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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
8 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 41
INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 O DIREITO DAS MULHERES AO LONGO DAS CONSTITUIÇÕES
BRASILEIRAS
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A percepção de proteção que costumeira em textos constitucionais anteriores,
era muito discriminatória, uma vez que as mulheres eram vistas como incapazes e
sem habilidades em grande parte da história da sociedade.
Nas palavras da Professora Eneida Melo Correia de Araújo:
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de constrangimento e violência e que criam desigualdades na vida política, econômica
e social.
A Convenção também mostrou que os Estados devem planejar medidas para
proteger e fazer cumprir os direitos que visam não apenas à igualdade formal, mas,
acima de tudo, à igualdade material. Nas palavras de Sidney Guerra:
A Convenção foi ratificada pelo Brasil em 1984 com algumas ressalvas, tais
como: artigo 15, parágrafo 4º e artigo 16, parágrafo 1º, alíneas a,c,g e h. Apenas no
ano de 1994, o Decreto nº 26 de 1994 aprovou integral o texto da Convenção.
Os direitos que o Estado é obrigado a garantir incluem: igualdade perante a lei,
direito de voto, direito de participação, direito de acesso aos serviços de saúde, direito
ao trabalho e oportunidades nas mesmas condições que os homens.
Em relação à Constituição de 1988, nas palavras de Delgado:
A Nova Constituição, no artigo 5º, inciso I, estipula que todos são iguais perante
a lei indistintamente e garante aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
e igualdade entre homens e mulheres em termos de direitos e responsabilidades.
A Carta Magna foi desenvolvida para eliminar a discriminação contra as
mulheres e garantir o direito à igualdade de forma ampla, abraçando o princípio da
igualdade em seus aspectos formais e materiais. Do ponto de vista material, a
Constituição prevê tratamento diferenciado para aqueles em situação de desigualdade
que necessitam de proteção especial e estabelece diretrizes para garantir a igualdade
com os demais.
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O pressuposto da não discriminação da isonomia é percebido no campo do
direito do trabalho, mas não se desvia do tratamento diferenciado das pessoas em
situação de desigualdade.
Nesses termos, Delgado ensina, verbis:
Continua o autor:
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No que diz respeito aos direitos dos trabalhadores, que estão elencados no
artigo 7º da Constituição, o inciso XX traz a “proteção do mercado de trabalho da
mulher por meio de incentivos especiais previstos nos dispositivos legais”. Neste
ponto, fica claro que a Constituição os trata de forma diferente, a fim de proteger
efetivamente o mercado de trabalho para as mulheres, não apenas formalmente, mas
também materialmente, a fim de confirmar os direitos das mulheres.
Para Eneida de Araújo, avanços legais têm sido feitos em relação à proteção
da mulher no trabalho, o que pode limitar a competência do empregador para aprovar
ou rescindir o contrato de trabalho. Para a autora, verbis:
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sociais. Vários artigos não foram aceitos pela nova ordem democrática introduzida
pela Constituição de 1988, pois foi revogada por não ser amparada pela Carta Magna.
A CLT não introduziu nada de novo, apenas compilou a legislação que já
regulamentava o trabalho feminino. No texto original da Consolidação, as mulheres
eram proibidas: trabalho noturno; a extensão da jornada de trabalho sem a aprovação
de um atestado médico; trabalho subterrâneo, mineração, pedreira, trabalho público
ou privado e a proibição expressa de mulheres em trabalhos perigosos ou insalubres,
todas essas proibições foram revogadas pela Lei 7.855 de 1989.
A proibição do trabalho noturno feminino baseia-se em dois pilares: a teoria da
saúde e a teoria da proteção moral. Tanto é verdade que as exceções à regra geral
que permitia que as mulheres trabalhassem à noite em locais de entretenimento,
hotéis, restaurantes, bares e similares exigiam atestado de boa reputação além de
atestado médico.
A mulher que tinha que trabalhar à noite foi julgada por sua retidão moral. Mas
não era só sua moralidade na visão do legislador: tratava-se da saúde da mulher, que
sempre foi considerada muito mais frágil que a do homem, mas sem justificativa
científica para tanto. Dificultar a utilização de mão de obra feminina nos períodos
noturnos no entanto, significava negar às mulheres o acesso a alguns empregos e
enfatizar a divisão sexista de empregos entre homens e mulheres.
As mudanças começaram em 1989. A Lei nº 7.855/89 revogou as disposições
que permitiam aos cônjuges ou pais interferirem no contrato de trabalho da mulher,
como o artigo 446, bem como os artigos 384, 385, 378, 379, 380, 387 com a textos
discriminatórios claros.
Em 1999, a Lei nº 9.799 alterou o título da seção I de “duração e condições de
trabalho” para “duração, condições de trabalho e discriminação contra mulheres” em
resposta à premissa nacional básica de proteção contra a discriminação. O Brasil
aprovou o projeto de lei na Constituição de 1988. A lei também introduziu inovações
nos artigos 373-A, 390-B, 390-C, 390-E e alterou o parágrafo 4 do artigo 392,
acrescentando dois incisos.
A CLT trata de jornada de trabalho, trabalho noturno, períodos de descanso,
locais de trabalho, licença maternidade. A Consolidação dedicou 29 artigos, dos
artigos 372 a 401, dos quais serão comentados os principais.
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O artigo 372 estabelece que as regras do trabalho masculino são aplicáveis ao
trabalho feminino e o seu parágrafo único prevê que o disposto neste artigo se aplique
aos trabalhos nas oficinas em que sirvam exclusivamente pessoas da família da
mulher e esteja esta sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do tutor ou do filho. O
artigo 373, por outro lado, estipula que a jornada de trabalho da mulher é de 8 horas
diárias, salvo nos casos em que seja fixada uma duração menor.
O artigo 373-A introduziu uma série de ressalvas para corrigir situações que
impeçam o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e proibiu os diversos
comportamentos que notoriamente o exigem.
Essa regra parece inofensiva, já que as mulheres preferem ocupar cargos em
certas profissões, como recepcionistas. Apesar da proibição expressa do inciso I do
artigo em discussão, atualmente existem publicações de cargos a serem ocupados
por mulheres com determinadas características físicas, em que o gênero é claramente
mencionado.
Continuando a análise do artigo 373 - A, os dispositivos II e III proíbem também
a recusa de emprego com base no sexo ou a sua contrapartida para efeitos de
remuneração, formação profissional e oportunidades de promoção. Em termos de
remuneração entre os sexos, a renda média de uma mulher com curso superior no
Brasil equivale à renda média de 62% do homem.
O inciso IV do artigo analisado veda a exigência de atestado de esterilidade ou
comprovação de gravidez para efeito admissão ou permanência no emprego. O inciso
V proíbe a obstrução do acesso ou a adoção de medidas subjetivas que impeçam o
adiamento da inscrição ou admissão em concursos, em empresas privadas, com base
no sexo, idade, cor da pele, situação familiar ou estado de gravidez. O último inciso,
V, trata da proibição de revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias, ensina Alice
Monteiro de Barros em relação a este tipo de revistas:
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A discussão sobre o instrumento de diferenciação entre os sexos e o princípio
constitucional da igualdade se estabelece no sentido de verificar a manutenção do
comando, levando em consideração o caráter biossocial que caracteriza o trabalho
feminino; deve ser abolido para equiparar o tratamento ao trabalho dos homens ou
estendido aos homens para equipará-los aos direitos das mulheres.
O artigo 389 acrescenta que as instalações que empregam pelo menos trinta
(30) mulheres com idade superior a 16 (dezesseis) anos devem ter locais adequados
onde as trabalhadoras possam guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no
período da amamentação.
O artigo 390 visa proteger a integridade física da mulher e estabelece uma quantidade
máxima que a trabalhadora pode suportar por esforço muscular, sendo 20 (vinte)
quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
O ideal seria retirar essa restrição e submeter à avaliação individual as condições, a
duração da atividade e os prazos dos serviços”. As convenções coletivas poderiam
trazer maior consistência com a realidade, individualizando as obras visualizadas das
quais determinados trabalhadores estariam excluídos.
O artigo 390-B trata dos cursos de formação de trabalhadores oferecidos a
ambos os sexos. O 390-C afirma que empresas com mais de 100 empregos, de
ambos os sexos, devem manter programas de incentivo e aprimoramento profissional
da mão de obra. Percebe-se que a norma se aplica não apenas às mulheres, mas a
todos os funcionários, independentemente do sexo.
O artigo 390-E estipula que as pessoas jurídicas estão incluídas na, formação
profissional, sociedade civil, cooperativas, instituições públicas ou sindicais, e o órgão
principal de ensino, bem como o estabelecimento de acordos fixos para ações
conjuntas visando a sua implementação, projetos na área de promoção do emprego
feminino.
Os últimos artigos da proteção ao trabalho da mulher discutem a proteção à
maternidade A primeira norma de proteção à maternidade no Brasil foi o decreto nº
21.417-A de 1932, que regulamentou as condições de trabalho das mulheres nas
empresas industriais e comerciais.
Sua cláusula proíbe as grávidas de trabalhar 4 semanas antes e 4 semanas
após o parto (artigo 7), e as grávidas têm o direito de romper as obrigações do contrato
de trabalho a qualquer momento. Aquela que comprovar por meio de atestado médico
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que o trabalho de que é responsável é prejudicial à gravidez (art. 8º), recebimento de
um auxílio correspondente à metade dos seus salários, de acordo com a média dos
seis últimos meses, e, bem assim, a reverter ao lugar que ocupava.
Se, nos termos do artigo 7º (artigo 9º), houver oportunidade de repouso de duas
semanas em caso de aborto não criminal, durante este período tem direito a receber
assistência na forma prevista no artigo anterior, bem como o retorno ao local ocupado
(art. 10), os intervalos diários para amamentar (art. 11), os locais adequados para a
supervisão e cuidado dos filhos por funcionárias durante o período de amamentação
(art. 12) e a impossibilidade de demissão de mulheres grávidas pelo simples motivo
da gravidez (artigo 13)
Como medida de incentivo ao ingresso da mulher no mercado de trabalho, a
Lei nº 6.136 foi promulgada em 1974 para transferir para a previdência social os
salários das gestantes incapacitadas do trabalho.
Como a Constituição de 1988 deu início a uma nova etapa nas questões de
direitos sociais, especialmente para as gestantes, o artigo 10, inciso II, b, do ADCT de
1988 estipulava que a estabilidade temporária deveria ser estabelecida 5 (cinco)
meses após o nascimento. A Constituição da República introduziu a proteção da
maternidade no artigo 6º e atribuiu ao Estado o dever de tomar medidas de proteção
não só contra a gestante, mas também ao feto, que necessita de muito mais proteção
do que a gestante. No art. 7º XVIII, o constituinte prorrogou a licença maternidade
para 120 (cento e vinte) dias.
Em 1995, com a Lei nº 9.029, o legislador aumentou a severidade contra
práticas discriminatórias de empresas relacionadas à maternidade ao proibir a
exigência de atestados de gravidez e esterilização, bem como outras práticas
discriminatórias para efeito de admissão ou duração da relação jurídica do trabalho.
A prática discriminatória de exigir um teste, exame, parecer, relatório, atestado,
declaração ou qualquer outro procedimento relacionado com a esterilização ou o
estado da gravidez, a tomada de medidas por iniciativa do empregador, que
configurasse indução ou instigamento à esterilização genética, promoção do controle
de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de
aconselhamento ou planejamento familiar, realizados através de instituições públicas
ou privadas, submetidas às normas do Sistema Único de Saúde com pena de
detenção de um a dois anos e multa.
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Em 2006, a Lei nº 11.324 começou a estender os direitos reconhecidos pelo
sistema jurídico das trabalhadoras domésticas à estabilidade temporária e à licença-
maternidade, sem distingui-las das mulheres grávidas que não eram trabalhadoras
domésticas. Em 2008, a Lei nº 11.770 estabeleceu o Programa Empresa Cidadã para
estender a licença-maternidade de 60 para 180 dias para reduzir o imposto de renda.
A lei também estendeu a licença-maternidade para funcionárias públicas em 180 dias.
Em 2013, foi aprovada a Lei nº 12.812, que estende as garantias constitucionais
às gestantes que engravidam no momento aviso prévio ou durante um contrato com
prazo determinado; a ampliação dos direitos da mulher foi fundamental para a
melhoria da qualidade de vida dos filhos e da gestante, após o parto.
O artigo 391 já inicia a seção com a proteção contra a dispensa da trabalhadora
e afirma: “Não é justo que a mulher rescinda o seu contrato de trabalho por ter
contraído matrimônio ou em estado de gravidez".
A própria Carta Magna prevê em seu artigo 7º, inciso XVIII, o direito de licença
à empregada gestante pelo período de 120 dias, sem prejuízo do vínculo empregatício
e do salário. O parágrafo único proíbe qualquer acordo individual ou coletivo de
restringir o direito da mulher ao emprego com base no casamento ou na gravidez.
O 391-A oferece estabilidade à gestante, mesmo no período de aviso prévio.
Esta disposição corresponde ao artigo10, inciso II, alínea b do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
O artigo 392 prevê a licença de maternidade de 120 dias, sem prejuízo do
emprego ou do salário. Os seus parágrafos e incisos referem-se ao início do
afastamento da atividade laboral, aos períodos de descanso antes e depois do
nascimento da criança, à garantia da transferência de funções, sem prejuízo do
salário, se o estado de saúde o exigir, a dispensa do trabalho para o tempo necessário
à realização das consultas médicas.
392-A, redação da Lei nº 12.873/2013, coloca a trabalhadora grávida em pé de
igualdade com aquelas que tomam ou recebem guarda para fins de adoção no que se
refere ao direito à licença maternidade. A licença maternidade é concebida após a
apresentação do prazo legal. O parágrafo 5º do mesmo artigo equipara os casais do
mesmo sexo aos heteroafetivos, desde que a licença seja concedida a um dos pais
adotivos ou tutores, empregados ou trabalhadores. Inovação que traz tratamento
isonômico ao direito do trabalho, independentemente da orientação sexual.
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Os artigos 392, B e C, dispõem sobre a concessão da licença de maternidade
em caso de morte da mãe e sobre a possibilidade de aplicação das disposições aos
trabalhadores do sexo masculino que adotarem ou obtiverem a guarda judicial para
fins de ação. Essas disposições suscitam a discussão sobre a necessidade de se
alterar a chamada licença paternidade, que passou a ser de 5 dias, e a igualdade
entre homens e mulheres no que se refere à licença maternidade.
O artigo 393 dispõe que, durante o período a que se refere o artigo 392, as
prestações adquiridas durante a licença estão integralmente seguradas e podem
regressar à função anteriormente exercida. O 394 afirma que uma mulher grávida
pode rescindir o contrato de trabalho com atestado médico se isso prejudicar a
gravidez.
O 394-A, incorporado à Lei nº 13.287 de 2016, estabelece que “durante a
gestação e a lactação, a trabalhadora gestante ou lactante é afastada de qualquer
atividade ou local insalubre e deve exercer suas atividades em local saudável”. “Esse
prognóstico visa garantir a saúde da gestante ou lactante, assim como do bebê.
Projeto de Lei 76/2014 (nº 814/2007 na Câmara dos Deputados) acrescenta o
parágrafo único do artigo 394-A da CLT com a seguinte redação:
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O artigo 399 afirma que o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio expedirá
um diploma de benevolência aos empregadores que se destacarem na organização e
manutenção de jardins de infância e instituições de proteção a menores de idade pré-
escolar, desde que estes serviços sejam recomendados por generosidade ”E
eficiência das respectivas instituições.
Sobre esta questão, há quem diga que a raiz do problema está na legislação
de proteção, já que a discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho se
deve à impossibilidade de os empregadores se beneficiarem das normas que
protegem a maternidade e a gravidez, aqueles que não estão interessados em
assumir mais compromissos de trabalho do que já têm com homens ou mulheres
solteiros. Portanto, como solução para o problema, defendem a flexibilização da
legislação de proteção ao trabalho feminino.
De acordo com o princípio da isonomia (artigo 5º da CLT), independentemente
do gênero, o objetivo de evitar a discriminação salarial feminina foi definido repetidas
vezes, e outro dispositivo estipulou que independentemente de gênero, nacionalidade
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ou idade, deve existir a igualdade de remuneração (art. 461). A Constituição Federal
de 1988 prevê a proibição de remuneração, função e critérios de admissão com base
no sexo, idade, cor da pele ou estado civil (art. 7º, inciso XXX).
Segundo Arion Sayão Romita em seus ensinamentos (2000, p. 453): “[...] a
distinção que não se baseia em fundamentos razoáveis é proibida. A distinção é legal,
desde que seja razoável, não arbitrária. A distinção é aceitável; é plenamente
justificada se não for discriminatória.
O princípio da não discriminação é um princípio de proteção, resistência e
recusa a uma conduta considerada seriamente censurável.
Na verdade, a legislação trabalhista apenas enumera o princípio da não
discriminação como padrão principal. O princípio mais amplo e impreciso de igualdade
é usado apenas em circunstâncias limitadas, não como um parâmetro de informação
geral. No entanto, o princípio da não discriminação é onipotente no no ramo
justrabalhista especializado.
Segundo os dizeres de Américo Plá Rodrigues, in verbis:
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da lei americana baseada na teoria do impacto desproporcional. Esta modalidade é
garantida por medidas legislativas, administrativas ou comerciais que, assumindo uma
situação de desigualdade pré-existente, agravam ou perpetuam essa injustiça,
enquanto o efeito discriminatório da aplicação da medida prejudica
desproporcionalmente determinados grupos ou indivíduos.
A discriminação oculta, que tem suas origens no direito francês, é caracterizada
pela intenção (não é encontrada na discriminação indireta). Além disso, a
discriminação encoberta é mascarada pelo uso de instrumentos aparentemente
neutros que escondem uma intenção verdadeiramente discriminatória.
É possível também se falar sobre discriminação positiva e negativa. A primeira
é a política pública, que visa eliminar maiores desigualdades. A discriminação ativa é
um mecanismo apropriado para proteger o princípio da igualdade.
A discriminação negativa pode resultar de racismo, preconceito ou pontos de
vista estereotipados. Por racismo podemos entender as teorias e crenças que
estabelecem uma hierarquia entre raças e grupos étnicos. Na arena política, essas
teorias baseiam-se no direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar
as demais.
Ressalta-se que aspectos regionais podem levar a práticas discriminatórias,
embora tecnicamente não correspondam ao conceito de racismo. Um exemplo claro
são os trabalhadores do Norte e Nordeste do Brasil em busca de melhores
oportunidades no Sul e Sudeste. Regiões cujo status regional é frequentemente usado
de maneira discriminatória.
4 MOVIMENTO DO FEMINISMO
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oposto se expandiu e as diferenças entre os tratamentos propostos diminuíram.
Homens e mulheres, principalmente nas relações de trabalho.
Nas relações sociais sexuais, as tarefas relacionadas ao trabalho doméstico
são priorizadas para as mulheres e o trabalho produtivo para os homens, o que torna
a distribuição do tempo entre trabalho e família na vida das mulheres mais conflituosa
e perceptível.
Em geral, isso não acontece com os homens, que têm mais chance de escolher
entre trabalho e lazer. Essa naturalização dos diferentes lugares sociais que homens
e mulheres devem ocupar generaliza a "opção" das mulheres. Para mais família e
menos trabalho remunerado.
O início do movimento feminista se perdeu ao longo do tempo, pois sempre
houve mulheres ao longo da história que se revoltaram contra as condições que lhes
eram impostas, mas a primeira onda do feminismo surgiu no final do século XIX por
seus direitos, como o direito de voto, sendo apoiadas pelas chamadas "sufragistas",
que promoveram grandes manifestações na Inglaterra, onde foram severamente
reprimidas. O direito ao voto e à boas condições de trabalho eram os nortes principais
do movimento feminista em seu início.
No Brasil, o movimento feminista começou na década de 1970 como uma
resistência à ditadura com mulheres militantes e muitas vítimas da repressão da
época, visto que o movimento militar considerava perigosa qualquer manifestação do
feminismo.
Naquela época, havia muitos exilados políticos que tomaram conhecimento dos
movimentos feministas internacionais na Europa e os levaram a nível nacional.
Pensando nisso, nasceram no país as primeiras raízes do feminismo, referido por
muitos como uma espécie de feminismo radical que é fruto do sofrimento.
Antes, as mulheres brasileiras já estavam sob a influência do feminismo
internacional, inspirado por feministas marxistas como Alexandra Kollontai e
influenciadoras como Simone de Beauvoir, e movimentos que nasceram em diferentes
partes do mundo tomaram corpo no Brasil. Em 1932, as mulheres brasileiras
passaram a ter direito de voto com a promulgação novo Código Eleitoral Brasileiro. Ao
mesmo tempo, o movimento das trabalhadoras pelos direitos das mulheres foi
fortalecido.
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O atual feminismo brasileiro nasceu na década de 70 no cenário internacional
que instituiu o Ano Internacional da Mulher (1975), o que propiciou a discussão da
Constituição feminina e, ao mesmo tempo, no contexto amargo das ditaduras latino-
americanas que eram vozes silenciosas, inexoráveis e dissidentes.
Com a democratização do Brasil na década de 1980, o feminismo na luta pelos
direitos das mulheres iniciou um período de grande fermentação com grupos e
coletivos espalhados pelo território nacional que buscavam discutir uma série de
questões femininas e aumentar a conscientização, e que eram objeto de
reivindicações femininas, visto que muitos dos direitos inerentes às mulheres não
existiam ou, se existiam, não eram reconhecidos e praticados. Essa era foi marcada
por grandes avanços na conquista dos direitos das mulheres, muitas delas inclusive
integraram a Constituição Federal de 1988, uma das constituições que mais defendeu
os direitos das mulheres.
Desde então, as mulheres no Brasil têm feito uma série de conquistas, inclusive
em relação à prevenção da violência contra a mulher, em relação aos seus direitos
trabalhistas ao mercado de trabalho, que envolve um número cada vez maior de
mulheres. A militância das mulheres também favoreceu a entrada dessas na política
nacional, o que favoreceu a luta pela efetivação dos direitos das mulheres.
Infelizmente, as mulheres ainda são relegadas a um papel secundário na política
nacional e na luta por maiores conquistas nessa área.
As mulheres contemporâneas conquistaram inúmeras vitórias em sua luta pela
igualdade e pelo reconhecimento de seus direitos, mas o cenário atual está longe do
ideal, há um duplo problema quando se fala das conquistas das mulheres brasileiras.
Essas conquistas foram confirmadas e premiadas, por exemplo, pelo órgão
constitucional, verifica-se que tais conquistas na prática e no cotidiano são mais afetas
no mundo teórico, na prática as mulheres sofrem uma espécie de violação disfarçada
de seus direitos protegidos pelo Estado. Por outro lado, as mulheres ainda não
cumpriram as suas reivindicações, pois muitos dos seus direitos nem sequer
encontram o selo da lei. Ainda existem formas de violência e opressão contra as
mulheres que são subjetivas, muitas vezes difíceis de identificar.
Enquanto persistem significativas desigualdades salariais entre homens e
mulheres que ocupam as mesmas funções, é inegável que a crítica feminista às
desigualdades no mercado de trabalho desempenhou um papel importante na intensa
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diversificação vivida profissionalmente por mulheres nas últimas três décadas. Um dos
orgulhos do movimento feminista brasileiro é o fato de desde seu início ter se
identificado com as lutas populares e pela democratização do país.
Afinal, apesar de tantas lutas e tantas conquistas, elas ainda são ameaçadas
ou seus direitos são suprimidos ou retirados. Isso aconteceu com a recente reforma
trabalhista, que modificou importantes institutos conquistados por mulheres, que
defendem melhor proteção desses direitos. Além disso, tais mudanças na prática
podem resultar em perdas para as mulheres na transferência para empregos no
mercado de trabalho, pois acredita-se que a contratação de mulheres acarrete
maiores custos e despesas para empresas e organizações.
O princípio da isonomia, tão defendido no Brasil e também defendido
constitucionalmente, tem como lema tratar os desiguais como iguais para criar os
meios para isso, mas o respeito às particularidades foi reconhecido como parte dessa
igualdade. A legislação trabalhista protegeu amplamente essas desigualdades, como
a necessidade de pausas para amamentar, e a reforma trabalhista chegou ao ponto
de tentar suprimir algumas dessas diferenças e violar os direitos das mulheres
trabalhadoras.
O movimento feminista contemporâneo ganhou um forte aliado, a mídia e as
redes sociais, nas quais inúmeros grupos de mulheres tentam dar voz às mulheres e
trabalhar para empoderá-las. A união das Mulheres, qualificada como o caminho da
chamada igualdade, está se fortalecendo e se solidificando, o que vai contra o que
realmente foi conquistado e mostra que ainda há um longo caminho a percorrer. Pode-
se dizer que a reforma trabalhista está ligada ao feminismo na medida em que mudou
fundamentalmente as questões trabalhistas que afetam diretamente os direitos das
mulheres.
Atualmente, o movimento feminista ainda atua no Brasil e no mundo e foi
moldado ao longo de sua história por diversas conquistas e derrotas nas esferas
política, social e trabalhista. Eventos recentes, como a abolição de alguns direitos das
trabalhadoras feministas, assassinatos de mulheres envolvidas na política e outras
formas de opressão, velada ou aberta, mostram que a luta feminina ainda está longe
da glória, pois é uma luta para todos.
O mesmo autor destaca que foram elaboradas concepções modernas de
infância no decorrer desse processo de mudanças, norteadas pelo pensamento de
22
que a relação entre crianças e adultos é de grande dependência, o que culminou na
ideia de fortalecimento da família para a maior proteção das crianças e em uma maior
intervenção da sociedade nessa relação.
A classe burguesa foi a primeira a se conscientizar sobre a questão abordada
no parágrafo anterior e tempos depois, essa idéia foi difundida no meio das classes
trabalhadoras, esse processo foi diferente em relação aos modos e tempos para cada
uma dessas classes.
No período entre a Idade Média e o início da era moderna, não existia certo
cuidado com as crianças, uma vez que essas não eram reconhecidas pela sociedade.
Isso é demonstrado pelo fato de aos sete anos a criança ser considerada capaz de
conviver com os adultos e, assim, assumir certas responsabilidades.
Nas organizações hierárquicas, as antigas nomenclaturas de "mestre",
"funcionário público" e "aprendiz" são mantidas até os dias de hoje, as quais foram
então utilizadas nas instituições do grande poder como feudos, artesanato e a igreja
que surgiram após a fragmentação do Império Romano, como Camino (2004) aponta.
As empresas de artesanato existiam quando foram fundadas para proteger os
artesãos da zona urbana, surgidas com a emigração de trabalhadores do campo,
surgiu o chamado corporativismo na zona urbana. Os trabalhadores dessas empresas
eram divididos em assalariados e aprendizes.
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Aos 12 anos, esse jovem era contratado como aprendiz por dois a dez anos,
dependendo da dificuldade de aprendizado do ofício.
O corporativismo terminou em declínio durante a Revolução Francesa,
enquanto na Inglaterra o corporativismo iniciou no início do século XIX. Perdendo
potência e consequentemente dando lugar às “máquinas” originado na época da
revolução industrial.
Nascimento (2005, p. 40) ressalta, porém, que as empresas tinham uma
relação muito autoritária com os trabalhadores e que era pensada mais para satisfazer
seus interesses do que para proteger os trabalhadores.
O autor registra que:
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servos e trabalhadores corporativos foram substituídos pelo trabalho assalariado em
larga escala.
O trabalho infantil sempre existiu, mas no século XIX, durante a Revolução
Industrial, o chamado "meias-forças" foi usado porque se acreditava que mulheres
adultas, crianças e jovens empregavam muito menos forças do que os homens, e seus
salários eram bem inferiores.
Ainda no que se refere às “meias-forças”, na busca por maiores lucros no
mercado predatório com altíssima competitividade, buscaram-se soluções, como
baixar o preço dos produtos, reduzir os custos dos produtos por meio de salários mais
baixos e maior jornada de trabalho, a exemplo do emprego de mulheres e crianças
com salários menores que os homens.
Uma das razões para os trabalhadores aceitarem essa exploração são as
promessas feitas pelos donos das indústrias, como o acesso a alimentos e bens
abundantes que só os ricos tinham, período durante o qual as crianças na Inglaterra
se tornaram objetos de comercialização.
As crianças eram rigorosamente disciplinadas, a alimentação era pobre e ainda
submetidas a um longo dia de trabalho, de forma que acabavam dormindo nas fábricas
onde trabalhavam e expostas a coisas completamente insalubres e promíscuas.
Também não havia oportunidade de ensino. Portanto, as promessas feitas no início
da revolução industrial não foram cumpridas e as crianças não foram educadas, não
se desenvolveram e foram corrompidas por este ambiente.
Marin (2006) afirma que trabalho infantil foi usado para reduzir os custos de
produção, pois as crianças recebiam salários insignificantes e baixos para os
proprietários das fábricas e aceitavam as exigências com muito mais facilidade.
Depois de ver a situação das crianças, a sociedade passou a dar mais atenção
a essa questão.
26
A lei trabalhista foi criada na Inglaterra em 1802 para proteger o menor
trabalhador. As vantagens legais eram a jornada diária de 12 horas e a proibição do
trabalho noturno, mas as crianças entre cinco e seis anos continuavam trabalhando
nas fábricas.
Esta lei foi revogada e uma segunda lei foi subsequentemente aprovada em
1819 proibindo o emprego de crianças menores de 9 anos, com a carga de trabalho
de 12 horas mantida.
Em meio a essa situação, o movimento sindical nasceu e se fortaleceu, tendo
os legisladores inicialmente preocupados com a proteção da mulher e da criança.
Dezessete leis inglesas foram promulgadas entre 1802 e 1867 com o objetivo
de proteger as crianças entre as idades de 8 e 13 anos, mas somente em 1870 a
exploração do trabalho infantil foi reduzida.
As primeiras leis laborais visavam prevenir os abusos contra os trabalhadores
europeus, especialmente mulheres e menores. As lições aprendidas são transcritas a
seguir:
27
papel coordenador de interesses entre capital e trabalho. (NASCIMENTO, 2005, p.
44)
Nas primeiras décadas do século XX, o trabalho infantil tornou-se um problema
social. Hoje, no século XXI, milhões de crianças e jovens trabalham nas cadeias de
comércio, serviços e produção industrial e agrícola.
A legislação relativa ao trabalho infantil e juvenil foi-se desenvolvendo
gradativamente e o decreto oficial de 1825 foi a primeira medida de proteção aos
menores.
Em 1854, a escolaridade obrigatória foi regulamentada, mas a lei não era
geralmente aplicável porque o escravo não tinha essa garantia. O acesso também foi
negado a pessoas com doenças contagiosas e não vacinadas.
Essas restrições afetaram crianças de famílias que não tinham pleno acesso
ao sistema de saúde, o que nos leva a refletir sobre o impacto da acessibilidade e da
qualidade de uma política social sobre a outra, ou como a falta de cobertura afetou a
saúde, o acesso das crianças à escola, o que conduz a uma dupla exclusão dos
direitos sociais. No Brasil, como em outras sociedades, havia escravidão e
preconceito racial.
O aspecto mais humilhante da história colonial e imperial do Brasil foi a
escravidão de negros africanos por meio do tráfico de pessoas.
Desnecessário dizer que a importância dos negros para a economia e,
essencialmente, para a educação cultural do povo brasileiro, é generosa com todos
os povos, embora mais de três séculos de obediência ainda afetem a separação da
pobreza e do preconceito racial.
Oliva (2006, p.59) estima que entre 1550 e 1855 cerca de 4 milhões de
escravos africanos foram trazidos para o Brasil. Não havia regras entre senhores e
escravos, pois os escravos eram vistos como objetos e não como pessoas.
29
Em 1923 foi criado o Juizado de Menores, o primeiro da América Latina nessa
área, seu primeiro juiz foi Mello Mattos, o código seguiu os mesmos princípios da
criação do Juizado de Menores (OLIVA, 2006).
O período do Estado Novo entre 1937 e 1945 foi marcado pela criação de
mecanismos de implementação da política social no Brasil, tendo como resultados
mais marcantes a criação de leis trabalhistas, escolaridade obrigatória e seguridade
social vinculadas à inserção ocupacional que é uma cidadania regular. Em 1942 foi
criado o Serviço de Assistência ao Menor.
Era uma instituição do Ministério da Justiça e funcionava como equivalente do
sistema Penitenciário para a população menor de idade, sua orientação era corretiva
repressiva. O sistema oferece atendimento diferenciado para infratores e crianças
carentes e abandonadas
Em 1964 ocorreu o Golpe Militar, que paralisou o progresso democrático, a
Constituição de 1967 significou um retrocesso nos direitos sociais. Em plena ditadura
militar, foi aprovada a Lei nº 6.697 para menores de 10 de outubro de 1979, que
conceituou que se tratava de "menor em situação irregular" e conferiu à autoridade
judiciária poderes ilimitados para tratar do assunto.
Nas primeiras décadas do século XIX, as crianças trabalhavam para adultos e,
na Inglaterra, iam para a escola em vez de trabalhar. Um dos resultados da luta pela
abolição do trabalho infantil na década de 1980 foi o artigo 227, que foi incorporado à
Constituição Brasileira de 1988.
Com exceção da Somália e dos Estados Unidos, os estados membros das
Nações Unidas ratificaram a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança
em 20 de novembro de 1989.
A publicação da Constituição Federal de 1988 e 1989 com a Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, a adoção do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) em 1990, a base técnica e financeira do programa Internacional
para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC) da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) em conjunto com os programas do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) - desde 1992 - o combate ao trabalho infantil está incluído nas
políticas econômicas e sociais.
Percebe-se, portanto, que a problemática do trabalho infantil tem recebido
grande atenção do governo e da sociedade. Essa desigualdade persiste e está
30
relacionada à educação social do país. O Brasil foi estruturado socialmente a partir do
colonialismo, da escravidão, da oligarquia agrária, teve uma industrialização tardia e
uma discreta modernização da agricultura, ou seja, da população pobre.
Devido a problemas sociais como a violência, o trabalho infantil é visto como
uma solução para manter os jovens longe do crime e levar uma vida mais digna.
Outro aspecto notável da época foi a necessidade de reduzir os custos da mão
de obra para aumentar a competitividade da agricultura e da indústria. A prática do
trabalho infantil passou a ser condenada na sociedade rural brasileira porque, por seu
caráter expressivo, a visibilidade no contexto do desenho das relações de trabalho
correspondia ao processo de interdependência entre a agricultura e a indústria.
Com o desenvolvimento tecnológico, as famílias tiveram que assumir os
afazeres familiares como se não fossem, sob o risco de serem excluídas do mercado
de trabalho, que corresponde ao “trabalhador médio”. Nasceu da contradição entre
abandono e preocupação com a situação dos menores no Brasil.
O trabalho infantil tem seu conceito variante que depende do país em questão.
O termo “trabalho infantil” tem sido utilizado para simbolizar a atividade de
crianças e jovens em condições degradantes e proibidas por lei. O processo de
educação de menores a adultos é afetado pelas condições degradantes a que estão
expostos.
Ao integrar a criança ou o jovem como trabalhador, o empregador remunera-os
enquanto não forem responsáveis pelos atos que cometeram ou no âmbito do
reconhecimento da responsabilidade civil legalmente estabelecido.
Como as crianças e os jovens também não são responsáveis por seus atos,
eles entram no mercado de trabalho como um apêndice dos pais, com restrições que
erroneamente os caracterizam como trabalhadores livres.
Segundo esta definição, o trabalho infantil mobilizou o investimento de uma
verdadeira cruzada moral, liderada principalmente por porta-vozes da OIT -
Organização Internacional do Trabalho (OIT), no sentido de condenar formas
degradantes ou intoleráveis de pobreza.
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Para efeitos de sua condenação, ele tem sido utilizado a partir da cristalização
de significados evidentes: ele responde a carências materiais e sociais dos que a eles
se submetem. E tem sido identificado às condições específicas de países de
desenvolvimento econômico dependente.
Marin define o trabalho infantil (2006, p. 13) como trabalho remunerado
realizado por crianças e adolescentes em certas atividades profissionais
reconhecidamente prejudiciais por afetar o desenvolvimento físico, emocional, moral,
social e intelectual de pessoas que ainda estão em formação.
Existem trabalhos infantis que não prejudicam a criança. Segundo essa visão,
pode-se entender que alguns trabalhos podem ser benéficos às crianças
desenvolvendo senso de responsabilidade e de valor das coisas. Definição de
trabalho infantil como um trabalho que explora a mão de obra da criança e prejudica
todos os tipos de desenvolvimento, lhe causando danos.
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Para Martins (2006), as principais preocupações com as proibições de trabalho
para crianças e adolescentes dizem respeito a questões de preparação física e
desenvolvimento, cultura, moral e segurança; isso significa que crianças e jovens não
precisam ser expostos ao trabalho às custas de seu crescimento intelectual e cultural,
e não a atividades que possam prejudicar seu desenvolvimento físico normal ou
representar um perigo físico para eles, bem como qualquer tipo de trabalho que viola
seus princípios e pode influenciar a moralidade.
As proibições de trabalho para menores são: trabalho noturno aplicável após
as 22h, trabalho em ambiente insalubre, perigoso ou suscetível à moralidade, trabalho
em ruas, praças e lugares públicos, a menos que o juiz de menores tenha dado
autorização prévia concedida, trabalho que requer força muscular superior a 20 kg se
for contínua, ou 25 kg se for ocasional.
No que diz respeito à duração da jornada de trabalho, o menor pode prorrogar
no máximo oito horas por dia, com exceção de duas horas diárias, desde que uma
convenção coletiva ou um acordo individual preveja a compensação dessas horas e
em casos excepcionais não pode exceder o máximo de 12 horas e serão remuneradas
com acréscimo pago com acréscimo salarial de 50%. Ressalta-se que o Ministério do
Trabalho deve ser avisado no prazo máximo de 48 horas caso haja necessidade de
prorrogação do trabalho da criança (NASCIMENTO, 2005).
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permitir que seu salário seja igual a meio salário mínimo vigente na primeira metade
do tempo destinado ao curso de aprendizagem e depois dois terços do salário mínimo.
É importante que o empregador cumpra rigorosamente os padrões de
treinamento, a fim de evitar a deturpação desse tipo de contrato e que os
empregadores se beneficiem da legislação visando benefício para a empresa. Caso
essa prática seja revisada, o empregador enfrentará sanções legais e o salário do
menor aprendiz será igual ao mínimo integral ou ao salário mínimo da categoria
(NASCIMENTO, 2005).
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está a frequentar um curso normal de estudos e que, ao ingressar na empresa, tem
como objetivo de adquirir conhecimento, bem como o objetivo, será parte integrante
da empresa no futuro.
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Metódico é o sistema segundo o qual o aprendiz combina seus conhecimentos
teóricos com os práticos no ambiente da empresa, somente essa fórmula confirma a
atitude e as condições especiais atribuídas ao menor aprendiz, caso contrário, a
empresa será fragilizada por meio de fiscalizações ou ações trabalhistas.
Diversas instituições são obrigadas a contratar e inscrever 30 aprendizes para
os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem, o que equivale a um mínimo de 5%
e um máximo de 15% dos trabalhadores cujas funções requeiram formação
profissional para cada instituição. Exceção as empresas sem fins lucrativos com fins
educacionais.
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maioria dos jovens que o fazem por absoluta necessidade de sobrevivência embora
muitas das vezes as atividades são consideradas informais, e consequentemente
distantes dos controles formais de fiscalização do Estado.
A Declaração Universal dos Direitos da Criança estabelece no artigo 2° o
objetivo principal da proteção do trabalho dos menores, para proteger seu
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social de forma saudável e normal
e em condições de liberdade e dignidade.
Neste sentido, o artigo 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente garante que
as crianças e os jovens têm direito à proteção, à vida e à saúde através da
implementação de uma política social pública que possibilite um nascimento saudável
e harmonioso e um desenvolvimento em condições dignas.
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24 anos e obrigar o jovem a aceitar uma aprendizagem. A idade máxima prevista n
não se aplica a aprendizes portadores de deficiência.
A título de ajuste empregatício específico, para ter validade, o contrato de
aprendizagem exige a anotação na CTPS, da matrícula e frequência do aprendiz caso
não tenha concluído o ensino fundamental, e da matrícula em currículo elaborado sob
a direção da instituição. Qualificado em formação técnica - especialista metodológico.
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empresa por uma pessoa para fazer face à necessidade temporária de substituição
do seu pessoal permanente ou de acréscimo extraordinário de serviços.
Empresa de trabalho temporário é a pessoa física ou jurídica urbana
devidamente inscrita no Ministério do Trabalho e cuja atividade consiste em colocar
trabalhadores qualificados remunerados à disposição de outras empresas e receber
apoio de trabalhadores qualificados.
O contrato de trabalho celebrado entre as empresas de trabalho temporário
com cada funcionário enviado à empresa recrutadora ou cliente deve ser por escrito
e deve incluir claramente os direitos conferidos ao funcionário por esta lei.
Os trabalhadores temporários gozam de todos os direitos trabalhistas dos
trabalhadores empregados dentro de um determinado período de tempo.
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