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Direito Tributário II

Licenciatura em Solicitadoria – Regime PL


Ano letivo: 2022/2023 – 2.º Semestre
2ª prova escrita – 23/01/2023
Duração da prova: 120 minutos
Elementos de consulta: Legislação não anotada ou comentada

Grupo I
Cada questão deste grupo tem uma cotação de 1 valor. Assinale apenas uma resposta.

1. António no ano 2022 obteve apenas como rendimentos os lucros distribuídos por uma
sociedade comercial com sede em Portugal:
a) São rendimentos de capitais, está dispensado de apresentar declaração de IRS.
b) São rendimentos de capitais, deve apresentar declaração de IRS.
c) São incrementos patrimoniais, deve apresentar declaração de IRS.
d) Nenhuma das respostas anteriores.

2. Ana e Pedro estiveram emigrados entre 2010 e 2020, na Suíça, e regressaram a


Portugal onde construíram uma moradia, em 2021.
a) Não se aplica o regime dos residentes habituais.
b) Aplica-se o regime dos residentes habituais.
c) Serão tributados como residentes não habituais obrigatoriamente nos 10 anos
consecutivos a partir do regresso a Portugal.
d) Nenhuma das respostas está correta.
Nota: Não temos a designação de “regime dos residentes habituais”.
Não é possível concluir que os SP fizeram o pedido de inscrição com residentes não
habituais. Não é obrigatório.

3. O contrato de arrendamento celebrado no dia 21 de novembro de 2022 pelo prazo de


um ano, com início em 01 de dezembro de 2022 e cujo valor anual é de 6.000 euros:
a) Deve ser comunicado à Autoridade Tributária pelo inquilino até ao final do mês de
dezembro de 2022, incidindo sobre o contrato, imposto selo no valor de 60 euros.
b) Deve ser comunicado à Autoridade Tributária pelo senhorio até ao final do mês de
janeiro de 2023, incidindo sobre o contrato imposto selo no valor de 50 euros.
c) Deve ser comunicado à Autoridade Tributária pelo senhorio até ao final do mês de
janeiro de 2023, incidindo sobre o contrato, imposto selo no valor de 60 euros.
d) Nenhuma das respostas está correta.

4. Na aquisição por usucapião de um prédio rústico:


a) A participação deve ser apresentada até ao final do 3.º mês seguinte ao do nascimento
da obrigação tributária e está sujeita a imposto selo relativamente às verbas 1.1 e 1.2
da TGIS.
b) A participação deve ser apresentada até os 30 dias seguintes ao do nascimento da
obrigação tributária e está sujeita a imposto selo relativamente à verba 1.2 da TGIS.
c) A participação deve ser apresentada até ao final do 3.º mês seguinte ao do nascimento
da obrigação tributária e está sujeita a imposto selo relativamente à verba 1.2 da TGIS.
d) Nenhuma das respostas está correta.

II
Telmo faleceu em 2020, em Portugal, no estado de viúvo, com um filho, fazendo parte da sua
herança o prédio urbano em que residia, com o valor patrimonial tributário de 100.000,00 euros
e um depósito a prazo num banco em Espanha, no valor de 20.000 euros. Por testamento,
atribuiu uma obra de arte no valor de 5.000 euros à Associação Recreativa e Cultural da sua terra
natal e jóias de família, em ouro, à sua afilhada Emília no valor de 500 euros.
Analise o caso prático, em sede de IS, indicando, nomeadamente, as incidências, isenções,
liquidação, taxas e prazo para pagamento. (7 Valores)
Aplicação do Imposto de Selo sobre as transmissões gratuitas (todos os artigos do CIS, salvo
indicação em contrário). A TGIS que consta a listagem dos factos tributários e respetivas taxas.
Incidência objetiva: art.º 1.º/1, com remissão para a verba 1.2 da Tabela Geral.
Na sucessão por morte: prédio urbano, artigo 1.º, n.º 3, alínea a), artigo 1.º, n.º 6 que remete
para o CIMI; depósito bancário, artigo 1.º, n.º 3, alínea c); artigo 4.º, n.º 1.
Legados: obra de arte, artigo 1.º, n.º 1 e artigo 1.º, n.º 5 “acontrario”; jóias de família, artigo
1.º, n.º 5, alínea f).
Incidência subjetiva: artigo 2.º/2 alínea a) – imposto devido pela herança, representada pelo
cabeça-de-casal, e pelos legatários.
Artigo 3.º/1 e 3 alínea a) – encargo da herança por parte dos herdeiros e legatários; artigo 5.º/1
alínea p) – nascimento da obrigação na data de abertura da sucessão; artigo 6.º alínea e) –
isenção subjetiva filho; artigo 6.º, alínea c) isenção associação; artigo 13.º valor patrimonial dos
prédios; artigo 15.º/5 valor patrimonial dos valores monetários; imposto a pagar – artigo 22.º/1.
Artigo 23.º e 25.º. Artigo 27.º. artigo 45.º, n.º 1 e artigo 44.º, n.º 3.
III
Xavier, militar, em 2022 auferiu decorrente desta relação laboral um salário base de 1.250 euros
e obteve um rendimento 15.000 euros por serviços informáticos prestados a clientes nacionais
e estrangeiros angariados através de uma plataforma eletrónica.
Por sua vez, Diana, enfermeira, casada com Xavier trabalha no Hospital de S. Francisco, com um
contrato de trabalho, auferiu um salário base de 1.100 euros, recebeu um subsídio de
alimentação de 11 euros por cada dia de trabalho e um plano de saúde e bem-estar que lhe
permite ter acesso a consultas de psicologia de forma totalmente gratuita e a diversas terapias
não convencionais. Adicionalmente, Diana prestou serviços de enfermagem ao domicílio,
deslocou-se na sua viatura e divulga estes serviços através de páginas de redes sociais que a
própria criou, tendo auferido a quantia de 7.000 euros. Ainda, no ano 2022, a Diana auferiu
3.300 euros de rendas relativas a um apartamento adquirido por herança – VPT 120.000 euros,
que vendeu em dezembro pelo preço de 150.000 euros. Antes de vender o apartamento teve
de tratar do certificado energético e pagou 250 euros.
O casal tem um filho maior de idade, mas que ainda frequenta um estabelecimento de ensino
superior. Analise o caso prático, em sede de IRS, indicando, nomeadamente, as incidências e
questões relacionadas. (9 Valores)
Aplicação do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (todos os artigos do CIRS,
salvo indicação em contrário).
Incidência subjetiva Xavier e Diana – Art.º 13/1 e 1.º/2 – residentes em território nacional; todos
os rendimentos obtidos são tributáveis em Portugal; cônjuges, art.º 13.º/2, incidência analisada
para cada sujeito passivo, exceto se se optar pela tributação conjunta.
Residência analisada individualmente: Art.º 16.º/5. Artigo 16.º/1, alíneas a) e b).
A noção de domicílio e residência fiscal, embora coincidam quanto aos residentes (artigo
19.º/1/a LGT), a residência é usada para a determinação de normas tributárias subjetivas,
enquanto a de domicílio fiscal se destina a normas adjetivas.
Agregado familiar: Art.º 13.º/4, alínea a) e n.º 5, alínea b). Filhos maiores, que estejam sob a
tutela dos pais, não tenham mais de 25 anos e não aufiram anualmente rendimentos superiores
ao valor da retribuição mínima. Artigo 13.º/8. Poderia ser tributação autónoma, Art.º 13.º/6.
Incidência objetiva Xavier: Artigo 1.º, n.º 1. Salário, artigo 2.º, n.º 1, alínea a) ou c). Serviços
informáticos, artigo 3.º, n.º 1, alínea b). Artigo 3.º, n.º 6. Artigo 1.º, n.º 2. Artigo 15.º, n.º 1.
Artigo 18.º, n.º 1, alínea e). Artigo 28.,º, n.º1, n.º 2, n.º 8. Artigo 31º.
Incidência objetiva Diana: Artigo 1.º, n.º 1. Salário, artigo 2.º, n.º 1, alínea a). Subsídio de
alimentação, remunerações acessórias – art.º 2.º/3 alínea b) 2) – quando excede os valores
legais. Plano de saúde: equiparado ou não a seguro de saúde? Em qualquer caso teria de ser
generalizado para não se considerar rendimento de trabalho dependente. art.º 2.º-A/1 alínea
e), aplicável ao seguro de saúde. Ou considerar rendimento de trabalho dependente nos termos
do artigo 2.º, n.º 3, alínea b), que faz uma enumeração meramente exemplificativa.
Prestação de serviços de enfermagem: Artigo 3.º, n.º 1, alínea a), artigo 151.º, Portaria n.º
1011/2001, de 21 de agosto. Artigo 3.º, n.º 6. Artigo 28.,º, n.º1, n.º 2, n.º 8. Artigo 31.º
Deslocação na viatura própria: Artigo 31.º, n.º 2. Artigo 31.º, n.º 13
Rendas: artigo 8.º, n.º 1. Artigo 2.º CIMI. Artigo 41.º.
Venda do apartamento: artigo 9.º, n.º 1, alínea a) e artigo 10.º, .º 1, alínea a)
Certificado energético: artigo 51.º, n.º 1, alínea a)
Artigo 57.º. Artigo 60.º.

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