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Parte I – Obtenção da equação de Schrödinger weber@globo.

com

1. Função de estado

No mundo que vivemos, conseguimos ver três estados para a matéria: estado sólido, estado líquido
e estado gasoso. Já uma pessoa, pode estar num estado de alegria, num estado de tristeza ou num
estado normal. Um pássaro pode estar no estado de vôo ou no estado de repouso. A palavra estado
tem sido usada para exprimir uma condição ou modo de existir, num determinado tempo, de um ser
ou objeto.

Nós não conseguimos enxergar partículas sub-atômicas. No entanto, em determinadas


circunstâncias, elas também devem estar em algum estado. O que descreve o estado de um elétron é
uma expressão matemática Ψ que tem recebido alguns nomes:

Ψ = função descritiva do estado do elétron (ou partícula);


Ψ = função de estado;
Ψ = função de onda;
Ψ = função amplitude de probabilidade etc.

Logo mais, veremos o jeitão da expressão Ψ . Por enquanto, basta saber que ela é uma função de
onda que depende da posição e do tempo como qualquer outra função de onda:

Ψ = Ψ(posição,tempo) = Ψ(r,t) onde, e.g., r = x a x + y a y + za z

e.g., do Latim, exempli gratia = por exemplo.

Ψ é uma função de onda, mas não é uma onda eletromagnética ou uma onda mecânica, como a
onda do mar. Somente as suas expressões matemáticas são iguais, mas com diferentes significados
físicos. Enquanto a onda eletromagnética representa a propagação de energia através dos campos
elétrico e magnético, a função Ψ não é uma onda de energia, ela pode ser interpretada como uma
onda de informação. A partir de Ψ conseguimos informações, e.g., sobre a energia do elétron ou
local de maior ou menor probabilidade dele existir. Em outras palavras, através da função de onda
Ψ obtemos informações sobre o estado do elétron (ou partícula).
Por incrível que pareça Ψ não está associada diretamente a uma grandeza física, posto ser
2
complexa. Mas isso não trás problemas, porque o módulo ao quadrado desta função, Ψ = Ψ *Ψ , é
real, tem significado físico e representa uma densidade de probabilidade. O que é isso?

i) em uma dimensão: Ψ = Ψ(x,t) e a densidade de probabilidade DP é:

2 dP probabilidade probabilidade
DP = Ψ = Ψ * Ψ = = =
dx distância metro

ii) em duas dimensões: Ψ = Ψ(x, y,t) e a densidade de probabilidade DP é:

2 dP probabilidade probabilidade
DP = Ψ = Ψ * Ψ = = = 2
ds área m

iii) em três dimensões: Ψ = Ψ(x, y,z,t) e a densidade de probabilidade DP é:



2 dP probabilidade probabilidade
DP = Ψ = Ψ * Ψ = = = 3
dv volume m


1
Para que serve densidade de probabilidade? Antes de responder, vejamos um exemplo mais familiar
do eletromagnetismo, onde definimos densidade de cargas como:

dQ carga
DQ = ρ v = = (C /m 3 )
dv volume

Para que serve essa densidade? Semelhante a todas as densidades, se integrarmos a densidade de
cargas obtemos a carga

dQ
ρv =
dv
→ dQ = ρv dv → ∫ dQ = ∫ ρ dv
V V v → Q = ∫ ρv dv (Coulomb)
V

Então, para que serve densidade de probabilidade? Simples, se nós integrarmos a densidade de
probabilidade obtemos a probabilidade P:

2 dP 2 2
Ψ = → dP = Ψ dv → P = ∫V Ψ dv
dv

que é a probabilidade de encontrarmos, no tempo t, o elétron num determinado local (volume) no


mundo em que vivemos.

Dizemos que um estado é fisicamente realizável se ele puder ser estudado em laboratório. Em
mecânica quântica qualquer estado fisicamente realizável de um sistema físico contendo partículas
ou ondas eletromagéticas, é descrito matematicamente pela uma função de estado Ψ , que contêm
todas as informações físicas a respeito do estado.

2. Equações básicas necessárias à obtenção da equação diferencial de Schrödinger

Nas deduções abaixo estaremos supondo velocidade de fase igual a velocidade de grupo = c.

c
Equações privativas de ondas c =λ f (m/s) ou f= (Hz)
λ
(1)

k= (m-1) constante de fase
λ
(2)

Planck, energia contida num fóton E = hf (eV ou Joule) (3)

onde h = 6,626 x 10-34 J.s ou h = 4,136 x 10-15 eV.s

Einstein, energia contida numa massa E = mc


2
onde c = v = velocidade
(4)

Intuição de DeBroglie, igualar (3) e (4), dando origem ao que se chama dualidade onda-partícula:

2 2 v h
mc
{ = h{ f → mc
{ =h → {mc =
Einstein Planck m: partícula {λ p λ
λ :onda

m = massa, característica de partícula


λ = comprimento de onda, característica de onda

€ 2
h h
Assim, obtemos a expressão p= ou λ= (5)
λ p
que representa a dualidade onda-partícula introduzida por DeBroglie, onde p = momentum.

2π 2π p
Substituindo (5) em (2) k= = =
λ h/p h/2π

h p
definindo h≡ , vem k= ou p= kh (6)
2π h

h
Freqüência angular, vem da eq. de Planck E = hf = 2π f = hω
2π { ω

E
E = ωh ou ω=
h
(7)

Energia total do elétron (ou partícula) E = E cinética + E potencial ou E = T + U

1 2 m 2v 2 p2
Energia cinética do elétron (ou partícula) E cinética = T = K = mv = =
2 2m 2m

p2
Energia total do elétron (ou partícula) E= +U
€ 2m
(8)

Mais adiante, vamos utilizar esta expressão da energia total, ETOTAL = E, multiplicando seus dois
p2
membros pela função de onda, E Ψ = Ψ + U Ψ , para obtermos a equação de Schrödinger.
€ 2m
2
Substituindo (6) em (8) p2 = 2m(E − U ) → ( kh) = 2m(E − U )

2m(E − U )
obtemos o valor da constante de fase k=
h
(9)

onde: m = massa (kg), E = energia total (J ou eV),


U = energia potencial (J ou eV), 1eV = 1,602 x 10-19 J

3. Definição de alguns operadores

) ∂
Operador momentum p ≡ −ih i = −1 (10)
∂x

)2 ) ) ) )⎡ ∂ ⎤ ∂⎡ ∂⎤
p ≡ p p → p 2 ≡ p ⎢−ih ⎥ = −ih ⎢−ih ⎥
aplicando este operador duas vezes: ⎣14 2 ∂x
43 ⎦ 1 2) ∂x
3 ⎣14 2 ∂x
43 ⎦
) ) p
p p
2
)2 ∂
vem p ≡− h 2 2 (11)
∂x

3
) ) )p2 2
h ∂
2
Operador energia cinética T =K ≡ =− (12)
2m 2m ∂x 2
)
Operador energia potencial U ≡U (13)
) ∂
Operador energia total E ≡ ih (14)
∂t

Somando o operador energia cinética mais o operador energia potencial temos o

) ) ) )p2 )
Operador Hamiltoniano H ≡ K +U = +U (15)
2m

que também é um operador energia total em sistemas conservativos.

) h2 ∂2
Usando (12), H =− 2 + U (x,t) (16)
2m ∂x

) h2 2
No caso mais geral a 3 dimensões H ≡− ∇ + U (r,t) (17)
2m
)
Operador posição x≡x (18)

2 2 2
∂ ∂ 2 ∂
Operador Laplaciano em coordenadas cartesianas ∇ ≡ ∂x 2 + ∂y 2 + ∂z2 (19)

) ) ) ) ))
Operador comutador [A, B ] ≡ A B − BA (20)

) ) ) ) )) )) )) ) ) ∂Ψ ∂(xΨ) ∂Ψ
[ p, x ]Ψ ≡ ( px − xp)Ψ = pxΨ − x pΨ = p(xΨ
{) ) − x (−ih ) = −ih + ihx
e.g.: xΨ 1 2) ∂x
3 ∂x ∂x

) ) ⎡∂x ∂Ψ ⎤ ∂Ψ ∂Ψ ∂Ψ
[ p, x ]Ψ = −ih⎢ Ψ + x ⎥ + ihx = −ihΨ − ihx + ihx = −ihΨ
⎣∂x ∂x ⎦ ∂x ∂x ∂x
) ) ) ) )
[ p, x ]Ψ = −ihΨ ou [ p, x ] ≡ −ih 1 (21)
) ) )
de forma análoga [x , p] ≡ ih 1 (22)

4. Obtenção da equação diferencial de Schrödinger

Pensamento inicial: a Natureza fabricou o elétron com o seu estado descrito por uma equação de
onda, a uma dimensão, do tipo:
−iωt
Ψ( x, t) = ψ ( x)e (23)

€ 4
onde
ψ (x) = 1Ae2 +ikx − ikx
3 + 1Be2 3 (24)
onda incidente onda refletida

p E
sendo A e B números complexos, k = e ω= . O fasor e −iωt também é escrito assim
h h

E p p
−i t +i x −i x
T (t) = e
−iωt
=e h e ψ (x) = Ae h
+ Be h (25)

Notar que Ψ(x,t) = ψ (x)T(t) , i.e., as variáveis posição x e tempo t estão separadas em duas
funções distintas, ψ (x) e T (t) . Estaremos supondo essa condição nesta dedução.

Partindo, pois, do pensamento que supõe um elétron descrito matematicamente por uma função de
onda, vamos obter a equação diferencial de Schrödinger. Ou seja, vamos percorrer o caminho
inverso: partiremos da solução para encontrar a equação diferencial que dá origem a tal solução.

Vamos lá: derivando ψ (x) duas vezes em relação a x, observamos que a sua derivada segunda é
igual −k 2 vezes a própria função ψ (x) . Obs.: isso ocorre com exponenciais e sinos (Euler nos diz
que e iθ = cisθ ):

∂ψ (x) + ikx −ikx ∂ 2ψ (x) 2 + ikx − ikx ∂ 2ψ (x)


= +ikAe − ikBe → = −k (Ae + Be ) → = −k 2ψ (x)
∂x ∂x 2
1 4 4 2 4 4 3 ∂x 2
ψ (x )

−iωt
1º passo) Derivamos Ψ(x,t) = ψ (x)e duas vezes em relação a x e usamos o resultado acima
2 2
∂Ψ(x,t) ∂ψ (x) iωt ∂ Ψ(x,t) ∂ ψ (x) iωt
= e → = 2 e
∂x ∂x ∂x 2 14∂x
2 43
2
−k ψ (x )

∂ 2 Ψ(x,t) 2 iωt ∂ 2Ψ(x,t) 2


= −k ψ (x)e
14 2 43 → = −k Ψ(x,t)
∂x 2 ∂x 2
Ψ (x ,t)

p ∂ 2 Ψ(x,t) p2 2 ∂ Ψ(x,t) 2
2
substituindo k = , vem = − 2 Ψ(x,t) → p Ψ(x,t) = −h (26)
h ∂x 2 h ∂x 2
−iωt
2º passo) Derivamos Ψ(x,t) = ψ (x)e uma vez em relação ao tempo t

∂Ψ(x,t) iωt ∂Ψ(x,t)


= −iωψ14(x)e
2 43 → = −iωΨ(x,t)
∂t Ψ (x,t )
∂t

E ∂Ψ(x,t) E ∂Ψ (x,t)
substituindo ω = , vem = −i Ψ(x,t) → EΨ (x,t) = ih
∂t (27)
h ∂t h

3º passo) Multiplicamos ambos os membros da equação (8), energia total, por Ψ(x,t)

p2 1 2
+U = E ⏐ x⏐Ψ(x,t
⏐⏐ )→ p Ψ(x,t) + U Ψ(x,t) = E
14Ψ(x,t)
2m 2m 1 4 2 43 2 43
Eq. (26) Eq. (27)

5
substituindo pelas equações (26) e (27) e supondo a energia potencial U na forma mais geral,
U = U (x,t) , obtemos a bela equação diferencial de Schrödinger em uma dimensão:

h2 ∂ 2 Ψ (x,t) ∂Ψ (x,t)
− 2 + U (x,t)Ψ (x,t) = ih
2m ∂x ∂t
(28)

Uma de suas possíveis soluções (em sistemas conservativos), já sabíamos! é do tipo

Ψ( x, t) = ψ ( x)T( t) (29)

onde ψ (x) = Ae +ikx + Be −ikx (30)

e T (t) = e −iωt (31)

Dada a equação diferencial (28), a solução que estamos estudando é obtida pelo método que os
matemáticos chamam de separação de variáveis, porque as variáveis x e t estão em funções
separadas, ψ (x) e T (t) .

Substituindo (30) e (31) em (29), temos:


+ ikx − ikx −iωt
Ψ(x,t) = [ Ae + Be e
1 4 4 2 4 4 3 ] [1 2 3 ]
ψ (x ) T (t )

+i(kx −ωt ) − i(kx −ωt )


Ψ(x,t) = 1Ae
4 2 43 + 1 Be
4 2 43
ou onda incidente onda refletida
(32)

p E
Usando (6) –> k = e (7) –> ω = , Ψ(x,t) também pode ser escrita assim:
h h

Ψ(x,t) = 1Ae4+i(2px −Et )/ h


4 3 + Be
− i( px+ Et )/ h
1 42 43
onda incidente onda refletida
(33)

Aplicando as definições de operadores na equação diferencial de Schrödinger

⎡ h2 ∂ 2 ⎤ ⎡ ∂⎤
⎢−2m ∂x 2 + U (x,t)⎥ Ψ (x,t) = ⎢ih ⎥ Ψ (x,t)

1 4 4) 4 2 4 4 4 3 ⎦ )
1 2∂t
⎣ 3⎦
H → Eq .(16) E → Eq .(14 )

) )
obtemos H Ψ( x, t) = E Ψ ( x, t) (34)

) h2 ∂ 2 ) ∂
onde o operador Hamiltoniano é H ≡ − 2 +U (x,t) e o operador energia é E ≡ ih . Ambos
2m ∂x ∂t
representam a energia total do estado do elétron.

Na forma mais geral, onde a posição é dada por um vetor r no ℜ 3 , a equação de Schrödinger fica

6
2
h 2 ∂Ψ (r,t)
− ∇ Ψ (r,t) + U (r,t)Ψ (r,t) = ih
2m ∂t
(35)
−iω t
cuja solução em coordenadas cartesianas é do tipo Ψ(r,t) = Ψ (x, y,z,t) = ψ (r)e
(36)

sendo r = xa x + ya y + za z , k = kx a x + ky a y + kza z

2 2 2
2 ∂ Ψ ∂ Ψ ∂ Ψ
e ∇Ψ= + 2 + 2 (37)
∂x 2 ∂y ∂z

em coordenadas esféricas, Ψ(r,t) = Ψ(r,θ ,φ,t) , r = ra r +θaθ +φaφ , k = kra r + kθ aθ + kφ aφ e

1 ∂ ⎛ 2 ∂Ψ ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂Ψ ⎞ 1 ∂Ψ
∇2 Ψ = 2 ⎝r ⎠ + 2 ⎝senθ ⎠ + 2 2 (38)
r ∂r ∂r r senθ ∂θ ∂θ r sen θ ∂φ

5. Energia potencial independente do tempo

Quando a energia potencial não variar com tempo, U(r,t) = U (r) = U , o operador Hamiltoniano
também será independente do tempo

) 2
h ∂
2

H≡− +U(r) (39)


2m ∂x 2
−iωt
Neste caso, substituindo a solução Ψ(r,t) = ψ (r)e na equação de Schrodinger, temos
Ψ ( r,t ) Ψ ( r ,t )
6 4Ψ7 48
( r ,t )

2 6 4 7 48 6 4 7 48 ∂[ψ (r)e −iωt ]


h 2 − iωt −iωt
− ∇ [ψ (r)e ]+ U
{ (r) [ψ (r)e ] = ih
2m Não depende
∂t
do tempo

h2 −iωt 2
− e ∇ ψ (r) + U (r)ψ (r) e − iωt = ih(−iω)ψ (r) e −iωt
2m

simplificando e −iωt em ambos os membros e usando a equação (7) da energia total

€ € E = hω

h2 2
temos − ∇ ψ (r) + U (r)ψ (r) = hω
{ ψ (r) (40)
2m E

h2 2
− ∇ ψ (r) + U (r)ψ (r) = Eψ (r) (41)
2m

⎡ h2 2 ⎤
⎢− ∇ + U (r)⎥ψ (r) = Eψ (r)
⎣ 2m (42)
1 4 44 2) 4 4 43 ⎦
H

7
)
concluindo Hψ (r) = Eψ (r) (43)
)
ou, no caso unidimensional Hψ ( x) = Eψ ( x) (44)
)
onde H é o operador Hamiltoniano independente do tempo porque a energia potencial U também
não varia com o tempo. No segundo membro, E é simplesmente a energia total da partícula. Neste
) ∂
caso, E não é o operador energia E ≡ ih dado por (14).
∂t

h2 2
Reescrevendo a equação (41) ∇ ψ (r) + ( E − U )ψ (r) = 0 (45)
2m

2 2m
∇ ψ (r) + 2 ( E −U )ψ (r) = 0
usando (9) 1h 4 2 4 3 (46)
k2

obtemos a equação de Schrödinger independente do tempo

∇2ψ (r) + k 2ψ (r) = 0 (47)

No caso unidimensional a equação diferencial acima, independente do tempo, fica

∂ 2ψ (x) 2
+ k ψ (x) = 0 (49)
∂x 2

cuja solução é ψ (x) = Ae +ikx + Be −ikx (50)

Observar que a equação de Schrödinger contém embutida na sua expressão, a posição x e a energia
total E, dois observáveis que podem ser obtidos resolvendo-se a referida equação.

6. Superposição de estados

A matemática nos diz que se as funções

{Ψ1 (r,t), Ψ2 (r,t), Ψ3 (r,t) ... Ψn (r,t)} = {Ψn (r,t)} (51)


) )
forem soluções da equação de Schrödinger H Ψ( x, t) = E Ψ ( x, t) então uma combinação linear
destas soluções

Ψ(r,t) = a1Ψ1 (r,t) + a2Ψ2 (r,t) + a3 Ψ3 (r,t) + ...+ an Ψn (r,t)


(52)

Ψ(r,t) = ∑a Ψ n n (r,t)
n

(53)

também será solução da equação de Schrödinger, mesmo que n seja infinito.

8
Fisicamente, isto quer dizer que, da forma como o elétron foi modelado matematicamente, se

{Ψ1 (r,t), Ψ2 (r,t), Ψ3 (r,t) ... Ψn (r,t)} = {Ψn (r,t)} (54)

representam os possíveis estados para um elétron habitar num sistema físico, então, a superposição
destes estados

Ψ(r,t) = a1Ψ1 (r,t) + a2Ψ2 (r,t) + a3 Ψ3 (r,t) + ...+ an Ψn (r,t) = ∑a Ψn n (r,t)


n

(55)

também será mais um estado para o elétron. Assim, podemos criar uma infinidade de combinações
lineares e para cada nova combinação linear corresponderá sempre um novo estado fisicamente
realizável para o elétron.

A equação Ψ(r,t) = a1Ψ1 (r,t) + a2Ψ2 (r,t) + a3 Ψ3 (r,t) + ...+ an Ψn (r,t) afirma que um elétron pode
estar numa superposição de estados, isto é, o elétron poderá existir em vários estados
simultaneamente! Isso não é uma coisa que caiba na cachola de uma pessoa normal! Afinal, cada
estado corresponde a uma determinada energia. No entanto, tudo isso parece ser verdadeiro pois
vem sendo confirmado experimentalmente há cem anos pela mecânica quântica.

Vamos além, constata-se, não mais pela equação de Schrödinger, mas por medidas de laboratório,
que se você tentar medir, por exemplo, as inúmeras energias do elétron correspondentes aos
inúmeros estados, você não obterá sucesso (é claro). No instante da medida, todos aqueles estados
“invisíveis” se reduzirão a um único estado, digamos am Ψm (r,t) , cuja probabilidade de medir a sua
2
energia será am . Se, logo após, fizermos outra medida, encontraremos o elétron neste mesmo
estado am Ψm (r,t) com de 100% de certeza.

No mundo clássico, poderíamos fazer um paralelo com um exemplo surrealista: um pássaro


quântico voando simultaneamente em quatro altitudes diferentes, cada altura correspondendo a um
estado de energia (lembrar que, U=EP=mgh). Se fôssemos tentar ver o pássaro nas diferentes
alturas, ou seja, medir as suas diferentes energias, não conseguiríamos (é claro). Quando
conseguíssemos vê-lo, i.e., medí-lo, ele apareceria para nós, sorrindo, em apenas uma única altura.
Essa medida teria uma certa probabilidade de ocorrer. A superposição de estados que o pássaro
estava antes da medida (quatro alturas, quatro energias) colapsou para um único estado no instante
da medida (uma altura, uma energia) com uma certa probabilidade. Se, imediatamente, fizermos
outra medida, o pássaro aparecerá nesta mesma altura, já medida, mas com 100% de probabilidade.

9
Na figura ilustrativa, arbitramos as probabilidades de medirmos cada estado, P1 = 0,3 , P2 = 0,4 ,
P3 = 0,2 e P4 = 0,1 , as quais foram obtidas após inúmeras medidas do pássaro quântico. Por
exemplo, feitas 1000 medidas, 300 (30%) deram o pássaro na altura 1, 400 (40%) deram o pássaro
na altura 2, 200 (20%) deram o pássaro na altura 3 e 100 (10%) deram o pássaro na altura 4. Na
ilustração, supusemos o colapso da superposição de estados para o estado E 2 cuja probabilidade de
ocorrência é P2 = 0,4. Naturalmente, o colapso poderia ter sido para qualquer outro estado,
obedecendo a respectiva probabilidade.

Observar que a soma das probabilidades sempre tem que ser igual a 1 porque a probabilidade de o
pássaro quântico estar em todos os estados simultaneamente é 100% (P1 + P2 + P3 + P4 = 1). Esse
fenômeno, onde todos os estados se reduzem a um único estado no instante da medição e a pós-
medição a confirma com 100% de certeza, é um dos mistérios da mecânica quântica. Talvez
pudéssemos dizer que o mundo quântico oculto (superposição de estados) que foi obtido pela
combinação linear de soluções matemáticas, seja obrigado a se adequar ao mundo clássico em que
vivemos na hora da medição. Ou seja, aquilo que parece um absurdo aos nossos olhos não pode
continuar a sê-lo no mundo clássico.

Se supusermos que o pássaro, em cada altitude, armazena uma informação, então ele consegue
armazenar quatro informações que para nós estão ocultas. No instante da medida só aparecerá uma
delas. O mesmo ocorre com o elétron num sistema quântico.

Ter acesso às informações ocultas nos estados correspondentes às partículas sub-atômicas, elétrons,
fótons ou spins, é um dos objetivos da computação quântica. A figura abaixo ilustra o que haverá de
vir nos próximos capítulos.

10
7. Condição de normalização

Conforme vimos, a função de estado complexa Ψ(x,t) , não possui interpretação física, mas,
através dela, conseguimos extrair informações sobre o estado do elétron. O que possui interpretação
física é o módulo de Ψ(x,t) ao quadrado, Ψ(x,t) 2 , que representa uma densidade de
probabilidade. Integrando a densidade de probabilidade obtemos a probabilidade
x1 x1
2
P[ x1 → x2 ] = ∫ Ψ dx = ∫ Ψ Ψdx
2 *
dP = Ψ dx → (56)
x1 x1

Onde P[ x1 → x2 ] é a probabilidade de encontrarmos o elétron, num tempo t, entre as posições x1 e x2


numa linha.

No caso a três dimensões Ψ = Ψ(r,t) ou Ψ (x,y,z,t) e dP = Ψ dv . Integrando ambos os


2

membros
x2 y2 z2 2
P=∫ ∫ ∫ Ψ dx
14 2dy43dz ou P= ∫
2
Ψ dv = ∫ Ψ Ψd
* 3
r
x1 y1 z1 V V
dv= d 3 r
(57)

que é a probabilidade de encontrarmos um elétron, num tempo t, num determinado volume V no


espaço ℜ 3 , meio ambiente onde vivemos com elétrons.

A chamada condição de normalização é obtida calculando a integral em todo universo, ℜ 3 , onde a


probabilidade de encontrarmos um elétron é 1, ou seja, 100%,
2
∫Ψ ∫Ψ
*
dv = Ψd 3 r = 1
todo
espaço
todo
espaço
=> condição de normalização (58)

11
8. Estado estacionário  Densidade de probabilidade não varia no tempo

Um estado é dito estacionário quando a sua densidade de probabilidade não depende do tempo.
Portanto, cada função de onda que compõe a solução geral da equação de Schrödinger é,

individualmente, um estado estacionário, porque sempre e = 1 .
2 2 2 2
Ψn (x,t) = ψ n (x)e −iω n t = ψ n (x) e − iω n t
1 23 (59)
1

 Ψn (x,t) = estado estacionário


2 2
Ψn ( x, t) = ψ n ( x) (60)

Auto estados de energia são estacionários.

9. Superposição de estados  Densidade de probabilidade varia no tempo

A densidade de probabilidade de uma superposição de estados depende do tempo. Inicialmente, por


simplicidade, vamos considerar a superposição com apenas dois auto estados:

Ψ(x,t) = a1Ψ1 (x,t) + a2Ψ2 (x,t) (61)


2 *
Ψ( x, t) = Ψ * ( x, t)Ψ ( x, t) = [ a1Ψ1 ( x, t) + a1Ψ2 ( x, t)] [a1Ψ1 ( x, t) + a1Ψ2 ( x, t)]
(62)
iα iα
lembrando que: (i) a1 e a2 são complexos, a1 = a1 e 1 e a2 = a2 e 2 , (ii) o conjugado da soma é a
soma dos conjugados, (iii) o conjugado do produto é o produto dos conjugados, temos
2 * * * *
Ψ(x,t) = [ a1 Ψ1 + a2 Ψ2 ] [a1Ψ1 + a2 Ψ2 ] (63)
2 * * * * * * * *
Ψ(x,t) = a1 a1Ψ1 Ψ1 + a2 a2 Ψ2 Ψ2 + a1 a2Ψ1 Ψ2 + a2 a1Ψ2 Ψ1 (64)

2 2 2 2 2 − iα iα * iω t −iω t −iα iα * iω t − iω t
Ψ(x,t) = {a1 {Ψ1 + {a2 Ψ
{ 2 + 1a1 2e 3 1a22e 3 ψ
1 2
1 12e 3 ψ
1
142 e2 43 + 1a42 2e 43 1a12e3 ψ1 22e 3 ψ141e2 43 (65)
2 2 1 2 1

* * * *
a1 a1 Ψ1 Ψ1 a2a2 Ψ 2Ψ 2 *
a1* a2 *
Ψ1 Ψ2 a *2 a1 Ψ2 Ψ1

2 2 2 2 2
i(α 2 −α 1 )
Ψ(x,t) = a1 ψ ψ 1*ψ 2e − i(ω 2 −ω 1 )t + a1 a2 e − i(α 2 −α 1 ) ψ *2ψ 1e i(ω 2 −ω1 )t
{ 1 + a2 ψ
{ 2 + a1 a2 e (68)
Ψ1 Ψ2

2 2 2 2 2 i(α 2 −α 1 ) * − i(w 2 −w 1 )t − i(α 2 −α 1 ) * i(w 2 − w1 )t


Ψ(x,t) = a1 ψ
{ 1 + a2 ψ
{ 2 + a1 a2 e ψ 1 ψ 2e + a1 a2 e ψ 2ψ 1e
(69)
Ψ1 Ψ2

sendo ψ 1 (x) = ψ 1 (x)e iϕ 1 (x )

(70)

e ψ 2 (x) = ψ 2 (x)e iϕ 2 (x )

(71)
* i[ϕ 2 (x )−ϕ 1 (x )] * −i[ϕ 2 (x )−ϕ 1 (x )]
então ψ 1 (x)ψ 2 (x) = ψ 1 (x) ψ 2 (x)e e ψ 2 (x)ψ 1 (x) = ψ 1 (x) ψ 2 (x) e
(72)

12
2 2 2 2 2
Ψ(x,t) = a1 ψ 1 + a2 ψ 2 +
+ a1 a2 e
i(α 2 −α 1 )
ψ
i(ϕ −ϕ ) − i(ω 2 −ω1 )t − i(α 2 −α 1 ) − i(ϕ −ϕ ) i(ω 2 −ω1 )t
(73)
1 14ψ
4 22e 4 43 e + a1 a2 e ψ
1 14ψ422e 4 4 3 e
2 1 2 1

* *
ψ 1 (x )ψ 2 (x ) ψ 2 (x )ψ 1 (x )

2 2 2 2 2
Ψ(x,t) = a1 ψ 1 + a2 ψ 2 + a2 a1 ψ 2 ψ 1 e − i[(ω 2 −ω 1 )t −(ϕ 2 −ϕ 1 ) −(α 2 −α 1 )] + a2 a1 ψ 2 ψ 1 e + i[(ω 2 −ω1 )t −(ϕ 2 −ϕ 1 ) −(α 2 −α
(74)
2 2 2 2 2
Ψ( x, t) = a1 ψ 1 ( x) + a2 ψ 2 ( x) + 2 a1 a2 ψ 1 ( x) ψ 2 ( x) cos{(ω 2 − ω 1 ) t − [ϕ 2 ( x) − ϕ 1 ( x)] − (α 2 − α 1 )}
(75)

esta expressão mostra que a densidade de probabilidade de uma superposição de auto-estados de


E 2 E1
energia, varia no tempo com uma freqüência angular ω = ω 2 − ω1 = − , donde
h h
ΔE
E 2 − E1 = h(ω 2 − ω1 ) => ΔE = E 2 − E1 = h( f 2 − f 1 ) . Chamando f = f 2 − f 1 => ΔE = hf => f = .
h
Esta freqüência de oscilação da densidade de probabilidade é a mesma freqüência do fóton (onda
eletromagnética) que poderá ser emitido se o elétron passar do nível de energia E2 para o nível E1.

dQ
Sendo a densidade de cargas do elétron ρV = proporcional à densidade de probabilidade,
dV
ΔE
conclui-se que a carga do elétron numa transição vibra na mesma freqüência f = que a
h
dQ
densidade de probabilidade, sendo esta a freqüência da corrente elétrica gerada i(t) = e do
dt
campo elétrico irradiado. Considerando apenas a variação no tempo
2
Ψ(x,t) = ρV = cos(ω 2 − ω1 )t = cos2π ( 1f 2 2− 3f1 )t
(75)
f

Vemos pela primeira equação de Maxwell, ∫ ε E ⋅dS = ∫ ρ


S V
V dV = Q , que o campo elétrico E
irradiado varia no tempo com a mesma freqüência f = f 2 − f 1 da densidade de probabilidade
2
Ψ( x, t) , confirmando, naturalmente, a teoria de Planck.

Ondas eletromagnéticas só existem quando as cargas/correntes que geram a onda variam no tempo.
Um elétron num estado estacionário tem a sua densidade de probabilidade invariante no tempo,
2 2
Ψn ( x, t) = ψ n ( x) , portanto, a densidade de cargas também não varia no tempo e, naturalmente,
não há emissão de onda eletromagnética.

Porque o cosseno varia ente –1 e +1, vemos que os máximos e mínimos, no tempo, da densidade de
probabilidade dada por (75)
€ são, para uma dada posição x:
€ € 2
máximo de Ψ (x,t) = ( a1ψ 1 (x) + a2ψ 2 (x) )
2

2 2
mínimo de Ψ (x,t) = ( a1ψ 1 (x) − a2ψ 2 (x) )

10. Probabilidade

na superposição de dois estados

Considerando, ainda, a superposição de dois estados



13
Ψ(x,t) = a1Ψ1 (x,t) + a2Ψ2 (x,t) (76)

e lembrando que a probabilidade de o elétron estar nos dois estados simultaneamente (superposição)
é de 100%, vamos obter esta probabilidade = 1, integrando a expressão (68) da densidade de
probabilidade:
+∞ 2 2 +∞ 2 2 +∞ 2
∫1 4 Ψ(x,t)
−∞
dx = a ∫ ψ (x) dx + a ∫ ψ (x) dx +
4 2 4 43
1
1 44 2 4 43
−∞
1
1 4 4 2 4 43
2
−∞
2

1 1 1
+∞ +∞ (77)
* − i(w 2 −w 1 )t * * i(w 2 −w 1 )t *
+a a e
1 2 ∫1 4 ψ44(x)ψ
−∞ 1 (x)dx + a a e
2 4 4 43 2 2 1 ∫1 4 ψ44(x)ψ
−∞ 2 (x)dx
1
2 4 4 43
0 0

2 2
a1 + a2 = 1 (78)

Interpretamos a1 como sendo a probabilidade de a medida colapsar para o estado Ψ1 (x,t) e a2


2 2

como sendo a probabilidade de a medida colapsar para o estado Ψ2 (x,t) .

11. Superposição re-escrita em função de ψ n (x) . Cálculo do produto interno

Vamos reescrever um termo qualquer an Ψn (x,t) da superposição de estados explicitando a função


característica (eigenfunction) ψ n (x)

− iω t − iω t
an Ψn (x,t) = anψ1 n4(x)e
2 4 3 = a14n e2 43 ψ n (x) (79)
Ψn (x,t ) cn (t)

an Ψn (x,t) = c n (t)ψ n (x) (80)


−iω t
onde c n = c n (t) = an e (81)
E
−i n t
usando (7), ω = E /h c n (t) = an e
− iω t
= an e h (82)

fazendo t = 0, obtemos an = c n (0) (83)


En
− iω t −i t
€ c n = c n (t) = cn (0)e = c n (0)e h (84)

− iω t −iω t
c n (t) = an e = an e
sendo 12 3 (85)
1

an = c n (t) = c n (0) (86)



substituindo an Ψn (x,t) = c n (t)ψ n (x) na solução geral

Ψ(x,t) = a1Ψ1 (x,t) + a2Ψ2 (x,t) + a3 Ψ3 (x,t) + ...+ an Ψn (x,t)


(87)

14
obtemos Ψ(x,t) = c1ψ 1 (x) + c 2ψ 2 (x) + c 3ψ 3 (x) + ... + c nψ n (x) = ∑c ψn n (x) (88)
n

A partir desta solução geral, podemos obter qualquer coeficiente genérico c m = c m (t) . Basta
multiplicar ambos os membros da solução pelo conjugado de ψ m (x) e integrar

ψ *m (x)Ψ (x,t) = c1ψ *m (x)ψ 1 (x) + c 2ψ *m (x)ψ 2 (x) + ...+ ψ *m (x)c mψ m (x) + ... + c nψ *m (x)ψ n (x)
(89)
+∞ +∞ +∞ +∞
∫−∞
ψ m* (x)Ψ (x,t)dx = c1 ∫−∞ψ *m (x)ψ 1 (x)dx + ... + c m ∫−∞ψ *m (x)ψ m (x)dx + ...+ c n ∫−∞ ψ *m (x)ψ n (x)dx
1 4 44 2 4 4 43 1 4 4 4 2 4 4 43 1 4 44 2 4 4 43
0 1 0

(90)

Levando em consideração que essas funções características (ou auto funções, eigenfunctions) ψ n (x)
são sempre ortonormais, i.e.,
+∞ ⎧1 se m = n
∫ ψ m* ( x)ψ n ( x) dx = δ mn = ⎨ onde δmn = delta de Kronecker (91)
−∞
⎩0 se m ≠ n

obtemos o valor de c m = c m (t) que é o produto interno entre a auto-função ψ m (x) e a função de
estado Ψ(x,t) . Este produto interno é representado por ψ m Ψ .
+∞

*
c m = c m (t) = ψ m Ψ = −∞
ψ m (x)Ψ (x,t)dx => produto interno (92)

Naturalmente, podemos trocar m por n, i, j, k … ou qualquer outra letra que represente um inteiro.

12. Probabilidade e relação entre os coeficientes {c n }

Anteriormente, calculamos a densidade de probabilidade considerando a superposição de apenas


dois estados. Agora, vamos calculá-la de uma maneira mais geral observando que os passos e a
interpretação física são os mesmos.
€2
* * * * * * * * *
Ψ(x,t) = Ψ (x,t)Ψ (x,t) = [c1 ψ 1 + c2ψ 2 + c 3ψ 3 + ...+ c nψ n ] [c1ψ 1 + c2ψ 2 + c 3ψ 3 + ... + c nψ n ] (93)

efetuando as multiplicações
2
Ψ(x,t) = c{1*c1ψ{ 1*ψ 1 + c1*c 2ψ 1*ψ 2 + c1* c 3ψ 1*ψ 3 + ...+ c1* cnψ 1*ψ n +
2 2
c1 ψ1
* * * * * * * *
+ c c ψ 2ψ 1 + c{2c 2 ψ1 22ψ3 2 + c 2 c3ψ 2ψ 3 + ... + c 2c nψ 2ψ n +
2 1
2 2
c2 ψ 2

* * * * * * * * (93)
+ c3 c1ψ 3ψ 1 + c 3c 2ψ 3ψ 2 + c{3 c 3ψ1 23ψ3 3 + ... + +c 3 c nψ 3ψ n + ...
€ c3
2
ψ2
2


... + cn*c1ψ *nψ 1 + c *n c2ψ *nψ 2 + c *n c 3ψ *nψ 3 + ...+ c{*n c n ψ1 2*nψ3 n
2 2
cn ψ n

A probabilidade
€ é sempre obtida integrando-se a densidade de probabilidade. A probabilidade de o
elétron estar na superposição de estados é, naturalmente, 100%, porque, de acordo com a solução
geral da equação de Schrödinger, com certeza, ele está numa superposição de estados. Assim,

15


−∞
2
∫ Ψ(x,t)
−∞
dx = 1 (94)

Então, integrando-se ambos os membros da expressão anterior e igualando a 1, obteremos a relação


entre os coeficientes {c n } . Porque as funções ψ m (x) e ψ n (x) são ortonormais, todas as integrais do
+∞ +∞

tipo ∫c *
m n
*
c ψ ψ n dx = c c
m
*
m n ∫ψ *
ψ n dx
m
, para m ≠ n , serão nulas, restanto apenas as integrais onde
−∞ 1 4 2 43
−∞
0
+∞ +∞ +∞
2 2

m = n , do tipo ∫c * *
c ψ ψ m dx = c c
m m m
*
m m ∫ψ ψ m dx = c m ∫ ψ m dx
*
m 2
que são iguais a c m .
−∞ 1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
−∞
1 1

Integrando ambos os membros


+∞ +∞ +∞ +∞ +∞
2
∫−∞ Ψ(x,t) dx = c{1 c21−∞∫ ψ 1ψ 1dx + c1 c 2−∞∫ ψ 1ψ 2dx + c1 c3 −∞∫ ψ 1ψ 3dx + ...+ c1 c n −∞∫ ψ 1ψ n dx +
* * * * * * * *

1 44 2 4 43 c 2 1 4 2 43 1 4 2 43 1 4 2 43 1 4 2 43
1 1 0 0 0
+∞ +∞ +∞ +∞

+ c2*c1 ∫ ψ *2ψ 1 dx + c{*2 c 2 ∫ ψ *2ψ 2 dx + c *2 c 3 ∫ ψ *2ψ 3 dx + ... + c *2c n ∫ ψ *2ψ n dx +


1 4 2 43
−∞
c 2 1 4 2 43
2 −∞
1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
−∞
0 1 0 0
+∞ +∞ +∞ +∞ (95)
* * * * * * * *
+ c c ∫ ψ ψ 1 dx + c c ∫ ψ ψ 2 dx + c{ c ∫ ψ ψ 3 dx + ... + +c c ∫ ψ ψ n dx + ...
3 1 3 3 2 3 3 3 3 3 n 3
1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
c 3 −∞
2
1 4 2 43
−∞
0 0 1 0
+∞ +∞ +∞ +∞

... + cn*c1 ∫ ψ *nψ 1 dx + c *n c 2 ∫ ψ *nψ 2 dx + c *n c 3 ∫ ψ *nψ 3 dx + ...+ c{*n c n ∫ ψ *nψ n dx


1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
−∞ 1 4 2 43
−∞
c n 1 4 2 43
2 −∞

0 0 0 1

2 2 2 2
donde c1 + c 2 + c 3 + ...+ c n =1 (96)

2
ou ∑c n =1 (97)
n

13. Densidade de probabilidade no caso da superposição de n estados

Das expressões deduzidas anteriormente, temos

€ am = am e iα m e an = an e iα n (98)

c m = am e c n = an (99)

c n = c n (t) = an e −iω n t = an e iα n e − iω n t (100)

c m = c m e −i(ω m t −α m ) e c n = c n e −i(ω n t −α n ) (101)

A função característica (eigenfunction) também pode ser escrita na forma polar

16
ψ m (x) = ψ m (x)e iϕ m (x )
e ψ n (x) = ψ n (x)e iϕ n (x )
(102)

Usando as expressões acima, vamos re-escrever os produtos que têm os índices m e n diferentes na
expressão (93) da densidade de probabilidade

c *mc nψ *m (x)ψ n (x) = c m e + i(ω m t −α m ) c n e − i(ω n t −α n ) ψ m (x)e − iϕ m (x ) ψ n (x)e + iϕ n (x ) (103)

* * +i{ (ω m −ω n )t −[ϕ m (x )−ϕ n (x )]−[α m −α n ]} iy


c mc nψ m (x)ψ n (x) = c m c n ψ m (x) ψ n (x)e = Ye
(104)

analogamente

* * − i{(ω m −ω n )t −[ϕ m (x )−ϕ n (x )]−(α m −α n )} − iy


c n (t)c m (t)ψ n (x)ψ m (x) = c n c m ψ n (x) ψ m (x)e = Ye
(105)

Observamos que os termos que têm índices diferentes se somam aos pares. As somas são do tipo
Ye iy + Ye − iy = 2Y cos(y) , i.e., são dois complexos conjugados cuja resultante fica no eixo real e
oscila com o passar do tempo.

c *m (t)c n (t)ψ *m (x)ψ n (x) + c *n (t)c m (t)ψ *n (x)ψ m (x) =


= 2a1 m4 a4n ψ4 m2(x) (106)
4 4ψ 4n (x)
3 cos{(ω m −ω n )t − [ϕ m (x) − ϕ n (x)]− (α m − α n )}
Y

ou
* * * *
c m (t)c n (t)ψ m (x)ψ n (x) + c n (t)c m (t)ψ n (x)ψ m (x) = 2Ymn (x)cos[ω mn t − ϕ mn (x) − α mn ]
(107)
2
A densidade de probabilidade Ψ( x, t) , expressão (93), tem termos que não variam no tempo e
outros, dados pela expressão acima, que variam no tempo com a freqüência igual à diferença das
Em En
freqüências correspondentes a dois níveis distintos de energias, ωmn = ω m − ω n = − .
h h

A expressão da densidade de probabilidade a seguir, prevê, portanto, a possibilidade de transição do


elétron entre dois estados quaisquer, sempre com a freqüência igual ao que poderia ter o respectivo
fóton emitido ou absorvido, confirmando a teoria de Planck.
2 2 2 2 2 2 2 2 2
Ψ(x,t) = c1 ψ 1 (x) + c 2 ψ 2 (x) + c 3 ψ 2 (x) + ... + c n ψ n (x) +
+ 2c 2 c1 ψ 2 (x) ψ 1 (x) cos{(ω 2 − ω1 )t − [ϕ 2 (x) − ϕ 1 (x)]− (α 2 − α 1 )} +
+ 2c 3 c1 ψ 3 (x) ψ 1 (x) cos{(ω 3 − ω1 )t − [ϕ 3 (x) − ϕ 1 (x)]− (α 3 − α 1 )} + ...
... + 2c n c1 ψ n (x) ψ 1 (x) cos{(ω n − ω1 )t − [ϕ n (x) − ϕ 1 (x)]− (α n − α 1 )} +
(108)
+ 2c 3 c 2 ψ 3 (x) ψ 2 (x) cos{(ω 3 − ω 2 )t − [ϕ 3 (x) − ϕ 2 (x)]− (α 3 − α 2 )} +
+ 2c 4 c 2 ψ 4 (x) ψ 2 (x) cos{(ω 4 − ω 2 )t − [ϕ 4 (x) − ϕ 2 (x)]− (α 4 − α 2 )} +
... + 2c n c 2 ψ n (x) ψ 2 (x) cos{(ω n − ω 2 )t − [ϕ n (x) − ϕ 2 (x)]− (α n − α 2 )} +
+ 2c 4 c 3 ψ 4 (x) ψ 3 (x) cos{(ω 4 − ω 3 )t − [ϕ 4 (x) − ϕ 3 (x)]− (α 4 − α 3 )} + ...

17
A figura abaixo ilustra como foram obtidas as freqüências na expressão acima, correspondentes a
todas as possíveis transições.

14. Densidade de probabilidade de um estado estacionário


+ikx −ikx +iφ +iφ Bn
Sendo ψ n (x) = An e + Bn e , An = An e An e Bn = Bn e , e a energia total do elétron sendo
maior do que a sua energia potencial, podemos mostrar que:
2 2
ψ n (x) = Ane + ikx + Bne −ikx = An 2 + Bn 2 + 2An Bn cos(2kx + φB − φA n ) = Ψn (x,t)
n

cujo gráfico tem o aspecto abaixo, desde que k ∈ℜ .

Parte II - Valor esperado, desvio padrão weber@globo.com

1. Sistemas conservativos

Na física clássica, um sistema é dito conservativo se as forças sobre ele são tais que o trabalho
realizado independe do caminho, implicando que o trabalho realizado ao longo de um caminho
fechado é zero. Qualquer força conservativa tem origem em uma energia potencial U independente
do tempo. Se as forças atuando sobre uma partícula clássica são conservativas então a energia total
E da partícula é conservada, i.e., E=K+U=constante. Isso equivale a dizer que se a energia cinética
K do corpo aumenta então a energia potencial U diminui, e vice-versa, de modo a manter a energia
total E constante (conservada). Num sistema conservativo as transformações de energia são tais
que não existe degradação da energia e o sistema poderia, teoricamente, ficar trocando energias
internamente por longo tempo.

18
Na física quântica, um sistema é dito conservativo se a energia potencial U não variar com o tempo.
Em conseqüência, o hamiltoniano H também não varia no tempo

sistema conservativo  U independe de t

2. Estados estacionários

Os chamados estados estacionários só existem em sistemas conservativos e neste caso é possível


separar as variáveis x e t.
−iω t
Ψn (x,t) = ψ1 n2(x)
3 e1 2 3
n

Separando as variáveis, , podemos ver que a densidade de probabilidade


depende de x depende de t
2 2 − iω t
Ψn ( x, t) = ψ n ( x) não depende do tempo porque e n
=1 .

Por isso, essa função de onda Ψn (x,t) é chamada estado estacionário.

Estados estacionários são uma idealização. No mundo real um estado estacionário pode existir em
um tempo inicial, mas o sistema não permanecerá neste estado indefinidamente. Apenas um sistema
totalmente isolado poderia, em princípio, permanecer no estado estacionário por todo tempo, mas
no mundo real um sistema não pode ser isolado das influências externas, incluindo os campos
eletromagnéticos.

O que ocorre na prática é que um sistema pode ficar no estado estacionário o tempo suficiente para
medi-lo. E.g., elétrons podem ficar em estados estacionários excitados por períodos que variam
entre 10-9 a 10-2 s, tempo mais que suficiente para se realizar medidas.

3. Variáveis discretas aleatórias

Consideremos, por exemplo, uma experiência que consiste em medir, inúmeras vezes, as posições x
que uma partícula aleatória aparece em pontos de uma linha (eixo x). Você poderia imaginar que
cada vez que a partícula aparecesse, acenderia um pontinho luminoso na linha e você anotaria o
valor da posição xn.

Depois de inúmeras medidas você consegue tabular as respectivas probabilidades da partícula


aparecer em cada posição xn. E.g., se de 1000 medidas, a partícula aparece 200 vezes na posição x4
e 130 vezes na posição x15, dentre outras, então as probabilidades p4=0,2 e p15=0,13.

As posições x formam um conjunto de variáveis aleatórias {x n } = {x1, x 2 , x 3 , ...} com as respectivas


probabilidades {pn } = { p1, p2 , p3 , ...} .

O conjunto de probabilidades {p1 , p2 , p3 , ...} versus {x n } é chamado distribuição de probabilidades e


satisfaz a condição de normalização
∑p
todos n
n =1

ou p1 + p2 + p3 + ... + pn =1

19
O valor médio ou valor esperado das, teoricamente, infinitas medidas realizadas é

〈 x〉 = ∑x n pn valor esperado
todos n

ou 〈x〉 = p1x 1 + p2 x 2 + p3x 3 + ...+ pn x n

Neste somatório, cada posição xn é multiplicada por um “peso”, que é a probabilidade pn da posição
xn aparecer na medida.

O espalhamento provável das saídas xn em torno do seu valor médio 〈x〉 é dado pelo desvio padrão
ou incerteza de x, denominado Δx . O quadrado do desvio padrão é a variância, definida como o
valor esperado do desvio simples [x n − 〈x〉] ao quadrado:

2
(Δx) = ∑ [1x4n 2− 〈x〉
2
43 ] pn
n
variância
desvio

[x n − 〈x〉] é o desvio simples de xn em relação ao seu valor esperado 〈x〉 . Este desvio simples pode
2
ser positivo ou negativo e seu valor médio zero. Por isso, a variância (Δx) é definida como a
média do quadrado deste desvio simples.

A variância pode ser re-escrita


2 2
(Δx) = ∑ [ x n − 2〈x〉x n + 〈x〉 ] pn
2 2

sabendo-se que a média 〈x〉 é um número que não depende de n, vem

(Δx)2 = ∑ x n2 pn − 2〈x〉∑ x n pn + 〈x〉2 ∑ pn


14n 2 43 14n 2 43 1n2 3
〈x2 〉 〈x〉 1

2 2 2 2 2 2
(Δx) = 〈x 〉 − 2〈x〉〈 x〉 + 〈x〉 = 〈x 〉 − 2〈x〉 + 〈x〉

2 2 2
(Δx) = 〈x 〉 − 〈x〉 variância

Δx = 〈 x 2 〉 − 〈 x〉2 desvio padrão ou incerteza



Esta equação diz que a variância é a diferença entre a média do quadrado e o quadrado da média
da variável aleatória.

4. Variáveis aleatórias contínuas



∑nx n pn ,
De forma semelhante ao valor esperado de variáveis aleatórias discretas, 〈x〉 = todos

definimos o valor esperado de variáveis aleatórias contínuas 〈x〉 = ∫ x dP .


todo x

Para o caso do elétron, em uma dimensão, a densidade de probabilidade significa a probabilidade
dP 2 2
por comprimento, = ψ n (x) . Logo, dP = ψ n (x) dx é a probabilidade de o elétron estar num
dx
intervalo infinitesimal dx, no entorno de um dado valor de x. Em termos mais simples, dP é a
probabilidade de encontrarmos o elétron na posição x, após inúmeras medidas. Observe que o
20
integrando do valor esperado 〈x〉 contêm o valor da posição x multiplicado pela probabilidade de o
elétron estar nesta posição x , i.e.,
x dP = posição x x probabilidade de o elétron estar na posição x

A integral que dá o valor esperado de x é, portanto, a soma de todos os infinitos valores de x, sendo
cada um ponderado (multiplicado) pela probabilidade (“peso”) de aparecer o elétron nesta posição.

O valor esperado na posição 〈x〉 também é representado pela notação 〈Ψn x Ψn 〉 porque Ψ = Ψ *Ψ
2

. Assim
2
* *
x dP = x 1Ψ(x,t)
4 2 4 3dx = x Ψ
1 4(x,t)Ψ(x,t)
4 2 4 43 dx = Ψ (x,t) x Ψ(x,t) dx
dP Ψ (x,t ) 2

2
temos 〈 x〉 = ∫ x dP = ∫ x
todo x todo x
Ψ( x, t) dx


*
ou 〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = Ψ (x,t) xΨ (x,t)dx
todo x

o valor esperado de x2 é dado por


2
〈x 2 〉 = 〈Ψn x 2 Ψn 〉 = ∫ x 2 Ψ (x,t) dx = ∫ Ψ * (x,t) x 2 Ψ (x,t)dx
todo x todo x

e o desvio padrão ou incerteza em x é

Δx = 〈 x 2 〉 − 〈 x〉2

5. Superposição de estados

Ψ(x,t) = a1Ψ1 (x,t) + a2Ψ2 (x,t) + a3 Ψ3 (x,t) + ...+ an Ψn (x,t)

an = an e iα n ∈C = complexos, i = -1

Para o caso de estados estacionários
− iω n t −iω n t
an Ψn (x,t) = anψ1 n4(x)e
2 4 3 = a14n e2 43 ψ n (x)
Ψ n (x,t ) cn (t )

an Ψn (x,t) = c n (t)ψ n (x)

então Ψ(x,t) = c1 (t)ψ 1 (x) + c 2 (t)ψ 2 (x) + c3 (t)ψ 3 (x) + ... + c n (t)ψ n (x)

−iω n t iα −iω n t − i(ω n t −α n )


c n = c n (t) = an e = an e n e → c n (t) = an e

an = c n (0)

an = c n (t) = c n (0)

21
6. Valor esperado da posição x num estado estacionário

No estado estacionário, a densidade de probabilidade não depende do tempo, assim:


− iω n t 2 2
Ψn (x,t) = ψ n (x)e → Ψn (x,t) = ψ n (x)

o valor esperado da posição é


+∞

〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = ∫ Ψ (x,t) x Ψ (x,t)dx


−∞
*
n n

+∞

〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = ∫ ψ n (x)e


* iω t −iω t
x ψ n (x)e dx
−∞

+∞

〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = ∫ ψ *n (x) x ψ n (x)dx


−∞

+∞
2
〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = ∫
−∞
ψ n (x) x dx para um estado estacionário

7. Valor esperado da posição x num estado estacionário do gás de Fermi unidimensional

O gás de Fermi a uma dimensão é também chamado de poço quadrado de potencial infinito (nas
paredes). O elétron dentro do poço é livre (U=0) e está no intervalo 0 < x < a . Neste caso, o valor
esperado de x num estado estacionário é o meio do intervalo (a /2) , conforme demonstração abaixo:

2 nπ
Deduzimos em aula que: ψ n (x) = i sen( x)
a a

1 1
Substituindo ψ n (x) na fórmula do valor esperado de x, e usando sen a =
2
− cos2a , vem:
2 2
a a
2 nπ 2 ⎡1 1 2nπ ⎤
〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 = ∫ x sen2 ( x) dx = ∫ x ⎢ − cos( x)dx ⎥
0
a a a 0 ⎣2 2 a ⎦

⎡a a ⎤
1⎢ 2nπ ⎥
〈x〉= 〈Ψn x Ψn 〉= ⎢∫ xdx − ∫ {
x cos( x)dx ⎥
a 0 a
0 u 1 4 4 2 4 43 ⎥

⎣ dv ⎦

u= x → du = dx
2nπ a 2nπ
dv = cos( x)dx → v = sen( x)
a 2nπ a
∫ udv = uv − ∫ vdu

22
a
⎧ ⎡ ⎤⎫
2 a
1 ⎪⎡x ⎤ ⎢ a 2nπ a 2nπ ⎥⎪
〈x〉= 〈Ψn x Ψn 〉= ⎨⎢ ⎥ − ⎢x{ sen( x) − ∫ sen( x) dx
{ ⎬
a ⎪⎣ 2 ⎦0 u 2nπ
1 4 4 2 4 a4 3 2nπ
1 4 4 2 4 a4 3 du ⎥ ⎪

⎣ ⎥
⎦0 ⎭
⎩ v v

a
1⎧ 2nπ ⎤ ⎫
2
⎪⎡a ⎤ ⎡ a 2nπ a a ⎪
〈x〉= 〈Ψn x Ψn 〉= ⎨⎢ ⎥ − ⎢x sen( x) + cos( x)⎥ ⎬
a⎪
⎩⎣ 2 ⎦ ⎣ 2nπ a 2nπ 2nπ a ⎦0 ⎪

⎧⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎫
1 ⎡a 2 ⎤ 1 a ⎪⎢ 2nπ a 2nπ ⎥ ⎢ 2nπ a 2nπ ⎥⎪
〈x〉= 〈Ψn x Ψn 〉= ⎢ ⎥− ⎨ a sen( a) + cos( a) − 0 sen( 0) + cos( 0) ⎬
a ⎣ 2 ⎦ a 2nπ ⎪⎢1 44 2 4a 43 2nπ 1 4 2 a4 3 ⎥ ⎢1 44 2 4a 43 2nπ 1 4 2 a4 3 ⎥⎪

⎩⎣ 0 1
⎥ ⎢
⎦ ⎣ 0 1

⎦⎭

a
〈x〉 = 〈Ψn x Ψn 〉 =
2

8. Valor esperado de x na superposição de dois estados m e n no gás de Fermi

Ψ(x,t) = c m (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)


a

〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = ∫ Ψ * (x,t) x Ψ(x,t)dx


0

〈x〉 = 〈Ψ x Ψ 〉 = ∫ [c *m (t)ψ *m (x) + c *n (t)ψ *n (x)] x [cm (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)]dx
0

〈x〉= 〈Ψ x Ψ〉= ∫ x[c *m c mψ *mψ m + cn*c nψ *nψ n + c *mc nψ *mψ n + c *n c mψ *nψ m ] dx


0

a a a a

〈x〉= 〈Ψ x Ψ〉= c{m* c m ∫ xψ *mψ m dx + c{n*c n ∫ xψ *nψ n dx + c{*m cn ∫ xψ *mψ n dx + c{*n c m ∫ xψ n*ψ m dx
cm
2 0
1 4 2 4 3 cn
2 0
1 42 4 3 Ce +i θ 1
0 4 2 4 3 Ce − iθ 1
0 4 2 4 3
a a Imn Inm
2 2

6 4 4 4 44 7θ 4 4 4 4 48
* + i(ω m t −α m) −i(ω n t −α n ) +i[(ω m −ω n )t −(α m −α n )]
c c = cm e
m n cn e = 1c m2 c3n e = Ce +iθ
C

c *n c m = c n e +i(ω n t −α n ) c m e −i(ω m t −α m ) = c n c m e −i[(ω m −ω n )t −(α m −α n )] = Ce −iθ

onde C = c m c n = am an e θ(t) = (ω m − ω n )t − (α m −α n )

2 nπ
Gás de Fermi ψ n (x) = i sen( x)
a a

23
a a
⎡ 2 mπ ⎤ ⎡ 2 nπ ⎤
I mn = ∫ xψ ψ n dx = ∫ x ⎢−i sen(
*
m x)⎥ ⎢i sen( x)⎥dx
⎣ a a ⎦ ⎣ a a ⎦
0 0
1 4 4 4 2 4 4 43 1 4 44 2 4 4 43
ψ *m (x ) ψn
a a
2 mπ nπ
I mn = ∫ xψ mψ n dx = ∫
*
x sen( x) sen( x) dx
0
a0 a a

1
considerando que sen(a) sen(b) = [cos(a − b) − cos(a + b)] , obtemos:
2
a a
2 1 ⎧ ⎡(m − n)π ⎤ ⎡(m + n)π ⎤⎫
I mn = ∫ xψ ψ n dx = ∫ x ⎨cos⎢
*
m x ⎥− cos⎢ x ⎥⎬dx
0
a 0 2⎩ ⎣ a ⎦ ⎣ a ⎦⎭

⎧ ⎫
a
1⎪⎪a a ⎪
⎡(m − n)π ⎤ ⎡(m + n)π ⎤ ⎪ 1
I mn = ∫ xψ mψ n dx = ⎨∫ x cos⎢ x ⎥dx − ∫ x cos⎢
*
x ⎥dx ⎬= {I1 − I2 }
a ⎪0 ⎣ a ⎦ ⎣ a ⎦ a
0 1 4 4 44 2 4 4 4 43 10 4 4 44 2 4 4 4 43 ⎪

⎩ I1 I2 ⎪

a
a
⎧ ⎫
⎡(m − n)π ⎤ ⎪ a ⎡(m − n)π ⎤ a ⎡(m − n)π ⎤ ⎪
I1 = ∫ x
{ cos⎢ x dx = ⎨x
a 4 4 4⎥
{ sen ⎢ x⎥ − ∫ sen⎢ x ⎥ dx
{ ⎬
0 u 1 4⎣4 4 2 ⎦3 ⎪u (m
1 4−4n)π
4 44 2 ⎣4 4 a4 4 43 ⎦ (m
1 4−4n)π
4 44 2⎣4 4 a4 4 43 ⎦ du ⎪
dv ⎩ v v ⎭0

a a
⎡(m − n)π ⎤ ⎧ a ⎡(m − n)π ⎤ a a ⎡(m − n)π ⎤⎫
I1 = ∫ x cos⎢ x ⎥dx = ⎨x sen ⎢ x ⎥+ cos⎢ x ⎥⎬
0 ⎣ a ⎦ ⎩ (m − n)π ⎣ a ⎦ (m − n)π (m − n)π ⎣ a ⎦⎭0

a
⎡(m − n)π ⎤ a ⎧ a ⎡(m − n)π ⎤ a ⎡(m − n)π ⎤⎫
I1 = ∫ x cos⎢ x ⎥dx = ⎨ cos⎢ a⎥ − cos⎢ 0 ⎥⎬
0 ⎣ a ⎦ (m − n)π ⎩(m − n)π ⎣ a ⎦ (m − n)π ⎣ a ⎦⎭

a 2
⎡(m − n)π ⎤ ⎡ a ⎤
I1 = ∫ x cos⎢ x ⎥dx = ⎢ ⎥ {cos[(m − n)π ] − 1}
0 ⎣ a ⎦ ⎣(m − n)π ⎦

analogamente
a 2
⎡(m + n)π ⎤ ⎡ a ⎤
I 2 = ∫ x cos⎢ x ⎥dx = ⎢ ⎥ {cos[(m + n)π ] − 1}
0 ⎣ a ⎦ ⎣(m + n)π ⎦

⎧ ⎫
1⎪ ⎪
a 2 2
⎪⎡ a ⎤ ⎡ a ⎤ ⎪
I mn = ∫ xψ ψ n dx = ⎨⎢
*
m ⎥ {cos[(m − n)π ]− 1} − ⎢ ⎥ {cos[(m + n)π ]− 1}⎬
0
a ⎪⎣(m − n)π
1 4 4 4 4⎦44 2 4 4 4 4 4 43 ⎣(m + n)π
1 4 4 4 4⎦44 2 4 4 4 4 4 43 ⎪

⎩ I1 I2 ⎪

a
a ⎧cos[(m − n)π ] −1 cos[(m + n)π ] −1⎫
I mn = ∫ xψ *mψ n dx = ⎨ − ⎬
0
π 2 ⎩ (m − n)2 (m + n)2 ⎭

para calcular Inm basta comutar m e n, e a integral acima dá o mesmo valor, porque o cosseno é par
a

I nm = ∫ xψ nψ m dx = I mn
*

24
A paridade de (m-n) é a mesma de (m+n), i.e., se (m-n) for par, então (m+n) também é par, se (m-n)
for ímpar, então (m+n) também é ímpar.

a) Se (m-n) ou (m+n) for par, então Imn = Inm = 0 porque cos[(m − n)π ] = cos[(m + n)π ] = 1

2 a 2 a a 2 2
a
〈x〉= 〈Ψ x Ψ〉= c m + cn = ( cm + cn ) => 〈x〉 = 〈Ψ x Ψ 〉 = (m ± n) par
2 2 2 1 44 2 4 43 2
1

b) Se (m-n) ou (m+n) for ímpar, então


a
2a ⎧ 1 1 ⎫ 8a mn
I mn = ∫ xψ *mψ n dx = 2 ⎨ 2 − 2 ⎬= − 2
0
π ⎩(m + n) (m − n) ⎭ π (m − n 2 ) 2
2

a 2 2 a
〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = ( c m + c n ) + Ce +iθ Imn + Ce − iθ I mn = + I mn[Ce + iθ + Ce −iθ ]
2 1 44 2 4 43 2 1 4 4 2 4 43
1 2C cosθ

a
〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = + 2I mnC cosθ , substituindo I mn, C e θ vem:
2

a 16a mn
〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = − 2 c c cos[(ω m − ω n )t − (α m − α n )] (m ± n) ímpar
2 π (m − n 2 ) 2 n m
2

Exemplo: cosiderando a superposição dos dois primeiros estados, m=2 e n=1, e supondo
1 iα 1 iα 1
am = e e an = e , isto é, c m = am = c n = an = , temos:
2 2 2

1 iα 1 iα
Ψ(x,t) = e Ψ1 (x,t) + e Ψ2 (x,t)
2 2

a 16a 2 1 1
〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = − 2 2 2 2 cos[(ω 2 − ω1 )t − (α − α )]
2 π (2 − 1 ) 2 2

a 16a 2 1
€ 〈x〉= 〈Ψ x Ψ〉= − cos[(ω 2 − ω1 )t ]
2 π2 9 2
a 16a
〈x〉 = 〈Ψ x Ψ〉 = − cos[(ω 2 − ω1 )t]
2 9π 2

〈x〉 = 〈Ψ x Ψ 〉 = a{0,5 − 0,18 cos[(ω 2 − ω1 )t]} varia no tempo

9. Operadores
)
Operador energia potencial U ≡U

€ ) )p2 h2 ∂ 2
Operador energia cinética K≡ =−
2m 2m ∂x 2

25
) ) ) )p2 )
Operador hamiltoniano = energia total H ≡ K +U = +U
2m

) h2 ∂2
ou H =− + U (x,t)
2m ∂x 2
) ∂
Operador energia total E ≡ ih
∂t

) )
Equação de Schrödinger geral H Ψ( x, t) = E Ψ ( x, t)

)
Equação de Schrödinger independente do tempo H ψ ( x) = E ψ ( x) onde E é energia, um escalar,
)
chamado de autovalor (eigenvalue) do operador hamiltoniano H .

− iω n t
10. Valor esperado da energia num estado estacionário qualquer Ψn (x,t) = ψ n (x)e

+∞
) ) )
Valor esperado da energia E = H = Ψn H Ψn = ∫ Ψn* (x,t) H Ψn (x,t)dx
−∞

)
Operador hamiltoniano H aplicado no estado estacionário Ψn (x,t)
) ) − iω n t
H Ψn (x,t) = H ψ1 n4(x)e
243
Ψ n (x ,t )
)
Vimos que Hψ ( x) = Eψ ( x) ,
onde E é simplesmente a energia do estado estacionário e não o
operador energia. Assim a equação acima fica
) ) −iω n t
H Ψn (x,t) = H
14ψ2 n 4(x)
3 e
E nψ n (x )

) −iω n t
H Ψn (x,t) = E n ψ1 n4(x)e
243
Ψ n (x ,t )

)
€ H Ψn ( x, t) = E n Ψn ( x, t) para um estado estacionário

Substituindo na expressão do valor esperado


) ) +∞

H = Ψn H Ψn = ∫ Ψn* (x,t) E n Ψn (x,t)dx


−∞

e aí fica tudo muito fácil, porque En não é um operador é um escalar, e pode ser colocado fora da
integral
) ) +∞

H = Ψn H Ψn = E n ∫ Ψn* (x,t) Ψn (x,t)dx


1 4 4 4 2 4 4 43
−∞
1

) )
€ E = H = Ψn H Ψn = En estado estacionário

26
Esta equação diz que o valor esperado da energia num estado estacionário qualquer é com 100% de
certeza, um número constante E n (sharp energy). No caso do gás de Fermi unidimensional vimos
em aula que essas energias são dadas pela expressão:

h2π 2 2
En = n onde n = 1, 2, 3, ..., ∞
2ma 2

11. Valor esperado da energia numa superposição de dois estados quaisquer m e n

Ψ(x,t) = c m (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)

) ) a
)
H = Ψ H Ψ = ∫ Ψ (x,t) HΨ (x,t)dx
*

) ) a
)
H = Ψ H Ψ = ∫ [c *m (t)ψ *m (x) + c *n (t)ψ *n (x)] H[c m (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)]dx
0

) )
sendo Hψ m (x) = E mψ m (x) e Hψ n (x) = E nψ n (x)

a ⎡ ⎤
) ) ) ) ) )
H = Ψ H Ψ = ∫ ⎢c m c mψ m H ⎥
* * * * * * * *
ψ
12 3m + c c ψ
n n n{ H ψ n + c c ψ
m n m{ H ψ n + c n m n 123m dx
c ψ H ψ
⎢ ⎥
0
⎣ E mψ m Enψ m E nψ n E mψ m ⎦

) ) a a a a

H = Ψ H Ψ = c{mc m E m ∫ ψ mψ m dx + c{n c n E n ∫ ψ nψ n dx + c mc n E n ∫ ψ mψ n dx + c n c m E m ∫ ψ *nψ m dx


* * * * * * *

cm
2
10 4 2 4 3 cn
2
10 4 2 43 10 4 2 43 10 4 2 4 3
1 1 0 0

) )
Ψ é uma superposição de dois estados
2 2
E = H = Ψ H Ψ = cm Em + cn En onde

O valor esperado da energia total numa superposição de estados é constante, i.e., não depende do
tempo. Esta é a versão quântica para a conservação da energia. Considerando que a condição de
2 2
normalização diz que c m + c n = 1 , podemos concluir que o valor esperado da energia na
superposição de dois estados fica num valor intermediário E n ≤ E ≤ E m . No entanto, na
superposição de dois estados, o elétron, na realidade, está nos dois estados discretos de energia E m e
E n . Ele não pode ter energia igual ao valor esperado E , que é um valor intermediário. Portanto,
este valor esperado E pode ser interpretado como uma energia que o elétron teria se ele estivesse
num mundo clássico, onde as suas energias não seriam discretas, e sim contínuas. O valor esperado
é, portanto, uma espécie de ponte que liga o mundo quântico ao mundo clássico.

Exemplo: No caso do gás de Fermi, cosiderando a superposição dos dois primeiros estados, m=2 e
1 iα 1 iα 1
n=1, e supondo am = e e an = e , isto é, c m = am = c n = an = , temos:
2 2 2

1 iα 1 iα
Ψ(x,t) = e Ψ1 (x,t) + e Ψ2 (x,t)
2 2

27
h2π 2 2 h 2π 2 2 h2π 2 2
sendo En = n , temos E = 2 e En = 1
2ma 2 m
2ma2 2ma 2
2 2
2 2 2 2 ⎛ 1 ⎞ ⎛ 1 ⎞
E = c n E n + c m E m = c1 E1 + c 2 E 2 = ⎜ ⎟ E1 + ⎜ ⎟ E 2
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠

2 2 2 2
E + E2 h π 1 + 2
E = 1 = média aritimética
2 2ma2 2
2 2
5h π
E =
4ma2

12. Incerteza ΔE ou desvio padrão da energia no estado estacionário


2
Para calcularmos o desvio padrão (incerteza) ΔE = 〈 E 2 〉 − 〈 E〉 2 precisamos calcular 〈E 〉
) ) )
O operador H 2 = HH aplicado no estado estacionário Ψn (x,t) fica
) ) ) ) ) ) ) )
H 2 Ψn (x,t) = H[ HΨn (x,t)] = H[ Hψ n (x)e − iω n t ] = H[Hψ n (x)e −iω n t ] = H[ E nψ n (x)e − iω n t ]

) )
H 2 Ψn (x,t) = E n H
14ψ2n 4(x)
3 e
−iω n t
= E n E nψ n (x)e − iω n t = E n2ψ n (x)e −iω n t
E nψ n (x )

)
H 2 Ψn (x,t) = E n2 Ψn (x,t)

Calculando o valor esperado E2 para o estado estacionário


+∞ +∞
)2 )2 )2
E 2
= H = Ψn H Ψn = ∫ Ψn (x,t) H Ψn (x,t)dx = ∫ Ψn* (x,t) E n2 Ψn (x,t)dx
*

−∞ −∞
+∞

E 2 = E n2 ∫ Ψn* (x,t) Ψn (x,t)dx E 2 = E n2


donde
1 4 4 42 4 4 43
−∞
1

Sendo 〈E〉 = E n , o desvio padrão da energia no estado estacionário é zero, pois

2 2 2 2
ΔE = 〈E 〉 − 〈E〉 = E n − E n = 0

Nos estados estacionários a energia é perfeitamente definida através da equação de Schrödinger.
Não há incerteza, ΔE = 0 .

13. Incerteza ΔE ou desvio padrão da energia na superposição de dois estados m e n

Ψ(x,t) = c m (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)

28
De forma análoga ao que já fizemos para obter E
a
)2 )2 )
E 2
= H = Ψ H Ψ = ∫ Ψ * (x,t) H 2 Ψ(x,t)dx
0

a
)
E 2
= ∫ [c *m (t)ψ *m (x) + c *n (t)ψ *n (x)] H 2 [c m (t)ψ m (x) + c n (t)ψ n (x)]dx
0

) )
sendo Hψ m (x) = E mψ m (x) e Hψ n (x) = E nψ n (x)

2 2
obtemos E 2 = c m E m2 + c n E m2

2 2 2 2 2
e a variância fica (ΔE) 2 = 〈 E 2 〉 − 〈 E〉2 = [ c m E m2 + c n E n2 ] − [ c m E m + c n E n ]

2 2 2 2 2 4 2 2 2 4 2
(ΔE) = c m E m + c n E n − c m E m − 2c m c n E m E n − cn E n

2 2 2 2 2 2
e a incerteza ΔE = c m (1 − c m ) E m2 + c n (1 − c n ) E n2 − 2 c m c n E m E n

Exemplo: No caso do gás de Fermi, cosiderando a superposição dos dois primeiros estados, m=2 e
1 iα 1 iα 1
n=1, e supondo am = e e an = e , isto é, c m = am = c n = an = , temos:
2 2 2

2 2 2 2 2 2
(ΔE) 2 = c m (1 − c m )E m2 + c n (1 − cn ) E n2 − 2 cm cn Em En

1 ⎛ 1⎞ 1 ⎛ 1⎞ 1 1 1 2
(ΔE) 2 = ⎝1− ⎠ E 22 + ⎝1− ⎠ E12 − E 2 E1 = [ E 22 − 2E 2 E1 + E12 ] = [ E 2 − E1 ]
2 2 2 2 2 4 4

2 2
E − E1 3h π
ΔE = 2 ou ΔE =
2 4ma 2

29

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