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Segundo o (Modulo E.P, UCM, p.

6) A Ética baseia-se em uma filosofia de valores


compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa
humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: "o que é" o
homem e "para que vive", logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em
conexão com os princípios essenciais da Ética.

Ainda na perspectiva do mesmo Modulo, O progresso de uma vida inculta,


desorganizada, baseada apenas em instintos, o homem, sobre a Terra, foi-se
organizando, na busca de maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido
individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, da protecção da vida
em comum. (p. 8).

Questão de Debate:

Indo para a questão de debate, primeiramente dizer que sim, ʺo progresso do


individualismo traz riscos a humanidadeʺ. Pois como o progresso do individualismo
gera sempre o risco da transgressão ética, imperativa se faz a necessidade de uma tutela
sobre o trabalho, através de normas éticas. Fonte (Autora).

E os riscos destes Progressos do Individualismo são:

 Portanto, o sujeito perde a visão de interdependência social e crê-se inatingível.


O perigo do individualismo está nessa construção da ilusão de independência,
gerando o egoísmo e a insensibilidade. O individualismo assumiu um papel de
fundamental importância no desenvolvimento da cultura ocidental.
 O psiquiatra Flávio Gikovate entende que o “individualismo tem crescido
basicamente em função dos avanços tecnológicos. Tais avanços nos levam a
passar cada vez mais tempo em actividades solitárias, tais como o uso do
computador, do celular, de jogos electrónicos etc.; isso desde os primeiros anos
de vida.”
 O individualismo ocorre com a modernidade, produzindo efeitos nas formas
familiares, e dessa forma o mundo vai ficando mais individualista.
 O individualismo pode tomar proporções estatais, trazendo graves
consequências não só para a economia deste determinado país: pode ocorrer uma
crise moral, ética e judiciária, trazendo a falência das mesmas. A corrupção é
uma das consequências do individualismo dentro de um Estado.
Vantagens do Progresso do Individualismo

Para Elias, N. (1997), O individualismo favorece novos valores de criatividade e


tolerância, uma vez que caminhos singulares afirmam ser legítimos para além dos
colectivos tradicionais. Este individualismo opõe-se à sociedade holística, a
'comunidade' (Tönnies, 2015) para a qual o sacrifício, a dedicação ao grupo cimentado
pela religião é um fim. O objectivo da vida dos indivíduos é perpetuar e transmitir o
conhecimento dos mais velhos, os profetas. No sistema comunitário, o indivíduo
sacrifica-se pelo colectivo. O seu lugar é estabelecido à nascença. É determinado pela
trajectória social dos pais. O individualismo vira-se contra o holismo. É agora o
colectivo que serve o indivíduo. (p. 67).

Desvantagens do Progresso do Individualismo

1º.) A extrema valorização dos interesses pessoais sobre os colectivos. Isto se torna
altamente prejudicial, à medida que promove um sentimento egoísta, voltado para a
realização pessoal e o esquecimento da colectividade. (Tonnies, F. (2015, p. 85).

2º.) O indivíduo gravitando em torno de si mesmo. Como decorrência, vamos encontrar


um indivíduo focado no seu próprio umbigo, atento ao que lhe interessa, despreocupado
com o semelhante, mais interessado no que lhe agrada, a despeito da recomendação
paulina – “(…) não busca o seu próprio interesse” –, numa antítese do amor (1 Co 13:5).
Esta concepção do indivíduo centrado em si mesmo prejudica a visão cristã de família,
de corpo. (Tonnies, F. (2015, p. 85).

3º.) A obcecada luta para alcançar resultados a qualquer custo. Um esforço sobre-
humano para obtenção de resultados satisfatórios na vida pode levar a desastres
iminentes. Querer romper com os obstáculos sem domesticá-los pode não ser o melhor
caminho. É preciso ter-se equilíbrio, e o individualismo, por privilegiar a valorização do
individual em detrimento do colectivo, põe a perder, muitas vezes, os aspectos mais
caros da vida em sociedade, como o companheirismo, a solidariedade, a participação, o
envolvimento e a comunhão. (Tonnies, F. (2015, p. 85).

Referências bibliográficas
 Elias, N. (1997). A sociedade dos indivíduos. Fayard. Lipovetsky, G. (1989).
L'ère du vide (p. 59). Gallimard.https://www.decitre.fr/livres/l-ere-du-vide-
9782070325139.html
 Tönnies, F. (2015). Comunidade e sociedade: categorias fundamentais de
sociologia pura. Prensa universitaires de France.
https://www.decitre.fr/ebooks/communaute-et-societe-
9782130739111_9782130739111_2.html

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