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DIREITO AMBIENTAL
Legislação Florestal Brasileira
Nilton Coutinho
Apresentação.................................................................................................................................................... 4
Terceira Parte: Legislação Florestal Brasileira. . ................................................................................ 5
1. Legislação Florestal Brasileira. ............................................................................................................. 5
1.1. Da Gestão de Florestas Públicas....................................................................................................... 5
1.2. Do Bioma Mata Atlântica...................................................................................................................... 7
1.3. Do Código Florestal Brasileiro. .......................................................................................................... 7
2. Código Florestal. ......................................................................................................................................... 7
2.1. Princípios Elencados no Código Florestal....................................................................................8
2.2. Áreas de Preservação Permanente...............................................................................................8
2.3. Áreas de Uso Restrito. .......................................................................................................................... 9
2.4. Área de Reserva Legal........................................................................................................................ 10
2.5. Áreas Consolidadas.............................................................................................................................. 11
2.6. Cadastro Ambiental Rural................................................................................................................ 12
2.7. Disposições Transitórias.................................................................................................................... 12
3. Das Unidades de Conservação........................................................................................................... 12
3.1. Categorias de Unidades de Conservação. . .................................................................................. 13
3.2. Da Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação................................ 15
3.3. Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de Conservação.. ................................... 15
3.4. Populações Tradicionais.................................................................................................................... 16
3.5. Compensação Ambiental. ................................................................................................................. 16
3.6. Crime Praticado em Unidade de Conservação. . .......................................................................17
4. Parcelamento do Solo Urbano e a Proteção do Meio Ambiente........................................17
4.1. Modalidades de Parcelamento do Solo....................................................................................... 18
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Nilton Coutinho
Sobre o autor
Nilton Carlos de Almeida Coutinho é Procurador do Estado de São Paulo com vasta experi-
ência na área do direito público (com ênfase em direito ambiental e administrativo).
É doutor em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e
mestre em direito pelo Cesumar/PR.
Apresentação
Saudações!
Começamos agora o nosso terceiro módulo de direito ambiental.
Neste módulo trataremos especificamente da legislação florestal brasileira.
Para os alunos mais “afoitos” esclareço que os temas mais relevantes para fins de OAB são
a Lei n. 9.985/2000 (a qual trata do sistema nacional de unidades de conservação) e a Lei n.
12.651/2012 (novo código florestal).
Contudo, o estudo das demais leis relacionadas a proteção das florestas brasileiras tam-
bém merecem a atenção do candidato.
Especificamente em relação à proteção penal das florestas, optamos por abordar o tema
em um tópico específico.
Assim, a proteção penal da fauna, flora e demais bens jurídicos ambientais tutelados pela
Administração Pública serão tratados no módulo, IV, no qual faremos uma análise da Lei n.
9.605/1998.
Espero que aprecie a leitura e que gabarite as questões de direito ambiental.
Abraços e bons estudos!
Prof. Nilton Carlos Coutinho
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1
CF. art. 3º, I, da Lei n. 11.284, de 2 de março de 2006.
2
Esta Lei dispõe sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes
do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, instituído pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
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Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como obje-
tivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para explo-
ração sustentável de florestas nativas.
4
Considera-se concessão florestal a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal
sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em con-
sórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco e por prazo determinado. (cf. Art. 3º, VII da Lei n. 11.284, de 2 de março de 2006)
5
As florestas públicas a serem submetidas a processos de concessão deverão estar inscritas em um Plano Anual de Outorga
Florestal – PAOF, proposto pelo órgão gestor
6
Art. 20. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados os critérios e as normas gerais da Lei n.
8.666, de 21 de junho de 1993, e conterá, especialmente: I – o objeto, com a descrição dos produtos e dos serviços a serem
explorados; II – a delimitação da unidade de manejo, com localização e topografia, além de mapas e imagens de satélite e
das informações públicas disponíveis sobre a unidade; III – os resultados do inventário amostral; IV – o prazo da concessão
e as condições de prorrogação; V – a descrição da infraestrutura disponível; VI – as condições e datas para a realização de
visitas de reconhecimento das unidades de manejo e levantamento de dados adicionais; VII – a descrição das condições
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Dada sua relevância o código florestal brasileiro será analisado em capítulo específico.
2. Código Florestal
O novo código florestal (Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012) estabelece normas gerais
sobre a proteção da vegetação, as áreas de Preservação Permanente8 e as áreas de Reserva
Legal, a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
necessárias à exploração sustentável dos produtos e serviços florestais; VIII – os prazos para recebimento das propostas,
julgamento da licitação e assinatura do contrato; IX – o período, com data de abertura e encerramento, o local e o horário
em que serão fornecidos aos interessados os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apre-
sentação das propostas; X – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da
idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal; XI – os critérios, os indicadores, as fórmulas e parâmetros a serem
utilizados no julgamento da proposta; XII – o preço mínimo da concessão e os critérios de reajuste e revisão; XIII – a descri-
ção das garantias financeiras e dos seguros exigidos; XIV – as características dos bens reversíveis, incluindo as condições
em que se encontram aqueles já existentes; XV – as condições de liderança da empresa ou pessoa jurídica responsável, na
hipótese em que for permitida a participação de consórcio; XVI – a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas
essenciais referidas no art. 30 desta Lei; XVII – as condições de extinção do contrato de concessão.
7
Art. 6º da lei n. 11.428, de 22 de dezembro de 2006
8
Sobre o conceito de área de Preservação Permanente cf. art. 4º e 6º lei n. 12.651/2012.
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Do mesmo modo, tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, a referida Lei esta-
belece que atenderá a diversos princípios nela elencados.
O primeiro princípio refere-se ao compromisso do Brasil com a preservação das suas flo-
restas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recur-
sos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes
e futuras.
O segundo destaca a importância da função estratégica da atividade agropecuária e do
papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento
econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País
nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia.
Com relação ao Estado, destaque-se a ação governamental de proteção e uso sustentável
de florestas (de modo a possibilitar o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e
da vegetação), bem como a responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e res-
tauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais.
Um outro princípio mencionado pelo código refere-se ao fomento à pesquisa científica e
tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a
preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa.
Por fim, e ainda visando o desenvolvimento sustentável, estabelece a lei, entre seus prin-
cípios, a criação de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da
vegetação nativa e promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
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a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez)
metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d)
200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500
(quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II – as áreas no entorno
dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo
d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em
zonas urbanas; III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de
cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV – as áreas no entorno das nascentes
e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V – as
encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros
em projeções horizontais; IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros
e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da
altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X – as áreas em
altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI – em veredas, a faixa marginal, em pro-
jeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
10
Constituem-se como hipóteses de interesse social, nos termos da lei: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integri-
dade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas; b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou
posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente
e não prejudique a função ambiental da área; c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e ativi-
dades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas
nesta Lei; e d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa
renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009.
11
Obs.: a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso
de utilidade pública.
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Do mesmo modo, admite-se, em áreas de inclinação entre 25º e 45º, o manejo florestal
estrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agro-
Considera-se Reserva Legal a área com cobertura de vegetação nativa que deve ser mantida
em todo imóvel rural.13 Do mesmo modo que a áreas de preservação permanente, a Reserva
Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural,
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.14
Registre-se, ainda, que a lei admitiu o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no
cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que tal medida não implique na con-
versão de novas áreas para o uso alternativo do solo, nem que a área a ser computada esteja
Por fim, o código florestal traz em seu texto normas relacionadas à supressão de vegetação
para uso alternativo do solo e exploração florestal, além de normas para o controle da origem
dos produtos florestais e proibição do uso de fogo e do controle dos incêndios e desmatamen-
do meio ambiente, segundo o qual o Poder Executivo federal poderá instituir, sem prejuízo do
12
Art. 11 da Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012.
13
Tal área variará a depender da localização do imóvel, nos termos do art. 12 do Código Florestal.
14
Admite-se, entretanto, a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo
órgão competente do Sisnama.
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Segundo estabelece o código florestal, considera-se área rural consolidada a área de imóvel
rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias
ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio.
Tais áreas consolidadas podem estar inseridas em áreas de preservação permanente ou
em áreas de reserva legal.
Nas áreas consolidadas em áreas de preservação permanente, é autorizada, exclusiva-
mente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em
áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Contudo, tratando-se de imóveis rurais
que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos
d’água naturais, será obrigatória a recomposição15 das respectivas faixas marginais. Do mes-
mo modo, nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
entorno de nascentes e olhos d’água perenes ou no entorno de lagos e lagoas naturais, será
admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural,
sendo obrigatória a recomposição da região marginal.16
Já nas áreas consolidadas em áreas de reserva legal poderá o proprietário ou possuidor
de imóvel rural (que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão infe-
rior ao estabelecido em lei) poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao
PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:
• recompor a Reserva Legal;
• permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
• compensar a Reserva Legal.17
15
Tal recomposição poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes métodos: I – condução de regeneração
natural de espécies nativas; II – plantio de espécies nativas; III – plantio de espécies nativas conjugado com a condução da
regeneração natural de espécies nativas; IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas
com nativas de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis
a que se refere o inciso V do caput do art. 3º; (vide art. 61-A, § 13).
16
Para maiores detalhes, vide art. 61-A da Lei n. 12.651/2012, com redação dada pela lei n. 12.727, de 2012.
17
Atenção: a obrigação prevista no caput tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio
ou posse do imóvel rural. Obrigação propter rem.
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Por fim, a lei previu prazos para que os proprietários e possuidores de áreas rurais possam
se adequar à nova realidade.
Do mesmo modo, atribuiu-se à União, Estados e Distrito Federal, o dever de implantar Pro-
gramas de Regularização Ambiental de posses e propriedades rurais, com o objetivo de ade-
quá-las aos termos estabelecidos no código florestal.18
A Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da
Constituição Federal, além de instituir o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dar outras providências.
18
Tais programas deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma
única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo.
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Os citados dispositivos constitucionais, por sua vez, trazem uma série de deveres a cargo
do Poder Público no tocante à: preservação e restauração dos processos ecológicos essen-
ciais e manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservação da diversidade e da inte-
gridade do patrimônio genético do País e fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético; definição de espaços territoriais a serem especialmente
protegidos; e proteção da fauna e da flora.
Assim, a referida Lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades
de conservação.19
Assim, é fundamental conhecer-se os objetivos20, diretrizes21, estrutura e composição do
SNUC22, bem como as regras relacionadas à criação, implantação e gestão de unidades de
conservação e respectivas categorias de unidades de conservação.
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A lei do SNUC trouxe em seu texto uma definição de cada espécie de unidade de conservação.
Assim, tem-se que:
• Área de proteção ambiental: é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocu-
pação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especial-
mente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.23
• Área de relevante interesse ecológico: é uma área em geral de pequena extensão, com
pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou
que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossis-
temas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas,
de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
• Floresta nacional: é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas.24
• Reserva extrativista: é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsis-
tência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger
os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos re-
cursos naturais da unidade.
• Reserva de fauna: é uma área natural com populações animais de espécies nativas, ter-
restres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-cientí-
ficos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.25
• Reserva de desenvolvimento sustentável: é uma área natural que abriga populações
tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos re-
cursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecoló-
gicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na
manutenção da diversidade biológica. Tal reserva tem como objetivo básico preservar
23
Art. 15 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
24
Art. 17 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
25
Art. 19 da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
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pelo órgão ambiental licenciador30, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo
empreendimento.
Observe-se que o STF, no julgamento da ADIN n. 3.378/DF, admitiu a possibilidade de
cobrança da compensação ambiental, sob o argumento de que se tratava de expressão do
Princípio do Poluidor-Pagador. Nesse julgamento, fixou o entendimento de que a compensação
ambiental decorre da desconformidade para com o fim econômico-social para o qual o direito
de propriedade foi instituído. No nosso entender, entretanto, a compensação ambiental surge
como forma de amenizar os danos inevitavelmente causados ao meio ambiente em decorrên-
cia de determinada atividade econômica útil (ou necessária) para a sociedade. Há, portanto,
incidência dos princípios do usuário pagador, prevenção, precaução, reparação, dentre outros.
Consoante ensina MOTA, tem-se que a compensação do dano – na área ambiental – não
deve se limitar ao valor patrimonial do meio ambiente afetado, devendo abranger a estimativa
do valor dos serviços que o patrimônio atingido estaria produzindo ou proporcionando à comu-
nidade, tal como estabelece o art. 944 do Código Civil, que dispõe que a indenização mede-se
pela extensão do dano, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.31
No caso de crime ambiental cometido em unidade de conservação criada por decreto federal, evi-
dencia-se o interesse federal na manutenção e preservação da região, ante a possível lesão a bens,
serviços ou interesses da União, nos termos do artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal.
30
Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as pro-
postas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unida-
des de conservação (art. 36, § 2º).
31
MOTA, Maurício. A valoração dos bens ambientais na compensação ambiental. In: empório do direito. Disponível em: http://
emporiododireito.com.br/backup/tag/bens-ambientais/. Acesso em: 20 jan. 2018.
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Tendo em vista as peculiaridades regionais e locais, a lei permitiu que Estados, Distrito
Federal e Municípios estabeleçam normas complementares relativas ao parcelamento do solo.
32
Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação,
de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. (art. 2º, § 1º, da lei n. 6.766, de
19 de dezembro de 1979).
33
Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modifi-
cação ou ampliação dos já existentes. (art. 2º, § 2º, da lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979).
34
Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I – as áreas destinadas a sistemas de circulação, a
implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densi-
dade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem; II – os lotes terão
área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o lotea-
mento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprova-
dos pelos órgãos públicos competentes; III – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das
rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores
exigências da legislação específica; IV – as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes
ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. (art. 4º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979).
35
Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas
de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.
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Do mesmo modo, a Lei n. 6.766/1979 traz uma série de determinações que deverão
ser observadas para a aprovação de projeto de desmembramento, devendo o interessado
apresentar requerimento à Prefeitura Municipal (ou ao Distrito Federal quando for o caso)
acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro
de Imóveis competente e de planta do imóvel.37
Por fim, registre-se que o Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas
urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação,
ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades.38
A referida Lei n. 6.766/1979 (por meio da Lei n. 9.785, de 1999) incluiu em seu texto dispo-
sição expressa no sentido de que serão considerados de interesse público os parcelamentos
vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do
Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações de parcela-
mentos e de assentamentos.
Por expressa exigência legal, os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes
requisitos:
36
Cf. art. 6º da lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
37
Para maiores detalhes, cf. art. 10 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
38
Art. 44 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
39
Obs. consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica,
coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.
40
Obs. consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. (art. 4, § 2º).
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III – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferro-
vias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo
maiores exigências da legislação específica;41
IV – as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou proje-
tadas, e harmonizar-se com a topografia local.42
É importante salientar que a legislação municipal definirá, para cada zona em que se divi-
da o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e
ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os
coeficientes máximos de aproveitamento.43
41
Se necessária, a reserva de faixa não edificável vinculada a dutovias será exigida no âmbito do respectivo licenciamento
ambiental, observados critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção do meio ambiente,
conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes (art. 4, § 3º).
42
Cf. art. 4º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
43
Cf. art. 4º, § 1º, da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
44
Obs.: as diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos.
45
Cf. art. 6º da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
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Desmembramento
46
Art. 10 da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
47
Para maiores detalhes, cf. Lei n. 12.608, de 2012.
48
Para maiores detalhes, CF, art. 18, da Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/OAB/2011) O inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição da República
prevê a proteção da fauna e da flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, enquanto que o § 1º do art. 231 do referido texto constitucional estabelece que são
terras indígenas as habitadas por eles em caráter permanente e que podem ser utilizadas por
esses povos, desde que necessárias ao seu bem-estar e à sua reprodução física e cultural. A
esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
ocupadas em caráter permanente por eles e, portanto, podem explorá-las, sem necessidade de
licenciamento ambiental.
b) Os indígenas podem suprimir vegetação de mata atlântica sem autorização do órgão am-
biental competente porque são usufrutuários das terras que habitam.
c) A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pe-
las comunidades indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para atender à sua
subsistência, respeitado o Código Florestal.
d) Os indígenas são proprietários das terras que ocupam em caráter permanente, mas devem
explorá-las segundo as normas ambientais estabelecidas na Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e do Código Florestal.
Questão 2 (FGV/OAB/2011) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, ba-
nhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública propos-
ta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte
raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo
proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é
correto afirmar que
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade
entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsa-
bilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei
n. 9.873/1999. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.
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c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio
do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do
protetor-recebedor.
d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação,
é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.
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c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade
de Conservação de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico,
que é de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser
feita por lei.
d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse
Ecológico também é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral.
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c) Tais ecossistemas são considerados bens públicos, pertencentes à União, devendo a lei
infraconstitucional disciplinar suas condições de utilização, o uso dos recursos naturais e as
formas de preservação.
d) Tais ecossistemas possuem terras devolutas que são, a partir da edição da Lei n. 9985/2000,
consideradas unidades de conservação de uso sustentável, devendo a lei especificar as regras
de ocupação humana nessas áreas.
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Questão 12 (FGV/OAB/2015) Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal
em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o instituto da Reserva Legal, de acordo
com a disciplina do Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.
a) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.
b) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o adquirente não tem o dever de recom-
por a área de Reserva Legal, mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da
obrigação.
c) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva Legal, conduta tipificada como
crime pelo Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012).
d) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada Unidade de Conservação de Uso
Sustentável, admitindo exploração somente se inserida no plano de manejo instituído pelo
Poder Público.
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c) A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho
Gestor da Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no
referido procedimento de deliberação e aprovação.
d) A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos
concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se
aplica à desafetação.
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Questão 17 (FGV/OAB/2018) Gabriela, pequena produtora rural que desenvolve atividade pe-
cuária, é avisada por seu vizinho sobre necessidade de registrar seu imóvel rural no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), sob pena de perder a propriedade do bem.
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a) Estação Ecológica.
b) Reserva Biológica.
c) Parque Nacional.
d) Área de Proteção Ambiental.
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d) A Ação Civil Pública não deve prosseguir, uma vez que apenas o IBAMA possui competência
para propor Ação Civil Pública quando o dano ambiental é causado em Unidade de Conservação.
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GABARITO
1. c
2. d
3. d
4. b
5. c
6. a
7. a
8. a
9. b
10. c
11. d
12. a
13. d
14. c
15. c
16. b
17. c
18. c
19. d
20. c
21. b
22. Anulada.
23. a
24. b
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/2011) O inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição da República
prevê a proteção da fauna e da flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, enquanto que o § 1º do art. 231 do referido texto constitucional estabelece que são
terras indígenas as habitadas por eles em caráter permanente e que podem ser utilizadas por
esses povos, desde que necessárias ao seu bem-estar e à sua reprodução física e cultural.
A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras
ocupadas em caráter permanente por eles e, portanto, podem explorá-las, sem necessidade de
licenciamento ambiental.
b) Os indígenas podem suprimir vegetação de mata atlântica sem autorização do órgão am-
biental competente porque são usufrutuários das terras que habitam.
c) A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pe-
las comunidades indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para atender à sua
subsistência, respeitado o Código Florestal.
d) Os indígenas são proprietários das terras que ocupam em caráter permanente, mas devem
explorá-las segundo as normas ambientais estabelecidas na Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e do Código Florestal.
Letra c.
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Questão 2 (FGV/OAB/2011) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, ba-
nhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública propos-
ta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte
raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo
proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é
correto afirmar que
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade
entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsa-
bilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei
n. 9.873/1999. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.
c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio
do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do
protetor-recebedor.
d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação,
é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.
Letra d.
Esta obrigação tem previsão legal no Código Florestal – Lei n. 12.651, de 2012:
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da
vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real [propter rem] e é transmitida ao sucessor no
caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
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Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta,
no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data
da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
Letra d.
Sobre o tema, veja-se os seguintes dispositivos da Lei n. 9.985/2000:
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)
§ 1º (VETADO)
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§ 2º A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consul-
ta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a
unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obrigado a fornecer informações
adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.
§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata
o § 2º deste artigo.
§ 5º As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou
parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta es-
tabelecidos no § 2º deste artigo.
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível
hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabele-
cidos no § 2º deste artigo.
Veja-se, ainda, outros conceitos trazidos pela Lei n. 9.985/2000 em seu art. 2º:
IX – uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
X – uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
XI – uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos am-
bientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos
ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;
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Letra b.
Vide Lei n. 9.985/2000:
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto am-
biental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de im-
pacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implan-
tação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o
disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.
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Letra c.
Quando criado pelo município, o Parque Nacional, unidade de proteção integral, uma das duas
categorias de unidades de conservação, tem a denominação de Parque Natural Municipal (art.
11, § 4º, Lei n. 9.985/2000) e tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas natu-
rais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recre-
ação em contato com a natureza e de turismo ecológico (art. 11).
Caso a intenção seja de transformar, posteriormente, em Área de Relevante Interesse Ecológi-
co, unidade de uso sustentável (outra categoria e que busca compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, art. 7º, § 2º), somente
será possível “mediante lei específica (art. 22, § 7º)”.
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b) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio pri-
vado, e deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público
de Imóveis.
c) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados,
deverão ser averbadas, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público de Imó-
veis. Porém não serão perpétuas, em razão do direito fundamental à propriedade privada.
d) As RPPNs são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio priva-
do. Em razão do princípio da defesa do meio ambiente são instituídas automaticamente, sem
necessidade de avaliação do órgão ambiental, bastando o interesse do proprietário privado e a
averbação, por intermédio de Termo de Compromisso, no Registro Público de Imóveis.
Letra a.
Vide Lei n. 9.985:
Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade,
com o objetivo de conservar a diversidade biológica. (Regulamento)
§ 1º O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o
órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da ins-
crição no Registro Público de Imóveis.
Vide também: DECRETO N. 5.746, DE 5 DE ABRIL DE 2006, o qual regulamenta o art. 21 da Lei
n. 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conser-
vação da Natureza:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constitui-
ção, e tendo em vista o disposto no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000,
DECRETA:
Art. 1º A Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN é unidade de conservação de domínio
privado, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, gravada com perpetuidade, por inter-
médio de Termo de Compromisso averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.
Parágrafo único. As RPPNs somente serão criadas em áreas de posse e domínio privados.
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Letra a.
VIDE artigo 112 do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
Art. 112. A demolição de obra, edificação ou construção não habitada e utilizada diretamente para a
infração ambiental dar-se-á excepcionalmente no ato da fiscalização nos casos em que se consta-
tar que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento do dano ambiental ou
de graves riscos à saúde.
§ 1º A demolição poderá ser feita pelo agente autuante, por quem este autorizar ou pelo próprio
infrator e deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive com fotografias.
§ 2º As despesas para a realização da demolição correrão às custas do infrator.
§ 3º A demolição de que trata o caput não será realizada em edificações residenciais.
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Letra a.
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transfe-
rência de domínio ou posse do imóvel rural.
Letra b.
a) Errada. Art. 225, § 4º, CF; Res. CONAMA 237/1997 e 01/1986 (apontam quais empreen-
dimentos e atividades serão licenciadas e quais necessitarão de estudo prévio de impacto
ambiental, respectivamente):
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais
c) Errada. Art. 225, § 4º, CF (apesar de serem consideradas patrimônio nacional, as proprie-
dades localizadas em áreas com tais modalidades de vegetação não são, necessariamente,
consideradas bens públicos, da União de quaisquer dos demais entes federativos):
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(…)
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
d) Errada. A Lei n. 9.985/2000 (Lei do SNUC), em momento algum prevê tal comando normativo,
sendo necessário, para a constituição de unidades de conservação, observar o procedimento
descrito nos arts. 22, 25 e 27 desta lei.
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Letra c.
A resposta está no art. 9º da Lei n. 9.985/2000, que instituiu o SNUC – Sistema Nacional de
Unidades de Conservação.
a) Errada. O fato de ser uma propriedade particular não impede a criação da Estação Ecológica
(art. 9º, § 1º, da Lei n. 9.985/2000).
b) Errada. A instituição da EE impede, sim, o funcionamento da pousada (art. 9º, §§ 1º e 2º, da
Lei n. 9.985/2000).
d) Errada. Essa não é hipótese de desapropriação sem indenização.
Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesqui-
sas científicas.
§ 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas
em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que
dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração
da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas pre-
vistas em regulamento.
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§ 4º Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de:
I – medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II – manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III – coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV – pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela
simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área
correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e
quinhentos hectares.
Letra d.
Está conforme art. 12 do Código Florestal:
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva
Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observa-
dos os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos
no art. 68 desta Lei:
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Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal,
sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os
seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art.
68 desta Lei:
Questão 12 (FGV/OAB/2015) Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal
em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o instituto da Reserva Legal, de acordo
com a disciplina do Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.
a) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.
b) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o adquirente não tem o dever de recompor
a área de Reserva Legal, mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da
obrigação.
c) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva Legal, conduta tipificada como
crime pelo Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012).
d) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada Unidade de Conservação de Uso
Sustentável, admitindo exploração somente se inserida no plano de manejo instituído pelo
Poder Público.
Letra a.
a) Certa. Vide Lei n. 12.651 (Código Florestal):
Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legis-
lação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para
adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com
redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente
sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes catego-
rias e linhas de ação: (Redação dada pela Lei n. 12.727, de 2012).
II – compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos
objetivos desta Lei, utilizando-se dos seguintes instrumentos, dentre outros: (…)
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§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qual-
quer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário
do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previa-
mente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no
art. 20.
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Letra d.
a) Errada. Supressão somente por meio de lei.
b) Errada. redução de limites somente por meio de lei.
c) Errada. Não é necessário a aprovação do Conselho Gestor da Unidade de Conservação para
a redução da área da Unidade de Conservação.
d) Certa. A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os
efeitos concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também
se aplica à desafetação.
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Estaduais e Leis Orgânicas, sendo que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a
obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de promover a sua recom-
posição, obrigação esta de natureza propter rem.
d) As APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às áreas urbanas, sendo certo
que a Lei Federal n. 12.651/2012 (“Novo Código Florestal”), apesar de ter trazido significativas
mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais com mais de 100 hectares.
Letra c.
Art. 7º, §§ 1º e 2º, do Novo Código Florestal.
Sobre o tema, veja:
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprie-
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o pro-
prietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de trans-
ferência de domínio ou posse do imóvel rural.
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos
desta Lei:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efême-
ros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros
de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
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e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de
superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represa-
mento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cen-
to) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior
a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a
2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo
plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados,
pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X – as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta)
metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
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c) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação in-
direta em face da União.
d) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área
com cobrança de visitação.
Letra c.
A questão trata sobre a Desapropriação, que é regra prevista pela Lei n. 9.985/2000 – SNUC,
que assim prevê:
Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e
o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato
com a natureza e de turismo ecológico.
§ 1º O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em
seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
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a) Essa concessão é antijurídica, uma vez que o dever de tutela do meio ambiente ecologica-
mente equilibrado é intransferível a inalienável.
b) Essa concessão, que tem como objeto o manejo florestal sustentável, deve ser precedida de
licitação na modalidade de concorrência.
c) Essa concessão somente é possível para fins de exploração de recursos minerais pelo con-
cessionário.
d) Essa concessão somente incide sobre florestas públicas estaduais e, por isso, a competência
para sua delegação é exclusiva dos Estados, o que torna ilegal sua implementação pelo IBAMA.
Letra b.
Art. 13. As licitações para concessão florestal observarão os termos desta Lei e, supletivamente, da
legislação própria, respeitados os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do
julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
§ 1º As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade concorrência e outorga-
das a título oneroso.
Art. 50. Caberá aos órgãos do Sisnama responsáveis pelo controle e fiscalização ambiental das
atividades florestais em suas respectivas jurisdições:
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XIX – efetuar o controle prévio eª posteriori de atos e negócios jurídicos a serem celebrados entre
concessionários, impondo-lhes restrições à mútua constituição de direitos e obrigações, especial-
mente comerciais, incluindo a abstenção do próprio ato ou contrato ilegal;
XX – conhecer e julgar recursos em procedimentos administrativos;
XXI – promover ações para a disciplina dos mercados de produtos florestais e seus derivados, em
especial para controlar a competição de produtos florestais de origem não sustentável;
XXII – reconhecer em ato administrativo as entidades que poderão realizar auditorias florestais;
XXIII – estimular a agregação de valor ao produto florestal na região em que for explorado.
Questão 17 (FGV/OAB/2018) Gabriela, pequena produtora rural que desenvolve atividade pe-
cuária, é avisada por seu vizinho sobre necessidade de registrar seu imóvel rural no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), sob pena de perder a propriedade do bem.
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) Gabriela não tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR por ser pequena produtora rural.
b) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR, sob pena de perder a propriedade do
bem, que apenas poderá ser reavida por ação judicial.
c) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro não será considerado título
para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse.
d) Gabriela tem a obrigação de registrar o imóvel no CAR; o registro autoriza procedimento
simplificado para concessão de licença ambiental.
Letra c.
Vide Lei n. 12.651/2012 (Código Florestal):
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural – CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação
sobre Meio Ambiente – SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para
todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades
e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento.
§ 2º O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de proprie-
dade ou posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei no
10.267, de 28 de agosto de 2001.
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c) Certa.
d) Errada. O CAR não autoriza nenhum procedimento simplificado para concessão de licença
ambiental.
Letra c.
a) Errada. O problema está no exclusivamente, porque os atores privados também podem agir
no mercado de carbono, estes créditos são vendidos em bolsa de valores e aqui no Brasil a
Bovespa é a bolsa é que se comercializa esses títulos mobiliários.
b) Errada. É constitucional. A convenção que trata do assunto já foi incorporada ao nosso orde-
namento jurídico por meio do decreto legislativo 144/202 promulgada pelo Decreto 5.445/2005.
d) Errada. O Brasil realmente se comprometeu num acordo de país a reduzir suas emissões,
mas o mercado de carbono é um mecanismo de flexibilização e não é algo obrigatório.
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aquático e grande diversidade biológica. Porém, em razão da grave crise financeira, o Presiden-
te pretende que a União não seja compelida a pagar indenização aos proprietários dos imóveis
inseridos na área da Unidade de Conservação a ser criada.
Considerando o caso, assinale a opção que indica a Unidade de Conservação que deverá
ser criada.
a) Estação Ecológica.
b) Reserva Biológica.
c) Parque Nacional.
d) Área de Proteção Ambiental.
Letra d.
Unidades de Proteção Integral:
a) Errada. 1. Estação Ecológica: área destinada à preservação da natureza e à realização de
pesquisas científicas, podendo ser visitadas apenas com o objetivo educacional.
b) Errada. 2. Reserva Biológica: área destinada à preservação da diversidade biológica, na
qual as únicas interferências diretas permitidas são a realização de medidas de recuperação
de ecossistemas alterados e ações de manejo para recuperar o equilíbrio natural e preservar a
diversidade biológica, podendo ser visitadas apenas com o objetivo educacional.
c) Errada. 3. Parque Nacional: área destinada à preservação dos ecossistemas naturais e sí-
tios de beleza cênica. O parque é a categoria que possibilita uma maior interação entre o visi-
tante e a natureza, pois permite o desenvolvimento de atividades recreativas, educativas e de
interpretação ambiental, além de permitir a realização de pesquisas científicas.
Unidades de Uso Sustentável:
d) Certa. 1. Área de Proteção Ambiental: área dotada de atributos naturais, estéticos e cultu-
rais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Geralmente,
é uma área extensa, com o objetivo de proteger a diversidade biológica, ordenar o processo de
ocupação humana e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída
por terras públicas e privadas.
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– EIA. No curso do EIA, verificou-se que a construção atingiria área verde da Comunidade de
Flores, de modo que 60 (sessenta) cidadãos da referida Comunidade solicitaram à autoridade
competente que fosse realizada, no âmbito do EIA, audiência pública.
Sobre a situação, assinale a afirmativa correta.
a) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando houver
solicitação do Ministério Público.
b) A audiência pública não é necessária, uma vez que apenas deve ser instalada quando hou-
ver solicitação de associação civil legalmente constituída há pelo menos 1 (um) ano.
c) A audiência pública é necessária, e, caso não realizada, a eventual licença ambiental conce-
dida não terá validade.
d) A audiência pública é necessária, salvo quando celebrado Termo de Ajustamento de Condu-
ta com o Ministério Público
Letra c.
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Letra b.
Súmula n. 629 do STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obri-
gação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.
Anulada.
A questão foi anulada por possuir duas alternativas corretas.
Você consegue encontrá-las? Vamos lá.
Tanto a letra A quanto a B estão corretas.
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fiscal em face do recorrente para cobrar multa aplicada em face de condutas imputáveis
a seu pai.)
Isso porque a aplicação de penalidades administrativas não obedece a lógica da respon-
sabilidade objetiva da esfera cível, para reparação dos danos causados, mas deve obe-
decer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo
alegado transgressor, com a demonstração do seu elemento subjetivo, e com demonstra-
ção do nexo causal entre a conduta e o dano.)
Letra a.
Fundamento legal: art. 38, I, Lei n. 12.651/12, Código Florestal. Veja:
CAPÍTULO IX
DA PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropasto-
ris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama,
para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento
e controle;
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DIREITO AMBIENTAL
Legislação Florestal Brasileira
Nilton Coutinho
O Código Florestal (Lei n. 12.651/2012) permite o uso do fogo apenas nas seguintes situações:
I – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente em práticas agropastoris ou flo-
restais;
II – quando aprovado pelo órgão gestor da Unidade de Conservação e previsto em seu plano de
manejo, observada a caracterização de seu emprego como prática conservacionista da vegetação
nativa da UC, nos casos em que características ecológicas estejam associadas evolutivamente à
ocorrência do fogo;
III – quando autorizado pelo órgão estadual ambiental competente para realização de atividades de
pesquisa científica.
Letra b.
a) Errada. Zoneamento Ambiental: também chamado de zoneamento ecológico-econômico
(ZEE), é o instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implan-
tação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões
de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos
e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população (art. 2º do Decreto n. 4.297/2002).
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