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PLANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ANTIRRACISTA

Parque Natural Municipal do Cristo Redentor


Viçosa/MG

ELABORAÇÃO:
Mariana Ambrósio

VIÇOSA
JANEIRO/2024
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Equipe de Educação e Interpretação Ambiental..............................11


TABELA 2 Ações Estratégicas do Plano de Educação Antirracista...................13
TABELA 3 Plano de Educação Antirracista.......................................................15
TABELA 4 Ações do Plano de Educação Antirracista.......................................16
TABELA 5 Plano de Educação Antirracista: Equipe ISAVIÇOSA...................17

2
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................4
2 EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA, O QUE É?.....................................................6
2.1. MAS AFINAL, O QUE É UM PLANO ANTIRRACISTA?...........................6
3 EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA E O RACISMO AMBIENTAL DENTRO
DO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL:
OBJETIVOS, AÇÕES E PÚBLICO ALVO......................................................9
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................21

3
1 INTRODUÇÃO

Ao falarmos de antirracismo, falamos necessariamente de toda a estrutura que corrobora


para que o racismo continue acontecendo. Diante do fato de estarmos vivendo em um país que
foi o último da América Latina, a abolir a escravidão, em 1888 1, percebemos a importância de
debater o tema e encontrar soluções que sejam viáveis e de fato coloquem pessoas pretas no
centro da discussão.

O debate sobre racismo e suas práticas cotidianas, abrange também, e principalmente,


pessoas brancas. Essas pessoas, que desejam ser aliadas da causa antirracista devem reconhecer
o seu não protagonismo nas discussões, mas sim se localizarem como participantes ativos,
atentos e principalmente como ouvintes para, posteriormente, modificarem padrões de
comportamento racistas, que necessariamente perpassam por reconhecer os privilégios que sua
cor lhes oferece.

Existe no Brasil, a ideia da democracia racial, para muitos, por vivermos em um país
tão miscigenado, necessariamente pretos, brancos, pardos e indígenas convivem
harmonicamente e têm as mesmas oportunidades e acessos. Diante disso, se faz necessário
destacar que essa ideia é falaciosa. O mito da democracia racial,2 ganhou força durante a
década de 1930. Sendo sistematizado e amplamente amparado pela obra de Gilberto Freyre,
“Casa Grande &Senzala3”, escrita em 1933.

A obra utiliza os pardos ou mestiços, como chamados no livro, como uma espécie de
trunfo da branquitude para exemplificar o sucesso e paz racial que havia no Brasil. Entretanto,
devemos pontuar, como nos alerta Frantz Fanon, em “Peles Negras Máscaras Brancas4”, que o
afeto não extingue o racismo. É perfeitamente possível brancos se relacionarem afetiva e
sexualmente com pessoas negras e cometerem inúmeras formas de racismo durante esse
relacionamento. Vale ponderar que, o racismo afetivo pode surgir para além do relacionamento
amoroso, perpassando pelo profissional, entre outros.

1
Em 1888, através de um decreto, a princesa Isabel, assina a chamada Lei Áurea, que colocou fim a escravidão
no Brasil, sendo esse, o último país do ocidente a acabar com esse regime.
2
O mito da democracia racial, trata-se da falsa ideia de que pretos, brancos e indígenas conviviam pacificamente
durante o século XX.
3
Obra escrita em 1933, pelo escritor Gilberto Freyre, que problematizava as relações étnico-raciais durante e após
escravidão.
4
Frantz Fanon, nasceu em Martinica, 1925. Foi médico, teórico do colonialismo e filósofo político. Tendo sido
um grande expoente nos estudos pós coloniais.
4
Desse modo, no âmbito profissional, se torna ainda mais necessária essa discussão,
objetivando diminuir a distância profissional, de gênero, salarial e de acesso que existe entre
pessoas negras e brancas. Dito isso, é importante pontuarmos o burnout racial, que é diferente
do comum, que se trata de esgotamento profissional que atinge trabalhadores que vivem em
situação de sobrecarga e acúmulo de tarefas de responsabilidades.

O burnout racial, de acordo com Shenia Karlsson5, psicóloga e ativista, é uma condição
muito semelhante ao burnout, mas tem como base a questão racial. Não é o trabalho que adoece
a pessoa, mas a experiência do racismo no ambiente de trabalho. Os sintomas são os mesmos,
mas a causa não é o trabalho. Como exemplo disso, podemos considerar locais de trabalho,
onde a maioria da equipe é branca, e há apenas um ou dois negros, por vezes, invisibilizados e
não considerados em promoções ou aumentos salariais, por exemplo.

Sabendo que esse plano guiará nossas ações ao longo do ano, se fez necessário adentrar
nas questões básicas de racismo, listadas acima. Afinal, as comunidades limítrofes ao Parque
Natural Municipal do Cristo Redentor6 (PNMCR), Bom Jesus e Bela Vista, tem grande parte
de sua população composta por pessoas negras, tal qual as escolas parceiras desse projeto:
Escola Estadual Santa Rita de Cássia (EESRC) e Centro Educacional Municipal Doutor
Januário de Andrade Fontes (CEMEDJAF).

Os bairros com os quais a equipe de Educação e Interpretação Ambiental desenvolve o


trabalho de troca de aprendizados, conscientização e reflorestamento do Parque do Cristo, não
possuem outra área verde para além do Parque. Desse modo, as pessoas que moram lá, não tem
opções de lazer próximas de si, ligadas à natureza dentro dos bairros. Por isso, o trabalho é tão
importante, pois, além de tornar o Parque um local de encontro com uma área verde,
desenvolvemos uma parceria pedagógica com as escolas e procuramos desenvolver uma relação
de pertencimento dos moradores para com o local, que por anos ficou abandonado.

Historicamente, pessoas negras são relegadas ao trabalho e colocadas em posição de não


merecedoras do lazer, do contato com a natureza e principalmente muitas delas não recebe o
suficiente para acessar espaços naturais. Logo, o Parque, sendo uma Unidade de Conservação
Integral7, dentro do bairro Bom Jesus, e com entrada gratuita, é uma excelente opção para toda

5
Shenia Karlsson é Psicóloga Clínica Especialista em Diversidade, Palestrante, Mediadora de Conflitos em
assuntos raciais. Formada pela PUC-RIO.
6
O Parque do Cristo Redentor foi criado em outubro 2001, por meio da Lei Municipal no 1.450, vindo a tornar-se
uma unidade de conservação em 2009, pela Lei Municipal n 1960, de junho daquele ano.
7
A área foi transformada em Unidade de Conservação (UC), em 02 de junho de 2009 (Lei Municipal nº 1960/2009)
5
a cidade, acolhendo principalmente aqueles que não puderem pagar pela entrada, visto que não
há cobrança para acesso ao Parque. Ademais, essas ações fazem parte de uma estratégia de
combate ao racismo ambiental, que é proporcionar às pessoas negras e/ou de baixa renda, acesso
a áreas verdes.

Esse trabalho, portanto, objetiva criar conexões entre a natureza, comunidades


periféricas e as escolas, para que além de combater o racismo estrutural e ambiental, toda a
comunidade possa ter vida em plenitude, para muito além de resistir e lutar contra opressões
diárias.

2 EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA, O QUE É?

O estudo de história e cultura africana e afro-brasileira, é uma determinação da lei


10.639/2003. A lei, vem como uma política afirmativa, visto que a partir de sua promulgação,
torna-se obrigatório o ensino da história de uma parcela da população que foi apagada e
invisibilizada durante anos. Portanto, para que possamos construir uma educação antirracista,
o embasamento legal, já que estamos trabalhando com escolas parceiras é um fator importante
para desenvolver nosso trabalho.

Baseando-se nisso e objetivando promover uma educação mais inclusiva, percebemos


que é preciso mais que a promulgação da lei, mas ações efetivas que coadunem com isso. Por
isso, a fim de colaborar com os debates sobre o tema e implementar ações pedagógicas para
erradicar práticas racistas na comunidade bem como nas escolas, é importante nos educarmos
enquanto sociedade.

Desse modo, procuraremos desenvolver ações para induzir a transformação social,


psicológica e pedagógica. Para então desconstruir a ideia de superioridade racial dentro das
escolas que trabalhamos, nos bairros e dentro da nossa equipe de trabalho. Construir uma
escola, local de trabalho e uma comunidade que coíbam práticas racistas é uma das partes mais
importantes do nosso trabalho, não só por estarmos em dois bairros periféricos, com acentuada
população preta e trabalhando com escolas também na periferia de Viçosa, mas porque como
se trata de debater o racismo ambiental, buscar soluções para erradicar o racismo estrutural é
parte fundamental dessa discussão.

2.1 Mas afinal, o que é um Plano Antirracista?

Para enfrentarmos a atual situação racial desigual em que vivemos, torna-se necessário
ações afirmativas, como a lei 10.639, que traz consigo a demanda de incluir os olhares, as
6
experiências, contribuições históricas, sociais e as vivências da população preta. Desse modo,
a lei de cotas socio raciais para ingresso no ensino superior e raciais para o ingresso em
concursos e outros processos seletivos, são ações práticas para que a população preta possa
acessar lugares onde até pouco tempo atrás, eram ocupados somente por pessoas brancas.

Numa sociedade sustentada pelo trabalho escravo negro por séculos e, desde
seu fim, pouco afeita à extensão da cidadania à população negra, tal mudança
de perspectivas tem papel revolucionário. (MOTA, 2021).
O racismo ambiental é o termo utilizado para se referir ao processo onde populações
etnicamente vulneráveis sofrem as maiores consequências em razão da degradação ambiental.
É importante dizer que o resultado dessa degradação não atinge a todos igualmente, no centro
dos desastres estão as populações negras, indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Logo, ao
falarmos da estrutura que compõe o racismo, devemos obrigatoriamente discutir suas
ramificações como o racismo ambiental, por exemplo.

Não se trata de uma infeliz coincidência, que países como o Brasil, que possuem um
grande passado colonial, e pouco valorizou em sua história pessoas pretas e indígenas, que essas
populações sejam as principais atingidas pelas injustiças socioambientais e pela falta de
informação acerca dos seus direitos.

Por isso, enquanto profissionais envolvidos no reflorestamento de uma área verde


próxima à bairros periféricos, teremos ações que de fato possam impactar positivamente e
combater as práticas que contribuam para a manutenção do racismo. Afinal, ao falarmos de
natureza, trabalhando dentro de uma unidade de conservação e estimulando a relação de
pertencimento das pessoas para com o Parque, é fundamental falarmos da estrutura racista em
que vivemos e afeta o cotidiano de todos, em especial, pessoas pretas.

Portanto, um plano antirracista, se trata da elaboração de um conjunto de ações que


possa debater, estudar, aprofundar e coibir práticas que perpetuem o racismo dentro da lógica
decolonial. Ou seja, onde a voz do colonizador seja diminuída para que as vozes do homem
“comum”, dos “pequenos homens” seja ouvida. Trata-se de dar o devido protagonismo a quem
tanto contribuiu para a história da humanidade e do nosso país. Esse plano, para além de
contribuir com o cuidado com a vida e com a natureza, trata-se também de uma pequena
reparação para com o povo negro, periférico e esquecido pela história, que é eugênica, branca,
europeia e hierarquizada.

7
A degradação climática tem dado as caras
há um bom tempo, mas no ano de 2022,
mais precisamente no final, vimos seus
efeitos com as ondas de calor que atingiram
o Brasil, elevando as temperaturas, e em
estados como o Rio de Janeiro, a sensação
térmica, chegou a alcançar os 50C°. “Todos
sentimos calor, mas nem todos passamos
igualmente pelo desconforto térmico”, é o
Figura 1 Geógrafo Diosmar Filho, pesquisador da Universidade
Federal Fluminense (UFF). que afirma o geógrafo Diosmar Filho
(Figura 1), pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), referência no debate sobre
racismo ambiental e também coordenador científico da Associação de Pesquisa Iyaleta.

Para o pesquisador, os efeitos das ondas de calor extremo são mais intensos para as
populações de áreas periféricas dos centros urbanos e particularmente para os negros, que
representam a maioria dos moradores dessas localidades e com pouco ou nenhum acesso às
áreas verdes. Nessas áreas há menor infraestrutura, menos assistência à saúde, transporte,
saneamento e moradia. Todas essas faltas impactam negativamente nas maneiras de
enfretamento que essas pessoas irão desenvolver para lidar com as alterações climáticas.

Diosmar ressalta ainda que, bairros periféricos, que geralmente são mais adensados e
sem áreas verdes, estão também mais sujeitos a problemas de abastecimento de água e de
energia elétrica. Todos esses elementos são apontados como fatores que agravam os efeitos de
um dia muito quente. O geógrafo lembra que, nesses dias, é preciso beber mais água. No
entanto, há áreas onde a água não chega em quantidade e qualidade. Esses fatos relatados pelo
pesquisador, parecem muito próximos de moradores do bairro Bom Jesus, Santa Clara, Estrelas
e outros de áreas periféricas.

Uma das principais reclamações de moradores desses bairros é o descaso do SAAE


(Serviço Autônomo de Água e Esgoto), não só em fornecer água de qualidade, mas também em
atender as ligações da população que, quando ficam sem água, ligam para a empresa e não
obtêm respostas.

8
Após muitas reclamações, alguns vereadores como Helder Evangelista, se reuniram com
o secretário geral do SAAE em 2015, para tentar resolver essa questão (Figura 2)8. Durante o
ano de 2020, outro tipo de reclamação também foi feita por parte dos moradores do Bom Jesus:
a qualidade da água (Figura 3)9. Tanto a falta quanto a má qualidade elucidam os argumentos
de Diosmar que expõe que a população periférica e negra, está exposta à falta de contato com
a natureza, de saneamento básico, infraestrutura, e ausência de água de boa qualidade. Esses
acontecimentos passados servirão como base para nossos debates com a população, a fim de
discutirmos com eles sobre seus direitos. A informação é uma arma vital contra o racismo
ambiental.

Figura 2 Helder Evangelista, vereador e


morador do bairro Santa Clara, reúne-se
com Luiz Carlos D’Antonino, e com o Diretor
Técnico da Autarquia, Vicente Alvim para
tratar sobre o assunto. Fonte: Câmara dos
vereadores.

Figura 3 No ano de 2020, o SAAE, através


de seu diretor Luciano Piovesan, emite uma
nota explicando a razão da qualidade da
água por meio do site da prefeitura. Fonte:
Prefeitura Municipal de Viçosa.

3 EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA E O RACISMO AMBIENTAL DENTRO DO


ÂMBITO DA EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL: OBJETIVOS,
AÇÕES E PÚBLICO ALVO.

8
Helder Evangelista, vereador e morador do bairro Santa Clara, reúne-se em 2015 com Luiz Carlos D’Antonino,
e com o Diretor Técnico da Autarquia, Vicente Alvim para tratar sobre o assunto. Fonte: Câmara dos vereadores.
9
No ano de 2020, o SAAE, através de seu diretor Luciano Piovesan, emite uma nota explicando a razão da
qualidade da água por meio do site da prefeitura. Fonte: Prefeitura Municipal de Viçosa.
9
Bem como o Plano de Educação e Interpretação Ambiental (PEIA)10, o Plano
Antirracista, tem como objetivo nortear discussões atuais no campo da educação ambiental
perpassando por questões sociais, como o racismo ambiental. Ancorando-se na realidade social
dos moradores dos bairros em que desenvolvemos o nosso trabalho, para que muito além de
discussões elitizadas e descoladas da realidade, possamos nos aproximar daqueles que mais
importam: os moradores e frequentadores do Parque.

Com isso, o Plano de Educação Antirracista tem os seguintes objetivos específicos: a)


Promover um debate mais amplo sobre o tema racismo ambiental, dentro das escolas parceiras
e dos bairros que trabalhamos; b) Debater dentro da equipe o racismo estrutural que até então
faz parte da configuração da mesma; c) Fortalecer os laços já iniciados no ano de 2022 através
de diálogos que incluam cada vez mais a população e respeite os saberes ancestrais, populares
e culturais.

Para que essas ações possam ser desenvolvidas, seguem as ações estratégicas:

❖ Dar continuidade às discussões sobre racismo estrutural e ambiental, iniciadas em


2023 e aprofundar no assunto nas escolas e bairros;
❖ Fomentar a participação de mais pessoas para que aumente o engajamento para o
Parque e fortaleça as discussões que acontecem nas edições do “Café com o
Parque”11;
❖ Oportunizar o acesso a informações sobre racismo ambiental e estrutural que muitas
vezes não chegam até a população e não são discutidas nas escolas, ainda que sendo
obrigatório;
❖ Desenvolver discussões junto aos moradores, professores e alunos acerca desse tema,
visto que o principal trabalho, para além do reflorestamento do Parque, é a
manutenção da qualidade de toda forma de vida e, necessariamente, isso perpassa por
questões sociais e raciais;
❖ Preparar momentos de oficina e formação para debates sobre racismo estrutural,
ambiental e assuntos correlatos para a equipe de trabalho, preferencialmente com
uma parceira que seja da área.

10
O Plano de Educação e Interpretação Ambiental (2022) foi escrito pelos professores doutores Carolina Marota
Capanema e Felipe Simas Bello. O plano faz parte do referencial teórico que guia o trabalho desenvolvido no
Parque Natural Municipal do Cristo Redentor.
11
Trata-se de uma reunião que acontece nos bairros Bom Jesus e Bela Vista, onde liderada principalmente pela
equipe de educação e interpretação ambiental, discutem temas relacionados ao Parque e à natureza.
10
Ações Estratégicas

Para que as ações acima citadas possam ser desenvolvidas, é importante que haja uma
equipe coesa e capacitada. Tendo em vista que atualmente a equipe de Educação e Interpretação
Ambiental conta com duas pessoas (uma coordenadora e uma estagiária). Para desenvolver o
trabalho em questão, recomenda-se a formação de uma equipe que conte com mais uma
parceira, preferencialmente uma mulher negra que irá agregar em representatividade, dada a
temática e em conhecimento sobre racismo ambiental.

Assim, segue uma tabela exemplificando a formação da possível equipe:

Tabela 1 – Equipe de Educação e Interpretação Ambiental


Subtemática: Racismo Ambiental

FUNÇÃO QUANTIDADE PERFIL ATRIBUIÇÕES

- Integração com gestores


da UC,
conselheiros e demais
programas.
- Articulação com as
escolas e outras
instituições parceiras
(universidades,
ONGs, associações,
órgãos públicos
etc.).
Profissional de nível
- Coordenação do
Coordenador geral superior, de
planejamento,
preferência com mestrado, e
elaboração e redação de
20h/semana experiência em trabalhos na
programas
área de educação e
de educação e
(Carolina Marota interpretação ambiental
interpretação
Capanema) 1 e/ou em unidades de
ambiental.
conservação.
- Mobilização social.
- Coordenação de oficinas
e eventos.
- Apoio à equipe de
Comunicação do PNMCR
- Coordenação e
treinamento de
monitores.
- Elaboração de materiais
educativos sobre o
PNMCR.

11
- Assessorar a coordenação
geral;
- Guiar as visitas;
Mapear os talentos do
bairro Bom Jesus;
- Desenvolver debates,
rodas de conversa (nas
Profissional de nível escolas e Cafés com o
Coordenadora superior, com mestrado em Parque) e momentos de
adjunta andamento na área de formação para a equipe de
20h/semana racismo ambiental e trabalho;
experiência em estudos - Participar de eventos
(Mariana Ambrósio) relacionados à temática racial elaborados pela Equipe de
1
e ambiental. Educação e Interpretação
Ambiental;
- Reuniões quinzenais com
a coordenação geral;
- Participação da
elaboração e seleção para
os editais de inclusão.

Auxiliar da
coordenadora
- Auxiliar a coordenadora
adjunta:
adjunta nas rodas de
Palestrante pontual Profissional de nível superior
conversa e bate-papos com
para momentos que tenha experiência na área
as escolas;
específicos de apoio de estudos relacionados ao
- Auxiliar a montar
à coordenadora racismo ambiental, possua
1 reuniões temáticas;
adjunta (A pessoa letramento racial e
- Auxílio na construção de
atuará em momentos preferencialmente uma
seminários e momentos de
de formação de mulher negra.
formação para a equipe.
equipe e encontros
nas escolas e edições
do Café com Parque)

Para além de desenvolver as ações estratégicas que envolvem a equipe de Educação e


Interpretação Ambiental e as outras equipes do ISAVIÇOSA, uma tabela foi montada logo
abaixo, visando exemplificar melhor as datas, prazos e responsabilidades de cada equipe
envolvida nessa empreitada.

Ressalto que o Plano e as ações que temos o objetivo de implementar são novas, ou seja,
assuntos ainda não desenvolvidos plenamente nos bairros em que trabalhamos e ainda não
iniciados nas escolas parceiras. Portanto, são passíveis de modificações.

12
Tabela 2 – Ações Estratégicas do Plano de Educação Antirracista

AÇÃO PRAZO RESPONSÁVEL STATUS

Dar continuidade às
discussões sobre
racismo estrutural e
ambiental, iniciadas Equipe de Educação e
em 2023 e aprofundar Durante todo o ano de Interpretação
Em andamento
no assunto nas escolas 2024 Ambiental
e bairros.

Fomentar a
participação de mais
pessoas para que
aumente o
engajamento para o
Parque e fortaleça as Equipe de Educação e
discussões que Ações contínuas ao Interpretação
Não iniciado
acontecem nas edições longo do ano Ambiental
do “Café com o
Parque.
Oportunizar o acesso a
informações sobre
racismo ambiental e
estrutural que muitas
vezes não chegam até
Equipe de Educação e
a população e não são Utilizar o espaço do
Interpretação
discutidas nas escolas, “Café com o Parque”.
Ambiental Não iniciado
ainda que sendo (Reuniões mensais)
obrigatório.

Desenvolver
discussões junto aos Equipe de Educação e
moradores, acerca Reuniões mensais e Interpretação Não iniciado
desse tema visitas na UC. Ambiental

Preparar momentos de
oficina e formação
para debates sobre Equipe de Educação e
racismo estrutural, Interpretação
ambiental para a Atividades trimestrais Ambiental Não iniciado
equipe de trabalho.

Contratação de um
novo membro para a
equipe de Educação e
Gestão
Interpretação Março 2024 Não iniciado
PNMCR
Ambiental.

13
Para que as ações citadas anteriormente, possam ser desenvolvidas com qualidade e de
modo a fazer mais sentido para a realidade dos envolvidos, materiais como livros, folders, uso
de data show e até mesmo a participação de pessoas que possam contribuir com oficinas e rodas
de conversa, serão muito importantes para a completa implementação das ações. Tanto nas
escolas, quanto dentro da equipe e reuniões do bairro.

O racismo ambiental é um tema muito amplo, entretanto, ainda novo, e “esbarra” em


temas das religiões de matriz africana, como a umbanda. Visto que são religiões que utilizam
em seus ritos, muitos elementos da natureza. Logo, para eventuais oficinais sobre essa temática,
será enriquecedor que algum praticante da religião possa falar sobre o assunto, ou um advogado,
possa falar dos aspectos legais acerca das injustiças socioambientais e como se defender e se
proteger, em casos em que isso aconteça, por exemplo.

Entretanto, é interessante ressaltar que ao longo de pouco mais de um ano trabalhando


com as comunidades, é perceptível a forte religiosidade cristã católica, tanto no bairro Bom
Jesus quanto no Bela Vista. Por isso, a introdução de temáticas como a discussão sobre religiões
de matriz africana, pode ser um ponto sensível, por isso, acredito ser importante dialogar com
os moradores previamente. De modo que isso fortaleça o vínculo de confiança já estabelecido,
respeite a religiosidade presente e possa então encontrar espaço para o novo.

As ações desenvolvidas na comunidade não enxergam nos moradores uma tábula rasa,
onde se depositam informações. Ao contrário, a ideia é continuar construindo uma gestão
participativa para que o sentimento de pertencimento se torne cada vez mais latente, e assim,
eles se sintam e sejam de fato parte, donos não somente do Parque, mas percebam-se como
cuidadores do local e da natureza como um todo.

Para que possamos alcançar as metas preestabelecidas bem como desenvolver as ações
a que esse plano se propõe, é importante que haja uma metodologia. Método esse que será
explicado abaixo em uma tabela.

14
Tabela 3 – Plano de Educação Antirracista
Moradores dos bairros limítrofes

COMO PERIODICI
AÇÃO JUSTIFICATIVA PRAZOS RESPONSÁVEIS
FAZER DADE
O
mapeamento
começará em
Utilizando a
abril, mas caso
cartografia Essas ações serão
apareçam
Mapear social, implementadas Equipe de
outros talentos
os visando com o intuito de Educação e
antes, já serão Abr./Mai
talentos promover, promover um Interpretação
inclusos na
do bairro divulgar e retorno financeiro Ambiental.
lista, assim
revalorizar os para as famílias.
como se
talentos.
aparecerem
depois de
maio.
Através de
oficinas,
O objetivo dessas
seminários,
reuniões é dar
palestras e Reuniões
Preparo continuidade ao Equipe de
debates com a Contínuo com mensais
de tema, Educação e
comunidade início em alternadas
reuniões aprofundarmos Interpretação
sobre o março com outras
temáticas nele e debater as Ambiental.
racismo temáticas.
ramificações do
ambiental e
racismo.
assuntos
correlatos.
Fortalecer o
vínculo com a
equipe do PNMCR,
continuar
alimentando a
Visitas à UC, relação de
onde os Ao longo do pertencimento dos
moradores ano ou moradores com o Equipe de
Conforme
Visitas trocarão conforme Parque, em Educação e
demanda e
guiadas conhecimento combinado especial do bairro Interpretação
combinados.
s entre si e a com os Bela Vista, e Ambiental.
equipe do moradores. desconstruir
PNMCR. conceitos de que a
natureza é um
assunto trivial ou
estar em contato
com ela, é somente
para brancos.
Através de Além de trazer
Fomentar
panfletos ou A depender mais pessoas para
a
visitas às dos panfletos. as reuniões, mais Equipe de
participaç
casas de Estando pessoas também Educação e
ão de Julho
moradores prontos, já se serão impactadas Interpretação
mais
para conversar começa a pelo projeto e por Ambiental.
moradore
sobre o distribuição. benefícios como a
s
projeto. cartografia social.
15
A respeito da educação formal e parceria com as escolas, o assunto racismo ambiental,
bem como o estrutural e até o racismo religioso serão contemplados nas nossas ações
estratégicas. Isso, em acordo com os professores e previamente discutido com a direção de cada
escola.

A forma como a Educação Étnico-Racial está contemplada na BNCC, visa atender as


determinações jurídicas, porém os conteúdos abordados nos componentes não promovem
práticas integradoras entre seus pares, contradizendo o que está exposto no início do
documento. Iremos na contramão disso, promovendo um auxílio à educação formal, com um
viés menos institucionalizado, porém ainda utilizando como amparo legal a lei 10.639/2003,
que tornou obrigatório o ensino da “História e Cultura Afro- Brasileira e Africana” no conjunto
da educação básica (pública e privada) a partir do ensino fundamental, para debater o tema nas
escolas de modo integrado ao debate sobre natureza. Para aplicabilidade podem ser usados
filmes, oficinas, contação de histórias, debates e rodas de conversa. Para tratarmos desse tema,
na primeira infância, pode ser utilizada a estratégia PIA (Primeira Infância Antirracista), que
consiste numa campanha de comunicação que oferece materiais informativos e indutores de
práticas antirracistas. As ações a serem desenvolvidas serão explicadas na tabela que se segue.

Tabela 4 – Ações do Plano de Educação Antirracista


Escolas próximas ao PNMCCR
COMO PERIODICIDAD JUSTIFICATIV RESPONSÁVEI
AÇÃO PRAZO
FAZER E A S
Rodas de
conversa,
contação
de
histórias,
A temática é Entre
filmes e
obrigatória nas fevereir
palestras
escolas desde oe
Introduçã com
2003, entretanto, março
o do tema outras Mensal podendo Equipe de
muitas vezes o será
racismo pessoas variar de acordo Educação e
professor não feito o
ambiental estudiosa com o calendário Interpretação
consegue abordá- contato
nas s da área. escolar. Ambiental.
la durante as aulas. com a
escolas O assunto
Defasando a direção
poderá
relação ensino- das
ser
aprendizagem. escolas.
abordado
em visitas
às escolas
ou no
Parque.

16
Falar sobre
antirracismo para
alunos, é
fundamental. E
Reuniões
ainda mais Entre
para Palestras,
Bimestral, tendo importante para fevereiro
capacitação rodas de Equipe de
em vista o número àqueles que tem e março
e discussão conversa e educação e
de atividades dos como profissão será feito
da mesma participação interpretação
docentes. tornar esses o
temática de estudioso ambiental.
alunos mais primeiro
apenas para da área.
críticos e contato.
professores.
independentes.
Especialmente
professores
brancos.

Os funcionários do ISAVIÇOSA, são o elo entre as escolas e o Parque, já que as visitas


são guiadas por trabalhadores e trabalhadoras da UC. Que através dessas visitas oportunizam
discussões sobre a natureza, e agora sobre racismo ambiental. Por essa razão, entre outras, é
importante que aconteça dentro da equipe o letramento racial.

Formada em sua maioria por pessoas brancas, torna-se fundamental o letramento racial
e momentos de formação para a equipe, de modo que além de trabalhar com pessoas pretas
dentro dos bairros e escolas, situações de falas racistas não aconteçam. E para além disso, não
é possível falarmos de racismo ambiental, sem necessariamente falar sobre a estrutura racista
que compõe nossa sociedade. Assim sendo, desconstruir essas práticas irá refletir a preocupação
institucional e pessoal da ONG para com esse assunto.

Dito isso, segue abaixo uma tabela que exemplifica as ações a serem realizadas dentro
da equipe.

Tabela 5 – Plano de Educação Antirracista


Equipe ISAVIÇOSA
COMO JUSTIFICATI RESPONSÁVE
AÇÃO PERIODICIDADE PRAZO
FAZER VA IS
Através de
Promover a
seminários
desconstrução
Reuniões ou palestras
do racismo Equipe de
de que
estrutural Educação e
formação deverão Trimestral Maio
presente na Interpretação
para a contar com
equipe e o Ambiental
equipe a presença
letramento
de outros
racial.
profissio-

17
nais
experientes
em
letramento
racial.
Através da
discussão
Para haver
de um
letramento
texto,
racial, é
artigo ou
fundamental o
trecho de
contato com a Equipe de
um livro
Imersão cultura negra. Educação e
sobre a Trimestral Junho
Cultural Logo, materiais Interpretação
temática
produzidos por Ambiental.
em questão.
pessoas pretas,
Obs.: o
devem fazer
texto será
parte desse
disponibili-
processo.
zado para
todos.
A fim de
organizar as
Reuniões Equipe de
edições do Café
com a Educação e
Quinzenal com o Parque e Fevereiro
coordenado Interpretação
alinhar as ações
ra geral Ambiental.
feitas pela
equipe.

Enquanto esse Plano era desenvolvido, Viçosa era tomada por fortes chuvas ao
entardecer, o mês de janeiro, afinal, costuma ser chuvoso. Entretanto, alguns fatos não tem
necessariamente relação com a chuva, mas com a falta de políticas de urbanização para os
períodos chuvosos, afetando principalmente bairros mais pobres.

De acordo com o jornal viçosense, “Primeiro a saber”12, um motoboy faleceu, no dia 20


de janeiro, ao ser arrastado junto com sua motocicleta para dentro do córrego que se localiza
no bairro Barrinha, próximo ao mercado Bahamas Mix.

Para além desse acontecimento, no dia 24 de janeiro, outro motoboy caiu em uma
cratera, dessa vez, no bairro Vale do Sol, mais precisamente na Avenida São João Batista, que
há um bom tempo está precisando de obras. Inclusive, é válido ressaltar que no dia 23 de janeiro,
a população com carros de som e panfletos, pedia maior atenção do poder público para com os
bairros Vale do Sol e Laranjal que estão em más condições no que diz respeito às estradas e
com riscos tanto para pedestres, quanto para motoristas.

12
Jornal local, que funciona no formato online. Veiculando notícias de Viçosa e região, através das redes sociais.
18
O acidente e a morte do motoboy, ilustram a necessidade de falarmos que em bairros
como o centro e adjacências, isso não aconteceu. Assim como não há casas construídas em
encostas ou áreas de risco na avenida PH Rolfs. As injustiças socioambientais, que acometem
vidas pretas e pobres, são chamadas de acidentes, fatalidades, isso, quando não é colocada sob
a vítima a responsabilidade. Através de frases: “Ora, por que construiu ali?” “Por que passou
por essa rua?”. Entre tantas outras mais que só mascaram o real problema.

A desinformação bem como a culpabilidade das vítimas, são comuns em nosso país,
calcado no racismo, com amplo passado colonial e o apagamento da contribuição e da cultura
negra. Por isso, para além de debater questões socioambientais, é importante que elenquemos
também questões ligadas à religiosidade negra. Entendo que possa ser uma temática sensível
devido à forte presença cristã nos bairros. Entretanto, como combater o racismo ambiental e
estrutural sem que se combata o racismo religioso?

Não há a menor necessidade em fazer com que o outro aceite uma religião diferente da
que ele pratica, mas existe a urgente demanda em discutir essa temática e colocar em primeiro
lugar, o respeito. O preconceito, é, muitas vezes oriundo da desinformação, por isso, nos
espaços de discussão e conversa, todos os saberes serão incluídos, inclusive dos moradores e
frequentadores das reuniões.

Segundo dados do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, de 2015 até junho
de 2017, foram aproximadamente 1.500 registros que incluem violações como desrespeito,
xingamento, agressão e destruição de templos. O número representa uma denúncia a cada 15
horas no período. As religiões mais afetadas pela intolerância foram umbanda e candomblé.

Ainda que pareçam passos ambiciosos, podemos considerar o racismo como um tronco
cheio de braços, logo é necessário cortarmos um por um. E com certeza, muitos desses cortes
serão sensíveis, visto que ao falarmos de racismo, pessoas brancas pobres, por exemplo, não se
enxergam privilegiadas pela sua cor, as mesmas só entendem por privilégio aquilo que o
dinheiro pode comprar.

Dessa maneira, não é possível combater um preconceito e permitir que outros continuem
existindo. Uma vez que é possível, através do diálogo e do choque de informações e opiniões,
surgir algo novo. Assim, como os moradores tem o direito de morar com segurança, garantido

19
pela Constituição de 1988 no artigo 6º13, a mesma Carta prevê a liberdade religiosa no artigo
5º14. Portanto, informação não é somente sobre os nossos direitos, mas sobre nossos deveres
para com o outro.

O trabalho desenvolvido com a natureza, acaba sendo a parte menos difícil, o desafio
real é unir pessoas diferentes, com posicionamentos políticos distintos a favor de um mesmo
objetivo: reflorestar o Parque, ocupá-lo e cuidar dele.

É através do outro que nos tornamos sujeitos, desse modo, focar o trabalho nas pessoas
(alunos, equipe de trabalho e moradores) é o que o torna desafiador, mas cheio de propósito.
Trabalhar com a natureza reflete na nossa qualidade de vida e relações biossociais. Trabalhar
com material humano, transforma as pessoas em si, e como consequência, a sociedade e o
futuro.

Ampliar a percepção de que somos a natureza e ela não está de forma alguma exterior a
nós, é um passo importante para abrirmos o leque para esse debate ambiental. Por isso, se torna
imprescindível que a discussão acerca da temática ultrapasse a perspectiva da utilização dos
“recursos naturais”, como se a natureza estivesse ao nosso dispor.

Nosso papel não é discutir questões relacionadas a natureza de modo descolado da


realidade, mas elencando questões históricas, sociais, ambientais e principalmente de saúde que
se entrelaçam com os estudos e a prática de uma vida próxima da natureza e áreas verdes. Logo,
impossível não falar que as injustiças socioambientais não nos acometem igualmente, (como o
motoboy falecido aqui em Viçosa) bem como àqueles atingidos pela violência racista não são
os brancos frequentadores de terreiros de umbanda e candomblé.

Tendo isso em vista, entendemos que nosso papel não é levar conhecimentos como se
as pessoas não os tivessem, mas utilizar os espaços para uma ampla troca de conhecimentos,
fortalecendo o vínculo de confiança que estamos construindo com os moradores, alunos e
professores participantes do projeto.

A natureza é viva, bem como as narrativas histórico-culturais que enriquecem nosso


trabalho e nos aproximam cada vez mais do nosso público alvo.

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O direito à moradia não se resume a apenas um teto e quatro paredes, mas ao direito de toda pessoa ter acesso a
um lar e a uma comunidade seguros para viver em paz, dignidade e saúde física e mental.
14
No artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício
dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
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