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DIREITO LABORAL E DIREITO PROCESSUAL LABORAL

Licenciatura em Solicitadoria | Diurno | 2022/2023

CASO PRÁTICO N.º 1


A Sociedade Y pretende admitir Beatriz para as funções de encarregada de
armazém.
No mês passado, Beatriz filiou-se no sindicato H.
No início do ano este sindicato outorgou uma convenção coletiva de trabalho
com a associação de empregadores Z, da qual faz parte a Sociedade Y. Nos
termos dessa convenção, a retribuição mínima mensal para a categoria de Beatriz é
de 1000€ e o período normal de trabalho semanal é de 40h. Já no presente mês, o
sindicato H celebrou com a Sociedade Y uma outra convenção coletiva de trabalho
que prevê uma retribuição mínima mensal para a categoria de Beatriz é de 970€ e
um período normal de trabalho semanal de 39h.
Diga quanto deve a Sociedade Y pagar a Beatriz, por mês, e quantas
horas por semana tem a trabalhadora de prestar.
Existem convenções de trabalho, etc…
Temos duas convenções coletivas de trabalho e dentro destas temos o contrato
coletivo e o acordo de empresa do art. 3.º N.º 2, al. a) e c).
Âmbito de aplicação? Segundo o princípio da filiação art. 496.º do CT, o acordo de
contrato é aplicável a Beatriz e o acordo de empresas também é aplicável à Beatriz.
Pelo art. 482.º N.º 1, al. a) do CT o acordo de empresa afasta o contrato coletivo, o
que leva a conclusão de que o pagamento mínimo é de 970€ e as horas de trabalho é de
39h. No entanto o contrato coletivo não perde o seu efeito, simplesmente não é aplicável às
pessoas que forem abrangidas pelo acordo de empresa.

CASO PRÁTICO N.º 2


Dilma trabalha na sociedade X e durante muito tempo não estava filiada em
nenhuma associação sindical. No entanto, nessa altura, a sua relação laboral era
abrangida por uma portaria de extensão. Posteriormente, a trabalhadora filiou-se
numa associação sindical que, por sua vez, outorgou com a sociedade X uma
convenção coletiva de trabalho. A trabalhadora e a sua entidade empregadora
querem saber qual o instrumento de regulamentação coletiva de trabalho que
se aplica a esta relação laboral. Quid iuris?
A IRCT não negocial está no art. 2.º N.º 4 e a convecção coletiva de trabalho está no Art.
2.º N.º 3, al. c) do CT sendo uma IRCT negocial. Quando se afilia no sindicato passa a ser
abrangida pelo princípio da filiação sendo vinculada pelo acordo de empresas.

Docentes: Ana Lambelho e Luísa Andias Gonçalves


DIREITO LABORAL E DIREITO PROCESSUAL LABORAL
Licenciatura em Solicitadoria | Diurno | 2022/2023

Como sabemos pelo caso prático até então a relação laboral de Dilma era regulada pela
portaria de extensão e pelo art. 484.º CT determinamos que vai ser o acordo de empresa a
prevalecer sobre a portaria porque a IRCT negocial afasta a IRCT não negocial.
CASO PRÁTICO N.º 3
A sociedade Y dedica-se ao fabrico de correntes para bicicletas e
motorizadas.
A referida sociedade está filiada em duas associações de empregadores: a
associação W e a associação X. Cada uma dessas associações de empregadores
celebrou uma convenção coletiva de trabalho com o sindicato Z, que representa
os trabalhadores do setor da metalurgia. Ambas as CCTs foram alvo de Portaria de
Extensão (PE): a outorgada com a associação W foi alvo de PE em 03/2022 e a
outorgada com a associação X foi alvo de PE em 07/2022.
Abel é, desde hoje, trabalhador da sociedade Y, não sindicalizado. É-lhe
aplicável o disposto em alguma das CCTs?
São ambos contratos coletivos de trabalho (art. 2.º N.º 3, al. a) CT).
O princípio da filiação (art. 486.º CT), não se aplica ao Abel por não ser
sindicalizado nas associações em causa.
Ambos os CCT foram abrangidos por portarias de extensão que são IRCT não
negociais, que alargam o âmbito de aplicação à relação laborais entre as
associações e os trabalhadores independentemente do sindicato.
Para saber qual a portaria que se aplica temos de verificar o art. 484.º, 483.º N.º 2 e
art. 482.º N.º 2 e 3, al. a) CT).
Como tal concluímos que vigora a que for decidida pelos trabalhadores, a qual não
temos a informação, por isso aplicando a al. a) do N.º 3 do art. 482.º concluímos que
a mais recente é de 07/2022 que será aplicada.
O art. 497.º permite aos trabalhadores que não são afiliados escolher entre uma ou
outra sem ter que pagar nada.

Docentes: Ana Lambelho e Luísa Andias Gonçalves

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