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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CRICIÚMA/ SANTA CATARINA

PROCESSO Nº 5002902-92.2024.8.24.0020

SIMONE TEIXEIRA FERNANDES, já qualificada nos autos em epígrafe


vem, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua Advogada, requerer
PARCELMENTO DE FIANÇA, com fundamento nos arts. O 325, § 1º, I, do CPP.

I – DOS FATOS

A paciente foi presa em flagrante no dia 30 de janeiro de 2024, pela imputação da


prática de tráfico de drogas na forma do artigo 33, da Lei 11.343/2006. Segundo Inquérito
Policial, a paciente supostamente teria levado droga ao seu filho que se encontra preso no
Presídio Regional de Criciúma-SC.
Desta feita de acordo com os policiais penais, foi encontrado na sala de visitação
aproximadamente 35,9g de maconha, nome popular. Após as formalidades legais foi
encaminhado para apreciação do poder judiciário.

Em, 30/01/2021, foi apresentado a paciente a para audiência de custódia, o


Ministério Público requereu a concessão da liberdade provisória mediante a fiança, O
Magistrado acatou o pedido do membro do parquet e fixou a fiança em 2 salários mínimos.
Requerido então pela defesa, novamente, a dispensa da fiança, porém este juízo manteve a
fiança apenas dilatando o prazo para efetuar o depósito, que antes era de 05 dias após a
concessão da liberdade provisória para então, 10 dias, sob pena da revogação da liberdade
provisória, pelo descumprimento das medidas cautelares (art. 282, §4º, do CPP).
Ademais, o magistrado entendeu que deveria ser concedida a liberdade provisória acrescida
de fiança, no valor de R$ 2.824, o que evidentemente não é proporcional, diante da
hipossuficiência do caso concreto, motivo pelo qual a defesa passa a requerer o
parcelamento da fiança , com fundamento nos arts. O 325, § 1º, I, do CPP

II - DO DIREITO E DA IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DA FIANÇA

Inicialmente, cumpre destacar que os familiares da paciente não tiveram


condições de arcar como pagamento do valor arbitrado a título de fiança no valor de
R$ 02 (dois) salários mínimos, previsivelmente, ocasionará a revogação do benefício
da liberdade provisória com o decreto prisional, pelo não recolhimento fiança,
arbitrada pelo nobre, ilustríssimo e respeitável Magistrado.

Como se observa em seu comprovante de residência, a indiciada ora


paciente paga aproximadamente R$ 172,75 reais de energia, demonstrando que não
detém condições financeiras para arcar com muitos custos. Importante destacar
conforme DOCUMENTO DE IDENTIDADE e CERTIDÕES DE NASCIMENTO em
anexo, a paciente Simone Possui 4 filhos, sendo 2 filhos MENORES DE 12 ANOS e
uma filha grávida de 30 semanas e 6 dias com 17 anos de idade. São eles (certidões
anexas):

1. JOÃO GABRIEL FERNANDES CUSTÓDIO, 6 anos de idade (nascida em


18/07/2017);
1. LÍVIA FERNANDES CUSTÓDIO, 5 anos de idade (nascida 19/09/2018);

3. Vitória Fernandes Honorato, 17 anos (nascida em 06/06/2006);


1. Vitor Fernandes Honorato, 19 anos (nascido em 16/06/2004).

A denunciada, não trabalha de forma contínua, não tem uma renda fixa por
mês, é presumidamente hipossuficiente, sendo, portanto, claro que é absolutamente
destituída da possibilidade de pagar por sua liberdade, até porque, se não o fosse,
certamente já o teria feito.

A denunciada trabalha como FREELANCER na empresa LUAN TUR


VIAGENS LTDA, conforme anexado nos autos, percebendo apenas quando faz
viagens, cuja média de pagamento é de R$500. Ou seja, para que a paciente
consiga acumular o valor arbitrado na fiança, necessitaria de pelo menos cinco
(05) viagens por mês, o que dificilmente ocorre, visto que, em trabalho de caráter
eventual é impossível prever a demanda de viagens razão pela qual se revela
necessária a manutenção de sua liberdade provisória sem o recolhimento da fiança.
Trata-se de uma mãe de família, trabalhadora, que cuida da subsistência de dois
menores de 12 anos assim como de sua filha grávida adolescente, como também
reside na mesma casa com os seus dois pais de 65 anos cada um. Tendo que
ajudar seus pais com os custos das despesas médicas deles. Contando também
com auxílio do Governo Federal do Bolsa Família para sustentar as crianças (foto do
cartão em anexo).

Ora, evidente que a fixação da fiança em um valor alto a uma pessoa


claramente hipossuficiente corresponde ao mesmo que a não fixação e, portanto, à
manutenção automática da prisão do indiciado pela prática de um crime considerado
pelo atual ordenamento jurídico como crime inafiançável, conforme Código de
Processo Penal 323, II, conjuntamente artigo 5º, XLIII, da Constituição Federal de
1988.

Ademais, O § 1º do artigo 325 do Código de Processo Penal, com a redação


dada pela Lei n.º 12.403/2011, autoriza o magistrado a reduzir ou dispensar o
pagamento da fiança se restar demonstrado que a situação econômica do
preso assim recomenda.

III – PEDIDO

Ante todo o exposto, roga-se pelo parcelamento da fiança em cinco (5)


parcelas de R$564,80 que somadas alcançam o valor arbitrado de R$2.824,
gerando então, condições para que a denunciada realize o pagamento, e mantenha
sua liberdade provisória.

Criciúma, 17 de fevereiro de 2024.

MARIA LUIZA DE SOUZA DE LOS SANTOS OAB/SC 69.141

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