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Há 2 tipos de questões:
➔ De competência - as perguntas envolvem saber se os tribunais portugueses são
competentes e, se forem, saber se a lei portuguesa é aplicável (normalmente, a resposta é
sim, salvo os limites do art. 6º, CP);
➔ De cooperação - as perguntas ou respeitam à entrega de pessoas entre EM da UE (regime
do mandado) ou à extradição de pessoas fora da UE (regime da extradição da LCJ).
1.
2. Cenário de Resposta de Competência
➔ 1º - determinação do locus delicti (7º, CP) - princípio da ubiquidade (qualquer
ponto de conexão faz com que se determine o locus delicti);
● O ponto de conexão tanto pode corresponder ao ato (ex.: dar um estalo em
alguém), ou ao resultado (ex.: lesão do direito à integridade física) - art.
7º/1, CP;
● Art. 7º/2, CP - basta a mera tentativa (ex.: se A dispara contra B, não é
preciso que B morra - homicídio na forma tentada).
➔ 2º - depois de se determinar o locus delicti, há duas hipóteses:
● Facto praticado em Portugal - saber se foi praticado em território
nacional [4º, a), CP - pode fazer-se remissão para o art. 5º/1 e 2, CRP].
❏ Quanto ao espaço marítimo - art. 1º/1, lei 33/77;
❏ Quanto às aeronaves - DL 254/2003.
❏ Art. 4º, b), CP - se não é aplicado o princípio da territorialidade,
verifica-se se há lugar à aplicação do princípio do pavilhão (se a
embarcação é portuguesa, foi praticado em Portugal);
● Facto não praticado em Portugal - verificar se estamos perante alguma
das hipóteses do art. 5º/1, CP (verificar alíneas por ordem).
❏ Art. 5º/1, a), CP - princípio da defesa dos interesses nacionais
(conexão entre o poder punitivo e a defesa de bens jurídicos
essenciais à preservação de certas condições da organização e
segurança da sociedade, sempre que ocorram lesões de bens
exteriores ao território português, mas que coloquem em perigo as
ditas situações);
❏ Art. 5º/1, b), CP - requisitos cumulativos de nacionalidade ativa e
passiva (agente e vítima têm de ser portugueses) e o agente tem de
viver habitualmente em Portugal, sendo que, quando se aplica este
artigo, não há lugar à aplicação do art. 6º/2, CP (a conexão ao
território português é tão forte que não vale a pena ponderar outro
regime, mesmo que seja mais favorável);
❏ Art. 5º/1, c), CP - princípio da universalidade (necessidade de
cooperação do Estado português na proteção penas de bens da
humanidade de valor universal);
❏ Art. 5º/1, d), CP - princípio da universalidade [lei penal
portuguesa também se aplica a crimes graves, praticados fora do
território português, contra menores, tendo as mesmas condições
de punibilidade da al. c)];
❏ Art. 5º/1, e), CP - princípio da nacionalidade - a sua diferença
para a al. b), é que aqui exige-se ou a nacionalidade ativa ou a
passiva, não tendo de se verificar as duas. No entanto, também se
exige a verificação dos 3 incisos cumulativamente, sendo que,
quanto ao 3º inciso, há um crime que exige extradição e Portugal
recusa-se a fazê-lo. Não obstante, esta alínea aplica-se também aos
factos praticados por estrangeiros contra estrangeiros - remissão
para o art. 33º/1, 2 e 3, CRP;
❏ Se se aplica alguma das alíneas do art. 5º/1, CP, há que verificar
a aplicação do art. 6º, CP, que não se aplica a casos em que o
crime foi praticado em território nacional;
❖ Art. 6º/1, CP - impõe que, por maioria de razão, onde o
agente não possa ser julgado no estrangeiro ou, em que
fosse julgado mas não pudesse ser condenado, não deve ser
submetido à aplicabilidade da lei penal portuguesa;
❖ Art. 6º/2, CP - questão da lei penal estrangeira mais
favorável, tendo limites constantes do nº 3.
❏ Art. 5º/1, g), CP - estende o princípio da nacionalidade às pessoas
coletivas em território português, articulando-se com o art. 11º,
CP;
❏ Art. 8º, LCT - crimes de terrorismo (aplica-se a lei portuguesa,
sem restrição, aos crimes de organização terrorista e terrorismo e,
também quando o agente seja encontrado em Portugal e não possa
ser extraditado/entregue em execução de mandado de detenção
europeu);
❖ Art. 8º/1, a), LCT - remete para o art. 5º/1, a), CP.
❏ LVDIH - crimes de violação de Direito Internacional.