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UNIDADE 3

TOM E SEMITOM

Objetivos
• Distinguir tons e semitons, cromáticos e diatônicos.
• Reconhecer e entoar alterações ascendentes, descendentes e notas enarmônicas.

Conteúdos
• Tom e semitom – escrita, reconhecimento auditivo e entoação.
• Alterações e enarmonia.
• Organização de tons e semitons na escala diatônica maior.
• Solfejos.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) As ideias apresentadas aqui serão muito importantes para seu aprendizado, mas
não esgotam o tema. Sugerimos, portanto, pesquisas constantes, sempre buscando
o seu aperfeiçoamento.
2) Organize seu cronograma para não atrasar a entrega das atividades. Essa dica vale
para todo o curso.
3) Ao se aproximar do final desta obra, lembre-se de que você terá uma visão geral do
que estudou. Retome, então, os principais pontos analisados até agora.
4) Quando você entoa um intervalo, uma escala ou uma melodia, você está utilizando
processos cognitivos mais complexos do que a simples leitura do conteúdo. Toque
tons e semitons ascendentes e descendentes no seu instrumento e cante os exemplos
e exercícios. Faça da prática musical um hábito! Certamente todo o conteúdo será
facilmente assimilado.

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UNIDADE 3 – TOM E SEMITOM

1. INTRODUÇÃO
Iniciaremos agora a nossa terceira unidade de estudo, dando continuidade ao que já
vimos nas unidades anteriores.
Nesta unidade, vamos conhecer aspectos melódicos da música, identificando tons
e semitons, tanto na sua forma escrita como em exercícios de reconhecimento auditivo e
entoação.
Em seguida, vamos estudar como esses elementos se organizam em uma escala diatônica
maior, reconhecendo essa escala pela sua formação e percepção auditiva.
É importante que você compreenda o significado de todos os elementos da linguagem
musical, pois esse entendimento será fundamental ao longo de todo nosso estudo de
Percepção, Notação e Linguagem Musical.

2. Conteúdo Básico de Referência


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados
nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo
do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. ALTERAções

Alteração (também chamada de acidente) é um sinal colocado antes da nota musical,


provocando alteração na sua afinação. As alterações podem elevar ou abaixar uma nota natural
em 1 semitom ou 1 tom, dentro dos paradigmas descritos a seguir.

Alterações ascendentes
Alterações ascendentes podem ser de dois tipos:
• Sustenido: eleva a altura da nota natural em um semitom (ou meio-tom).
• Dobrado sustenido: eleva a altura da nota natural em dois semitons (ou um tom).
Veja a Figura 1 a seguir.

Figura 1 Alterações ascendentes.

Nota natural é aquela que não possui nenhum acidente, como sustenido, bemol etc.
Observe que o acidente é sempre grafado na pauta antes da nota que será alterada.
No entanto, ao mencionarmos a nota alterada, devemos dizer o nome da nota e a alteração

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depois – por exemplo, “Fá sustenido”. A alteração é válida para todas as notas de mesmo
nome e altura que estejam dentro de um mesmo compasso (ALVES, 2005).

Alterações descendentes
As alterações descendentes podem ser de dois tipos:
• Bemol: abaixa a altura da nota natural em um semitom (ou meio-tom).
• Dobrado bemol: abaixa a altura da nota natural em dois semitons (ou um tom).
Veja agora a Figura 2.

Figura 2 Alterações descendentes.

Alteração variável
Uma alteração variável é chamada de bequadro: ele cancela o efeito dos acidentes
anteriores, tanto ascendentes como descendentes, tornando a nota natural. O bequadro pode
elevar ou abaixar a altura da nota, dependendo da alteração anterior (Figura 3):

Figura 3 Bequadro.

O bequadro também cancela as alterações dobradas (dobrado sustenido ou dobrado


bemol) e, da mesma forma, a nota volta a ser natural (Figura 4):

Figura 4 Bequadro em alterações dobradas.

A nota alterada por um bequadro pode ser chamada de natural ou de "bequadro". No


exemplo anterior, poderíamos chamá-la, também, de “Fá natural” ou “Fá bequadro”.

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Com as leituras propostas no Tópico 3.1., você vai apro-


fundar o seu conhecimento a respeito de alterações ou aci-
dentes. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as
leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.

2.2. Tom e semitom

Na música ocidental, o menor intervalo adotado pelo nosso sistema musical é o intervalo
de semitom (ou meio-tom). No sistema natural, fundamentado em cálculos acústicos e
matemáticos, existem semitons maiores e menores. Já no sistema temperado, uma oitava é
dividida em 12 semitons iguais.
Segundo Med (1996, p. 30), "O sistema natural é mais afinado, mas é, por outro lado,
bastante complexo. O sistema temperado, por sua vez, é menos afinado, porém mais prático".
Ainda conforme o mesmo autor:
[...] O menor intervalo entre dois sons é, na verdade, a diferença de uma vibração (por exemplo
entre uma nota com setenta e outra com setenta e uma vibrações por segundo). O sistema musical
ocidental utiliza somente uma seleção semitonal dos sons existentes. Algumas culturas orientais
(japonesa, chinesa, árabe, hebraica, indiana, etc.) utilizam em seu sistema musical frações menores
do que um semitom (um quarto de tom, um oitavo de tom, etc.) (MED, 1996, p. 30).

Os semitons equivalem a duas teclas vizinhas num piano ou teclado, ou a trastes vizinhos
no violão. As teclas do piano ou trastes de um violão ou guitarra são separados uns dos outros
por intervalos de semitom (CHEDIAK, 1986; GUEST, 2006).
Muitas vezes, temos dificuldade para percebermos auditivamente ou para entoarmos um
intervalo de semitom. É preciso estar muito atento para que não haja nenhuma desafinação
nesse intervalo. Se dividirmos um tom em 9 partes, encontraremos nove comas (do grego
koma). Perceber ou entoar uma coma é uma missão quase impossível para nossos ouvidos
ocidentais, acostumados apenas com intervalos de semitons.
No sistema natural, os semitons possuem tamanhos diferentes, mas, no sistema temper-
ado, essa diferença foi abolida, igualando-se os semitons cromáticos aos diatônicos (4 comas
e meia para cada semitom).
Existem duas espécies de semitom: cromático e diatônico.

Cromático
Um semitom cromático é formado por duas notas de mesmo nome e entoação diferente,
como aparece na Figura 5:

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Figura 5 Semitom cromático.

Observe os semitons formados no exemplo anterior. Todos são semitons cromáticos


compostos a partir da nota Sol, da seguinte maneira:
1) Sol e Sol sustenido – semitom cromático ascendente.
2) Sol sustenido e Sol natural – semitom cromático descendente.
3) Sol sustenido e Sol dobrado sustenido – semitom cromático ascendente.
4) Sol dobrado sustenido e Sol sustenido – semitom cromático descendente.
5) Sol e Sol bemol – semitom cromático descendente.
6) Sol bemol e Sol natural – semitom cromático ascendente.
7) Sol bemol e Sol dobrado bemol – semitom cromático descendente.
8) Sol dobrado bemol e Sol bemol – semitom cromático ascendente.

Diatônico
Um semitom diatônico é formado por duas notas diferentes (sons sucessivos), conforme
está representado na Figura 6:

Figura 6 Semitom diatônico.

Existem inúmeras possibilidades de formarmos semitons diatônicos. Observe os semitons


obtidos no exemplo anterior:
1) Lá e Si bemol – semitom diatônico ascendente.
2) Mi bemol e Ré – semitom diatônico descendente.
3) Sol sustenido e Lá – semitom diatônico ascendente.
4) Sol e Fá sustenido – semitom diatônico descendente.
Existem, ainda, os semitons naturais, que são apenas dois: entre Mi e Fá, e Si e Dó
(Figura 7):

Figura 7 Semitom natural.

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Os semitons Mi-Fá e Si-Dó, além de naturais, são vistos como semitons diatônicos, pois
formam-se de notas com nomes diferentes.

2.3. ESCALA DIATÔNICA MAIOR

Escala diatônica é a sucessão de oito sons conjuntos, guardando, de um para o outro, um


intervalo de tom ou semitom, sendo o 8º som uma repetição do primeiro. A escala diatônica é
formada por cinco tons e dois semitons.
Nas escalas diatônicas maiores, os semitons são encontrados do grau III para o IV, e do
grau VII para o I.
A escala de Dó maior é a escala modelo das do modo maior. Ela não possui nenhuma
alteração e, por essa razão, fica mais fácil percebermos a ordem de tons e semitons ao
estudarmos essa escala inicialmente. Os tons e semitons contidos nela são chamados naturais.
Usaremos a imagem de um piano para uma melhor visualização dos tons e semitons
na escala de Dó maior. Como já foi mencionado anteriormente, um semitom equivale a duas
teclas vizinhas no piano. Você pode perceber que, entre as notas Dó e Ré, por exemplo,
encontramos uma tecla; por essa razão, encontramos, entre essas notas, um intervalo de tom
(dois semitons), como aparece na Figura 8:

Figura 8 Tons na escala de Dó maior.

A mesma situação ocorre entre as notas Ré e Mi, Fá e Sol, Sol e Lá, e Lá e Si. Entre Mi e Fá,
no entanto, não encontramos uma tecla a mais. Então, entre essas notas, há o que chamamos
de semitom natural (Figura 9). O mesmo fato pode ser percebido entre as notas Si e Dó.

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Figura 9 Semitons na escala de Dó maior.

Vamos agora numerar as notas da escala de Dó maior. A essa numeração, sempre em


algarismos romanos, vamos chamar de graus da escala (Figura 10).

Figura 10 Graus na escala maior.

Com a ajuda da visualização no teclado, podemos observar que a escala de Dó maior


obedece à ordem de tons e semitons representada na Figura 11:

Figura 11 Ordem de tons e semitons na escala maior.

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Mais tarde, veremos que essa ordem de tons e semitons é comum a todas as escalas
diatônicas maiores. Todas essas escalas irão obedecer à mesma sequência de tons e semitons,
de acordo com o modelo da escala de Dó maior.

Com as leituras propostas no Tópico 3.2., você vai com-


preender melhor tons e semitons e sua organização na escala
diatônica maior. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
realize as leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo
estudado.

2.4. ENARMONIA

Enarmonia é a substituição de uma nota por outra, que, apesar de ter nome e escrita
diferentes, representa o mesmo som, ou seja, as duas notas apresentam o mesmo resultado
auditivo.
A enarmonia surgiu como consequência do sistema temperado, que iguala os semitons
cromáticos e diatônicos.
Para cada nota, podem ser encontradas duas notas enarmônicas, com exceção de Sol
sustenido e Lá bemol, para as quais só existe essa enarmonia.
Observe a pauta a seguir (Figura 12): cada compasso apresenta três possibilidades de
escrita para a mesma nota – notas enarmônicas. No 9º compasso, há apenas duas possibilidades
(Sol sustenido e Lá bemol).

Figura 12 Enarmonia – Pauta.

Na Figura 13, observe um quadro com a mesma sequência de notas enarmônicas,


apresentadas agora fora da pauta:

Figura 13 Enarmonia – Quadro.

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Veja alguns exemplos de notas enarmônicas na Figura 14:

Figura 14 Enarmonia – Exemplos.

Exercícios
E agora, que tal praticar? Para cada nota dada a seguir, escreva duas opções de notas
enarmônicas, conforme o exemplo. Depois, confira suas respostas!

Respostas
As soluções para os exercícios anteriores são:
1) Ré dobrado sustenido; Mi; Fá bemol.
2) Mi sustenido; Fá; Sol dobrado bemol.
3) Lá dobrado bemol; Sol; Fá dobrado sustenido.
4) Ré bemol; Dó sustenido; Si dobrado sustenido.
5) Lá; Sol dobrado sustenido; Si dobrado bemol.

Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas


no Tópico 4, você deve fazer as leituras indicadas no Tópico
3.3. para compreender melhor o conceito de enarmonia.

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2.5. solfejo

Não existe um método único para o aprendizado e desenvolvimento do solfejo melódico.


É importante tentar entoar intervalos, escalas, exercícios específicos de leitura etc., sem que
estejamos presos a um único método. Podemos até mesmo solfejar os exercícios e as peças
de nosso próprio instrumento.
Para treinarmos o solfejo, deve haver uma sequência gradativa, partindo da entoação de
duas ou três notas e seguindo, gradativamente, para níveis mais difíceis. A prática constante
dará grande habilidade e rapidez na leitura à primeira vista.
Muito simplificadamente, podemos afirmar que existem duas maneiras (igualmente
eficazes) para iniciarmos a prática de solfejo: por relações intervalares e por relações com a
escala diatônica. Vejamos cada uma delas em detalhe.

Por relações intervalares


Devemos lembrá-lo de que o diapasão de garfo é um instrumento metálico em forma de
forquilha que, ao ser percutido, vibra, produzindo som em determinada frequência. A maioria
dos diapasões está afinada em 440 Hz (Lá 3).
Inicialmente, vamos trabalhar apenas com intervalos de tom. Comece cantando o Lá 3.
Seria interessante utilizar apenas um diapasão de garfo nesse momento.
Caso não seja possível, use qualquer instrumento melódico para afinar o Lá. Você poderá
seguir a sequência indicada, pensando sempre numa “grande fermata” sobre cada nota entoada.
As notas precisam ser entoadas e ouvidas com calma.
Faça os exercícios lentamente, para total assimilação dos intervalos entoados. Evite tocar
as demais notas – foque-se apenas no Lá do início de cada exemplo. O objetivo é que, mesmo
sem o apoio do instrumento, você consiga entoar as notas de forma afinada. Após cantar as
notas, você poderá usar o instrumento para "conferir" se a sua entoação está correta. Crie outras
sequências usando essas mesmas notas. Procure solfejar cantando sempre com os nomes das
notas, para ajudar a sua fixação.

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Quando você perceber que está entoando essas notas com facilidade, insira o Fá 3 no
grupo de notas que estão sendo estudadas.

Observe que, até este momento, trabalhamos apenas com intervalos de tom. Agora,
vamos trabalhar, também, com intervalos de semitom, inserindo o Mi 3 e o Dó 4.

É importante termos em mente que não estamos pensando em nenhuma tonalidade


específica, apenas em relações intervalares.

Por relações com a escala diatônica


Agora, vamos pensar na escala de Dó maior. Já conhecemos a sua formação e podemos
treinar a entoação dessa escala cantando todas as notas em movimento ascendente e
descendente.

Quando entoamos a escala dessa forma, estamos cantando graus conjuntos, ou seja,
graus vizinhos.
Vamos treinar a entoação da escala utilizando graus disjuntos, começando com a
seguinte sequência de graus: I – III – V – III – I.

Agora, vamos acrescentar a repetição do primeiro grau na oitava superior, cantando a


seguinte sequência: I – III – V – I – V – III – I. Mais tarde, vamos ver que essa sequência de graus
é, na verdade, o arpejo de Dó maior.

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Entoemos uma nova sequência de graus disjuntos, utilizando os graus IV e VI, da seguinte
forma: I – IV – VI – I – VI – IV – I. Até esse momento, não há preocupação com o ritmo, estamos
nos concentrando apenas no aspecto melódico.

Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.


• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior.
Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo
(Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Percepção, Notação e Linguagem
Musical – Vídeos Complementares – Complementar 3.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Exercício: solfejando pequenas melodias


Agora, vamos unir o que aprendemos nos aspectos rítmicos (Unidade 2) aos aspectos
melódicos (Unidade 3):
1) Após assistir ao vídeo complementar, entoe as pequenas melodias a seguir, tendo
por base os conhecimentos que você adquiriu nesta unidade.

3. conteúdo digitaL integrador


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para
você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. ALTERAÇÕES

Conforme vimos nesta unidade, as alterações (que também podem ser chamadas de
acidentes) são sinais que, ao serem colocados antes das notas musicais, modificam a sua
entoação natural. Essas alterações podem ser ascendentes ou descendentes, mudando a
entoação da nota em um semitom ou um tom (alterações dobradas).

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Os textos indicados a seguir complementam o que já foi abordado nesta obra, mostrando
alguns aspectos importantes relacionados às alterações musicais.
• BACKES, E. Teoria musical. 2013. Disponível em: <http://www.evertonbackes.com/
resources/Apostila%20Teoria%20Musical.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2015.
• RIBEIRO, A. Teoria musical. Disponível em: <https://alfredoribeiro.wordpress.com/
teoria-musical/>. Acesso em: 17 jul. 2015.

3.2. TOM, SEMITOM E ESCALA DIATÔNICA MAIOR

Vimos que o semitom é o menor intervalo utilizado na música ocidental. Dois semitons
formam um tom e, no sistema temperado, todos os semitons têm o mesmo tamanho: 4,5
comas.
Para seu aprimoramento nesse tópico, acesse os seguintes links:
• ACADEMIA MUSICAL. Tons e semitons. Disponível em: <http://www.academiamusical.
com.pt/tutoriais/tons-e-semitons/>. Acesso em: 17 jul. 2015.
• ADAMS, R. Tom, semitom e alterações. 2005. Disponível em: <http://www.jazzbossa.
com/teoria/aulas/20.tomsemitom.html>. Acesso em: 17 jul. 2015.

3.3. ENARMONIA

Ao estudarmos o tópico sobre enarmonia, vimos que ela surge como consequência do
sistema temperado. Observamos que todas as notas musicais apresentam duas possibilidades
de enarmonização, com exceção de Sol sustenido e Lá bemol, para as quais não há uma
segunda possibilidade.
As leituras indicadas a seguir irão complementar o que foi apresentado nesse tópico.
• PORRES, A. T.; MANZOLLI, J. Sistemas de afinação: um apanhado histórico. In:
SEMINÁRIO DE MÚSICA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2., 2005, Campinas. Anais...
Campinas: Unicamp, 2005. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.
php?pid=MSC0000000102005000100016&script=sci_arttext>. Acesso em: 17 jul.
2015.
• SIMIONATO, A. L.; DIAS, M. P. M. A relação matemática e música. Disponível em:
<http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/
sumario/9/18052011154859.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2015.

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4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho.
Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Qual o menor intervalo adotado pelo sistema musical ocidental?
a) Tom.
b) Coma.
c) Semitom.
d) Sistema temperado.

2) Assinale a alternativa correta quanto à classificação dos semitons de 1 a 4:

a) Cromático descendente; diatônico ascendente; diatônico ascendente, cromático ascendente.


b) Diatônico ascendente; natural; diatônico descendente; cromático descendente.
c) Cromático ascendente; diatônico ascendente; diatônico descendente; cromático ascendente.
d) Diatônico descendente; natural; diatônico ascendente; cromático descendente.

3) Assinale a alternativa que apresenta uma possibilidade de enarmonia para as notas Si e Mi bemol:
a) Dó bemol e Fá dobrado bemol.
b) Dó sustenido e Ré sustenido.
c) Lá dobrado sustenido e Ré bemol.
d) Lá sustenido e Ré dobrado sustenido.

4) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas alternativas a seguir. Depois, escolha a alternativa que representa a
correta ordem de “V” e “F”.
( ) Os semitons naturais também podem ser considerados cromáticos.
( ) Mi – Fá e Lá – Si são semitons naturais.
( ) Lá sustenido é enarmônico de Si bemol.
( ) A escala diatônica é formada por 5 tons e 2 semitons.

a) V – F – V – V.
b) F – F – V – V.
c) V – V – F – F.
d) V – V – F – V.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas:
1) c.

2) d.

3) a.

4) b.

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5. considerações
Chegamos ao final da terceira e última unidade, na qual você teve a oportunidade de
compreender a diferença entre semitons cromáticos e diatônicos, e tons, e como eles se
organizam no contexto de uma escala diatônica maior. Apresentamos, também, as alterações
ascendentes e descendentes, bem como o conceito de enarmonia.
Todas as unidades desta obra trabalharam com conceitos básicos de linguagem e
notação musical. É muito importante que esse conteúdo seja bem compreendido, uma vez
que ele servirá de base para todo o conteúdo sequencial de Percepção, Notação e Linguagem
Musical. No apêndice desta obra, você encontrará exemplos e definições de sinais diversos
que complementam a linguagem musical.
Lembre-se de que o Conteúdo Digital Integrador ampliará seu conhecimento sobre o
assunto.
Logo você iniciará os estudos de intervalos, escalas maiores e menores, e continuará
desenvolvendo os conteúdos relacionados a aspectos rítmicos e melódicos da música,
adquirindo mais habilidades específicas para qualquer atividade musical.

6. e-REFERÊNCIAS
CARDOSO, B.; MASCARENHAS, M. Curso completo de teoria musical e solfejo. São Paulo: Irmãos Vitale, [19--]. Disponível
em: <https://books.google.com.br/books?id=_zQCnNWc3vMC&printsec=frontcover&dq=isbn:8585188170&hl=pt-
BR&sa=X&ei=l4OJVdCwAcyw-AHTyoHQBw&ved=0CB0Q6AEwAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 17 jul. 2015.
LACERDA, O. Compêndio de teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi Brasileira, 1987. Disponível em: <http://minhateca.
com.br/aw845992/1/comp*c3*aandio+de+teoria+elementar+da+m*c3*basica+-+osvaldo+lacerda,41371744.pdf>. Acesso
em: 23 jun. 2015.
NOBRE, J. Apostila de teoria musical. Fortaleza: Secretaria da Cultura do estado do Ceará, 2008. p. 1-27. (Projeto Fortalecimento
Musical). Disponível em: <http://www2.secult.ce.gov.br/Recursos/PublicWebBanco/Partituraacervo/Apt000002.pdf>.
Acesso em: 17 jul. 2015.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, L. Teoria musical: lições essenciais. São Paulo: Irmãos Vitale, 2005.
CHEDIAK, A. Harmonia e improvisação I: 70 músicas harmonizadas e analisadas. Rio de Janeiro: Lumiar, 1986.
GUEST, I. Harmonia: método prático. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006.
LACERDA, O. Compêndio de teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi, 1967.
MED, B. Teoria da música. Brasília: Musimed, 1996.

76 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL


Apêndice
Sinais Musicais Diversos

1. Introdução
Se observarmos atentamente uma partitura musical, veremos que ela contém muito
mais do que apenas notas, pausas e compassos. Existem sinais específicos para indicar
dinâmica, andamento e acentuação, além dos sinais que servem para evitarmos o excesso de
repetições na escrita musical, ou simplesmente sinais determinados para facilitar a leitura de
determinadas notas ou trecho musical.
Cada nova informação acrescentada à partitura dependerá de um sinal específico para
informar ao intérprete exatamente como deverá ser feita a execução musical.
Neste apêndice, veremos alguns dos sinais mais comuns em música e conheceremos o
significado e a utilização de cada um deles.

2. sinais de dinâmica
Conforme vimos na primeira unidade, a intensidade do som varia de acordo com a
amplitude da vibração. Quanto maiores forem as amplitudes das vibrações, mais forte será o
som. A graduação dessa intensidade do som em música chama-se dinâmica.
A dinâmica é indicada geralmente por abreviaturas de termos italianos, colocados sob
ou sobre a pauta. Normalmente, utilizam-se as abreviaturas representadas no Quadro 1 e na
Figura 1 a seguir:

Quadro 1 Abreviaturas referentes a dinâmica.

ppp molto pianissimo ou pianissimo (extremamente suave)

pp pianissimo (muito suave)

p piano (suave)

mp mezzo piano (meio suave)

mf mezzo forte (meio forte)

f forte (forte)

ff fortissimo (muito forte)

fff molto fortissimo ou fortississimo (extremamente forte)

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Apêndice – Sinais Musicais Diversos

Figura 1 Sinais de dinâmica.

Embora não seja comum, pode-se aumentar os símbolos de p ou f para indicar dinâmicas
extremas. Tchaikovsky, por exemplo, utilizou pppppp em sua sinfonia nº 6 (compasso 160).
Aos termos básicos podem ser acrescentadas as palavras: poco (um pouco); più (mais);
sempre (sempre); meno (menos); molto (muito) e subito (repentinamente).
Para aumentar ou diminuir gradativamente a intensidade do som, usam-se as palavras
ou abreviaturas: Crescendo (cresc.), Decrescendo (decresc.) ou Diminuendo (dim.).

3. SINAIS DE ACENTUAÇÃO
Além dos sinais de dinâmica, podem ser utilizados sinais de acentuação, que indicam
especificamente as notas que devem ser acentuadas. Veja alguns desses sinais a seguir:
1) Marcato: indica que a nota deve ser atacada com vigor e, em seguida, suavizada.
2) Tenuto: indica que a nota conserva a intensidade original rigorosamente até o fim
da figura.
3) Staccatto: indica que a nota é articulada de modo separado e seco.
4) Forte piano: indica que a nota deve ser atacada forte, e imediatamente prosseguir
em piano (sem decrescendo).

Agora, observe a Figura 2.

Figura 2 Sinais de acentuação.

Linha de 8ª
Para evitar o excesso de linhas suplementares em regiões muito agudas ou muito graves,
pode-se utilizar a linha de oitava, indicando que a melodia deve ser executada uma oitava
acima (grafada acima da melodia), ou uma oitava abaixo (grafada em baixo da melodia), como
aparece na Figura 3.

78 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL


Apêndice – Sinais Musicais Diversos

Figura 3 Linha de oitava.

4. sinais de repetição
Os sinais de repetição são os seguintes:
• Ritornello: sinal que indica a repetição de um trecho musical. O trecho entre os
sinais de ritornello deverá ser executado duas vezes (Figura 4).

Figura 4 Ritornello.

Se o trecho a ser repetido começa no início da peça, o sinal de repetição só precisa ser
colocado no final do trecho. Todo o trecho será repetido (Figura 5).

Figura 5 Ritornello ao início da música.

Se um trecho musical é repetido, mas possui terminação diferente, usam-se duas ou


mais chaves numeradas, que não são tocadas em seguida. Na repetição do trecho, a primeira
casa não é tocada (ou cantada), indo-se diretamente para a segunda casa (Figura 6).

Figura 6 Ritornello com chaves.

• Da Capo (D.C.): indica a repetição da música desde o seu início. A expressão "D.C. al
Fine" indica a repetição da música desde o seu início até onde está escrito Fine (Figura 7).

Figura 7 Da Capo.

© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL 79


Apêndice – Sinais Musicais Diversos

• Dal Segno (D.S.): indica que a melodia deve ser repetida desde o sinal ( ), como
está representado na Figura 8.

Figura 8 Dal Segno.

5. suspensão, parada e fermata


A coroa ou ponto coroado é um sinal de prolongamento, que, conforme a sua utilização,
será denominado fermata, suspensão ou parada (Figura 9).

Figura 9 Suspensão, Parada e Fermata.

Veja o que cada um desses sinais indica:


• Suspensão: sob ou sobre pausa, indica prolongamento, à vontade, da pausa.
• Parada: sobre barra dupla, indica uma pequena interrupção entre duas partes de um
trecho musical.
• Fermata: sob ou sobre figura, indica prolongamento, à vontade, da figura.

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