Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Transformacao e a ~
Igreja Local
C l e i to n A l ve s d e O l i ve i ra , Ed i to r
"TRANSFORMAÇÃO
E A IGREJA LOCAL"
Páginas
1 O Papel da Igreja na Sociedade 04
2 Mínimo Irredutível 09
3 Lucas 2.52 e o Desenvolvimento de Jesus 14
Páginas
4 Disciplina de amor 19
5 A Roda da Sabedoria 24
6 Matemática do Reino 29
Páginas
7 Propósitos de Deus e a Janela da Igreja 34
Páginas
8 Sementes e Projetos-Semente 42
harvestfoundation.org 02
APRESENTAÇÃO
Com que frequência lemos jornais? Vamos supor que as notícias que lemos hoje são
verdadeiras. Os jornais informam que estamos em grande necessidade. Milhares de pessoas
continuam morrendo de Covid-19, AIDS e milhares de crianças são infectadas em idade precoce.
Há guerras, corrupção alarmante, fome e desastres naturais. À nossa volta, o mundo busca cura
voltando-se para a sabedoria humana e gerando formas próprias de desenvolvimento e
tecnologia.
2 Crônicas 7.14 nos mostra as condições de cura para o mundo ferido: quem sara a
terra é Deus, em resposta à fé e obediência dos que o temem. As instruções para a cura dos
povos estão nas Escrituras que revelam os sublimes propósitos divinos.
harvestfoundation.org 04
De quem é a responsabilidade?
Efésios 1.22-23 nos ensinam que a plenitude de Deus estava em Cristo e que a
plenitude de Cristo está na igreja. Logo, a igreja deve ter o mesmo interesse de Deus. Mas,
quando olhamos para a igreja, o que vemos? Vemos uma comunidade pecadora e também
ferida. A proposta bíblica não corresponde à igreja que conhecemos. Efésios 3.17b-19 nos mostra
que o amor é a plenitude de Cristo, é o que a igreja deve expressar. Efésios 4.11-13 revela o
propósito deste amor. Todo obreiro atuante na igreja deve equipá-la para expressar o amor de
Deus, pois a descrição dos dons tem um ponto central: preparar pessoas para amar de forma
concreta através do serviço. Todos entram no ofício por portas diferentes, os diferentes dons,
mas com a mesma tarefa: equipar para amar ou servir. Assim, o resultado do amor em ação é
que há unidade. Quando há divisões, não estamos focalizando no ponto de vista bíblico e central,
estamos nos dispersando com diferenças teológicas e sociais. A unidade vem ao cumprirmos
nosso chamado. Assim, o trabalho primordial da liderança é equipar o povo de Deus para o
serviço.
Efésios 3.10 mostra que o propósito de Deus para a igreja é que ela seja
administradora do multiforme plano de Deus. Ela mostrará isso até para principados e
potestades. Na história do cristianismo vemos épocas em que a igreja funcionou de acordo com
este propósito. Em Atos 1 lemos sobre 120 membros da igreja, tímidos e trancados. Em três anos
havia 6 milhões de cristãos que mudaram toda a visão de 600 milhões de pessoas no Império
Romano. O entendimento deste propósito é sinal de maturidade na vida com Deus. Dizem que
à medida que amadurecem, os filhos se parecem mais com seus pais. Assim acontece com
nosso Pai Celestial e a igreja.
A igreja tem potencial impressionante. É propósito de Deus que ela discipule nações,
uma pessoa ou uma família de cada vez, por toda sua vida. Agindo assim, a igreja tem potencial
para impactar todas as áreas da sociedade.
harvestfoundation.org 05
Exercício
Ler Isaías 58.1-5 e resumir com uma frase o que Deus está dizendo ao povo.
Nesse texto o profeta trata do conflito que o povo de Deus enfrentava porque não
entendia o que significava adorar a Deus. Deus disse que eles faziam "atividade religiosa", mas
Ele não os ouvia. Em contraste, temos uma história contemporânea em Ruanda, onde um casal
adotou oito crianças vítimas do genocídio que aconteceu naquele país. Este foi um ato de
adoração. Isaías fala que adoração só de atividades religiosas não é aceitável. Adoração deve ser
acompanhada de gestos que revelam o propósito de Deus. Isaías 58 mostra um pecado não
intencional (Levítico 4.2, 13) do povo de Deus, a sua ocupação com atividades religiosas sem
expressão de misericórdia. Isso precisa de arrependimento e confissão. Infelizmente, nossa
tendência é focalizar uma coisa ou outra, mas Deus quer as duas.
Nossa Grande Comissão (Mateus 28.19-20) é o discipulado das nações, nosso Grande
Mandamento diz respeito à maneira como as nações são discipuladas. Aqui temos a dimensão
vertical de relacionamento com Deus e a dimensão horizontal de relacionamento com o
próximo. Por si só, nossa pregação não resulta no discipulado das nações; pregamos, pregamos,
pregamos e não vemos a mudanças significativas. Nossa falta de arrependimento e mudança
de rumo em relação ao pecado não intencional precisa ser vencida.
Jesus oferece um modelo vivo para sua igreja. O modelo de Jesus tem existência na
história, em diferentes sistemas de valores culturais, com diferentes grupos de pessoas e é capaz
de ajudar cristãos autênticos a encontrar sua identidade em Cristo. Mateus 16.13-20 focaliza esta
realidade. Jesus pergunta como seus discípulos viam sua identidade, mas eles responderam
conforme a visão comum da época, quanto ao ressurgimento de um profeta.
Pergunta de descoberta:
Quando pessoas têm clareza sobre a identidade de Cristo, qual o resultado disso na
existência delas?
No texto de Mateus, Jesus revela Sua preocupação com Seus seguidores mais
próximos e faz perguntas diretas a eles (v. 15). Pedro declara que Ele era o Rei e Libertador, o
Ungido de Deus esperado pelos israelitas, o cumprimento das promessas divinas. Embora esta
declaração fosse completa e profunda, os discípulos ainda precisavam de entendimento
completo e profundo sobre a identidade de Cristo, pois, ter clareza sobre a identidade de Cristo
deveria resultar em clareza sobre o papel dos seus seguidores no Reino, como agentes do
Messias prometido. Onde há clareza da identidade de Cristo, há compromisso de existência em
fé obediente ao que Ele mandar - sem desculpas.
harvestfoundation.org 06
"Carne e sangue" (v. 17) era expressão idiomática dos judeus para designar "pessoas
em geral" e aqui contrasta com a revelação que vem de Deus. O nome "Pedro" já havia sido dado
a Simão, quando Jesus o encontrou pela primeira vez (João 1.42). Aqui Jesus dá novo significado
ao nome. Assim como Pedro revelou a identidade de Cristo, Cristo revelou a identidade e o papel
de Pedro, como pessoa que sabia a importância de quem Jesus era. A igreja foi construída por
pessoas que compartilham dessa "pedra" fundamental, todos que se unem pela fé em Jesus
Cristo, a fé que Pedro expressou aqui (v. 18).
A esta igreja foi dado poder. Ela é indestrutível e tem a proteção de Deus. O conceito
de "ligar e desligar" (v. 19) explica que há autoridade divina por trás das ações terrenas dos
seguidores do Messias. Entre os judeus, este era conceito rabínico que poderia ter dois
significados: (1) estabelecer regras ou (2) disciplinar. Na definição de papel dos seguidores, Jesus
deixa claro que os discípulos estabeleceriam regras e exerceriam disciplina mútua, edificando a
comunidade de Deus. No entanto, os discípulos ainda não estavam prontos para seguir com esta
tarefa, ainda era necessário que Jesus sofresse, morresse e ressuscitasse. Por isso Ele os adverte
a guardar silêncio (v. 20).
Os textos seguintes ilustram outros quadros da igreja. Para cada um deles, vamos
relacionar a ilustração bíblica com o propósito de Deus para a nossa igreja:
Zacarias 3.8: símbolo de coisas por vir: "Ouçam bem, sumo-sacerdote Josué e seus
companheiros sentados diante de você, homens que simbolizam coisas que virão”.
Mateus 5.13a e 14a: sal que purifica, lâmpada nas trevas: "Vocês são o sal da
terra...Vocês são a luz do mundo."
Filipenses 2.5-8: servo obediente: "Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo... humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte".
harvestfoundation.org 07
2 Coríntios 3.2-3: carta lida por todos: "Vocês mesmos são a nossa carta, escrita
em nosso coração; conhecida e lida por todos.”
1 Coríntios 4.1-2 mordomo confiável: "Que todos nos considerem como servos
de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer desses encarregados é
que sejam fiéis.”
1 Pedro 2.12: bom vizinho: "Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para
que, mesmo que eles os acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que
vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção."
Romanos 8.19: primícias de algo delicioso: "A natureza aguarda com grande
expectativa que os filhos de Deus sejam revelados.”
Perguntas de descoberta:
Referência Bibliográfica
Desenvolvimento de Liderança 2, FatoÉ e Harvest, pp. 168-185
harvestfoundation.org 08
2 Mínimo Irredutível
Conceito de "mínimo irredutível"
O que dizemos de uma pessoa, comprometida com Jesus, que dedica algum tempo
da sua semana para ensinar uma atividade vocacional (bordado, sapataria, computação,
carpintaria ou outra) para uma pessoa pobre? Podemos dizer que ela ajudou na ação social, que
fez um gesto bonito, ou... que ela está cumprindo o "mínimo irredutível da Lei de Deus". Ora, o
que isso quer dizer?
O mínimo, mínimo mesmo que preciso fazer no meu trabalho, para cumprir o meu
contrato, ter bom relacionamento com os colegas e receber o meu salário é...
O mínimo, mínimo mesmo que preciso fazer em casa, para que tudo corra
normalmente, sem discussões e todos estejam atendidos é...
O mínimo, mínimo mesmo que preciso fazer para cumprir meu dever de cidadania
brasileira é...
Como pessoa cristã, o mínimo, mínimo mesmo que preciso fazer para demonstrar
amor pelo meu Deus e expressar a minha fé é...
Reduzir o mínimo é o mesmo que tentar dar um jeito nas coisas, mas com resultado
negativo. Isto pode causar uma advertência no trabalho, um conflito no lar, uma infração civil, e
na vida cristã, uma acomodação a evangelho de superficialidades. O mínimo não se reduz sem
ter consequências danosas. Por isso dizemos que é irredutível.
harvestfoundation.org 09
Valor de conhecer o "mínimo irredutível"
Como fazemos o trabalho de missão integral? Vamos parar para refletir se sabemos
responder com referências bíblicas à inquietante pergunta sobre qual é o "mínimo irredutível"
da Lei de Deus. Precisamos saber esta resposta para nós mesmos ao organizar o trabalho da
missão integral. Devemos conhecer essa resposta para poder educar filhos, filhas e crianças da
igreja com sabedoria. É urgente comunicar essa resposta para outros, pois desejamos agradar
ao nosso Mestre e Senhor no padrão que Ele estabeleceu para ser servido.
Somos pessoas sendo preparadas para assumir liderança no lar, em diferentes esferas
de trabalho e de influência, e, de forma singular, na casa do Senhor e na sua obra. Por isso
devemos saber, sem titubear, o conceito do "mínimo irredutível" da Lei de Deus. Assim, vamos
considerar se nas atividades a seguir temos deixado claro qual é o mínimo a ser cumprido por
aqueles que O servem com coração sincero e comprometido.
harvestfoundation.org 10
- O verso 31 nos faz pensar em quem era o sacerdote na história contada por Jesus. Ele
vinha (descia) de Jerusalém, onde, pelo entendimento do contexto, fora oferecer sacrifícios no
templo. Lá, ele tinha oferecido um sacrifício morto. Agora, ao encontrar o homem caído e ferido
deixou de ser, ele mesmo, um sacrifício vivo (veja Romanos 12.1-2) e passou de largo. Dizem que
o problema com o sacrifício vivo é este mesmo, ele escapa do altar. Isto nos faz pensar sobre qual
foi o pecado do sacerdote. Ele não pecou como os bandidos, agredindo o homem caído, mas
certamente pecou e agrediu o ferido com a sua negligência em ajudá-lo (veja Tiago 4.17). O
mesmo aconteceu com o levita (v. 32), que, talvez, percorrendo a v9ia estreita e sinuosa, vira o
sacerdote (seu superior na hierarquia religiosa, e consequentemente, modelo) agir daquela
forma. O sacerdote e o levita deveriam estar cerimonialmente limpos para o seu ofício religioso
desempenhado no templo. Assim, podemos pensar, o que o homem ferido representava para
eles? Ele representava um risco, risco de contaminação; isto é, teriam o trabalho de voltar ao
templo para se purificar se entrassem em contato físico com ele. O homem caído era um
estorvo, um problema a ser evitado.
- Até aqui ninguém havia falado em dinheiro, o que, muitas vezes, vem como o fator
mais importante, o conceito errôneo do "mínimo irredutível" para os projetos de missão integral.
Muitos dizem que sem dinheiro nada se pode fazer para aliviar o sofrimento humano. Depois de
nove gestos de amor, o verso 35 conta que o samaritano pagou duas moedas de prata e delegou
o cuidado do homem, comprometendo-se com a continuidade do atendimento (ele diz:
"quando eu voltar"), fazendo uma declaração amorosa de compromisso e responsabilidade.
harvestfoundation.org 11
Cântico para meditar
Eu viajava só / Longe de casa / Ladrões bateram muito em mim / Roubaram o que eu tinha
(Refrão)
Oh, quem virá me ajudar, / Levar a minha a dor? / Oh, não quero morrer aqui / Tão longe de casa!
Um sacerdote vem / Ele vai me ajudar; / Não acredito no que vi / O sacerdote se afastou.
Mas outro homem vem / Ele me vê, posso dizer / Oh, ele também se foi / Deixou-me neste sofrer!
Outro homem vem ali / Na minha direção / Ele me mostra compaixão / Será... o meu inimigo?
Samaritano ele é / Me trata como seu igual / Sim, me ama como seu irmão / Tão longe, longe de
casa.
harvestfoundation.org 12
O entendimento do "mínimo irredutível da Lei de Deus" nos lança um desafio de
missão integral. Lembremo-nos do exemplo com que iniciamos este estudo, a pessoa
dedicando tempo para ensinar uma atividade à outra pessoa sem habilidade ou mesmo pobre.
Não se trata de uma pessoa desocupada, mas de alguém que entendeu o essencial, o que Deus
pede dela como expressão concreta de amor ao Mestre. Vários pequenos gestos somados
podem fazer grande diferença. Um gesto simples e criativo de missão integral, feito com
inteireza de coração, cumpre o mínimo irredutível da Lei de Deus. E você, como vai cumpri-lo?
harvestfoundation.org 13
3 Lucas 2.52 e o Desenvolvimento de Jesus
Socorro e desenvolvimento
Na Palavra de Deus encontramos direção confiável para todas as áreas da vida. Por
exemplo, veja o texto abaixo:
O texto de Romanos 12, comentado por Stott, nos instrui sobre desenvolvimento
(Stott, 1994). Paulo fala aos irmãos sem distinção, a família única de Deus em que todos os seus
membros compartilham os mesmos privilégios e responsabilidades. Ele faz um apelo com base
na compaixão de Deus, que é a maior motivação para uma vida transformada e de significado.
Paulo roga que os irmãos apresentem os seus corpos. Depois de usar muita
linguagem "espiritual" nos textos anteriores, ele deve ter calculado essa referência brusca aos
corpos, na intenção de chocar alguns dos seus leitores gregos. Estes eram educados segundo o
pensamento gnóstico, isto é, a ideia de que tudo que é físico é ruim e apenas o espiritual é bom
(Moffitt, p. 102). Ainda hoje existem cristãos que veem o corpo com constrangimento. Na igreja
falamos de "salvar as almas" e de "entregar o coração para Jesus", reforçando a ideia de um ser
humano partido, onde a alma e o coração são bons e são salvos, mas o corpo não. Deveríamos
falar em "salvar a pessoa inteira" e "entregar tudo para Jesus".
harvestfoundation.org 14
E não vos conformeis com este mundo. Desde o Velho Testamento encontramos
recomendações para que o povo de Deus não siga o padrão cultural vigente, pois tem algo
melhor para seguir (Levítico 18.3, 2 Reis 17.15, Ezequiel 11.12, Mateus 6.8, 20.26). Mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento; a mente com entendimento deve
controlar o corpo e gerar transformação. Isso acontece através da conjugação entre a Palavra de
Deus - Jesus em nós - e o Espírito de Deus, restaurando o que foi corrompido pela Queda. O
resultado disso é experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. É desencadear
mudanças positivas, que chamamos de desenvolvimento. Este deve ser o propósito de longo
prazo na missão integral.
O que é uma pessoa desenvolvida? O que ela tem? O que é um país desenvolvido?
Quais são alguns exemplos de países desenvolvidos? Jesus foi uma pessoa desenvolvida? Talvez
tenhamos respostas simples e rápidas a cada uma dessas perguntas, por exemplo: "Ora, uma
pessoa desenvolvida é rica e poderosa. Ela tem computador, micro-ondas, DVD. Um país
desenvolvido é abastado, exportador, industrial. Um exemplo é o Japão. Bem... com estes
critérios parece que Jesus não foi uma pessoa muito desenvolvida".
harvestfoundation.org 15
Aqui estão as quatro áreas: (1) área de sabedoria, (2) estatura (área física), (3) graça
diante de Deus (área espiritual) e (4) graça diante dos homens (área social ou de
relacionamentos pessoais). Para esclarecer, podemos pensar em alguns verbos para cada área:
1. Sabedoria: conhecer e praticar ensinos, ler, estudar, explicar, meditar, assistir aula.
Revendo Lucas 2.41-52, identificamos como foi o crescimento de Jesus nas quatro
áreas e sugerimos iniciativas para a missão integral:
- Sabedoria: Havia espaço para diálogo entre doutores e meninos, onde conversavam
sobre o temor do Senhor; lá se encontrava Jesus, que fora instruído e sabia ler. Sabedoria é
considerar Deus nas situações da vida, incluindo o uso do conhecimento humano e
comunicando-o às futuras gerações. Devemos comunicar conhecimento prático (por exemplo,
sobre vida familiar), toda vez que obedecemos um ensino bíblico, agimos na área de sabedoria,
isso inclui promover leitura edificante, aconselhar, alfabetizar, dar bolsas de estudo.
- Física: Entre os israelitas uma forma de abençoar o filho era ensinar-lhe um ofício,
para que suas necessidades físicas fossem atendidas. José transferiu este legado para Jesus, que
foi carpinteiro. Devemos ajudar pessoas a trabalhar, cuidar bem da sua casa, vacinar crianças,
fazer planejamento familiar, exercitar-se regularmente.
Precisamos atender uma mesma pessoa ou família nas quatro áreas para que ela se
desenvolva com equilíbrio. Quando trabalhamos com equilíbrio nas quatro áreas, estamos
fazendo missão integral.
harvestfoundation.org 16
Na missão integral devemos identificar qual a área mais necessitada e também como
equilibrar as demais. Os estudos de Romanos 12.1-2 e Lucas 2.52 nos ajudam a focalizar esforços
de missão integral com vistas ao desenvolvimento. Nossa oração é que cada igreja se lance
nesse empreendimento, começando com o equilíbrio das quatro áreas na vida pessoal de cada
cristão autêntico!
Pensamento gnóstico: Ideia de que tudo que é físico é ruim e apenas o espiritual é
bom. Infelizmente, por muito tempo esse pensamento fez a igreja deixar de lado o aspecto
integral da missão cristã, sem atender as necessidades em outras áreas e enfatizando apenas a
salvação das "almas".
Viver coram Deo: Frase em latim que significa "diante da face de Deus", "debaixo da
Sua autoridade" ou "para a glória de Deus". Viver cada momento diante da face de Deus foi um
dos desafios colocados pelos líderes da Reforma Protestante, coram Deo foi um dos seus lemas,
e deve ser um alvo para nós (Miller, 2003).
Referências Bibliográficas
harvestfoundation.org 17
Lucas 2.52
Exercício para identificação de necessidades nas 4 áreas
Para cada exercício acima, responder as perguntas abaixo. Usar outras folhas, se necessário, pois,
se todos os exercícios forem feitos, haverá 16 pequenas histórias para contar.
4. Este exercício ajudou você a se mover na direção dos propósitos de Deus? Como?
harvestfoundation.org 18
4 Disciplina de Amor
Como a nação é discipulada
Qual foi o sermão que ouvimos na igreja há três semanas? Difícil de lembrar? Uhm...
e há duas semanas? Ainda não lembramos? Então, qual foi o sermão de domingo passado?
Como podemos discipular nações apenas com a metodologia de pregar sermões, se as pessoas
não se lembram do que foi pregado?
O discipulado deve dar frutos. Estudos sobre aprendizado mostram que lembramos
20% do que ouvimos, 40% do que ouvimos e vemos, 60% do que ouvimos, vemos e fazemos e
80% do que ouvimos, vemos e fazemos. A porcentagem aumenta quando ensinamos. Assim, se
desejamos discipular pessoas no padrão de Mateus 28, temos que fazer mais do que falar, e
também ensinar outros.
O discipulado deve ter a transformação como alvo (Romanos 12.1-8), e ser feito com
intervenção comunitária positiva e frutífera. Um motivo porque não lembramos os sermões é
porque os pregadores não nos dão uma tarefa transformadora (aplicação prática), relacionada
ao que ensinam, para ser vivida na comunidade. Para toda mensagem que comunicamos sobre
o evangelho, deveríamos incluir uma tarefa ou prática que ajude pessoas a se moverem na
direção dos propósitos de Deus para sua vida. Qual a parte mais importante de um sermão ou
de um estudo bíblico? A introdução? O clímax? A conclusão? Não, a parte mais importante é a
aplicação prática. Seguem algumas dicas sobre este elemento essencial do discipulado.
Aplicação prática
- Quem discipula deve ser o primeiro a praticar o ensino. Depois que concluiu a sua
prática, então o/a discipulador/a está qualificado/a para comunicar a mensagem a outros.
harvestfoundation.org 19
- As áreas de Lucas 2.52 (sabedoria, física, espiritual e relacional) são sugeridas como
áreas de intervenção comunitária podendo definir necessidades, ou ações de desenvolvimento
e serviço. Elas devem ser feitas nos contextos da vida pessoal, família, igreja, comunidade local
(escola, trabalho, vizinhança) e comunidade distante (lugares desconhecidos ou distantes). A
tabela a seguir estrutura essas informações:
Pessoal
Família
Igreja
Comunidade local
Comunidade distante
- A aplicação prática ou intervenção comunitária deve ser algo novo, diferente do que
se faz rotineiramente. Deve ser estimulante como ingrediente surpresa na rotina da vida. Deve
ser algo breve, que caiba mesmo dentro de uma agenda atarefada. Deve ser algo específico,
objetivo (em vez de "demonstrar amor ao próximo", que é vago e geral, deve ser "repartir arroz
com a família Souza"). Deve ser realista e não fantasioso, algo que a pessoa comum possa fazer
com sucesso. Deve ser planejada, pois se deixarmos ao acaso, a possibilidade de se praticar é
cada vez menor. A intenção de praticar também deve ser compartilhada, pois isso cria
compromisso com outra pessoa. E, finalmente, a prática ou intervenção deve ser relatada, não
para mérito pessoal, mas para avaliação, aprendizado e glória a Deus (Mateus 5.16).
Modelo de Jesus
Sugerimos três níveis de práticas usando a tabela de Lucas 2:52: individual, em grupos
e para toda a igreja. A cada nível damos nomes específicos: Disciplina de Amor (individual),
Projetos-Semente (em grupo), e Janela da Visão ou Janela da Igreja (na igreja). A seguir
descrevemos e damos exemplos da Disciplina de Amor; os demais níveis serão tratados em
estudos posteriores.
harvestfoundation.org 20
Disciplina de Amor
Por que o amor requer disciplina? O apóstolo Paulo disse ao seu jovem protegido
Timóteo: "O exercício corporal é bom, porém o exercício espiritual é muito mais importante, e é
um revigorante para tudo o que você faz" (1 Timóteo 4.8a, A Bíblia Viva). Há muitas disciplinas
espirituais, tais como oração, leitura das Escrituras, meditação, memorização e jejum.
Prontamente as pessoas admitem que precisam de disciplina para essas atividades religiosas!
Estas disciplinas têm ênfase vertical e fortalecem nosso relacionamento de amor com nosso
Senhor. A Disciplina de Amor também é disciplina espiritual e integral, mas sua ênfase é
horizontal e diz respeito ao relacionamento com o próximo.
Amostra de Exercícios
Disciplina de Amor
Tabela de Planejamento e Avaliação (Amostra)
Comunidade 9. Visitar um órgão 10. Recolher o lixo 11. Convidar o 12. Ensinar xadrez
local público no bairro e do parque, vizinho para ou jogar futebol
ver oportunidades enquanto faz uma tomar café e com os filhos dos
agradecer a Deus
para ser voluntário. caminhada. vizinhos.
juntos.
Realizada Realizada Realizada Realizada
Nota: Neste exemplo omitimos as áreas "pessoal" e "comunidade distante" da tabela original
para fins de simplificação. Atividades realizadas são marcadas.
harvestfoundation.org 21
Cinco passos para cada exercício
Aqui estão instruções para ajudar pessoas a fazer exercícios de Disciplina de Amor:
2. Identificar a necessidade. Aqui você não apenas identifica um exercício para ajudar
alguém, mas desenvolve intimidade com Deus. Você também está procurando conhecer as
boas obras que Deus preparou para que você as faça (Efésios 2.10). Essas são as boas obras além
do que você faria comumente.
3. Agir. Faça um plano para atender a necessidade. Preencha áreas na sua Tabela da
Disciplina de Amor, planejando os exercícios.
4. Refletir e escrever um diário. Dentro das vinte e quatro horas seguintes ao exercício,
reflita e faça anotações em um diário. Segue amostra com questões para responder.
harvestfoundation.org 22
Disciplina de Amor
Disciplina de Amor
Diário para cada exercício
3. Esse exercício ajudou àqueles a quem você serviu a se moverem na direção dos propósitos de
Deus? Como?
4. Esse exercício ajudou você a se mover na direção dos propósitos de Deus? Como?
harvestfoundation.org 23
5 A Roda da Sabedoria
História de uma conversa
Vamos imaginar a conversa entre quatro amigos com preferências muito diferentes.
Um “body builder” diz: "Agora sou uma pessoa muito melhor, tenho um corpo modelado,
saudável... Aquelas 4 horas de academia e malhação por dia são ótimas! Quase não vejo minha
família. Estou sempre ocupado com meus exercícios. Eles apreciam meu corpo e sei que tem
muita gente que me vê. Todo mundo devia ser que nem eu!”
Outro amigo aparece feliz, rindo, conversando com todos que passam na rua: "Eu
tenho muitos amigos e sou tão feliz! Neste fim-de-semana estou planejando uma grande festa
na minha casa e todos vocês estão convidados! E não esqueçam, tragam um amigo! Não, eu não
vou ter tempo para ir ao grupo de estudo bíblico com você hoje, mas obrigado! Talvez no Natal
eu vá à igreja! E adivinhe! Semana que vem começa o festival de teatro, estarei lá, e no fim do
mês tem “Food Truck” na cidade vizinha... festa atrai festa, e...!”
Quando falamos sobre Lucas 2:52, ouvimos que Jesus crescia em sabedoria,
fisicamente, espiritualmente e nos relacionamentos. Depois, encontramos esses quatro amigos.
Cada um cresceu exageradamente em uma área. Há que se respeitar o sucesso individual, mas
sem adequação isso é desastroso. Depois de ouvir esses amigos, temos boas razões para
aprender sobre equilíbrio no desenvolvimento.
Perguntas de descoberta
O que vimos no diálogo acima?
Vimos exemplos de crescimento ou desenvolvimento, como na vida de Jesus?
Será que esses 4 estilos podem fazer parte de uma única pessoa equilibrada?
Onde está o desequilíbrio de cada um dos quatro personagens?
O que está acontecendo na teologia que encoraja cada estilo?
harvestfoundation.org 24
Condição para equilíbrio
Em quê devemos obedecer a Deus? Desde o livro de Gênesis vemos áreas em que
Deus age e cria equilíbrio. Assim como todas as cores derivam das três cores primárias
(vermelho, amarelo e azul), encontramos três áreas definidas em Gênesis: 1.26a (espiritual), 2.18
(relacional) e 2.15 (física). É evidente que há muitas áreas e níveis de relações humanas, mas para
fins desse estudo, vemos que dessas três relações primárias derivam os demais relacionamentos
do ser humano.
Pergunta de descoberta
O que faz a diferença entre bênção e maldição?
É possível crescer na direção dos propósitos de Deus sem amá-Lo e obedecê-Lo?
No estudo sobre Lucas 2.52 e o desenvolvimento de Jesus vimos que existem áreas
em que Jesus cresceu. Nesse estudo veremos as mesmas áreas como níveis básicos de relações
humanas que devem estar em equilíbrio: relações com Deus e mundo espiritual, com o mundo
físico e com outras pessoas. Revisando com alguns exemplos:
harvestfoundation.org 25
Área física
Relacionamentos físicos do ser humano: o próprio corpo físico, alimento, vestuário, moradia,
água, animais, plantas, a Terra, tempo.
Necessidades físicas: nutrição adequada, vestuário, moradia, água potável, lugar
limpo e com condições sanitárias para viver, exercício físico.
Área espiritual: a relação em que todas as outras devem estar fundamentadas, se as
pessoas forem viver com equilíbrio bíblico.
Relacionamentos espirituais do ser humano: Deus Pai, Jesus, Espírito Santo, a igreja, a
Bíblia, oração, evangelismo-discipulado, Satanás e seu reino.
Necessidades espirituais: comunhão com Deus, salvação, adoração (só e com outros),
oração (só e com outros), ouvir de Deus (só e com outros), experimentar o amor de Deus,
compartilhar o amor de Deus com outros, arrependimento e obediência a Deus.
Área relacional (social)
Relacionamentos sociais do ser humano: família, amigos, comunidade, governo,
chefes e colegas, inimigos.
Necessidades sociais do ser humano: amizade, companheirismo, família, lealdade,
honestidade, lazer, celebração, trabalho em equipe.
Exercício
Ler os textos e responder às perguntas a seguir.
Deuteronômio 30.15-16, Provérbios 2.1-11, 3.1-2, 4.7-16, 1 Coríntios 2.6-12, Efésios 1.17.
O que esses textos dizem sobre sabedoria?
O que é sabedoria?
Qual a relação entre sabedoria e desenvolvimento?
É possível crescer da mesma forma que Jesus, mas sem sabedoria?
Como a sabedoria se relaciona às outras três áreas primárias da vida?
Sabedoria é fazer as coisas da maneira de Deus. É viver a vida que Ele desenhou para
nós em Sua Palavra. As promessas são numerosas para quem vive com sabedoria - vida longa,
paz, prosperidade, segurança, discernimento e proteção, entre outras. Deus nos fez e Ele sabe o
que nós devemos fazer, assim, no conjunto, suas instruções para o que devemos fazer para nos
relacionar bem, em todas as áreas da vida, chamam-se “sabedoria”. Como Jesus, precisamos ter
os propósitos e recursos de Deus para nos desenvolver totalmente naquilo que Ele deseja.
Podemos tentar nos desenvolver com a sabedoria humana, mas não podemos crescer na
direção do exemplo de Cristo sem a sabedoria de Deus. Se conhecemos e obedecemos à
sabedoria de Deus (suas instruções, propósitos e desejos) nas áreas física, espiritual e social,
então podemos crescer como Ele pretende naquelas áreas. Sabedoria pode ser definida como
as regras de Deus - instruções - para termos relacionamentos espirituais, sociais e físicos de
equilíbrio. Tanto conhecimento mental como condição emocional podem ser parte da
sabedoria, ajudando-nos a entender as regras de Deus para os relacionamentos. Contudo, esses
atributos são inúteis e não produzem sabedoria se não seguirmos nos caminhos de Deus.
harvestfoundation.org 26
A Roda
Usamos uma roda para mostrar os três níveis primários de relacionamentos do ser
humano e o papel da sabedoria no nosso desenvolvimento de quem se move na direção dos
propósitos de Deus. Os desenhos da roda ilustram que precisamos prestar atenção aos três
níveis de relacionamento que Deus nos deu, bem como às suas instruções para viver esses
relacionamentos. A roda tem três raios, um para cada nível. O aro da roda representa a sabedoria.
Perguntas de descoberta
O que acontece se faltar o aro e apenas tivermos os três raios?
O que acontece se um raio for curto ou fraco e a roda estiver fora de equilíbrio?
O que acontece se os três raios estiverem equilibrados e o aro estiver completo?
A roda equilibrada e completa se move na direção de algo. Do quê?
O que acontece se somos fracos em uma área?
O que acontece se o ministério da nossa igreja for fraco em uma área?
Se formos fracos em uma ou mais áreas, nossa vida fica fora de equilíbrio. O mesmo é
verdadeiro para o ministério da igreja. Se ele for fraco em uma ou mais áreas (espiritual, física,
social, sabedoria), então falta equilíbrio no ministério da igreja.
Perguntas de descoberta
Nossa vida está em equilíbrio?
Estamos crescendo de maneira equilibrada?
Estamos crescendo na sabedoria de Deus nas três áreas?
Que área(s) precisa(m) de mais fortalecimento?
Que área de ministério da sua igreja precisa ser fortalecida?
Que passos posso tomar para fortalecer a(s) área(s) fraca(s)?
Exercício
O objetivo desse exercício é fortalecer área(s) identificadas(s) como fraca(s). Crie
quatro ações de serviço específicas e pequenas para serem feitas como Disciplinas de Amor.
Trabalhe em equilíbrio e onde for mais necessário. As atividades podem estar todas em uma ou
várias áreas. Elas podem se relacionar a crescimento pessoal ou a áreas de fraqueza do
ministério.
O que nos acontece depois que consentimos que Jesus seja nosso Senhor, nosso
Salvador, e mesmo nosso modelo de vida e ministério? Aqui, temos uma escolha sobre como
viver nosso discipulado do Mestre. Podemos ficar sós, vivendo a religiosidade pessoal, que
consiste em ir à igreja ou servir e desfrutar da nossa comunhão com Ele. Por outro lado, também
podemos entender que nos tornamos parte de um plano maior e devemos crescer com
equilíbrio em todas as áreas da vida. Precisamos prestar atenção a todas as três dimensões de
relacionamentos que Deus nos deu, mais a sabedoria (suas instruções para estabelecer aqueles
relacionamentos) para crescimento equilibrado.
harvestfoundation.org 27
Exercício
Analisar e comentar as figuras a seguir. Esta é a vida fora de equilíbrio.
Uma roda sem aro não pode ser usada.
Uma roda sem um raio ou com raio fraco fica difícil de ser usada.
ESPIRITUAL
ESPIRITUAL
ESPIRITUAL
SOCIAL
SOCIAL
SOCIAL
FÍSICO
FÍSICO
FÍSICO
Uma roda que está completa e em equilíbrio pode servir ao propósito para o qual foi
feita. Sabedoria é o fator integrante.
SABEDORIA
ESPIRITUAL
SOCIAL
FÍSICO
Uma roda que está em equilíbrio facilmente pode se mover na direção do seu
objetivo. Nossa vida, quando em equilíbrio, pode se mover na direção dos propósitos de Deus
para nós. Assim podemos entender desenvolvimento, mover-se na direção dos propósitos de
Deus.
harvestfoundation.org 28
6 Matemática do Reino
Uma História de Matemática
“Era uma vez um menino chamado Baraque”. Ele tinha dez anos e ouviu que naquela
manhã um professor famoso ia ensinar na beira do lago. Baraque pediu à sua mãe: 'Mãe, posso
ir até o lago e ouvir o professor? ' Ela respondeu: 'Não, filho, é muito longe. Teu pai não está em
casa e eu tenho medo de deixar você ir até lá. É pelo menos uma hora de caminhada. '
‘Ah, mãe, por favor! Eu quero tanto ir.’ Ela retrucou: ‘Filho, é hora de comer e você
ainda não almoçou.’ A resposta do menino veio logo: 'Mãe, não estou com fome! Por favor, por
favor, me deixe ir! ' Então ela concordou: 'Está bem, mas você tem que levar alguma coisa para
comer.'
Quando ele chegou à beira do lago, encontrou uma multidão em volta do professor e
ele não podia ouvir uma palavra. Um adulto teria se sentado longe mesmo, mas não um menino
de dez anos de idade! Baraque se meteu pela multidão até ficar bem na frente.
Ele não entendia muito que o professor dizia, mas estava atraído por aquele homem
de maneira especial. Como muitos pregadores, esse professor falava por muito tempo! Já eram
quatro horas quando Baraque sentiu o estômago roncar. Imediatamente lembrou-se do almoço
que sua mãe tinha preparado. Mas, como iria comê-lo na frente daquelas pessoas? Então
pensou: 'Se eu tomar cuidado, talvez ninguém veja o que estou fazendo.' Então Baraque
escorregou sua pequena trouxa para o chão e abriu-a cuidadosamente. Ele estava com fome e a
comida parecia gostosa! Pronto para pegar o primeiro pãozinho, ouviu um dos discípulos falar
com o professor. Como estava ficando tarde, o discípulo sugeriu que o professor mandasse as
pessoas embora para que arranjassem algo para comer nas vilas próximas. O professor
respondeu: 'As pessoas não precisam ir embora. Deem vocês de comer a elas.'
Naquela hora, o que estava passando na cabeça de Baraque? 'Eu estou com fome.
Isso é tudo que eu tenho. O que eu vou comer se der meu almoço para o professor? Ah, mas eu
gosto dele. Vou entregar o almoço.'” E todos conhecemos o final da história descrita em João
6.1-15 e Mateus 14.13-21.
harvestfoundation.org 29
Relações de ajuda que dão certo
Lições da História
Nessa história vemos que Deus age por multiplicação. É uma mensagem simples
mas poderosa que libera os líderes da igreja para agir em fé, especialmente aqueles que são
materialmente pobres mas comprometidos com a missão integral. Infelizmente há mentalidade
de dependência que aprisiona muitas igrejas, mas Deus quer mudar isso e usá-las como canal
para liberar seu poder transformador. Entretanto, Ele não o faz quando a igreja confia
primariamente nos recursos, em vez de Deus. É claro que o Senhor pode usar recursos externos,
mas a igreja precisa olhar para Deus como seu provedor principal. Quando olhamos para
qualquer outro recurso, nos aproximamos perigosamente de adorá-lo, e isso é idolatria não
intencional. Agora mesmo vamos buscar a Deus em confissão e arrependimento por essa
atitude.
harvestfoundation.org 30
Outra história, mas sem final feliz
Em Mateus 25.14-30 temos o relato de outra história. Jesus ensina sobre o Reino de
Deus (24.3 e 25.1, 14) tendo o talento (v. 15) - o salário de 20 anos de um trabalhador - como
medida de valor. Aqui podemos parar para um exercício: faça uma lista dos talentos que Deus
lhe deu. Inclua coisas que passam despercebidas (voz, visão, saber limpar uma casa, habilidade
manual, hospitalidade, gostar de cozinhar, um belo sorriso, saber orar, conhecimento do
evangelho e muito, muito mais). Mantenha essa lista em um lugar fácil de ler, para lembrar que
os servos são diferenciados por um critério especial, a aplicação prática que fazem dos seus
talentos (vv. 16-18).
O mestre veio e acertou contas (vv. 16-18). É comum sermos sensíveis e não admitir
que nos façam cobranças. Mas, como Jesus age? Sim, Ele acerta contas, chama à
responsabilidade. Só que muitas vezes nos fazemos de surdos. Hoje em dia, qualquer pessoa em
posição de autoridade ou liderança atrai para si foro privilegiado. Isso é muito sério.
Dois servos descobriram a alegria de servir (vv. 16-18) e são parabenizados pelo senhor
(v. 21). Às vezes esta pode ser a nossa experiência, fazemos algo que pode não ser valioso aos
olhos dos homens, mas que é valioso aos olhos de Deus. Este servo foi fiel no pouco (v. 21), lição
difícil de aprender, pois achamos que seremos fiéis no muito e, como esse muito nunca chega,
deixamos de lado a valorização e a fidelidade do pouco que temos.
Finalmente encontramos o servo medroso (v. 25). Por que ele não usou o talento?
Disse: tive medo... escondi. Sua atitude é marcada pela preocupação com o que não tem maior
do que o reconhecimento do que tem. A sentença dele (vv. 28-29) parece muito áspera: tirem...
entreguem...lancem; no entanto, esta é uma sentença de lei espiritual, que funciona sempre,
assim como a lei da gravidade age sobre todos os corpos na Terra. É muito difícil ter autoridade
com equilíbrio, inclusive na gestão de pouco, que dizer do muito?
harvestfoundation.org 31
- Não há circunstâncias em que se tenha pouco demais ou algo insignificante demais
para ser usado por Deus. Ainda que tenhamos pouco dinheiro, temos tempo, saúde, capacidade
de falar, de escutar, de ver, além de outros talentos.
- Precisamos entregar para Deus quando Ele pede algo, a despeito das nossas
próprias circunstâncias.
- Os nossos motivos para dar devem ser fé em Deus e amor a Ele. O ganho material
em si não deve ser a motivação central. O ganho e a provisão podem vir, mas o dar nunca deve
ser baseado em uma barganha, na expectativa de receber algo de volta (I Timóteo 6,9-10).
- A doação sacrificial leva à multiplicação. Deus sempre multiplica o que damos a Ele.
Quanto maior o sacrifício, maior o aumento.
- Se não investirmos o que Deus nos confiou, o perderemos e seremos lançados fora
como servos inúteis.
- As igrejas - mesmo aquelas com poucos recursos materiais - têm poder. Deus usará
o que elas têm para fazer o trabalho em obediência amorosa e multiplicará para Sua própria
glória. Quando Deus é glorificado, o Seu Reino se expande.
- É perigoso que as igrejas segurem o que têm para uso próprio. Os recursos devem
ser usados para demonstrar a compaixão de Deus pelos necessitados.
- Quando pessoas fora do Reino recebem ajuda sacrificial, o impacto é muito maior
do que se viesse das sobras de outras fontes.
- As igrejas precisam ensinar seu povo a dar. Devemos ensinar os princípios da
Matemática do Reino. Não ensinar essas verdades rouba das pessoas as bênçãos que Deus quer
lhes dar. Mas isso só se faz com muita responsabilidade e sem ganância.
- As igrejas devem espelhar a doação sacrificial do seu povo, não usando recursos
somente dentro da igreja, mas investindo-os alegre e sacrificialmente no serviço fora da igreja.
Qual é a principal medida de riqueza de uma igreja? Seu povo e não bens materiais.
- Não temer, mas confiar em Deus, o multiplicador. Uma diferença entre os servos de
Mateus 25 foi à maneira como eles soletraram "F - É". Os dois primeiros soletraram
"C - O - N - F - I - A - N Ç - A" e "R - I - S - C - O".
Esse risco não é cego, mas certeza em Deus. O terceiro servo soletrou fé como sendo
"M - E - D - O",
o medo de perder o pouco que tinha, o medo de não ser o melhor nem o maior de todos.
Observe o que acontece na maioria das iniciativas de missão integral, por exemplo,
reuniões da igreja quando servimos alimento. Muitas vezes começamos a reunião vacilantes, as
pessoas vão chegando, olhamos para a mesa da cozinha e fazemos uma conta parecida com a
dos discípulos antes da multiplicação dos pães e peixes, agimos no modelo do dano, ficamos
com medo que a comida não dê para todos. Não devemos sofrer assim. O testemunho de
inúmeras igrejas locais é que pela ação multiplicadora de Deus aquele pouco entregue a Ele é
mais do que suficiente. São incontáveis as vezes em que, depois dessas iniciativas, alimento
ainda é doado para asilos, orfanatos e famílias carentes.
harvestfoundation.org 32
Quando olhamos essas histórias, perguntamos como o Deus de amor pode requerer
sacrifícios tão grandes de meninos e viúvas pobres. Entretanto, vimos que o poder do Seu Reino
foi liberado quando pessoas agiram com amor e sacrifício obediente. Deus quer que sejamos
como Ele e o sacrifício amoroso reflete o caráter do próprio Deus. Na Matemática do Reino vimos
que Deus chama todos os seus filhos, ricos ou pobres, para dar sacrificialmente. O motivo não é
receber bens materiais em troca, mas permitir que Deus use recursos para glorificá-Lo. Quando
respondemos em obediência amorosa, Ele usa nosso sacrifício além da nossa imaginação, quer
vejamos ou não os resultados. Isto é transcendente!!!
harvestfoundation.org 33
7 Propósitos de Deus e a Janela da Igreja
Exercício para refletir sobre o futuro
1. Vamos pensar sobre algo da atualidade que vimos na mídia eletrônica e TV, jornal
ou nas ruas por onde passamos algo que mostra a situação do ser humano ferido.
2. Depois, vamos pegar a metade de uma folha de papel em branco e representar o
que vimos com um desenho simples.
3. A seguir, vamos ler Romanos 8.21. Este texto nos diz o que é propósito de Deus para
o futuro, ou seja: “que a criação seja liberta”.
4. Na outra metade da folha, vamos desenhar algo que represente “a situação” à luz
de Romanos 8.21.
Perguntas de descoberta
O que fez Deus mudar de opinião sobre o homem, quanto a sua avaliação de "muito
bom" (Gênesis 1.31), até chegar ao ponto em que Ele se arrependeu pelo mal que viu na
humanidade (Gênesis 6.6)?
Qual das duas avaliações achamos que reflete a condição humana hoje? Por quê?
O que dizem estas referências bíblicas sobre a condição do ser humano sem Deus?
Gênesis 6.5, Romanos 1.18, 28-32, 2.5, 3.23, João 3.17, Efésios 2.1-3, 8-9.
Qual o propósito de Deus para o futuro do ser humano? Isaías 11.4-9, 61.1-4, Mateus
19.28, João 14.1-4, Romanos 8.17, Colossenses 1.20, Efésios 1.9-10, Apocalipse 21.1-4, 22.12.
De volta ao texto de Romanos 8, e comentando a análise de Stott (Stott, John. 2000), vamos nos
deter nos versos 18-22. Aqui, a ideia apresentada anteriormente no verso 17 se expande, isto é,
Paulo trata da participação tanto no sofrimento como na glória do Filho de Deus. Na verdade,
"sofrimento e glória" é o tema de toda esta seção, incluindo os quatro elementos descritos a
seguir.
harvestfoundation.org 34
Primeiro, o entendimento de que sofrimento e glória são companheiros inseparáveis,
soldados um no outro (v. 18), são como um casal que não pode se divorciar. Esta noção amplia
nossa visão das situações presentes e oferece alternativa de futuro para os que sofrem com
Deus. Estas são, ao mesmo tempo, palavras de desafio e esperança; podem explicar uma
situação, mas também apelam para decisão pessoal de enfrentar o sofrimento sob a perspectiva
divina.
Terceiro, sofrimento e glória não podem ser comparados, são inseparáveis, mas não
equivalentes (2 Coríntios 4.17). O sofrimento atual é leve, se comparado ao peso da glória por vir.
Quarto, sofrimento e glória têm a ver tanto com a criação, como com os próprios
filhos de Deus. Como a criação aguarda o futuro? Com grande expectativa (v. 19), espera com a
cabeça erguida e olhos fixos no horizonte, de onde o objeto esperado virá, ela fica na ponta dos
pés, com o pescoço inclinado para a frente, para poder ver logo o que vem na sua direção. O que
a criação deseja ver tão ansiosamente? A revelação dos filhos de Deus, tanto a revelação da
identidade deles, como a sua transformação pela glória de Deus.
Nos versos seguintes Paulo personifica a criação com expressões semelhantes às que
usamos para nos referir à natureza - recurso de linguagem comum. Seguem-se três declarações
sobre a criação, relacionadas ao passado, presente e futuro.
Primeiro, o texto diz que a natureza foi submetida à inutilidade (v. 20a). Há um
aspecto negativo e outro positivo, futilidade e esperança. Esta menção ao passado, relaciona-se
ao juízo de Deus que recaiu sobre a ordem natural, após a Queda. Esta ideia forte expressa
frustração, nulidade, falta de propósito e transitoriedade - vazio, seja de propósito ou de
resultado, o absurdo existencial da vida sem referência a Deus. Mas, logo depois, temos a palavra
"esperança", esta é a ideia central e permite que Paulo se volte do passado para o futuro da
criação. O efeito de inutilidade não durará para sempre. A esperança de que a natureza será
renovada é parte da visão profética da era messiânica. Outras expressões bíblicas se somam a
este imaginário poético e descrevem, por exemplo, o novo nascimento, restauração, libertação e
reconciliação de todas as coisas sob o senhorio de Cristo.
Segundo, o novo começo é definido por Paulo com a palavra "libertação", que traz
definitivo contraste entre dois polos. Um é a escravidão da decadência (v. 21b), o inexorável
declínio, morte e decomposição. Futilidade e decadência indicam que a natureza está
desajustada, porque se encontra sob julgamento, embora ainda funcione como resultado do
delicado equilíbrio com que foi criada. O outro polo é a gloriosa liberdade dos filhos de Deus (v.
21c). O caminho da corrupção para a é que a criação participará da glória dos filhos de Deus. Há
um aspecto negativo e outro positivo, escravidão à decadência e a liberdade da glória.
Terceiro, a condição presente da natureza é gemer (v. 22). Estes gemidos não são
sintomas de desespero, mas garantia da vida iminente de uma nova ordem, ou os sinais
preliminares da vinda de Cristo. Há um aspecto negativo e outro positivo, dores de parto e
alegrias de nascimento.
harvestfoundation.org 35
Assim, a condição do ser humano sem Deus é revelada nas Escrituras. Após a Queda,
toda inclinação do coração humano era maligna, pois todos pecaram e se desviaram do
propósito de Deus. Sem Deus, a situação do ser humano é sem esperança e a pessoa que não se
arrepende está debaixo da ira de Deus. No entanto, Deus enviou Jesus para salvar e não
condenar o que se arrepende. Por isso, devemos ter a mesma atitude que Jesus em relação ao
ser humano quebrantado, entender seu sofrimento, ajudá-lo a enfrentar situações amargas
com a perspectiva divina e, acima de tudo, ajudar a ver o quadro que vai se desenrolar no futuro.
Qual o propósito de Deus para o futuro do ser humano? Toda a criação será libertada
da deterioração, pois Deus reconcilia todas as coisas consigo mesmo, pelo sangue de Jesus.
Maravilhoso é pensar que os filhos de Deus compartilharão a herança de Cristos, não mais
haverá lágrimas, morte, dor, mas haverá paz em abundância; Deus habitará entre nós e vamos
participar na restauração do que foi devastado. Por isso devemos contar as boas novas do plano
de Deus para o mundo. Esta renovação de todas as coisas acontecerá na vinda de Jesus. Aqueles
que não conhecem nem obedecem a Deus só têm expectativa de um terrível castigo, mas os
propósitos de Deus para com o mundo necessitado são bons. Estas são boas notícias, desejadas
por todos.
Perguntas de descoberta
Quais são algumas histórias ou textos bíblicos que nos ajudam a descobrir a vontade
de Deus para o futuro?
O que elas nos ensinam sobre a vontade de Deus?
Charles Cranfield expressou a ideia do propósito redentor de Deus desta maneira: "E,
se fizermos a pergunta: 'Que sentido há em dizer que a criação subumana - o Jungfrau, por
exemplo, ou o Matterhorn, ou o planeta Vênus - fica frustrada ao ser impedida de cumprir
devidamente o propósito da sua existência? ', a resposta será, com certeza, que todo o magnífico
teatro do universo, juntamente com seus esplêndidos atributos e todo o coro de vida subumana
em suas variadas manifestações, será frustrado em sua verdadeira realização tão logo o homem,
ator principal do grande drama da adoração a Deus, deixe de contribuir com a sua parte
racional" (in Stott, John. 2000).
Mas, como limpamos a janela? Mostrando ao mundo as boas obras de Deus em todas
as áreas, a vontade de Deus em todas as áreas da vida. Figuras da igreja nos lembram de que
devemos ser sal e luz, mas devemos ser sal na medida certa, pois, quando somos concentrados
e o mundo nos experimenta, ele nos cospe. Somos muito concentrados. Deus quer que sejamos
espalhados em todas as áreas e não concentrados. Ao nos experimentar, o mundo deve sentir a
delícia do Reino de Deus.
harvestfoundation.org 36
Perguntas de descoberta
Com que intensidade - como indivíduos e em nossas igrejas – compartilhamos as
boas-novas do propósito atual de Deus com as pessoas que estão sofrendo em nossa
comunidade?
Que mudanças aconteceriam em nossa nação se, amanhã de manhã, cada cristão
começasse a obedecer ao propósito de Deus em cada área mostrada neste estudo?
Qual a importância destas boas novas para os que estão sofrendo agora?
Deus quer que a igreja seja uma janela limpa, através da qual o mundo vê o Reino de
Deus, onde os seus propósitos podem ser experimentados. Além disso, os propósitos de Deus
podem ser apreciados. As Escrituras nos dizem que é propósito de Deus um futuro sem morte,
com paz, plenitude e Deus vivendo entre nós. Quando isto vai acontecer? Agora ou no futuro? É
promessa de Deus para o futuro, mas que devemos anunciar agora e agir para que se concretize.
Aplicação e prática
Pense em um/a conhecido/a que precisa ouvir sobre os propósitos de Deus para o
futuro. Quem é essa pessoa?
Ore e se comprometa a compartilhar algo destas boas novas com essa pessoa.
Há quem pense que orar é fácil ou banal, mas esquece de que é relação de fé com
Deus e consigo mesmo (Hebreus 11,6). O fato de a oração ser tarefa possível para qualquer pessoa
que crê não a torna menos legítima do que outro trabalho. Orar é trabalho de alta resolução, que
exige postura espiritual, física e claro controle de tempo e lugar. A preparação de Jesus através
da oração foi prática que acompanhou todo o seu ministério. Ela foi incluída no seu dia-a-dia e
noite-a-noite, sem tropeçar nas repetições vãs. Se orar está nos ensinamentos do Senhor,
precisamos aprender isso que, no dizer de Paulo, é ensinado pelo Espírito Santo (Romanos
8.26-27).
harvestfoundation.org 37
Orar não é apenas tarefa, mas é relacionamento. Tarefas se compram como serviços
prestados, relações se desenvolvem e tornam pessoas maduras. Relacionamentos
transformadores foi o propósito de Deus para o ministério e a obra de Jesus. Nossa relação com
Deus se reflete no contato com as pessoas, e podemos voltar a Ele para melhorar o que não foi
legal com o outro.
- Com irmãos e irmãs em Cristo: amar um ao outro, viver em unidade; avivamento virá
quando obedecermos à vontade de Deus. Este processo começa em nós (João 17.20-23).
- Com o mundo: amar ao próximo, cuidar dos órfãos e viúvas, defender a causa dos
que precisam de ajuda. Com empregadores, empregados e governo: mostrar o devido respeito
aos que têm autoridade e ser justos com os que estão sob autoridade (Jeremias 22.3, 15-16,
Romanos 13.9, Colossenses 4.1, Tiago 1.27, 1 Pedro 2.13-21).
- Com inimigos: devemos abençoá-los sem esperar reciprocidade (Lucas 6.27, 35).
A igreja é representada através de figuras que ilustram seu potencial para cumprir os
propósitos de Deus: time liderado por um técnico (Efésios 3.10), símbolo de coisas que vão
acontecer (Zacarias 3.8), embaixada do Reino (João 17.18), sal que purifica e lâmpada na
escuridão (Mateus 5.13-16), servo obediente (Filipenses 2.5-8), carta capaz de ser lida por todos (2
Coríntios 3.2-3), mordomo confiável (1 Coríntios 4.2), bom vizinho (1 Pedro 2.12), primícias de algo
delicioso (Romanos 8.19).
Embora tão bem caracterizada através das figuras bíblicas apresentadas acima, há
um muro que impede o mundo de enxergar os propósitos de Deus através da igreja. Este muro
é feito do pecado do povo de Deus. É preciso abrir uma janela neste muro para tornar visível o
que Deus pretende - este é o propósito de Deus para a igreja. Que ela seja uma janela, através
qual o mundo enxerga os propósitos dEle para a vida.
harvestfoundation.org 38
Perguntas de descoberta
Com que intensidade — como indivíduos e em nossas igrejas – compartilhamos as
boas novas dos propósitos de Deus para o presente com as pessoas que estão sofrendo em
nossa comunidade?
Que mudanças aconteceriam em nossa nação se, amanhã de manhã, cada cristão
começasse a obedecer ao propósito de Deus em cada área de relacionamento mostrada neste
estudo?
A carta aos Efésios nos esclarece sobre os propósitos de Deus para a igreja. Paulo
explica que a igreja é a plenitude de Cristo. Entretanto, hoje muitas igrejas são boas ilustrações
do mundo partido, sem a plenitude de Cristo. A igreja é a plenitude de Cristo, mas ela ainda não
alcançou o seu potencial. Ela ainda não expressa a sua identidade como plenitude de Cristo. Mas,
quando ela o faz, a igreja (como Cristo) "encherá todas as coisas, em toda e qualquer
circunstância" (1.22-23). A reconciliação de "todas as coisas" com Deus é feita com a participação
da igreja! Paulo falou à igreja sobre o seu grande papel.
O plano de Deus foi restaurar todas as coisas, e, para isso, sua sabedoria é multiforme.
Ela não é unidimensional. Ela é multidimensional. Ela é expansiva. Os seus propósitos não são
apenas espirituais, mas incluem a restauração de tudo que foi partido na Queda. Quando a igreja
obedece aos propósitos de Cristo, ela administra o mistério e torna conhecida a multiforme
agenda de Deus, isto é, os seus propósitos, a sua vontade. Concordamos plenamente com o
comentário sobre essa passagem: "As implicações eclesiásticas de um verso como este são, de
fato, impressionantes" (Graelein, 1978, p. 47).
O plano divino, grande e multiforme - que Paulo disse estar oculto em Deus nas
épocas passadas - agora seria conhecido, não apenas pelas pessoas da igreja, mas dos
governantes e autoridades do mundo espiritual (3.10-11). Estes podem ser os poderes do mundo
das trevas, as forças espirituais do mal. Eles também podem ser anjos santos, as forças espirituais
do Reino de Deus. Através da igreja, Deus irá demonstrar que Ele irá restaurar todas as coisas
através de Cristo. Os governantes e autoridades nos domínios celestiais olharão para o teatro da
terra. Eles verão a multiforme sabedoria de Deus, o seu impressionante plano para trazer a paz,
acabar com as divisões, sarar o ferido e restaurar todas as coisas. Tudo isso será administrado
através da igreja! Deus escolheu a igreja para ser o instrumento através do qual realizará seu
propósito (1.22). Não podemos imaginar maior propósito ou privilégio do que ter uma tarefa
central no propósito eterno do nosso Criador para a restauração de todas as coisas! Este é nosso
privilégio.
Quais são as implicações para a igreja quando Cristo "encher todas as coisas, em toda
e qualquer circunstância" (1.23)? Seu corpo - a igreja - deve fazer o mesmo. Cristo enche cada
aspecto da vida social. Então, criativamente, a igreja deve infiltrar cada aspecto da sua sociedade
com a agenda de Deus para sarar o que está ferido. As pessoas da igreja devem fazer parte da
vida individual, familiar e comunitária. O Corpo de Cristo deve demonstrar o propósito e
habilidade de Deus para restaurar todas as coisas com Ele mesmo. A igreja não está
proclamando uma esperança baseada em iniciativa humana, mas no próprio mistério, "a
gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em nós, a esperança da glória" (Colossenses 1.27).
harvestfoundation.org 39
Deus quer realizar o seu propósito redentor, sua grande agenda, através da igreja -
não apenas através dos cristãos, individualmente, mas através da igreja local e global. Seu
propósito será cumprido em comunidades e nações quando a igreja levar sua missão avante.
Por isso, a igreja é muito mais importante para a transformação da sociedade do que o
presidente da nação, seus legisladores, ou seus líderes empresariais. A instituição mais
importante e estratégica que Deus designou para realizar sua grande agenda não é encontrada
nas esferas política ou econômica. Em vez disso, é na igreja. Nós servimos ao cabeça da igreja.
Cada geração de cada igreja local tem uma escolha - ser ou não a administradora da
agenda de Deus para a sua comunidade. Juntas as igrejas de um país têm uma escolha
semelhante para fazer. A geração de Israel que Moisés liderou para sair do Egito teve uma
escolha. Deus lhes disse que o propósito dEle era para que fossem para a Terra Prometida. Eles
tiveram medo e ficaram no acampamento! Por causa da sua falta de fé, não enxergaram a
fidelidade e o propósito de Deus. Aquela geração não chegou à Terra Prometida. Deus removeu
a sua bênção de uma geração e deu-a a próxima.
Deus escolheu a igreja local para um grande propósito e equipou-a com pontos fortes
peculiares: (1) Ela é microcosmo da comunidade; quando se submete aos propósitos de Deus, a
igreja torna-se modelo da agenda dEle na sociedade. (2) Quando se submete aos propósitos de
Deus, ela reflete sua imagem e caráter de forma crescente; está em posição de servir como
vice-regente de Deus na parte da criação onde Ele a colocar. (3) Deus prepara e dá líderes para a
igreja. Depois, esses líderes equipam o povo da igreja para o grande propósito de Deus. Essa é a
descrição de função abrangente de todos os líderes de igreja - equipar o povo de Deus para
realizar sua obra e estender o seu governo através do serviço (Efésios 4.11-12). (4) A igreja local
ministra corporativamente, equipa e envia seus membros, individualmente, para servir nas suas
próprias esferas de influência. (5) A igreja local tem o mandado de representar toda a agenda de
Deus. Outras instituições cristãs têm mandados mais limitados.
Na Harvest temos centenas de histórias que confirmam que servir a agenda de Deus
causa impacto significativo sobre indivíduos, igrejas, comunidades e mesmo nações. Pedimos
que você recline na cadeira em que está sentado e pense. Pense sobre as áreas específicas de
ruptura na sua comunidade. Depois, imagine a sua igreja como agente de reconciliação e cura.
Imagine os indivíduos da sua igreja, enchendo a sua sociedade com a plenitude de Cristo. O que
você vê? Qual a sua visão?
"Ele é responsável por tudo, tem a palavra final em tudo. No centro disso tudo, Cristo
governa a igreja. A igreja, você vê, não está na periferia do mundo; o mundo está na periferia da
igreja. A igreja é o Corpo de Cristo, no qual Ele fala e age pelo qual enche tudo com sua presença."
(Efésios 1.22-23).
harvestfoundation.org 40
Como somos privilegiados, pois Deus nos revelou seu mistério! A plenitude de Cristo
habita na igreja e Ele nos equipou para refletir isso. Como igreja, hoje ainda somos
comissionados para proclamar o mistério ao mundo que servimos.
Imagine que sua igreja é a única forma das pessoas, na sua comunidade, poderem ver
os propósitos de Deus para elas nas áreas de sabedoria, física, espiritual e relacional. Você acha
que as pessoas da comunidade podem ver cada área do cuidado de Deus ao olhar para sua
igreja? Você acha que Jesus está satisfeito com a clareza e plenitude com que sua igreja
apresenta os propósitos dEle para as pessoas da sua comunidade?
harvestfoundation.org 41
8 Sementes e Projetos-Semente
Questão atual e controvertida
Exercício
Identificar situações reais de plantio e colheita que exemplifiquem o que é relatado nos textos
a seguir:
Parábola da semente
Mateus 13.31-33 de mostarda
Em Mateus 13.31-33 Jesus falava a pessoas que arriscaram tudo, que abandonaram
tudo para segui-Lo. Parecia legítimo que perguntassem: "O que ganhamos com isso?" A
resposta das circunstâncias era frustrante: os poderosos ignoravam Jesus, alguns pobres e
doentes o seguiam agradecidos, e sua equipe era formada por homens aparentemente
desqualificados para o ofício. Embora Ele dissesse que o Reino de Deus viera, Seus seguidores
achavam que não podia ser aquilo que eles viam! O que mais Cristo teria para oferecer em troca
da existência daqueles que O seguiam com tanta convicção?
Jesus acalma Seus ouvintes explicando que, com Ele, a aparente pequenez e
insignificância é irrelevante. Ele fala do homem que, com dois dedos, tenta segurar uma
semente de mostarda. Ela é tão pequena, tão pequena, que é difícil pegar um único grão, pois
precisa cem grãos para pesar 1 grama! Mas, colocada no solo, a semente cresce em um arbusto
onde as aves se aninham. Nosso raciocínio imediato pode nos levar a crer que essa parábola trata
da expansão do evangelho por todas as nações. Mas não é isso. Jesus não estava falando do
crescimento quantitativo do cristianismo, como pode parecer à primeira vista. Aqui Ele trata do
poder interior de uma comunidade dinâmica que atinge tudo quanto está ao seu redor. Ao invés
de se retrair como minoria, a semente de mostarda - que é a comunidade de seguidores do
Mestre - deve pedir a coragem de se lançar no terreno mundial com coragem para obedecer.
harvestfoundation.org 42
A ideia da semente se expande na parábola seguinte usando a comparação do
fermento. Fermento que não sai para se arriscar à massa mundial, azeda. Lamentavelmente,
assim é com alguns cristãos, com rotinas monótonas e desencorajadoras. Deveríamos ousar em
obediência e enxergar situações à nossa volta como solo para germinar e massa para fermentar.
Assim, perdemos o sentimento de inferioridade, pois sabemos o quanto precisam de nós, e
descobrimos que nossa missão vale a pena. Grão de mostarda e fermento ensinam sobre o
crescimento do cristão em suas funções, em sua capacidade ativa de prestar serviço ao mundo
ferido e necessitado.
Pergunta de descoberta:
Sendo uma igreja com recursos limitados, como podemos servir pessoas na nossa
comunidade e permitir que Deus abençoe e multiplique nossos dons?
Em João 12.20-29 Jesus prediz sua morte. Para isso Ele usa a ilustração de um grão de
trigo que cai na terra. O que isto significa? Como esta ilustração pode se aplicar ao ministério?
Nesta cena encontramos gregos - gentios - sendo incluídos entre os que recebiam os ensinos do
Mestre. Aqui e em todo o Seu ministério, Jesus deixa o exemplo de ir na direção das pessoas -
excluídos, rejeitados, desprezados, esquecidos dos demais - todos esses ganhavam espaço e
mereciam a Sua atenção. Além desses, havia a multidão que aplaudia Seus milagres, deveria
haver também pessoas que, agradecidas, O seguiam com reverência. Mas também havia os
fariseus, invejosos e ardilosos, querendo aproveitar uma chance para acabar com a popularidade
de Jesus. No entanto, nesse texto, o que mais se evidencia são o reconhecimento e veneração do
povo em relação ao Mestre.
Tendo diante de Si dois caminhos, a consagração e a cruz, Jesus faz a opção sacrificial.
Pelos padrões humanos, Jesus estava em perfeita condição de consolidar Suas forças e vencer a
oposição. Mas Ele enfrentou a tarefa de sofrer em agonia como escolha própria, o que resultaria
em multiplicação de fruto. Até aqui "a hora" era um evento futuro. Não mais, agora "a hora" havia
chegado. Quando fazemos algo que é sacrificial, podemos orar: "Meu Deus, te ofereço este
sacrifício em honra pelo momento em que morreste por mim" (John Vianney). A expressão
"odiar a vida" (v. 25) não é ser destrutivo quanto à vida que Deus nos deu, mas é estar livre da
centralidade do "eu", que em comparação com o desejo de obedecer é como se a própria vida
fosse odiada. É usar constantemente nossos recursos em obediência a Deus.
Isso fica claro se fizermos uma leitura sequencial dos Evangelhos, de Atos e das
Epístolas. Os que mataram Jesus pensaram que ali havia acabado Sua influência e obra. No
entanto, Ele ressuscitou com novo corpo e também na vida de homens e mulheres que
seguiram Seus passos e continuaram a demonstrar vida frutífera. Mais frutos foram gerados
com a morte do que com a autoglorificação de Jesus. Humildade e obediência são críticas no
ministério e cada tarefa de ministério que leva a "colheita" é igualmente importante.
Jesus disse "não" ao Seu desejo humano para obedecer ao Pai e glorificá-lo. Embora a
dificuldade das tarefas a que somos chamados nunca se compare ao que Jesus enfrentou, ainda
assim somos chamados à obediência. Lembremos que é próprio da condição humana evitar a
dificuldade e a dor, mas, obedecer ao Pai e suportar a situação difícil nos assemelha a Cristo e
resulta em glorificação a Deus.
harvestfoundation.org 43
Perguntas de descoberta:
Como seria usar dinheiro que economizamos para abençoar os pobres?
Estamos prontos quando Deus nos chama "para esta hora" de sacrifício?
Sabemos de alguma necessidade em nossa comunidade que precisaria de sacrifício
da nossa parte para ser atendida?
João 4.34-38 nos lembra que há um período de tempo decorrido entre semear e
colher. O v. 35 chega a especificar esse tempo em quatro meses. Vamos pensar na atividade de
plantio. Na maioria das vezes, os agricultores trabalham em grupos e desempenham diferentes
tarefas como arar a terra, fertilizar, semear, retirar ervas daninha, irrigar e colher. Essas são
atividades importantes, no entanto, agricultores são geralmente humildes em receber o crédito
pelo seu trabalho. Há tanto que está fora do seu controle, que eles reconhecem a importância
dos demais - suas forças físicas são limitadas - e acima de tudo, de Deus que controla todo o
processo até a colheita.
Perguntas de descoberta:
Podemos identificar este processo de semeadura e colheita em nossa própria vida e
quem participou dele?
Como podemos facilitar colaboração no processo de semear e colher na obra de
Deus?
Seja qual for a tarefa a nós designada, deve ser feita com alegria.
2 Coríntios 9.6-15 mostra que a maneira como o serviço é feito vale tanto quanto o que
é feito. Muitas vezes somos sensibilizados a obedecer ao chamado de Deus. Descobrimos que
temos uma causa nobre à qual nos dedicar e o fazemos, até mesmo quando isso envolve
sacrifício. No entanto, é comum que no meio do caminho nos encontremos resmungando,
reclamando e lastimando as condições em que nos achamos e as limitações a que nos
impomos. Essa atitude maldizente compromete tudo que é feito e pode se comparar a uma
organização, igreja ou órgão público que tendo os recursos necessários não os investe.
harvestfoundation.org 44
Esse texto nos fala de um caráter refinado pelo exercício de doação. Devemos dar de
forma alegre, graciosa e generosa. As pessoas que recebem serviços de doação da igreja não
deveriam apresentar atestado de pobreza. O gesto não deveria ser condicional, mas gracioso,
generoso. E por que não tem sido? Talvez por conta da exploração religiosa. Mas Deus vê e julga
tanto o coração do doador como do receptor. A doação purifica o caráter das garras do
materialismo e permite o desabrochar de virtudes antes não desenvolvidas. Interessante notar
que nesse texto ações de graças e orações foram liberadas a partir do doar generoso e gracioso.
Assim, podemos entender que a retenção de recursos que deveriam ser liberados restringe a
gratidão e as orações do povo de Deus. Deus é quem dá a multiplicação ou aumento, Ele nos
abençoa para que ministremos aos outros e para que nossa generosidade resulte em ações de
graças a Deus. É bom lembrar Romanos 11.29.
Perguntas de descoberta:
Temos exemplos de ajudar pessoas sem que precisem de atestado de pobreza e sem
reclamação?
No próximo mês podemos dobrar o que damos normalmente em oferta? Podemos
dar essa quantia com alegria em vez de dar com hesitação?
Qual tem sido a nossa designação dos recursos doados? Seria para melhorar apenas
o patrimônio eclesiástico ou vidas?
Projetos-Semente
A nação discipulada é sonho que está à nossa frente. Ele permanecerá um sonho até
que possamos nos mover na direção dos propósitos de Deus e superar as dificuldades do
trabalho. A construção de uma nação discipulada começa com empreendimento humano, com
igrejas demonstrando o amor de Deus de forma concreta e oferecendo oportunidades de
aprendizado permanente. Assim, mover-se na direção do sonho já o torna parte da realidade.
harvestfoundation.org 45
Agostinho disse: “A igreja é o ponto de partida para o desenvolvimento da sociedade.”
Discipular uma nação é desenvolvê-la. Podemos decidir se concordamos ou não com essa
expressão. Mas, se concordamos, devemos descobrir como fazer esse trabalho. Projeto-semente
é um meio para discipular, já feito por muitos anos com sucesso em diferentes áreas da
sociedade e em diferentes países. Vamos compartilhar os seus fundamentos bíblicos e passos
para execução.
Princípios Bíblicos
- 8.2: Quando pensamos no “tempo ideal” para ajudar outros geralmente pensamos
em época de largueza, contas pagas e dinheiro em caixa. No entanto, o ensino que temos aqui é
diferente, pois a contribuição da igreja da Macedônia aconteceu em época de pobreza e
tribulação. Essas dificuldades não imobilizaram os gentios pobres, mas ao contrário, os
impulsionaram a contribuir com os judeus pobres de Jerusalém. O gesto deles foi exemplo para
os gentios ricos de Corinto.
- 8.3, 17 e 9.7: A ação integral no ministério não é apenas a coisa certa para ser feita,
mas deve ser feita da maneira certa. Assim, as atitudes corretas para se semear (servir) são de
forma voluntária e com alegria, com postura e linguagem construtivas.
harvestfoundation.org 46
- 8.4 e 9.9: Os sujeitos da ação são pessoas pobres. Frequentemente esquecidas,
desprezadas, deixadas de lado, "invisíveis" na comunidade. Em vez de deixar que outros
tomassem conta delas, os cristãos assumiram a responsabilidade pelo seu cuidado.
- 8.5: Mais do que as necessidades vistas ou sentidas, o que define a ação para um
Projeto-Semente é o propósito de Deus. Se formos servir pessoas, apenas em função da
necessidade delas, podemos nunca satisfazê-las ou podemos atender uma necessidade sem
sentido (por exemplo, se perguntar para uma adolescente grávida qual é a sua necessidade,
talvez ela lhe responda que é fazer um aborto, e jamais vamos agir nessa direção).
- 8.9: O modelo de doação é Jesus. Se desviarmos o olhar dEle para qualquer outro
modelo ou líder, podemos cair em cilada, pois apenas Jesus não vai nos decepcionar.
- 8.10 (Salmos 50.23, Provérbios 19.21 e 21.25): Ter um plano é essencial. Podemos ser
pessoas cheias de boas intenções, mas o dito popular é que delas "o inferno está cheio". O
trabalho de ministério integral através de Projetos-Semente deve ser intencional e planejado. O
planejamento não anula a ação inspiradora do Espírito Santo - sim, Ele continua no controle e, na
sua soberania, pode alterar o curso do projeto a qualquer momento. O projeto não é alvo final,
mas apenas passo inicial para a ação.
- 8.11a: A conclusão é importante. Quem tem projeto, tem maior chance de alcançar
um alvo. Quantas igrejas podem fazer listas de iniciativas que começaram e pararam pela
metade! Projetos-Semente permitem que se cumpra um ciclo de trabalho, gere avaliação e
aprendizado e inicie nova etapa, com avanço de estratégias na missão integral.
- 8.11b e 12: Feitos com recursos locais. Geralmente receamos nos lançar à ação porque
só temos olhos para as coisas que faltam para um projeto. Deveríamos agir diferente e enxergar
recursos existentes. Deus não espera que façamos a obra com coisas que não temos, mas espera
que sejamos bons mordomos daquilo que temos, mesmo que sejam punhados de arroz e
pedaços de sabão.
- 8.13: Os beneficiados também têm responsabilidade. Ao fazer um projeto devemos
prever ações que incluam os beneficiados. É paternalismo deixá-los de fora e, além do mais, sem
contar com eles, tiramos sua dignidade, oportunidade de aprendizado e valor pessoal.
- 8.16, 20-21 e 23: A responsabilidade no projeto deve ser compartilhada. Facilmente se
as coisas dão certo, muitos desejam o crédito, mas, quando dão errado, apenas alguns arcam
com as consequências. Quando a responsabilidade é compartilhada, todos repartem os
resultados.
- 9.7: O sentimento para semear deve ser a alegria. Projetos feitos com autoritarismo e
atitude negativa perdem sua eficácia.
- 9.8: Projetos-Semente devem gerar aprendizado comunitário, transbordar em fé e
habilidade de servir, sem que os erros sejam fatais. Pelo fato de serem de pequena escala,
mesmo com falhas, estas não comprometem o testemunho e ainda podem ser corrigidas. É um
alívio trabalhar com essa flexibilidade! Além disso, através de Projetos-Semente as pessoas
crescem na sua habilidade para servir, elas descobrem que são capazes de fazer mais e
identificam oportunidades e recursos que antes passavam despercebidos.
- 9.10: Deus honra a obediência. Promover crescimento é pertinente a Deus. Diante da
obediência do seu povo Ele se apraz em multiplicar os esforços e produzir resultado positivo.
- 9.11-13: Deus é louvado, há proclamação e demonstração do evangelho. A marca
registrada de Projetos-Semente é que o Senhor é reconhecido e reverenciado. Não pessoas, nem
instituições, mas Ele é visto como o benfeitor.
harvestfoundation.org 47
Então, o que é Projeto-Semente? É demonstração tangível do amor de Deus para
com não cristãos, simples e feitos com recursos locais em pouco tempo.
Características de Projetos-Semente
harvestfoundation.org 48
PROJETO-SEMENTE
Formulário para planejamento
Necessidade: _________________________________________________________________________________
Propósito de Deus:____________________________________________________________________________
Projeto-Semente de: __________________________________________________________________________
Áreas de impacto (cf. Lc 2.52) - Assinale P (primário) ou S (secundário):
( ) Sabedoria ( ) Física ( ) Espiritual ( ) Relacional
Texto bíblico que inspirou o projeto: ___________________________________________________________
Avaliar/coordenador do
projeto e participantes
Envie sua história para a equipe da Harvest Brasil pelo e-mail harvestbra@gmail.com.
Obrigado!
harvestfoundation.org 49
Harvest Brasil
Rua 1500, 150 – Centro – Balneário Camboriú, SC – 88330-522
Facebook: Associação Harvest Brasil
Instagram: @harvestbrasilbr
E-mail: harvestbra@gmail.com
harvestfoundation.org 50