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- CP - art 4º a 7º
- Lei da cooperação judiciária internacional - 144/99 - parte da extradição
- Lei do mandado de detenção europeu
Art 5º quando nos fala da competência internacional portuguesa remete muitas vezes para estas leis.
O critério é bilateral:
O facto tanto é praticado no lugar onde o agente atua como no lugar onde o resultado se verifica - ambos
são o lugar da prática do facto - um facto pode ser praticado em Portugal e em Espanha
Porquê?
É ai que teve impacto - é onde se fazem sentir as razões de prevenção geral - onde a comunidade foi afetada é onde
o julgamento deve ser realizado
Princípio da territorialidade:
Se o facto foi praticado em Portugal é ai que deve ser julgado porque foi onde as expectativas da comunidade
foram alteradas
Conflitos negativos:
Porque é que o critério é bilateral?
- Para evitar conflitos de competência negativa - evitar situações onde existisse crime mas ninguém o julgava
Art 7º CP
Abrem-se duas hipóteses:
- Ou foi praticado em Portugal
- Ou foi praticado fora de Portugal
Se o facto é praticado em Portugal é irrelevante se também é praticado noutros sítios - Basta que seja praticado em
Portugal ainda que também seja praticado noutros sítios
A lei penal portuguesa é competente - art 4º - princípio da territorialidade - LP portuguesa aplica-se aos
factos praticados em Portugal ou a bordo de navios ou aeronaves com a bandeira portuguesa
- Se nenhuma alíneas estiver preenchida - Portugal não tem competência para julgar aquele facto
- Se estiver preenchida alguma das alíneas do art 5º - Portugal em competência
Os tribunais portugueses terão competência no caso de se tratar de um dos perigos aí presentes. É um pressuposto
que esses crimes não são praticados em Portugal, e também não é preciso que sejam praticados por portugueses,
basta que sejam esses crimes.
Porque é que os tribunais portugueses têm competência para julgar esses crimes?
- O que justifica este critério é o princípio da defesa dos interesses nacionais - É fácil de perceber se
atendermos aos crimes aí em causa
Alguns destes crimes, pela sua própria natureza e até pela sua previsão só fazem sentido quando são praticados
contra o estado português - Ex: traição à pátria ou violação de deveres de estado, ou a fraude eleitoral
Aquilo que a doutrina chama normas espacialmente auto delimitadas.
Há crimes que só o são se forem praticados em território português. Ex: crime de invasão.
Há outros crimes referidos na alínea a) como por exemplo contrafação de moeda.
Exemplo:
Espanhol traficou dólares em Espanha e depois se for encontrado em Portugal, isto até pode ser crime à luz da lei
portuguesa - saber se os tribunais portugueses têm competência para julgar esse crime.
Divergência doutrinária:
Alguma doutrina - Inês Ferreira Leite - defende que a lei portuguesa neste caso não é aplicável porque não há
interesses nacionais a proteger - o estado português não foi posto em cheque por causa disto e portanto justificar-
se-á uma redução teleológica desta alínea
Pedro Caeiro - na linha do pProf. Almeida Costa - O bem jurídico em questão destes crimes é a integridade/
intangibilidade do sistema monetário legal: podem vir a ser colocadas em causa mesmo que a moeda contrafeita
seja estrangeira porque essa moeda pode vir a ser utilizada para vir a fazer pagamentos internacionais e por isso
pode vir a afetar o estado português.
Não basta a nacionalidade ativa e passiva: é preciso que o agente viva habitualmente em Portugal no momento da
prática do facto para atribuir competência à alínea b)
- Contra português, por português que viver atualmente em Portugal à data dos factos e esse português que
praticou o crime tem de ser encontrado em Portugal
Divergencia Doutrinária:
Prof. Taipa de Carvalho:
Vê uma clausula que implica a fraude à lei - aplica se quando o português foi ao estrangeiro de propósito para
praticar o crime
Ex: português que bater na mulher, em Portugal é violência domestica, mas num pais qualquer o marido pode
bater na mulher quando for necessário para a corrigir - pensa em oferecer uma viagem à mulher para lhe poder
bater - TP diz que a alínea está preenchida - contra português por um português que viva normalmente em
Portugal - clausula implícita de fraude a lei - foi de propósito a esse país para praticar um facto que não podia
praticar em Portugal
Aqui há intenção de fraude à lei e ai é que esta alínea está preenchida - Portugal tem competência para evitar a
fraude à lei
diz que o requisito de fraude á lei é contra
Prof Figueiredo Dias: legem
Não interessa a fraude à lei - se o português foi ao estrangeiro numa viagem normal não há fraude à lei - cumpre se
na mesma - o requisito da intenção de fraude à lei não existe para aplicação desta alínea
Ideia de fidelidade aos valores da comunidade onde essa pessoa está normalmente inserida, ainda que
ocasionalmente esteja no exterior
Questão das mulheres que iam a Espanha abortar quando não era permitido - estavam preenchidos os requisitos
Mas o contra português não podia incluir o feto - para ter nacionalidade era preciso já ter nascido - os fetos ao têm
nacionalidade - Para a Prof MFP - seria analogia proibida
No caso se uma pessoa que era estrangeira e que depois se tenha tonado português - para efeitos da alínea e) pode
ser simultaneamente os dois
No momento da prática do facto ele era estrangeiro
No 3º parágrafo em que a extradição não puder ser concedida - uma das razões é ele ser português - para esses
efeitos o que interessa é o momento da decisão da extradição
Nessa altura já é português e não pode ser extraditado
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Porquê?
- Momento da prática do facto para o art 5º por ser norma incriminadora
- Para efeitos de decisão da extradição se pode ou não ser concedida a nacionalidade interessa no momento da
decisão - não extraditamos nacionais por razões de prevenção especial - mais possibilidades de reinserção
social se cumprirem a pena cá
Como essa é a única razão de ser: é preciso que a extradição ou entrega tenham sido requeridas pelo Estado em
causa, se não forem, ou seja, se o Estado em causa não tem interesse em punir a pessoa e se não tem conexão
nenhuma com o estado português, então este ultimo também não tem muito interesse em punir a pessoa
ERRO:
Dizer que a lei penal portuguesa é competente pelo art 6º
O art 6º nunca atribui competência à lei penal portuguesa
Só 2 art o podem fazer - ou o 4º ou o 5º - facto praticado em Portugal ou no estrangeiro respectivamente
O art 6º é uma restrição a aplicação da lei penal portuguesa
Só se pode passar para o art 6º depois de conseguir atribuiu competência pelo art 5º!!!!
Art 6º/1:
Portugal é competente para julgar pelo art 5º um facto praticado no estrangeiro mas se esse estado estrangeiro
onde o facto foi praticado já tiver julgado o arguido, Portugal não vai julgar outra vez - principio de que
ninguém pode ser julgado pelo mesmo facto
Art 6º/2:
Se a lei do estado onde o facto foi praticado for mais favorável então Portugal julga mas de acordo com essa lei
mais favorável - Portugal pelo art 5º é competente para julgar o homicídio em frança - lá vai até aos 20 anos mas cá
é até aos 25 anos - Portugal julga mas só até ao limite da lei francesa
Art 6º/3:
Restrição do nº2 - atenção que o nº2 não se aplica nos casos de fraude à lei da alínea b) - se o homem foi de
propósito ao estado estrangeiro porque essa era mais favorável
Também não se aplica relativamente à alínea a) - porque esta consagra o principio da proteção dos interesses
nacionais - se assim é não faz sentido nenhum que se aplique a lei estrangeira que não quer saber dos interesses
portugueses mas só e apenas dos seus interesses
Para além disto há algumas normas especiais - lei do terrorismo - Tem uma norma especial de aplicação da lei no
espaço
Nos casos que cabem no seu âmbito de aplicação - aplica-se essa
O DL 15/93 do tráfico de estupefacientes também tem uma norma especial de aplicação de lei no espaço
Extradição:
3 condições cumulativas:
- Agentes encontrados em Portugal
- Facto praticado também punido no lugar onde foi praticado o crime
- Tem de constituir crime que admita a extradição e esta não possa ser concedida
Se o arguido for um cidadão nacional e na extradição existe uma limitação quanto à extradição de cidadãos
nacionais:
Art 33º/3 CRP
- Só há extradição de cidadãos nacionais se houver convenção internacional
- Casos de terrorismo
- Garantidas as condições de um processo justo e equitativo
Em principio os cidadãos portugueses não podem ser extraditados a não ser que as condições do art 33º/3 se
verifiquem
Portugal seria competente - lei penal portuguesa seria competente
Não entregamos cidadãos portugueses a países estrangeiros se não estiverem preenchidos os requisitos
Outro problema:
No pais onde o facto foi praticado a pena era de multa
LE - 31º/2 - critério da dupla incriminação - pena não inferior a 1 ano de prisão - aqui a pena de multa não dá
Necessário que a pena não seja inferior a 1 ano em ambos os países
Neste caso, no outro país a sanção era uma pena de multa - não estava cumprido o princípio da dupla incriminação
- não dia ser concedida a extradição
Extradição de nacionais - regime que vem previsto também no 32º lei extradição + 33º/3 CRP
Pena de Morte:
Há uma ideia errada de que Portugal não extradita para países que apliquem a pena de morte
Isto não é assim - pode fazê-lo para países que prevejam a pena de morte
Exemplo:
Indiano Detido em Lisboa acusado de terrorismo
Lei indiana previa pena de morte ou prisão perpetua
Pedem a extradição a Portugal
Ele foi extraditado.
É preciso que estejam verificadas certas condições rigorosas para que a extradição ocorra:
Mesmo que o tribunal indiano quisesse, no caso concreto, aplicar a pena de morte, não podia
Neste caso, em concreto, era juridicamente impossível a aplicação da pena de morte
Prisão Perpétua:
Art 33º/4 CRP e art 6º LE
Podemos extraditar o indivíduo desde que haja garantias de que essa sanção não será executada
Na pena de morte temos de ter uma garantia de que é juridicamente impossível de aplicar
Na prisão perpétua são garantias de que não será executada
O tribunal até pode aplicar mas depois ela não será executada - juridicamente vinculativa para o Estado, dada pelo
orgão que tem competência para vincular o estado nessa matéria do cumprimento de penas e o estado requerente,
através do órgão competente dá uma garantia de que, mesmo que o tribunal aplique a pena de prisão perpétua,
ela não será executada
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O vice presidente indiano que tinha de acordo com a constituição poderes para tal, fez um despacho a garantir ao
estado portugês que mesmo que o tribunal indiano aplique a pena perpétua ele depois reduz para 25 anos
Podia apanhar a pena de prisão perpétua mas não a cumpria
Podem haver casos que envolvam a entrega de um português que cumpriu um crime na Alemanha
Entregamos?
12º/g) - recusamos a entrega e aplicamos a pena em Portugal - razões de prevenção especial - reinserção social da
pessoa - tanto mais eficaz quanto a pessoa estiver no seu ambiente
Recusa facultativa - o juiz tem que ponderar o caso concreto e atendendo à finalidade da alínea em causa decidir se
recusa ou não
Art 13º:
Situação em que o cidadão é nacional mas o mandado é pedido para efeitos de procedimento criminal - ou seja os
alemães estão a pedir a entrega da pessoa para o julgar - enviamos a pessoa para a Alemanha desde que eles
dêem a garantia de que o devolvem depois de o julgarem
Vem da Alemanha para cumprir pena cá.
Se for para julgar deixamos que a pessoa vá la mas depois volta
Depois, o país do julgamento faz um novo mandado para cumprir a pena e depois nós podemos decidir se o
queremos mesmo cá ou se o deixamos lá ficar.
Na extradição era preciso que em ambos os lados fosse crime e a pena não fosse inferior a 1 ano
Aqui é diferente
No entanto há o 2º/2 - excepcionalmente não é preciso que haja dupla incriminação para haver entrega de pessoas
ao abrigo do mandado de detenção europeu
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