ao nascer, e qualquer pessoa em
uso de hormônio a base de estradiol, que façam uso de PrEP oral diária, devem tomar o
medicamento por pelo menos 7 dias para atingir níveis de proteção ideais. Pessoas
designadas como do sexo masculino ao nascer que não estejam em uso de hormônios à
base de estradiol, devem tomar uma dose de 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da
relação sexual para alcançar níveis protetores do medicamento no organismo para
relações sexuais anais.

6) Qual o mecanismo de ação do Oseltamivir (Tamiflu®) e qual sua aplicação clínica?

O Oseltamivir é um antiviral inibidor de neuraminidase, enzima responsável pela ruptura


das ligações entre a capa viral e o ácido siálico do hospedeiro, ou seja, ela é responsável
pelo brotamento do vírus, e sua inibição impede a replicação viral. Sua aplicação clínica
é contra os vírus influenza A e B, nos estágios iniciais da infecção, ou quando o uso da
vacina é impossível.
7) Explique o mecanismo de ação e para quais infecções virais pode ser usado o
Foscarnete (ou foscarnet).

O Foscarnete é um medicamento antiviral inibidor de DNA polimerase viral, logo inibe


a formação do DNA viral a partir de um RNA viral, como esse fragmento de material
genético não é incorporado ao DNA hospedeiro, não ocorre a replicação do vírus. É
indicado para infecções resistentes ou graves de alguns vírus da herpes, como o
citomegalovírus, o HIV e o HSV.

8) Explique os três tipos de hepatites Virais mais comuns, diferenciando a


sintomatologia e os vírus causadores.

Hepatite A: É uma doença contagiosa causada pelo vírus VHA. A transmissão ocorre por via
fecal-oral. Na grande maioria dos casos, é assintomática. Quando apresenta sintomas, envolve:
mal-estar passageiro, dor abdominal, náusea, vômito, febre, pele e olhos amarelados (icterícia),
coceira pelo corpo (prurido), urina de cor escura e fezes claras ou esbranquiçadas.

Hepatite B: É uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus VHB. A transmissão
ocorre por via sexual, contato com sangue contaminado ou de mãe para filho durante o parto.
Os sintomas podem incluir: fadiga, náusea, vômito, dor abdominal, icterícia e urina escura. A
hepatite B pode levar a complicações graves como cirrose e câncer de fígado.

Hepatite C: É uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus VHC. A transmissão
ocorre por via sexual, contato com sangue contaminado ou de mãe para filho durante o parto.
Na maioria dos casos, a hepatite C não causa sintomas. Quando apresenta, os sintomas podem
incluir: fadiga, náusea, vômito, dor abdominal e icterícia. A hepatite C pode levar a
complicações graves como cirrose e câncer de fígado.

9) Explique o uso da Ribavirina e do Adefovir Dipvoxila para Hepatites e qual tipo de


hepatite pode ser tratada com esses fármacos.

A Ribavirina consiste em um nucleosídeo sintético, com estrutura semelhante à da


guanosina. Acredita-se que seu mecanismo de ação atue alterando os reservatórios dos
nucleotídeos virais ou interferindo na síntese do RNAm viral. Sendo utilizado no
tratamento de hepatite C e VSR. O Adefovir Dipivoxila é um antiviral usado para tratar
infecções crônicas pelo vírus da hepatite B em adultos com evidência de replicação viral
ativa e doença hepática histologicamente ativa, seu mecanismo consiste na inibição da
enzima DNA polimerase viral, impedindo a replicação do vírus.

10)Explique o mecanismo de ação do Interferon e qual tipo é usado no tratamento da


Hepatite.

O Interferon, pode ser alfa, beta ou gama, e são proteínas produzidas naturalmente pelo
nosso organismo, sendo auxiliar no combate a infecções virais, devido a sua ação. As
IFNs ligam-se a receptores gangliosídicos específicos nas membranas celulares do
hospedeiro, e induzem, nos ribossomos das células do hospedeiro, a produção de
enzimas que inibem a translação do RNAm nas proteínas virais, interrompendo, assim, a
replicação viral. A interferona alfa é a empregada no tratamento de hepatite B e C.

Antifúngicos

11)Explique a diferença entre infecções fúngicas superficiais e sistêmicas quanto a


patogenia, tratamento e dê dois exemplos de cada. Nesse sentido, explique o motivo que
apesar de ser considerada uma infecção superficial a onicomicose geralmente é tratada
com antifúngico de ação sistêmica.

As infecções fúngicas superficiais são localizadas, apresentando-se nas camadas


superficiais da pele, como candidíase ou dermatomicose. Enquanto as infecções fúngicas
sistêmicas apresentam um acometimento generalizado, afetando diversas áreas do corpo,
necessitando de uma intervenção com medicamentos de ação sistêmica, são exemplos
dessas infecções a paracoccidioidomicose e a candidíase sistêmica.
No caso da onicomicose, sua indicação de tratamento é por meio de medicamentos de
ação sistêmica, pois apesar de ser uma infecção local, o fungo pode se alojar
profundamente nas unhas, diferente dos demais tecidos, tornando difícil sua aplicação
tópica de maneira eficiente, demandando um tratamento sistêmico para que essas áreas
sejam atingidas.
12)Explique o mecanismo de ação e o perigo do uso da Anfotericina B.

A Anfotericina B se liga ao ergosterol da membrana celular, formando poros na


membrana, de onde é extravasado macromoléculas importantes, causando a morte do
fungo. O perigo da Anfotericina B está na toxicidade que pode ser imediata ou
cumulativa (nefrotoxicidade), tornando o medicamento indicado apenas em casos
específicos.

13)Explique o mecanismo de ação dos antifúngicos azois, sua divisão em classes e o


motivo que uma das duas classes tem um sério problema farmacocinético.

Os medicamentos azóis inibem a enzima citocromo P450 fúngica, responsável pela


síntese de ergosterol. Consistem em um grupo de substâncias compostas por um núcleo
azólico, o qual pode conter uma molécula de carbono ou nitrogênio em determinado
local. No primeiro caso, temos uma molécula denominada imidazol, e no segundo
triazol. Os imidazois são pouco seletivos, podendo causar danos a membrana de células
humanas, logo causam mais efeitos colaterais, reações adversas e interações
medicamentosas. Já os traizóis possuem maior seletividade a enzima fúngica do que a
humana, tendo melhores resultados.

Antissépticos e Desinfetantes:

14)Sobre os desinfetantes responda:

14.1. O álcool iodado, é um importante agente desinfetante e envolve dois agentes ativos
contra germes: o álcool etílico e o iodo. Nesse sentido, explique o mecanismo de ação de
cada um.

O mecanismo de ação do álcool etílico consiste na desidratação e desnaturação de proteínas


inviabilizando o microrganismo, enquanto o iodo realiza oxidação celular levando ruptura e
consequente morte celular.
14.2. Muito utilizado como solução irrigadora para descontaminação do canal durante seu
tratamento, o hipoclorito é um importante agente desinfetante. Explique a seu mecanismo
de ação e o efeito que o mesmo pode provocar ao ser humano se não for devidamente
manipulado.

O hipoclorito de sódio possui ação oxidativa forte que rompe a membrana do


microrganismo. Podem queimar a pele, causar lesões nos olhos e manchas na pele e roupas.

14.3. Explique o mecanismo de ação, usos e efeitos colaterais da Clorexidina.

Também conhecido como Merthiolate, é usado como antisséptico bucal por prevenir
gengivites e placas bacterianas, sendo eficaz contra bactérias G+ e G-, e menos eficaz
contra vírus, fungos e esporos. Seu mecanismo de ação consiste em provocar lise da
membrana por adsorção e precipitação de proteínas, levando a morte celular. É menos
tóxica que o álcool, e seus efeitos colaterais consistem em formação de bolhas, descamação
de pele, vermelhidão, sensação de queimação intensa, coceira e aumento de volume
tecidual.

14.4. Explique o mecanismo de ação, usos e efeitos colaterais dos aldeídos – Formaldeído
e Glutaraldeído.

São eficazes para desinfecção e esterilização de materiais cirúrgicos e instrumentais


médicos e odontológicos que não suportam a alta temperatura da autoclave. Seu mecanismo
de ação consiste na alquilação de grupamentos químicos em proteínas e ácidos nucleicos.
Um dos principais efeitos colaterais é sua característica carcinogênica,

14.5. Explique o mecanismo de ação, usos e efeitos colaterais da água oxigenada (peróxido
de oxigênio), um exemplo de constituinte da classe dos peroxigênios.

Possuem mecanismo baseado na oxidação forte, abrangendo um amplo espectro: bactérias,


esporos, vírus e fungos, e influenciando a cicatrização dos tecidos. Em exemplo a essa
classe temos o ácido peracético.

15)Sobre o vírus VSR:


A) Explique o que provoca o VSR e o nome do vírus (significado da sigla
“VSR”)

O VSR, cuja sigla significa "Vírus Sincicial Respiratório," é responsável por


causar infecções no trato respiratório. Esse vírus é um membro da família
Paramyxoviridae e é uma das principais causas de infecções respiratórias em
bebês e crianças pequenas. O VSR pode levar a sintomas que variam de um
resfriado comum a infecções mais graves, como bronquiolite e pneumonia.

B) como o fármaco palivizumabe atua (mecanismo de ação) ajudando a


combater essa doença.
O mecanismo de ação do palivizumabe está relacionado à sua capacidade de se
ligar ao VSR. O palivizumabe atua inibindo a entrada do VSR nas células
hospedeiras. O vírus usa uma proteína chamada F (fusão) para se ligar às células
do trato respiratório. O palivizumabe se liga a essa proteína, impedindo que o
VSR entre nas células. Essa ação bloqueia a capacidade do vírus de infectar as
células hospedeiras e, portanto, reduz o risco de infecção por VSR.

16)Sobre uma forma de prevenir ou combater as infecções virais estão as vacinas e


os soros utilizados na imunização passiva e ativa. Nesse sentido não podemos,
de forma alguma, deixar de mencionar as tão importantes vacinas para a
COVID. Assim, descreva de forma sucinta como foram desenvolvidas
(plataforma de desenvolvimento) e o mecanismo da ação no organismo (como
induz a proteção) das Vacinas utilizadas no Brasil:

A) Coronavac da Sinofarma/Butantan
A Coronavac é uma vacina de vírus inativado. Isso significa que o vírus SARS-CoV-2 é
cultivado e depois inativado para que não possa se replicar, mas ainda pode desencadear
uma resposta imunológica. Nessa resposta, ocorre a produção de anticorpos e células de
defesa contra o vírus.

B) Coveshield Chantox da Astrazeneca/Oxford.


A Covishield utiliza uma plataforma de vetor viral não replicante. Ela usa um
adenovírus modificado para carregar informações genéticas da proteína spike do SARS-
CoV-2. Essa vacina age estimulando uma resposta imunológica adaptativa e isso
prepara o corpo para responder eficazmente ao SARS-CoV-2.

C) Comirnaty da Pfizer/Biontech
A Comirnaty é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Ela contém uma molécula de
mRNA que instrui as células do corpo a produzir a proteína spike do vírus. Isso prepara
o sistema imunológico para reconhecer e combater o vírus caso a pessoa seja exposta.
D) Vacina COVID19 da Janssen
A vacina da Janssen utiliza um adenovírus humano modificado para carregar a
informação genética da proteína spike do SARS-CoV-2. Assim, ocorre estímulo do
sistema imunológico para produzir uma resposta contra essa proteína e
consequentemente o SARS-CoV-2.

Referências:

Farmacologia. Rang, H.P; Dale, M.M. Editora Elsevier, 8ª edição, 2016.

Farmacologia Clínica. Fuchs, F.D.; Wannmacher, L. Editora Guanabara Koogan, 4ª edição,


2010.

As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Goodman & Gilman. Brunton, Laurence L. Editora


McGraw-Hill, Artmed, 12ª edição, 2012.
Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacologia. GOLAN, David E. e col.
Editora Guanabara Koogan, 3ª edição, 2014.

GONÇALVES, Karoline Carvalho Ramos et al. TECNOLOGIA, EFICÁCIA E EFEITOS


ADVERSOS DAS VACINAS PARA COVID-19 DISPONÍVEIS NO BRASIL. Revista Ibero-
Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 9, p. 1685-1696, 2023.

DE OLIVEIRA, Andresa Moura et al. Mecanismo de ação das vacinas utilizadas para a
COVID-19 Atualmente Como Uso Emergencial no Brasil. Revista Ibero-Americana de
Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 11, p. 1087-1106, 2021.

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