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DIREITO AMBIENTAL

LEGISLAÇÃO FLORESTAL BRASILEIRA

Livro Eletrônico
DIREITO AMBIENTAL
Legislação Florestal Brasileira
Nilton Coutinho

Apresentação.................................................................................................................................................... 4
Terceira Parte: Legislação Florestal Brasileira. . ................................................................................ 5
1. Legislação Florestal Brasileira. ............................................................................................................. 5
1.1. Da Gestão de Florestas Públicas....................................................................................................... 5
1.2. Do Bioma Mata Atlântica...................................................................................................................... 7
1.3. Do Código Florestal Brasileiro. .......................................................................................................... 7
2. Código Florestal. ......................................................................................................................................... 7
2.1. Princípios Elencados no Código Florestal....................................................................................8
2.2. Áreas de Preservação Permanente...............................................................................................8
2.3. Áreas de Uso Restrito. .......................................................................................................................... 9
2.4. Área de Reserva Legal........................................................................................................................ 10
2.5. Áreas Consolidadas.............................................................................................................................. 11
2.6. Cadastro Ambiental Rural................................................................................................................ 12
2.7. Disposições Transitórias.................................................................................................................... 12
3. Das Unidades de Conservação........................................................................................................... 12
3.1. Categorias de Unidades de Conservação. . .................................................................................. 13
3.2. Da Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação................................ 15
3.3. Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de Conservação.. ................................... 15
3.4. Populações Tradicionais.................................................................................................................... 16
3.5. Compensação Ambiental. ................................................................................................................. 16
3.6. Crime Praticado em Unidade de Conservação. . .......................................................................17
4. Parcelamento do Solo Urbano e a Proteção do Meio Ambiente........................................17
4.1. Modalidades de Parcelamento do Solo....................................................................................... 18

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4.2. Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamentos.................................................................... 19


4.3. Do Projeto de Loteamento.............................................................................................................. 20
4.4. Do Projeto de Desmembramento................................................................................................. 21
4.5. Da Aprovação e Registro dos Projetos de Loteamento e Desmembramento......... 21
Questões de Concurso............................................................................................................................... 22
Gabarito............................................................................................................................................................ 35
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 36

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Nilton Coutinho

Sobre o autor

Nilton Carlos de Almeida Coutinho é Procurador do Estado de São Paulo com vasta experi-
ência na área do direito público (com ênfase em direito ambiental e administrativo).
É doutor em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e
mestre em direito pelo Cesumar/PR.

Apresentação

Saudações!
Começamos agora o nosso terceiro módulo de direito ambiental.
Neste módulo trataremos especificamente da legislação florestal brasileira.
Para os alunos mais “afoitos” esclareço que os temas mais relevantes para fins de OAB são
a Lei n. 9.985/2000 (a qual trata do sistema nacional de unidades de conservação) e a Lei n.
12.651/2012 (novo código florestal).
Contudo, o estudo das demais leis relacionadas a proteção das florestas brasileiras tam-
bém merecem a atenção do candidato.
Especificamente em relação à proteção penal das florestas, optamos por abordar o tema
em um tópico específico.
Assim, a proteção penal da fauna, flora e demais bens jurídicos ambientais tutelados pela
Administração Pública serão tratados no módulo, IV, no qual faremos uma análise da Lei n.
9.605/1998.
Espero que aprecie a leitura e que gabarite as questões de direito ambiental.
Abraços e bons estudos!
Prof. Nilton Carlos Coutinho

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TERCEIRA PARTE: LEGISLAÇÃO FLORESTAL BRASILEIRA


1. Legislação Florestal Brasileira

1.1. Da Gestão de Florestas Públicas

A gestão de florestas públicas encontra-se regulamentada por meio da lei n. 11.284, de 2


de março de 2006.
De início, registre-se que se consideram florestas públicas: “florestas, naturais ou planta-
das, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Esta-
dos, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta”1.
Princípios da gestão de florestas públicas. Segundo estabelece a referida lei (art. 2º) cons-
tituem princípios da gestão de florestas públicas:

I – a proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da biodiversidade e valores culturais associados,


bem como do patrimônio público;
II – o estabelecimento de atividades que promovam o uso eficiente e racional das florestas e que contri-
buam para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável local, regional e de todo o País;
III – o respeito ao direito da população, em especial das comunidades locais, de acesso às florestas
públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação;
IV – a promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da agregação de valor aos pro-
dutos e serviços da floresta, bem como à diversificação industrial, ao desenvolvimento tecnológico,
à utilização e à capacitação de empreendedores locais e da mão de obra regional;
V – o acesso livre de qualquer indivíduo às informações referentes à gestão de florestas públicas,
nos termos da Lei n. 10.650, de 16 de abril de 20032;
VI – a promoção e difusão da pesquisa florestal, faunística e edáfica, relacionada à conservação, à
recuperação e ao uso sustentável das florestas;
VII – o fomento ao conhecimento e a promoção da conscientização da população sobre a importân-
cia da conservação, da recuperação e do manejo sustentável dos recursos florestais; e
VIII – a garantia de condições estáveis e seguras que estimulem investimentos de longo prazo no
manejo, na conservação e na recuperação das florestas.

1
CF. art. 3º, I, da Lei n. 11.284, de 2 de março de 2006.
2
Esta Lei dispõe sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes
do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, instituído pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

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Da Gestão de Florestas Públicas para Produção Sustentável

A denominada “gestão de florestas públicas para produção sustentável” compreende:


• a criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos do art. 173 da Lei n.
9.985, de 18 de julho de 2000, e sua gestão direta;
• a destinação de florestas públicas às comunidades locais, nos termos do art. 6º desta
Lei; e
• a concessão florestal, incluindo florestas naturais ou plantadas e as unidades de manejo
das florestas mencionadas no art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.

Das Concessões Florestais

A lei permitiu a realização de concessões florestais4, por meio de licitação.5 As licitações


para concessão florestal serão realizadas na modalidade concorrência e outorgadas a título
oneroso, nos termos do art. 13, § 1º da lei n. 11.284, de 2 de março de 2006.
Tal concessão terá como objeto a exploração de produtos e serviços florestais, con-
tratualmente especificados, em unidade de manejo de floresta pública, com perímetro
georreferenciado, registrada no respectivo cadastro de florestas públicas e incluída no
lote de concessão florestal.
É importante salientar que o objeto de cada concessão será fixado no edital6.

3
Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como obje-
tivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para explo-
ração sustentável de florestas nativas.
4
Considera-se concessão florestal a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal
sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em con-
sórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco e por prazo determinado. (cf. Art. 3º, VII da Lei n. 11.284, de 2 de março de 2006)
5
As florestas públicas a serem submetidas a processos de concessão deverão estar inscritas em um Plano Anual de Outorga
Florestal – PAOF, proposto pelo órgão gestor
6
Art. 20. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados os critérios e as normas gerais da Lei n.
8.666, de 21 de junho de 1993, e conterá, especialmente: I – o objeto, com a descrição dos produtos e dos serviços a serem
explorados; II – a delimitação da unidade de manejo, com localização e topografia, além de mapas e imagens de satélite e
das informações públicas disponíveis sobre a unidade; III – os resultados do inventário amostral; IV – o prazo da concessão
e as condições de prorrogação; V – a descrição da infraestrutura disponível; VI – as condições e datas para a realização de
visitas de reconhecimento das unidades de manejo e levantamento de dados adicionais; VII – a descrição das condições

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1.2. Do Bioma Mata Atlântica

A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimô-


nio nacional, foi regulamentada por meio da Lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006.
Segundo estabelece a referida lei, a proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm
por objetivo geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da
biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime
hídrico e da estabilidade social.7

1.3. Do Código Florestal Brasileiro

Dada sua relevância o código florestal brasileiro será analisado em capítulo específico.

2. Código Florestal

O novo código florestal (Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012) estabelece normas gerais
sobre a proteção da vegetação, as áreas de Preservação Permanente8 e as áreas de Reserva
Legal, a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

necessárias à exploração sustentável dos produtos e serviços florestais; VIII – os prazos para recebimento das propostas,
julgamento da licitação e assinatura do contrato; IX – o período, com data de abertura e encerramento, o local e o horário
em que serão fornecidos aos interessados os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apre-
sentação das propostas; X – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da
idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal; XI – os critérios, os indicadores, as fórmulas e parâmetros a serem
utilizados no julgamento da proposta; XII – o preço mínimo da concessão e os critérios de reajuste e revisão; XIII – a descri-
ção das garantias financeiras e dos seguros exigidos; XIV – as características dos bens reversíveis, incluindo as condições
em que se encontram aqueles já existentes; XV – as condições de liderança da empresa ou pessoa jurídica responsável, na
hipótese em que for permitida a participação de consórcio; XVI – a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas
essenciais referidas no art. 30 desta Lei; XVII – as condições de extinção do contrato de concessão.
7
Art. 6º da lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006
8
Sobre o conceito de área de Preservação Permanente cf. art. 4º e 6º lei n. 12.651/2012.

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2.1. Princípios Elencados no Código Florestal

Do mesmo modo, tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, a referida Lei esta-
belece que atenderá a diversos princípios nela elencados.
O primeiro princípio refere-se ao compromisso do Brasil com a preservação das suas flo-
restas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recur-
sos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes
e futuras.
O segundo destaca a importância da função estratégica da atividade agropecuária e do
papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento
econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País
nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia.
Com relação ao Estado, destaque-se a ação governamental de proteção e uso sustentável
de florestas (de modo a possibilitar o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e
da vegetação), bem como a responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e res-
tauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais.
Um outro princípio mencionado pelo código refere-se ao fomento à pesquisa científica e
tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a
preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa.
Por fim, e ainda visando o desenvolvimento sustentável, estabelece a lei, entre seus prin-
cípios, a criação de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da
vegetação nativa e promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

2.2. Áreas de Preservação Permanente

No tocante às áreas de Preservação Permanente (APP)9 registre-se que a vegetação nelas


situadas deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título,
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
9
Segundo estabelece o art. 4º do Código Florestal (lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012) considera-se Área de Preservação
Permanente: I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde

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Porém, a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Perma-


nente poderá ser realizada em hipóteses específicas, tais como em caso de utilidade pública,
interesse social10 ou baixo impacto ambiental.11

2.3. Áreas de Uso Restrito

Nestas áreas é permitida a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se considerar


as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de
vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual
do meio ambiente.

a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez)
metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d)
200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500
(quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II – as áreas no entorno
dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo
d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em
zonas urbanas; III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de
cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV – as áreas no entorno das nascentes
e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V – as
encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros
em projeções horizontais; IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros
e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da
altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X – as áreas em
altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI – em veredas, a faixa marginal, em pro-
jeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
10
Constituem-se como hipóteses de interesse social, nos termos da lei: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integri-
dade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas; b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou
posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente
e não prejudique a função ambiental da área; c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e ativi-
dades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas
nesta Lei; e d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa
renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009.
11
Obs.: a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso
de utilidade pública.

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Do mesmo modo, admite-se, em áreas de inclinação entre 25º e 45º, o manejo florestal

sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infra-

estrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agro-

nômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade

pública e interesse social.12

2.4. Área de Reserva Legal

Considera-se Reserva Legal a área com cobertura de vegetação nativa que deve ser mantida

em todo imóvel rural.13 Do mesmo modo que a áreas de preservação permanente, a Reserva

Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural,

possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.14

Registre-se, ainda, que a lei admitiu o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no

cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que tal medida não implique na con-

versão de novas áreas para o uso alternativo do solo, nem que a área a ser computada esteja

conservada ou em processo de recuperação e que o proprietário ou possuidor tenha requerido

inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural.

Por fim, o código florestal traz em seu texto normas relacionadas à supressão de vegetação

para uso alternativo do solo e exploração florestal, além de normas para o controle da origem

dos produtos florestais e proibição do uso de fogo e do controle dos incêndios e desmatamen-

tos. Neste aspecto, destaque-se o programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação

do meio ambiente, segundo o qual o Poder Executivo federal poderá instituir, sem prejuízo do

cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio

ambiente e outras medidas como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente

sustentável, observados sempre os critérios de progressividade.

12
Art. 11 da Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012.
13
Tal área variará a depender da localização do imóvel, nos termos do art. 12 do Código Florestal.
14
Admite-se, entretanto, a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo
órgão competente do Sisnama.

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2.5. Áreas Consolidadas

Segundo estabelece o código florestal, considera-se área rural consolidada a área de imóvel
rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias
ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio.
Tais áreas consolidadas podem estar inseridas em áreas de preservação permanente ou
em áreas de reserva legal.
Nas áreas consolidadas em áreas de preservação permanente, é autorizada, exclusiva-
mente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em
áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Contudo, tratando-se de imóveis rurais
que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos
d’água naturais, será obrigatória a recomposição15 das respectivas faixas marginais. Do mes-
mo modo, nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
entorno de nascentes e olhos d’água perenes ou no entorno de lagos e lagoas naturais, será
admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural,
sendo obrigatória a recomposição da região marginal.16
Já nas áreas consolidadas em áreas de reserva legal poderá o proprietário ou possuidor
de imóvel rural (que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão infe-
rior ao estabelecido em lei) poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao
PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:
• recompor a Reserva Legal;
• permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
• compensar a Reserva Legal.17

15
Tal recomposição poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes métodos: I – condução de regeneração
natural de espécies nativas; II – plantio de espécies nativas; III – plantio de espécies nativas conjugado com a condução da
regeneração natural de espécies nativas; IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas
com nativas de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis
a que se refere o inciso V do caput do art. 3º; (vide art. 61-A, § 13).
16
Para maiores detalhes, vide art. 61-A da Lei n. 12.651/2012, com redação dada pela lei n. 12.727, de 2012.
17
Atenção: a obrigação prevista no caput tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio
ou posse do imóvel rural. Obrigação propter rem.

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2.6. Cadastro Ambiental Rural


O Cadastro Ambiental Rural (CAR), constitui-se como um registro público eletrônico de âm-
bito nacional (realizado no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente
– SINIMA) e obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informa-
ções ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
Inscrição. Para a inscrição do imóvel rural no CAR exige-se: a identificação do proprietário
ou possuidor rural, comprovação da propriedade ou posse e a identificação do imóvel por meio
de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo
menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização dos remanes-
centes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito,
das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal. Tal inscrição
deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal, estadual ou distrital.

2.7. Disposições Transitórias

Por fim, a lei previu prazos para que os proprietários e possuidores de áreas rurais possam
se adequar à nova realidade.
Do mesmo modo, atribuiu-se à União, Estados e Distrito Federal, o dever de implantar Pro-
gramas de Regularização Ambiental de posses e propriedades rurais, com o objetivo de ade-
quá-las aos termos estabelecidos no código florestal.18

3. Das Unidades de Conservação

A Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da
Constituição Federal, além de instituir o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dar outras providências.

18
Tais programas deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma
única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo.

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Os citados dispositivos constitucionais, por sua vez, trazem uma série de deveres a cargo
do Poder Público no tocante à: preservação e restauração dos processos ecológicos essen-
ciais e manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservação da diversidade e da inte-
gridade do patrimônio genético do País e fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético; definição de espaços territoriais a serem especialmente
protegidos; e proteção da fauna e da flora.
Assim, a referida Lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades
de conservação.19
Assim, é fundamental conhecer-se os objetivos20, diretrizes21, estrutura e composição do
SNUC22, bem como as regras relacionadas à criação, implantação e gestão de unidades de
conservação e respectivas categorias de unidades de conservação.

3.1. Categorias de Unidades de Conservação

Consoante expressa disposição legal entende-se como unidade de conservação o espaço


territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequa-
das de proteção.
No tocante às unidades de conservação, tem-se que estas dividem-se em dois grupos: as
Unidades de proteção integral (que englobam as estações ecológicas, as reserva biológicas,
os parques nacionais, os monumentos naturais e os refúgios de vida silvestre) e as unidades
de uso sustentável (as quais são compostas pelas áreas de proteção ambiental, áreas de rele-
vante interesse ecológico, florestas nacionais, reserva extrativistas, reservas de fauna; reser-
vas de desenvolvimento sustentável; e reservas particulares do patrimônio natural).
19
Conceitua-se como unidade de conservação: o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdi-
cionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. (art. 2º, I).
20
Art. 4º da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000.
21
Art. 5º da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000.
22
Art. 6º da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000.

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A lei do SNUC trouxe em seu texto uma definição de cada espécie de unidade de conservação.
Assim, tem-se que:
• Área de proteção ambiental: é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocu-
pação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especial-
mente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.23
• Área de relevante interesse ecológico: é uma área em geral de pequena extensão, com
pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou
que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossis-
temas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas,
de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
• Floresta nacional: é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas.24
• Reserva extrativista: é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsis-
tência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger
os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos re-
cursos naturais da unidade.
• Reserva de fauna: é uma área natural com populações animais de espécies nativas, ter-
restres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-cientí-
ficos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.25
• Reserva de desenvolvimento sustentável: é uma área natural que abriga populações
tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos re-
cursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecoló-
gicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na
manutenção da diversidade biológica. Tal reserva tem como objetivo básico preservar
23
Art. 15 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
24
Art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
25
Art. 19 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.

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a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a


reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos
naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o co-
nhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvidas por estas populações.
• Reserva particular do patrimônio natural: uma área privada, gravada com perpetuidade,
com o objetivo de conservar a diversidade biológica.

3.2. Da Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação


Em relação à implantação e gestão das unidades de conservação, tem-se que estas serão
criadas por ato do Poder Público, devendo sua criação ser precedida de estudos técnicos e de
consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequa-
dos para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
Importante destacar, neste item, que o Poder Público poderá, ressalvadas as atividades
agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas
na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e
empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a re-
alização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do
órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes.26

3.3. Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de Conservação


Conforme mencionado, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC) é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e
municipais.
O SNUC tem como órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter su-
pletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e munici-
pais, nas respectivas esferas de atuação.27,28
26
Art. 22-A da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
27
Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que,
concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfa-
toriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma
clara distinção.
28
Art. 6º, III, da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.

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3.4. Populações Tradicionais

Conforme mencionado, proteção dos recursos naturais necessários à subsistência de po-


pulações tradicionais constitui-se como um dos objetivos do SNUC.
Segundo estabelece o Decreto Federal n. 6.040, de 7 de fevereiro de 2000, consideram-se
Povos e Comunidades Tradicionais os grupos culturalmente diferenciados e que se reconhe-
cem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos
pela tradição.
Neste aspecto, deve o Estado valorizar o conhecimento e a cultura dessas populações,
promovendo-as social e economicamente. A propósito, destaque-se a importância dessas po-
pulações na preservação, recuperação, defesa e manutenção das unidades de conservação.
Caso a permanência das populações tradicionais residentes em unidades de conservação
não seja permitida, serão elas indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e
devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes,
devendo o Poder Público, por meio do órgão competente, priorizar o reassentamento das po-
pulações tradicionais a serem realocadas.29

3.5. Compensação Ambiental

A compensação ambiental vem tratada no art. 36 da Lei n. 9.985/2000. Segundo estabelece


a referida lei, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impac-
to ambiental (assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo
de impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA), o empreendedor estará obrigado a
apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral.
A referida lei ainda apresenta valores mínimos, estabelecendo que o montante de recursos
a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento
dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado

29
Art. 42 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.

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pelo órgão ambiental licenciador30, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo
empreendimento.
Observe-se que o STF, no julgamento da ADIN n. 3.378/DF, admitiu a possibilidade de
cobrança da compensação ambiental, sob o argumento de que se tratava de expressão do
Princípio do Poluidor-Pagador. Nesse julgamento, fixou o entendimento de que a compensação
ambiental decorre da desconformidade para com o fim econômico-social para o qual o direito
de propriedade foi instituído. No nosso entender, entretanto, a compensação ambiental surge
como forma de amenizar os danos inevitavelmente causados ao meio ambiente em decorrên-
cia de determinada atividade econômica útil (ou necessária) para a sociedade. Há, portanto,
incidência dos princípios do usuário pagador, prevenção, precaução, reparação, dentre outros.
Consoante ensina MOTA, tem-se que a compensação do dano – na área ambiental – não
deve se limitar ao valor patrimonial do meio ambiente afetado, devendo abranger a estimativa
do valor dos serviços que o patrimônio atingido estaria produzindo ou proporcionando à comu-
nidade, tal como estabelece o art. 944 do Código Civil, que dispõe que a indenização mede-se
pela extensão do dano, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.31

3.6. Crime Praticado em Unidade de Conservação

No caso de crime ambiental cometido em unidade de conservação criada por decreto federal, evi-
dencia-se o interesse federal na manutenção e preservação da região, ante a possível lesão a bens,
serviços ou interesses da União, nos termos do artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal.

4. Parcelamento do Solo Urbano e a Proteção do Meio Ambiente


O parcelamento do solo urbano encontra-se regulamentado por meio da Lei n. 6.766, de 19
de dezembro de 1979.

30
Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as pro-
postas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unida-
des de conservação (art. 36, § 2º).
31
MOTA, Maurício. A valoração dos bens ambientais na compensação ambiental. In: empório do direito. Disponível em: http://
emporiododireito.com.br/backup/tag/bens-ambientais/. Acesso em: 20 jan. 2018.

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Tendo em vista as peculiaridades regionais e locais, a lei permitiu que Estados, Distrito
Federal e Municípios estabeleçam normas complementares relativas ao parcelamento do solo.

4.1. Modalidades de Parcelamento do Solo


O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento32 ou desmembramento33.
No tocante ao loteamento, a lei traz uma série de requisitos urbanísticos que deverão ser
observados34, lembrando-se que Poder Público competente poderá complementarmente exigir,
em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.35
Nesta linha, antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar
à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para
o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas
para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do
imóvel contendo, pelo menos:

I – as divisas da gleba a ser loteada;


II – as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal;
III – a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;
IV – a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comuni-
cação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local ou em suas
adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada;

32
Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação,
de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. (art. 2º, § 1º, da lei n. 6.766, de
19 de dezembro de 1979).
33
Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modifi-
cação ou ampliação dos já existentes. (art. 2º, § 2º, da lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979).
34
Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I – as áreas destinadas a sistemas de circulação, a
implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densi-
dade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem; II – os lotes terão
área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o lotea-
mento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprova-
dos pelos órgãos públicos competentes; III – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das
rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores
exigências da legislação específica; IV – as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes
ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. (art. 4º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979).
35
Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas
de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

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V – o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;


VI – as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas.36

Do mesmo modo, a Lei n. 6.766/1979 traz uma série de determinações que deverão
ser observadas para a aprovação de projeto de desmembramento, devendo o interessado
apresentar requerimento à Prefeitura Municipal (ou ao Distrito Federal quando for o caso)
acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro
de Imóveis competente e de planta do imóvel.37
Por fim, registre-se que o Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas
urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação,
ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades.38
A referida Lei n. 6.766/1979 (por meio da Lei n. 9.785, de 1999) incluiu em seu texto dispo-
sição expressa no sentido de que serão considerados de interesse público os parcelamentos
vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do
Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações de parcela-
mentos e de assentamentos.

4.2. Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamentos

Por expressa exigência legal, os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes
requisitos:

I – as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano39 e comu-


nitário40, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação
prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem;
II – os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5
(cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de con-
juntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;

36
Cf. art. 6º da lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
37
Para maiores detalhes, cf. art. 10 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
38
Art. 44 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
39
Obs. consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica,
coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.
40
Obs. consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. (art. 4, § 2º).

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III – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferro-
vias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo
maiores exigências da legislação específica;41
IV – as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou proje-
tadas, e harmonizar-se com a topografia local.42

É importante salientar que a legislação municipal definirá, para cada zona em que se divi-
da o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e
ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os
coeficientes máximos de aproveitamento.43

4.3. Do Projeto de Loteamento


Tendo como objetivo a proteção do meio ambiente urbano, a lei exige que o interessado, an-
tes da elaboração do projeto de loteamento, solicite à Prefeitura Municipal (ou ao Distrito Federal,
quando for o caso) a definição das diretrizes44 para o uso do solo, do traçado dos lotes, sistema
viário, espaços livres e áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário.
Para tanto, o interessado deverá apresentar requerimento e planta do imóvel contendo,
pelo menos:

I – as divisas da gleba a ser loteada;


II – as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal;
III – a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;
IV – a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comuni-
cação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local ou em suas
adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada;
V – o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;
VI – as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas.45

41
Se necessária, a reserva de faixa não edificável vinculada a dutovias será exigida no âmbito do respectivo licenciamento
ambiental, observados critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção do meio ambiente,
conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes (art. 4, § 3º).
42
Cf. art. 4º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
43
Cf. art. 4º, § 1º, da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
44
Obs.: as diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos.
45
Cf. art. 6º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.

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Municípios pequenos. Os Municípios com menos de cinquenta mil habitantes e aqueles


cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamen-
to poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas na Lei.i

4.4. Do Projeto de Desmembramento

Do mesmo modo, para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apre-


sentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acom-
panhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de
Imóveis competente, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo:

I – a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;


II – a indicação do tipo de uso predominante no local; e
III – a indicação da divisão de lotes pretendida na área.46

4.5. Da Aprovação e Registro dos Projetos de Loteamento e

Desmembramento

Tanto o projeto de loteamento quanto o de desmembramento deverá ser aprovado pela


Administração Pública competente, sendo certo que o projeto aprovado deverá ser executado
no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação.
Destaque-se que é vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em
áreas de risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada.47
Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo
ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprova-
ção, acompanhado dos documentos legais.48

46
Art. 10 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
47
Para maiores detalhes, cf. Lei n. 12.608, de 2012.
48
Para maiores detalhes, CF, art. 18, da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/OAB/2011) O inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição da República
prevê a proteção da fauna e da flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, enquanto que o § 1º do art. 231 do referido texto constitucional estabelece que são
terras indígenas as habitadas por eles em caráter permanente e que podem ser utilizadas por
esses povos, desde que necessárias ao seu bem-estar e à sua reprodução física e cultural. A
esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
ocupadas em caráter permanente por eles e, portanto, podem explorá-las, sem necessidade de
licenciamento ambiental.
b) Os indígenas podem suprimir vegetação de mata atlântica sem autorização do órgão am-
biental competente porque são usufrutuários das terras que habitam.
c) A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pe-
las comunidades indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para atender à sua
subsistência, respeitado o Código Florestal.
d) Os indígenas são proprietários das terras que ocupam em caráter permanente, mas devem
explorá-las segundo as normas ambientais estabelecidas na Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e do Código Florestal.

Questão 2 (FGV/OAB/2011) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, ba-
nhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública propos-
ta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte
raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo
proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é
correto afirmar que
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade
entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsa-
bilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei
n. 9.873/1999. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.

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c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio
do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do
protetor-recebedor.
d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação,
é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.

Questão 3 (FGV/OAB/2012) Com relação ao sistema nacional de unidades de conservação,


assinale a alternativa correta.
a) As unidades de conservação do grupo de proteção integral são incompatíveis com as
atividades humanas; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o
Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação.
b) A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limi-
tes originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade. O Poder Público está dispensado de promover
consulta pública e estudos técnicos novos, bastando a reanálise dos documentos que funda-
mentaram a criação da unidade de conservação.
c) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse
e domínios públicos. É destinado à preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental
da população; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder
Público cobrar ingressos para a sua visitação.
d) As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total
ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que respeitados os procedimentos de
consulta pública e estudos técnicos.

Questão 4 (FGV/OAB/2012) A Lei n. 9.985/2000 instituiu a compensação ambiental, poste-


riormente julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
A respeito do tema, é correto afirmar que
a) a compensação ambiental será concretizada, pelo empreendedor, pelo plantio de mudas
de espécies nativas no entorno de unidades de conservação, visando reduzir os impactos

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ambientais dos empreendimentos potencialmente poluidores, especialmente aqueles que


emitem gases causadores do efeito estufa.
b) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empre-
endimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será
exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo o grau de impacto causado, sendo os
recursos destinados a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral.
c) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empre-
endimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será
exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo com o grau de impacto causado, sendo
os recursos destinados a uma unidade de conservação à escolha do empreendedor, em razão
do princípio da livre iniciativa.
d) a compensação ambiental foi considerada inconstitucional, por violar frontalmente o prin-
cípio do poluidor-pagador, uma vez que permitia ao empreendedor compensar os possíveis
danos ambientais de seu empreendimento por meio de um pagamento, em espécie, destinado
a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral. Logo, não pode mais ser exigida
ou mesmo oferecida pelo órgão ambiental competente.

Questão 5 (FGV/OAB/2012) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após estudos


técnicos e realização de audiência pública, decide pela criação de um parque, em uma
área onde podem ser encontrados exemplares exuberantes de Mata Atlântica. Assim, edi-
ta decreto que fixa os limites do novo parque municipal. Passados dois anos, recebe
pedidos para que o parque seja reavaliado e transformado em uma Área de Relevante In-
teresse Ecológico, com uma pequena redução de seus limites. Tendo em vista a situação
descrita, assinale a alternativa correta.
a) Em razão do princípio da simetria das formas no direito ambiental, a Unidade de Conser-
vação criada por ato do Poder Executivo poderá ser reavaliada e ter seus limites reduzidos
também por decreto.
b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional, por força do art. 225, § 4º, da
CRFB, apenas a União possui competência para a criação de unidades de conservação que
incluam tal bioma em seus limites.

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c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade
de Conservação de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico,
que é de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser
feita por lei.
d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse
Ecológico também é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral.

Questão 6 (FGV/OAB/2012) Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN),


assinale a afirmativa correta.
a) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, gra-
vadas com perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso,
no Registro Público de Imóveis.
b) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio
privado, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro
Público de Imóveis.
c) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados,
deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público de
Imóveis. Porém não serão perpétuas, em razão do direito fundamental à propriedade privada.
d) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio
privado. Em razão do princípio da defesa do meio ambiente são instituídas automatica-
mente, sem necessidade de avaliação do órgão ambiental, bastando o interesse do pro-
prietário privado e a averbação, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro
Público de Imóveis.

Questão 7 (FGV/OAB/2012) A respeito da responsabilidade administrativa federal por


danos ambientais, regulamentada pelo Decreto n. 6.514/2008 e alterado pelo Decreto n.
6.686/2008, assinale a afirmativa correta.
a) A demolição de obra só poderá ser aplicada em edificações não residenciais e sua execução
deverá ocorrer às custas do infrator.
b) A demolição de obra é medida excepcional e só poderá ser aplicada em situações de
flagrante ilegalidade e em edificações com menos de dez anos.

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c) A demolição de obra, em respeito ao direito fundamental à moradia, só poderá ser apli-


cada em construções residenciais erguidas em unidades de conservação e outros espaços
ambientalmente protegidos e as custas para a sua realização correrão por conta do infrator.
d) A demolição de obra ou construção com fins residenciais ou comerciais, em razão do
princípio da defesa do meio ambiente, dar-se-á nos casos em que a ausência da demolição
importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental e as custas para sua realização
correrão por conta do infrator.

Questão 8 (FGV/OAB/2013) João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural


já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns
meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a área é de preservação
permanente.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por sua
degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem.
b) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental
cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
c) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João
não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.
d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública,
em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade.

Questão 9 (FGV/OAB/2013) Com relação aos ecossistemas Floresta Amazônica, Mata


Atlântica, Serra do Mar, Pantanal mato-grossense e Zona Costeira, assinale a afirmativa correta.
a) Tais ecossistemas são considerados pela CRFB/1988 patrimônio difuso, logo todos os
empreendimentos nessas áreas devem ser precedidos de licenciamento e estudo prévio de
impacto ambiental.
b) Tais ecossistemas são considerados patrimônio nacional, devendo a lei infraconstitucional
disciplinar as condições de utilização e de uso dos recursos naturais, de modo a garantir a
preservação do meio ambiente.

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c) Tais ecossistemas são considerados bens públicos, pertencentes à União, devendo a lei
infraconstitucional disciplinar suas condições de utilização, o uso dos recursos naturais e as
formas de preservação.
d) Tais ecossistemas possuem terras devolutas que são, a partir da edição da Lei n. 9985/2000,
consideradas unidades de conservação de uso sustentável, devendo a lei especificar as regras
de ocupação humana nessas áreas.

Questão 10 (FGV/OAB/2014) Bruno é proprietário de pousada que está em regular funciona-


mento há seis anos e explora o ecoturismo. Na área em que a pousada está localizada, o estado
da federação pretende instituir estação ecológica com o objetivo de promover a proteção da
flora e da fauna locais.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível o estado instituir a estação ecológica, pois fere o princípio da segurança jurí-
dica, tendo em vista que a pousada funcionava regularmente há mais de cinco anos.
b) É possível a instituição da estação ecológica pelo estado da federação, não impedindo o
funcionamento da pousada, visto que Bruno tem direito adquirido ao exercício da atividade
econômica.
c) É possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da
pousada, desde que o Poder Público Estadual indenize Bruno pelos prejuízos que a instituição
da unidade de conservação causar à sua atividade.
d) É possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da
pousada, não cabendo ao Poder Público qualquer forma de indenização, tendo em vista a
supremacia do interesse coletivo sobre os interesses individualmente considerados.

Questão 11 (FGV/OAB/2014) A definição dos espaços territoriais especialmente prote-


gidos é fundamental para a manutenção dos processos ecológicos. Sobre o instituto da
Reserva Legal, de acordo com o Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a
afirmativa correta.
a) Pode ser instituído em área rural ou urbana, desde que necessário à reabilitação dos
processos ecológicos.

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b) Foi restringida, de acordo com a Lei n. 12.651/2012, às propriedades abrangidas por


Unidades de Conservação.
c) Incide apenas sobre imóveis públicos, consistindo em área protegida para a preservação da
estabilidade geológica e da biodiversidade.
d) Incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área deve ser mantida sem prejuízo da aplicação
das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.

Questão 12 (FGV/OAB/2015) Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal
em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o instituto da Reserva Legal, de acordo
com a disciplina do Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.
a) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.
b) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o adquirente não tem o dever de recom-
por a área de Reserva Legal, mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da
obrigação.
c) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva Legal, conduta tipificada como
crime pelo Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012).
d) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada Unidade de Conservação de Uso
Sustentável, admitindo exploração somente se inserida no plano de manejo instituído pelo
Poder Público.

Questão 13 (FGV/OAB/2015) Determinado Município, por intermédio de lei que contemplou


questões como potencial construtivo, zoneamento de bairros e complexos esportivos, reduziu
os limites de uma determinada Unidade de Conservação.
Considerando o caso hipotético em tela, assinale a opção que se harmoniza com a legislação
ambiental.
a) A lei municipal em questão será considerada válida e eficaz, pois a redução dos limites de
uma Unidade de Conservação pode ser feita até mesmo por Decreto.
b) A redução de limites, assim como a desafetação de uma Unidade de Conservação, não de-
manda lei específica, exigindo apenas a necessária e prévia aprovação de Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA).

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c) A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho
Gestor da Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no
referido procedimento de deliberação e aprovação.
d) A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos
concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se
aplica à desafetação.

Questão 14 (FGV/OAB/2015) João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em


área urbana e outro, em área rural. Por ocasião da aquisição de ambos os imóveis, João foi
alertado pelos alienantes de que os imóveis contemplavam Áreas de Preservação Permanente
(APP) e de que, por tal razão, ele deveria buscar uma orientação mais especializada, caso
desejasse nelas intervir.
Considerando a disciplina legal das Áreas de Preservação Permanente (APP), bem como as
possíveis preocupações gerais de João, assinale a afirmativa correta.
a) As APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo decisão administrativa em
sentido contrário de órgão estadual integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNA-
MA), uma vez que não há preceitos legais abstratamente prevendo exceções à sua preserva-
ção absoluta e integral.
b) As hipóteses legais de APP, com o advento do denominado “Novo Código Florestal” – Lei n.
12.651/2012 –, foram abolidas em âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os
Estados e Municípios assim as exijam legalmente.
c) As APPs são espaços territoriais especialmente protegidos, comportando exceções legais
para fins de intervenção, sendo certo que os Estados e os Municípios podem prever outras hi-
póteses de APP além daquelas dispostas em normas gerais, inclusive em suas Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas, sendo que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a
obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de promover a sua recom-
posição, obrigação esta de natureza propter rem.
d) As APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às áreas urbanas, sendo certo
que a Lei Federal n. 12.651/2012 (“Novo Código Florestal”), apesar de ter trazido significativas
mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais com mais de 100 hectares.

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Questão 15 (FGV/OAB/2016) Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende


instalar um loteamento, já devidamente aprovado pelo Poder Público.
Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, sua propriedade foi integralmente
incluída nos limites de um Parque Nacional.
Considerando as normas que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC,
é correto afirmar que
a) Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade
de seu empreendimento.
b) Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente
da inviabilidade do empreendimento.
c) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação
indireta em face da União.
d) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área
com cobrança de visitação.

Questão 16 (FGV/OAB/2016) O Governo Federal, tendo em vista a grande dificuldade em


conter o desmatamento irregular em florestas públicas, iniciou procedimento de concessão
florestal para que particulares possam explorar produtos e serviços florestais.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) Essa concessão é antijurídica, uma vez que o dever de tutela do meio ambiente ecologica-
mente equilibrado é intransferível a inalienável.
b) Essa concessão, que tem como objeto o manejo florestal sustentável, deve ser precedida de
licitação na modalidade de concorrência.
c) Essa concessão somente é possível para fins de exploração de recursos minerais pelo
concessionário.
d) Essa concessão somente incide sobre florestas públicas estaduais e, por isso, a competên-
cia para sua delegação é exclusiva dos Estados, o que torna ilegal sua implementação pelo
IBAMA.

Questão 17 (FGV/OAB/2018) Gabriela, pequena produtora rural que desenvolve atividade pe-
cuária, é avisada por seu vizinho sobre necessidade de registrar seu imóvel rural no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), sob pena de perder a propriedade do bem.

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Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.


a) Gabriela não tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR por ser pequena produtora rural.
b) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR, sob pena de perder a propriedade do
bem, que apenas poderá ser reavida por ação judicial.
c) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro não será considerado título
para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse.
d) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro autoriza procedimento
simplificado para concessão de licença ambiental.

Questão 18 (FGV/OAB/2018) Tendo em vista a elevação da temperatura do meio ambiente


urbano, bem como a elevação do nível dos oceanos, a União deverá implementar e estruturar
um mercado de carbono, em que serão negociados títulos mobiliários representativos de
emissões de gases de efeito estufa evitadas.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) É possível a criação de mercado de carbono, tendo como atores, exclusivamente, a União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
b) Não é constitucional a criação de mercado de carbono no Brasil, tendo em vista a natureza
indisponível e inalienável de bens ambientais.
c) A criação de mercado de carbono é válida, inclusive sendo operacionalizado em bolsa de
valores aberta a atores privados.
d) A implementação de mercado de carbono pela União é cogente, tendo o Brasil a obrigação
de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, estabelecida em compromissos internacionais.

Questão 19 (FGV/OAB/2019) O Ministro do Meio Ambiente recomenda ao Presidente da


República a criação de uma Unidade de Conservação em área que possui relevante ecossis-
tema aquático e grande diversidade biológica. Porém, em razão da grave crise financeira, o
Presidente pretende que a União não seja compelida a pagar indenização aos proprietários dos
imóveis inseridos na área da Unidade de Conservação a ser criada.
Considerando o caso, assinale a opção que indica a Unidade de Conservação que deverá
ser criada.

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a) Estação Ecológica.
b) Reserva Biológica.
c) Parque Nacional.
d) Área de Proteção Ambiental.

Questão 20 (FGV/OAB/2019) A sociedade empresária Foice Ltda., dá início à construção de


galpão de armazenamento de ferro-velho. Com isso, dá início a Estudo de Impacto Ambiental
– EIA. No curso do EIA, verificou-se que a construção atingiria área verde da Comunidade de
Flores, de modo que 60 (sessenta) cidadãos da referida Comunidade solicitaram à autoridade
competente que fosse realizada, no âmbito do EIA, audiência pública.
Sobre a situação, assinale a afirmativa correta.
a) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando houver
solicitação do Ministério Público.
b) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando houver
solicitação de associação civil legalmente constituída há pelo menos 1 (um) ano.
c) A audiência pública é necessária, e, caso não realizada, a eventual licença ambiental
concedida não terá validade.
d) A audiência pública é necessária, salvo quando celebrado Termo de Ajustamento de Conduta
com o Ministério Público

Questão 21 (FGV/OAB/2019) Em decorrência de grave dano ambiental em uma Unidade de


Conservação, devido ao rompimento de barragem de contenção de sedimentos minerais, a
Defensoria Pública estadual ingressa com Ação Civil Pública em face do causador do dano.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) A Ação Civil Pública não deve prosseguir, uma vez que a Defensoria Pública não é legitimada
a propor a referida ação judicial.
b) A Defensoria Pública pode pedir a recomposição do meio ambiente cumulativamente ao
pedido de indenizar, sem que isso configure bis in idem.
c) Tendo em vista que a conduta configura crime ambiental, a ação penal deve anteceder a
Ação Civil Pública, vinculando o resultado desta.

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d) A Ação Civil Pública não deve prosseguir, uma vez que apenas o IBAMA possui competência
para propor Ação Civil Pública quando o dano ambiental é causado em Unidade de Conservação.

Questão 22 (FGV/OAB/2019) Em 2017, Maria adquire de Eduarda um terreno inserido em


área de Unidade de Conservação de Proteção Integral. Em 2018, Maria descobre, por meio de
documentos e fotos antigas, que Eduarda promoveu desmatamento irregular no imóvel.
Sobre a responsabilidade civil ambiental, assinale a afirmativa correta.
a) Maria responde civilmente pela recomposição ambiental, ainda que tenha agido de boa-fé
ao adquirir o terreno.
b) Maria não pode responder pela aplicação de multa ambiental, tendo em vista o princípio da
intranscendência da pena.
c) Eduarda não pode responder pela recomposição ambiental, mas apenas pela multa
ambiental, tendo em vista a propriedade ter sido transmitida.
d) Maria responde nas esferas administrativa, civil e penal solidariamente com Eduarda, tendo
em vista o princípio da reparação integral do dano ambiental.

Questão 23 (FGV/OAB/2019) Renato, proprietário de terra rural inserida no Município X,


pretende promover a queimada da vegetação existente para o cultivo de cana-de-açúcar.
Assim, consulta seu advogado, indagando sobre a possibilidade da realização da queimada.
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão estadual ambiental competente do SISNAMA,
caso as peculiaridades dos locais justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou
florestais.
b) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão municipal ambiental competente, após audi-
ência pública realizada pelo Município X no âmbito do SISNAMA.
c) A queimada não pode ser realizada, constituindo, ainda, ato tipificado como crime ambiental
caso a área esteja inserida em Unidade de Conservação.
d) A queimada não dependerá de autorização, caso Renato comprove a manutenção da área
mínima de cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal.

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Questão 24 (FGV/OAB/2019) Pedro, proprietário de fazenda com grande diversidade flores-


tal, decide preservar os recursos ambientais nela existentes, limitando, de forma perpétua, o
uso de parcela de sua propriedade por parte de outros possuidores a qualquer título, o que
realiza por meio de instrumento particular, averbado na matrícula do imóvel no registro de
imóveis competente.
Assinale a opção que indica o instrumento jurídico a que se refere o caso descrito.
a) Zoneamento Ambiental.
b) Servidão Ambiental.
c) Área Ambiental Restrita.
d) Área de Relevante Interesse Ecológico.

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GABARITO
1. c
2. d
3. d
4. b
5. c
6. a
7. a
8. a
9. b
10. c
11. d
12. a
13. d
14. c
15. c
16. b
17. c
18. c
19. d
20. c
21. b
22. Anulada.
23. a
24. b

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/2011) O inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição da República
prevê a proteção da fauna e da flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, enquanto que o § 1º do art. 231 do referido texto constitucional estabelece que são
terras indígenas as habitadas por eles em caráter permanente e que podem ser utilizadas por
esses povos, desde que necessárias ao seu bem-estar e à sua reprodução física e cultural.
A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
ocupadas em caráter permanente por eles e, portanto, podem explorá-las, sem necessidade de
licenciamento ambiental.
b) Os indígenas podem suprimir vegetação de mata atlântica sem autorização do órgão am-
biental competente porque são usufrutuários das terras que habitam.
c) A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pe-
las comunidades indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para atender à sua
subsistência, respeitado o Código Florestal.
d) Os indígenas são proprietários das terras que ocupam em caráter permanente, mas devem
explorá-las segundo as normas ambientais estabelecidas na Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e do Código Florestal.

Letra c.

 Obs.: Questão feita sob a égide do código florestal revogado.


a) Errada. Fundamento: Devemos lembrar que apesar de os índios terem o direito de usu-
fruto mencionado (art. 231, p.2, CF), eles não possuem imunidades ao cumprimento das
leis, não podendo, portanto, deixar de realizar o licenciamento ambiental, quando no caso
este for necessário.
b) Errada. Aplica-se o mesmo comentário da letra A.
c) Certa. Conforme art. 3º-A, Lei n. 4.771/1965 – Código Florestal revogado.
d) Errada. A propriedade das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertence à União
(art. 20, XI, CF).

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Questão 2 (FGV/OAB/2011) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, ba-
nhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública propos-
ta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte
raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo
proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é
correto afirmar que
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade
entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsa-
bilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei
n. 9.873/1999. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.
c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio
do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do
protetor-recebedor.
d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação,
é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.

Letra d.
Esta obrigação tem previsão legal no Código Florestal – Lei n. 12.651, de 2012:

Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da
vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real [propter rem] e é transmitida ao sucessor no
caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

a) Errada. Fundamento: adota-se, na área ambiental a teoria da responsabilidade objetiva com


base no risco integral.
b) Errada. A responsabilidade civil ambiental é imprescritível: STJ, REsp 647.493 e 1.112.117.
c) Errada. João não terá direito à indenização no caso em análise.
Outras observações pertinentes ao tema:

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A Lei n. 9.873/1999 refere-se à prescrição da responsabilidade ambiental administrativa.

Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta,
no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data
da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.

Questão 3 (FGV/OAB/2012) Com relação ao sistema nacional de unidades de conservação,


assinale a alternativa correta.
a) As unidades de conservação do grupo de proteção integral são incompatíveis com as
atividades humanas; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o
Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação.
b) A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou a unidade. O Poder Público está dispensado de promover consulta
pública e estudos técnicos novos, bastando a reanálise dos documentos que fundamentaram
a criação da unidade de conservação.
c) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse
e domínios públicos. É destinado à preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental
da população; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder
Público cobrar ingressos para a sua visitação.
d) As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total
ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que respeitados os procedimentos de
consulta pública e estudos técnicos.

Letra d.
Sobre o tema, veja-se os seguintes dispositivos da Lei n. 9.985/2000:

Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)
§ 1º (VETADO)

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§ 2º A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consul-
ta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a
unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obrigado a fornecer informações
adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.
§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata
o § 2º deste artigo.
§ 5º As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou
parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta es-
tabelecidos no § 2º deste artigo.
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível
hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabele-
cidos no § 2º deste artigo.

Veja-se, ainda, outros conceitos trazidos pela Lei n. 9.985/2000 em seu art. 2º:​​

IX – uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
X – uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
XI – uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos am-
bientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos
ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;

Questão 4 (FGV/OAB/2012) A Lei n. 9.985/2000 instituiu a compensação ambiental, poste-


riormente julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
A respeito do tema, é correto afirmar que
a) a compensação ambiental será concretizada, pelo empreendedor, pelo plantio de mudas de
espécies nativas no entorno de unidades de conservação, visando reduzir os impactos ambien-
tais dos empreendimentos potencialmente poluidores, especialmente aqueles que emitem ga-
ses causadores do efeito estufa.
b) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empre-
endimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será
exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo o grau de impacto causado, sendo os
recursos destinados a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral.
c) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empre-
endimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será
exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo com o grau de impacto causado, sendo

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os recursos destinados a uma unidade de conservação à escolha do empreendedor, em razão


do princípio da livre iniciativa.
d) a compensação ambiental foi considerada inconstitucional, por violar frontalmente o prin-
cípio do poluidor-pagador, uma vez que permitia ao empreendedor compensar os possíveis
danos ambientais de seu empreendimento por meio de um pagamento, em espécie, destinado
a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral. Logo, não pode mais ser exigida
ou mesmo oferecida pelo órgão ambiental competente.

Letra b.
Vide Lei n. 9.985/2000:

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto am-
biental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de im-
pacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implan-
tação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o
disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

ADIN n. 3.378-6, de 2008 – O STF declarou a validade da indenização ambiental, em controle


abstrato de constitucionalidade, pronunciou a inconstitucionalidade com redução do texto da
expressão “não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implanta-
ção do empreendimento”, constante do § 1º, do artigo 36, da Lei 9.985/2000. Assim, foi invali-
dado apenas o piso de 0,5% da compensação ambiental a ser calculado sobre o valor total do
empreendimento, que deverá ser proporcional ao dano causado, podendo agora ser inferior ao
citado percentual.

Questão 5 (FGV/OAB/2012) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após estudos téc-


nicos e realização de audiência pública, decide pela criação de um parque, em uma área onde
podem ser encontrados exemplares exuberantes de Mata Atlântica. Assim, edita decreto que fixa
os limites do novo parque municipal. Passados dois anos, recebe pedidos para que o parque seja
reavaliado e transformado em uma Área de Relevante Interesse Ecológico, com uma pequena
redução de seus limites. Tendo em vista a situação descrita, assinale a alternativa correta.

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a) Em razão do princípio da simetria das formas no direito ambiental, a Unidade de Conser-


vação criada por ato do Poder Executivo poderá ser reavaliada e ter seus limites reduzidos
também por decreto.
b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional, por força do art. 225, § 4º, da
CRFB, apenas a União possui competência para a criação de unidades de conservação que
incluam tal bioma em seus limites.
c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade
de Conservação de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico,
que é de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser
feita por lei.
d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse
Ecológico também é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral.

Letra c.
Quando criado pelo município, o Parque Nacional, unidade de proteção integral, uma das duas
categorias de unidades de conservação, tem a denominação de Parque Natural Municipal (art.
11, § 4º, Lei n. 9.985/2000) e tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas natu-
rais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recre-
ação em contato com a natureza e de turismo ecológico (art. 11).
Caso a intenção seja de transformar, posteriormente, em Área de Relevante Interesse Ecológi-
co, unidade de uso sustentável (outra categoria e que busca compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, art. 7º, § 2º), somente
será possível “mediante lei específica (art. 22, § 7º)”.

Questão 6 (FGV/OAB/2012) Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN),


assinale a afirmativa correta.
a) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, gra-
vadas com perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso,
no Registro Público de Imóveis.

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b) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio pri-
vado, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público
de Imóveis.
c) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados,
deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público de Imó-
veis. Porém não serão perpétuas, em razão do direito fundamental à propriedade privada.
d) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio priva-
do. Em razão do princípio da defesa do meio ambiente são instituídas automaticamente, sem
necessidade de avaliação do órgão ambiental, bastando o interesse do proprietário privado e a
averbação, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público de Imóveis.

Letra a.
Vide Lei n. 9.985:

Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade,
com o objetivo de conservar a diversidade biológica. (Regulamento)
§ 1º O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o
órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da ins-
crição no Registro Público de Imóveis.

Vide também: DECRETO N. 5.746, DE 5 DE ABRIL DE 2006, o qual regulamenta o art. 21 da Lei
n. 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conser-
vação da Natureza:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constitui-
ção, e tendo em vista o disposto no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000,
DECRETA:
Art. 1º A Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN é unidade de conservação de domínio
privado, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, gravada com perpetuidade, por inter-
médio de Termo de Compromisso averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.
Parágrafo único. As RPPNs somente serão criadas em áreas de posse e domínio privados.

Questão 7 (FGV/OAB/2012) A respeito da responsabilidade administrativa federal por


danos ambientais, regulamentada pelo Decreto n. 6.514/2008 e alterado pelo Decreto n.
6.686/2008, assinale a afirmativa correta.
a) A demolição de obra só poderá ser aplicada em edificações não residenciais e sua execução
deverá ocorrer às custas do infrator.

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b) A demolição de obra é medida excepcional e só poderá ser aplicada em situações de fla-


grante ilegalidade e em edificações com menos de dez anos.
c) A demolição de obra, em respeito ao direito fundamental à moradia, só poderá ser aplicada
em construções residenciais erguidas em unidades de conservação e outros espaços ambien-
talmente protegidos e as custas para a sua realização correrão por conta do infrator.
d) A demolição de obra ou construção com fins residenciais ou comerciais, em razão do princí-
pio da defesa do meio ambiente, dar-se-á nos casos em que a ausência da demolição importa
em iminente risco de agravamento do dano ambiental e as custas para sua realização correrão
por conta do infrator.

Letra a.
VIDE artigo 112 do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.

Art. 112. A demolição de obra, edificação ou construção não habitada e utilizada diretamente para a
infração ambiental dar-se-á excepcionalmente no ato da fiscalização nos casos em que se consta-
tar que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental ou
de graves riscos à saúde.
§ 1º A demolição poderá ser feita pelo agente autuante, por quem este autorizar ou pelo próprio
infrator e deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive com fotografias.
§ 2º As despesas para a realização da demolição correrão às custas do infrator.
§ 3º A demolição de que trata o caput não será realizada em edificações residenciais.

Questão 8 (FGV/OAB/2013) João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural


já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns
meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a área é de preservação
permanente.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por sua
degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem.
b) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental co-
metido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
c) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João
não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.

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d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública,


em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade.

Letra a.

Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transfe-
rência de domínio ou posse do imóvel rural.

Questão 9 (FGV/OAB/2013) Com relação aos ecossistemas Floresta Amazônica, Mata


Atlântica, Serra do Mar, Pantanal mato-grossense e Zona Costeira, assinale a afirmativa correta.
a) Tais ecossistemas são considerados pela CRFB/1988 patrimônio difuso, logo todos os
empreendimentos nessas áreas devem ser precedidos de licenciamento e estudo prévio de
impacto ambiental.
b) Tais ecossistemas são considerados patrimônio nacional, devendo a lei infraconstitucional
disciplinar as condições de utilização e de uso dos recursos naturais, de modo a garantir a
preservação do meio ambiente.
c) Tais ecossistemas são considerados bens públicos, pertencentes à União, devendo a lei
infraconstitucional disciplinar suas condições de utilização, o uso dos recursos naturais e as
formas de preservação.
d) Tais ecossistemas possuem terras devolutas que são, a partir da edição da Lei n. 9985/2000,
consideradas unidades de conservação de uso sustentável, devendo a lei especificar as regras
de ocupação humana nessas áreas.

Letra b.
a) Errada. Art. 225, § 4º, CF; Res. CONAMA 237/1997 e 01/1986 (apontam quais empreen-
dimentos e atividades serão licenciadas e quais necessitarão de estudo prévio de impacto
ambiental, respectivamente):

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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.

b) Certa. Art. 225, § 4º, CF:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais

c) Errada. Art. 225, § 4º, CF (apesar de serem consideradas patrimônio nacional, as proprie-
dades localizadas em áreas com tais modalidades de vegetação não são, necessariamente,
consideradas bens públicos, da União de quaisquer dos demais entes federativos):

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

d) Errada. A Lei n. 9.985/2000 (Lei do SNUC), em momento algum prevê tal comando normativo,
sendo necessário, para a constituição de unidades de conservação, observar o procedimento
descrito nos arts. 22, 25 e 27 desta lei.

Questão 10 (FGV/OAB/2014) Bruno é proprietário de pousada que está em regular funciona-


mento há seis anos e explora o ecoturismo. Na área em que a pousada está localizada, o es-
tado da federação pretende instituir estação ecológica com o objetivo de promover a proteção
da flora e da fauna locais.

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A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.


a) Não é possível o estado instituir a estação ecológica, pois fere o princípio da segurança jurí-
dica, tendo em vista que a pousada funcionava regularmente há mais de cinco anos.
b) É possível a instituição da estação ecológica pelo estado da federação, não impedindo o
funcionamento da pousada, visto que Bruno tem direito adquirido ao exercício da atividade
econômica.
c) É possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da
pousada, desde que o Poder Público Estadual indenize Bruno pelos prejuízos que a instituição
da unidade de conservação causar à sua atividade.
d) É possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da
pousada, não cabendo ao Poder Público qualquer forma de indenização, tendo em vista a su-
premacia do interesse coletivo sobre os interesses individualmente considerados.

Letra c.

Art. 9º, § 1º, Lei n. 9.985/2000 – SNUC:


§ 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas
em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.

A resposta está no art. 9º da Lei n. 9.985/2000, que instituiu o SNUC – Sistema Nacional de
Unidades de Conservação.
a) Errada. O fato de ser uma propriedade particular não impede a criação da Estação Ecológica
(art. 9º, § 1º, da Lei n. 9.985/2000).
b) Errada. A instituição da EE impede, sim, o funcionamento da pousada (art. 9º, §§ 1º e 2º, da
Lei n. 9.985/2000).
d) Errada. Essa não é hipótese de desapropriação sem indenização.

Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesqui-
sas científicas.
§ 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas
em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que
dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração
da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas pre-
vistas em regulamento.

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§ 4º Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de:
I – medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II – manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III – coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV – pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela
simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área
correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e
quinhentos hectares.

Questão 11 (FGV/OAB/2014) A definição dos espaços territoriais especialmente protegidos


é fundamental para a manutenção dos processos ecológicos. Sobre o instituto da Reserva Le-
gal, de acordo com o Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.
a) Pode ser instituído em área rural ou urbana, desde que necessário à reabilitação dos
processos ecológicos.
b) Foi restringida, de acordo com a Lei n. 12.651/2012, às propriedades abrangidas por
Unidades de Conservação.
c) Incide apenas sobre imóveis públicos, consistindo em área protegida para a preservação da
estabilidade geológica e da biodiversidade.
d) Incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área deve ser mantida sem prejuízo da aplicação
das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.

Letra d.
Está conforme art. 12 do Código Florestal:

Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva
Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observa-
dos os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos
no art. 68 desta Lei:

Sobre as demais alternativas:


a) Errada. Não é instituído em área urbana, conforme o Código Florestal (Lei n. 12.651/2012):

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:


III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos ter-
mos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos na-
turais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

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b) Errada. Não foi restringida, conforme estabelece o art. 12:

Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal,
sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os
seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art.
68 desta Lei:

c) Errada. Incide sobre quaisquer imóveis rurais.

Questão 12 (FGV/OAB/2015) Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal
em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o instituto da Reserva Legal, de acordo
com a disciplina do Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.
a) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.
b) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o adquirente não tem o dever de recompor
a área de Reserva Legal, mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da
obrigação.
c) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva Legal, conduta tipificada como
crime pelo Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012).
d) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada Unidade de Conservação de Uso
Sustentável, admitindo exploração somente se inserida no plano de manejo instituído pelo
Poder Público.

Letra a.
a) Certa. Vide Lei n. 12.651 (Código Florestal):

Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legis-
lação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para
adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com
redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente
sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes catego-
rias e linhas de ação: (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos
objetivos desta Lei, utilizando-se dos seguintes instrumentos, dentre outros: (…)

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b) Errada. Art. 2º, § 2º, Código Florestal:

§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qual-
quer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

c) Errada. Código Florestal:

Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário
do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previa-
mente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no
art. 20.

d) Errada. Vide art. 14:

Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de


conservação:
I – Área de Proteção Ambiental;
II – Área de Relevante Interesse Ecológico;
III – Floresta Nacional;
IV – Reserva Extrativista;
V – Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII – Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Questão 13 (FGV/OAB/2015) Determinado Município, por intermédio de lei que contemplou


questões como potencial construtivo, zoneamento de bairros e complexos esportivos, reduziu
os limites de uma determinada Unidade de Conservação.
Considerando o caso hipotético em tela, assinale a opção que se harmoniza com a legislação
ambiental.
a) A lei municipal em questão será considerada válida e eficaz, pois a redução dos limites de
uma Unidade de Conservação pode ser feita até mesmo por Decreto.
b) A redução de limites, assim como a desafetação de uma Unidade de Conservação, não de-
manda lei específica, exigindo apenas a necessária e prévia aprovação de Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA).
c) A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho
Gestor da Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no
referido procedimento de deliberação e aprovação.

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d) A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos


concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se
aplica à desafetação.

Letra d.
a) Errada. Supressão somente por meio de lei.
b) Errada. redução de limites somente por meio de lei.
c) Errada. Não é necessário a aprovação do Conselho Gestor da Unidade de Conservação para
a redução da área da Unidade de Conservação.
d) Certa. A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os
efeitos concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também
se aplica à desafetação.

Questão 14 (FGV/OAB/2015) João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em


área urbana e outro, em área rural. Por ocasião da aquisição de ambos os imóveis, João foi
alertado pelos alienantes de que os imóveis contemplavam Áreas de Preservação Permanente
(APP) e de que, por tal razão, ele deveria buscar uma orientação mais especializada, caso
desejasse nelas intervir.
Considerando a disciplina legal das Áreas de Preservação Permanente (APP), bem como as
possíveis preocupações gerais de João, assinale a afirmativa correta.
a) As APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo decisão administrativa em
sentido contrário de órgão estadual integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente –
SISNAMA, uma vez que não há preceitos legais abstratamente prevendo exceções à sua pre-
servação absoluta e integral.
b) As hipóteses legais de APP, com o advento do denominado “Novo Código Florestal” – Lei n.
12.651/2012 –, foram abolidas em âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os
Estados e Municípios assim as exijam legalmente.
c) As APPs são espaços territoriais especialmente protegidos, comportando exceções legais
para fins de intervenção, sendo certo que os Estados e os Municípios podem prever outras hi-
póteses de APP além daquelas dispostas em normas gerais, inclusive em suas Constituições

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Estaduais e Leis Orgânicas, sendo que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a
obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de promover a sua recom-
posição, obrigação esta de natureza propter rem.
d) As APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às áreas urbanas, sendo certo
que a Lei Federal n. 12.651/2012 (“Novo Código Florestal”), apesar de ter trazido significativas
mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais com mais de 100 hectares.

Letra c.
Art. 7º, §§ 1º e 2º, do Novo Código Florestal.
Sobre o tema, veja:

Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de trans-
ferência de domínio ou posse do imóvel rural.

Com relação às demais alternativas:


a) Errada. O art. 8º estabelece que a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área
de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei. Logo, é possível a intervenção em APP.
b) Errada. A Lei n. 12.651/2012 traz um rol de APPs instituídas por lei:

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos
desta Lei:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efême-
ros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros
de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;

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e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de
superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represa-
mento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cen-
to) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a
2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo
plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados,
pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X – as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta)
metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

d) Errada. É possível a existência de APPs em áreas urbanas.

Questão 15 (FGV/OAB/2016) Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende


instalar um loteamento, já devidamente aprovado pelo Poder Público.
Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, sua propriedade foi integralmente
incluída nos limites de um Parque Nacional.
Considerando as normas que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC,
é correto afirmar que
a) Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade
de seu empreendimento.
b) Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente
da inviabilidade do empreendimento.

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c) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação in-
direta em face da União.
d) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área
com cobrança de visitação.

Letra c.
A questão trata sobre a Desapropriação, que é regra prevista pela Lei n. 9.985/2000 – SNUC,
que assim prevê:

Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e
o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato
com a natureza e de turismo ecológico.
§ 1º O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em
seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.

A desapropriação indireta se dá quando o poder público de alguma forma inviabiliza a utiliza-


ção da propriedade e não realiza a desapropriação devida com o pagamento relativo ao valor
do bem, podendo então o proprietário ingressar com devido processo. A jurisprudência dos Tri-
bunais Superiores é pacífica quanto a esse tipo de ação, e reconhece a desapropriação indireta
produza o efeito de permitir ao expropriado vindicar perdas e danos.
a) Errada. Conforme mencionado, o Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que
as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. Logo não há a possibili-
dade de viabilidade de empreendimento de Paulo.
b) Errada. Não há que se falar em lucro cessante no caso apresentado.
d) Errada. Conforme mencionado, o Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que
as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. Logo, Paulo não poderá
explorar o ecoturismo na área com cobrança de visitação.

Questão 16 (FGV/2016/OAB) O Governo Federal, tendo em vista a grande dificuldade em


conter o desmatamento irregular em florestas públicas, iniciou procedimento de concessão
florestal para que particulares possam explorar produtos e serviços florestais.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

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a) Essa concessão é antijurídica, uma vez que o dever de tutela do meio ambiente ecologica-
mente equilibrado é intransferível a inalienável.
b) Essa concessão, que tem como objeto o manejo florestal sustentável, deve ser precedida de
licitação na modalidade de concorrência.
c) Essa concessão somente é possível para fins de exploração de recursos minerais pelo con-
cessionário.
d) Essa concessão somente incide sobre florestas públicas estaduais e, por isso, a competência
para sua delegação é exclusiva dos Estados, o que torna ilegal sua implementação pelo IBAMA.

Letra b.

Art. 3º Para os fins do disposto nesta Lei, consideram-se:


VII – concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar
manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, me-
diante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo
edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;

Com relação às demais alternativas:


a) Errada. A concessão possui previsão legal, conforme descrito acima.
c) Errada. A concessão somente é possível para fins de exploração de produtos e serviços
numa unidade de manejo.
d) Errada. A concessão incidirá sobre florestas públicas, as quais, nos termos do art. 3º da lei,
abrangem florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em
bens sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entida-
des da administração indireta.
Para maior aprofundamento sobre o tema, veja:

Art. 13. As licitações para concessão florestal observarão os termos desta Lei e, supletivamente, da
legislação própria, respeitados os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do
julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
§ 1º As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade concorrência e outorga-
das a título oneroso.
Art. 50. Caberá aos órgãos do Sisnama responsáveis pelo controle e fiscalização ambiental das
atividades florestais em suas respectivas jurisdições:

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I – fiscalizar e garantir a proteção das florestas públicas;


II – efetuar em qualquer momento, de ofício, por solicitação da parte ou por denúncia de terceiros,
fiscalização da unidade de manejo, independentemente de prévia notificação;
III – aplicar as devidas sanções administrativas em caso de infração ambiental;
IV – expedir a licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo das respectivas florestas
públicas e outras licenças de sua competência;
V – aprovar e monitorar o PMFS da unidade de manejo das respectivas florestas públicas.
§ 1º Em âmbito federal, o Ibama exercerá as atribuições previstas neste artigo.
§ 2º O Ibama deve estruturar formas de atuação conjunta com os órgãos seccionais e locais do
Sisnama para a fiscalização e proteção das florestas públicas, podendo firmar convênios ou acordos
de cooperação.
§ 3º Os órgãos seccionais e locais podem delegar ao IBAMA, mediante convênio ou acordo de
cooperação, a aprovação e o monitoramento do PMFS das unidades de manejo das florestas
públicas estaduais ou municipais e outras atribuições.
Art. 53. Caberá aos órgãos gestores federal, estaduais e municipais, no âmbito de suas competências:
I – elaborar proposta de Paof, a ser submetida ao poder concedente;
II – disciplinar a operacionalização da concessão florestal;
III – solicitar ao órgão ambiental competente a licença prévia prevista no art. 18 desta Lei;
IV – elaborar inventário amostral, relatório ambiental preliminar e outros estudos;
V – publicar editais, julgar licitações, promover os demais procedimentos licitatórios, inclusive au-
diência e consulta pública, definir os critérios para formalização dos contratos e celebrá-los com
concessionários de manejo florestal sustentável, quando delegado pelo poder concedente;
VI – gerir e fiscalizar os contratos de concessão florestal;
VII – dirimir, no âmbito administrativo, as divergências entre concessionários, produtores indepen-
dentes e comunidades locais;
VIII – controlar e cobrar o cumprimento das metas fixadas no contrato de concessão;
IX – fixar os critérios para cálculo dos preços de que trata o art. 36 desta Lei e proceder à sua revisão
e reajuste na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
X – cobrar e verificar o pagamento dos preços florestais e distribuí-los de acordo com esta Lei;
XI – acompanhar e intervir na execução do PMFS, nos casos e condições previstos nesta Lei;
XII – fixar e aplicar as penalidades administrativas e contratuais impostas aos concessionários, sem
prejuízo das atribuições dos órgãos do Sisnama responsáveis pelo controle e fiscalização ambiental;
XIII – indicar ao poder concedente a necessidade de extinção da concessão, nos casos previstos
nesta Lei e no contrato;
XIV – estimular o aumento da qualidade, produtividade, rendimento e conservação do meio ambiente
nas áreas sob concessão florestal;
XV – dispor sobre a realização de auditorias florestais independentes, conhecer seus resultados e
adotar as medidas cabíveis, conforme o resultado;
XVI – disciplinar o acesso às unidades de manejo;
XVII – atuar em estreita cooperação com os órgãos de defesa da concorrência, com vistas em im-
pedir a concentração econômica nos serviços e produtos florestais e na promoção da concorrência;
XVIII – incentivar a competitividade e zelar pelo cumprimento da legislação de defesa da concorrên-
cia, monitorando e acompanhando as práticas de mercado dos agentes do setor florestal;

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XIX – efetuar o controle prévio eª posteriori de atos e negócios jurídicos a serem celebrados entre
concessionários, impondo-lhes restrições à mútua constituição de direitos e obrigações, especial-
mente comerciais, incluindo a abstenção do próprio ato ou contrato ilegal;
XX – conhecer e julgar recursos em procedimentos administrativos;
XXI – promover ações para a disciplina dos mercados de produtos florestais e seus derivados, em
especial para controlar a competição de produtos florestais de origem não sustentável;
XXII – reconhecer em ato administrativo as entidades que poderão realizar auditorias florestais;
XXIII – estimular a agregação de valor ao produto florestal na região em que for explorado.

Questão 17 (FGV/OAB/2018) Gabriela, pequena produtora rural que desenvolve atividade pe-
cuária, é avisada por seu vizinho sobre necessidade de registrar seu imóvel rural no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), sob pena de perder a propriedade do bem.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) Gabriela não tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR por ser pequena produtora rural.
b) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR, sob pena de perder a propriedade do
bem, que apenas poderá ser reavida por ação judicial.
c) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro não será considerado título
para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse.
d) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro autoriza procedimento
simplificado para concessão de licença ambiental.

Letra c.
Vide Lei n. 12.651/2012 (Código Florestal):

Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural – CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação
sobre Meio Ambiente – SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para
todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades
e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento.
§ 2º O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de proprie-
dade ou posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei no
10.267, de 28 de agosto de 2001.

Do texto apresentado, é possível concluir que:


a) Errada. O registro é obrigatório.
b) Errada. Apesar de Gabriela ter a obrigação de registrar o imóvel no CAR, não há a sanção de
perda da propriedade pelo seu descumprimento.

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c) Certa.
d) Errada. O CAR não autoriza nenhum procedimento simplificado para concessão de licença
ambiental.

Questão 18 (FGV/OAB/2018) Tendo em vista a elevação da temperatura do meio ambiente


urbano, bem como a elevação do nível dos oceanos, a União deverá implementar e estruturar
um mercado de carbono, em que serão negociados títulos mobiliários representativos de
emissões de gases de efeito estufa evitadas.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) É possível a criação de mercado de carbono, tendo como atores, exclusivamente, a União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
b) Não é constitucional a criação de mercado de carbono no Brasil, tendo em vista a natureza
indisponível e inalienável de bens ambientais.
c) A criação de mercado de carbono é válida, inclusive sendo operacionalizado em bolsa de
valores aberta a atores privados.
d) A implementação de mercado de carbono pela União é cogente, tendo o Brasil a obrigação
de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, estabelecida em compromissos internacionais.

Letra c.
a) Errada. O problema está no exclusivamente, porque os atores privados também podem agir
no mercado de carbono, estes créditos são vendidos em bolsa de valores e aqui no Brasil a
Bovespa é a bolsa é que se comercializa esses títulos mobiliários.
b) Errada. É constitucional. A convenção que trata do assunto já foi incorporada ao nosso orde-
namento jurídico por meio do decreto legislativo 144/202 promulgada pelo Decreto 5.445/2005.
d) Errada. O Brasil realmente se comprometeu num acordo de país a reduzir suas emissões,
mas o mercado de carbono é um mecanismo de flexibilização e não é algo obrigatório.

Questão 19 (FGV/OAB/2019) O Ministro do Meio Ambiente recomenda ao Presidente da Re-


pública a criação de uma Unidade de Conservação em área que possui relevante ecossistema

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aquático e grande diversidade biológica. Porém, em razão da grave crise financeira, o Presiden-
te pretende que a União não seja compelida a pagar indenização aos proprietários dos imóveis
inseridos na área da Unidade de Conservação a ser criada.
Considerando o caso, assinale a opção que indica a Unidade de Conservação que deverá
ser criada.
a) Estação Ecológica.
b) Reserva Biológica.
c) Parque Nacional.
d) Área de Proteção Ambiental.

Letra d.
Unidades de Proteção Integral:
a) Errada. 1. Estação Ecológica: área destinada à preservação da natureza e à realização de
pesquisas científicas, podendo ser visitadas apenas com o objetivo educacional.
b) Errada. 2. Reserva Biológica: área destinada à preservação da diversidade biológica, na
qual as únicas interferências diretas permitidas são a realização de medidas de recuperação
de ecossistemas alterados e ações de manejo para recuperar o equilíbrio natural e preservar a
diversidade biológica, podendo ser visitadas apenas com o objetivo educacional.
c) Errada. 3. Parque Nacional: área destinada à preservação dos ecossistemas naturais e sí-
tios de beleza cênica. O parque é a categoria que possibilita uma maior interação entre o visi-
tante e a natureza, pois permite o desenvolvimento de atividades recreativas, educativas e de
interpretação ambiental, além de permitir a realização de pesquisas científicas.
Unidades de Uso Sustentável:
d) Certa. 1. Área de Proteção Ambiental: área dotada de atributos naturais, estéticos e cultu-
rais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Geralmente,
é uma área extensa, com o objetivo de proteger a diversidade biológica, ordenar o processo de
ocupação humana e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída
por terras públicas e privadas.

Questão 20 (FGV/OAB/2019) A sociedade empresária Foice Ltda., dá início à construção de


galpão de armazenamento de ferro-velho. Com isso, dá início a Estudo de Impacto Ambiental

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– EIA. No curso do EIA, verificou-se que a construção atingiria área verde da Comunidade de
Flores, de modo que 60 (sessenta) cidadãos da referida Comunidade solicitaram à autoridade
competente que fosse realizada, no âmbito do EIA, audiência pública.
Sobre a situação, assinale a afirmativa correta.
a) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando houver
solicitação do Ministério Público.
b) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando hou-
ver solicitação de associação civil legalmente constituída há pelo menos 1 (um) ano.
c) A audiência pública é necessária, e, caso não realizada, a eventual licença ambiental conce-
dida não terá validade.
d) A audiência pública é necessária, salvo quando celebrado Termo de Ajustamento de Condu-
ta com o Ministério Público

Letra c.

RESOLUÇÃO CONAMA N. 09, de 03 de dezembro de 1987


Art. 2º Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização
de audiência pública.

Questão 21 (FGV/OAB/2019) Em decorrência de grave dano ambiental em uma Unidade de


Conservação, devido ao rompimento de barragem de contenção de sedimentos minerais, a
Defensoria Pública estadual ingressa com Ação Civil Pública em face do causador do dano.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) A Ação Civil Pública não deve prosseguir, uma vez que a Defensoria Pública não é legitimada
a propor a referida ação judicial.
b) A Defensoria Pública pode pedir a recomposição do meio ambiente cumulativamente ao
pedido de indenizar, sem que isso configure bis in idem.
c) Tendo em vista que a conduta configura crime ambiental, a ação penal deve anteceder a
Ação Civil Pública, vinculando o resultado desta.
d) A Ação Civil Pública não deve prosseguir, uma vez que apenas o IBAMA possui compe-
tência para propor Ação Civil Pública quando o dano ambiental é causado em Unidade de
Conservação.

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Letra b.

Súmula n. 629 do STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obri-
gação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.

Questão 22 (FGV/OAB/2019) Em 2017, Maria adquire de Eduarda um terreno inserido em


área de Unidade de Conservação de Proteção Integral. Em 2018, Maria descobre, por meio de
documentos e fotos antigas, que Eduarda promoveu desmatamento irregular no imóvel.
Sobre a responsabilidade civil ambiental, assinale a afirmativa correta.
a) Maria responde civilmente pela recomposição ambiental, ainda que tenha agido de boa-fé
ao adquirir o terreno.
b) Maria não pode responder pela aplicação de multa ambiental, tendo em vista o princípio da
intranscendência da pena.
c) Eduarda não pode responder pela recomposição ambiental, mas apenas pela multa
ambiental, tendo em vista a propriedade ter sido transmitida.
d) Maria responde nas esferas administrativa, civil e penal solidariamente com Eduarda, tendo
em vista o princípio da reparação integral do dano ambiental.

Anulada.
A questão foi anulada por possuir duas alternativas corretas.
Você consegue encontrá-las? Vamos lá.
Tanto a letra A quanto a B estão corretas.

STJ, Recurso Especial 1251697/PR


Esta Corte Superior possui entendimento pacífico de que a responsabilidade civil pela
reparação dos danos ambientais adere à propriedade, como obrigação propter rem, sendo
possível cobrar também do atual proprietário condutas derivadas de danos provocados
pelos proprietários antigos (…)
Pelo princípio da intrancedência das penas, art. 5º, inc, XLV, CR88, aplicável não só ao
âmbito penal, mas também a todo o Direito Sancionador, não é possível ajuizar execução

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fiscal em face do recorrente para cobrar multa aplicada em face de condutas imputáveis
a seu pai.)
Isso porque a aplicação de penalidades administrativas não obedece a lógica da respon-
sabilidade objetiva da esfera cível, para reparação dos danos causados, mas deve obe-
decer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo
alegado transgressor, com a demonstração do seu elemento subjetivo, e com demonstra-
ção do nexo causal entre a conduta e o dano.)

Questão 23 (FGV/OAB/2019) Renato, proprietário de terra rural inserida no Município X, pre-


tende promover a queimada da vegetação existente para o cultivo de cana-de-açúcar. Assim,
consulta seu advogado, indagando sobre a possibilidade da realização da queimada.
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão estadual ambiental competente do SISNAMA,
caso as peculiaridades dos locais justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou
florestais.
b) A queimada poderá ser autorizada pelo órgão municipal ambiental competente, após audi-
ência pública realizada pelo Município X no âmbito do SISNAMA.
c) A queimada não pode ser realizada, constituindo, ainda, ato tipificado como crime ambiental
caso a área esteja inserida em Unidade de Conservação.
d) A queimada não dependerá de autorização, caso Renato comprove a manutenção da área
mínima de cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal.

Letra a.
Fundamento legal: art. 38, I, Lei n. 12.651/12, Código Florestal. Veja:

CAPÍTULO IX
DA PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropasto-
ris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama,
para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento
e controle;

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O Código Florestal (Lei n. 12.651/2012) permite o uso do fogo apenas nas seguintes situações:

I – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente em práticas agropastoris ou flo-
restais;
II – quando aprovado pelo órgão gestor da Unidade de Conservação e previsto em seu plano de
manejo, observada a caracterização de seu emprego como prática conservacionista da vegetação
nativa da UC, nos casos em que características ecológicas estejam associadas evolutivamente à
ocorrência do fogo;
III – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente para realização de atividades de
pesquisa científica.

Questão 24 (FGV/OAB/2019) Pedro, proprietário de fazenda com grande diversidade flores-


tal, decide preservar os recursos ambientais nela existentes, limitando, de forma perpétua, o
uso de parcela de sua propriedade por parte de outros possuidores a qualquer título, o que rea-
liza por meio de instrumento particular, averbado na matrícula do imóvel no registro de imóveis
competente.
Assinale a opção que indica o instrumento jurídico a que se refere o caso descrito.
a) Zoneamento Ambiental.
b) Servidão Ambiental.
c) Área Ambiental Restrita.
d) Área de Relevante Interesse Ecológico.

Letra b.
a) Errada. Zoneamento Ambiental: também chamado de zoneamento ecológico-econômico
(ZEE), é o instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implan-
tação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões
de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos
e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população (art. 2º do Decreto n. 4.297/2002).

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b) Certa. Servidão Ambiental: é espécie de servidão administrativa, com natureza de direito


real sobre coisa alheia, firmada por instrumento público ou particular, ou por termo perante o
SISNAMA, onde o proprietário ou possuidor, pessoa física ou jurídica, renuncia (ou limita) de
maneira permanente ou temporária, total ou parcialmente, ao uso, exploração e supressão dos
recursos naturais de prédio rústico, com o objetivo de preservar, conservar ou recuperar os
recursos ambientais existentes (art. 9º-A da Lei n. 6.938/1981 – PNMA).
c) Errada. Área Ambiental Restrita: são limitações ambientais que se destinam a proteger e
fomentar o desenvolvimento dos pantanais e planícies pantaneiras do Brasil, ecossistemas
enquadrados como áreas úmidas (art. 10 do Código Florestal).
d) Errada. Área de Relevante Interesse Ecológico: é uma área em geral de pequena extensão,
com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou
que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas
naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza (art. 16 da Lei n. 9.985/2000).

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