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Translating the
Theoretical Into Practical: A Logical Framework of Functional Analytic Psychotherapy
Interactions for Research, Training and Clinical Purposes. Behavior Modification, Vol.
36, n. 1, pp. 87-119, 2012.
M. Busch5,6
A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP; Kohlenberg & Tsai, 1991; Tsai, Kohlenberg,
1
University of Wisconsin-Milwaukee, USA
2
University of Nevada, Reno, USA
3
University of Washington, Seattle,
4
National Center for PTSD, VA Palo Alto Healthcare System, Palo Alto, CA, USA
5
Warren Alpert Medical School of Brown University, Providence, RI, USA
6
The Miriam Hospital, Providence, RI, USA
Contato do Autor:
Cristal E. Weeks, University of Wisconsin-Milwaukee, 224 Garlard Hall, 2441 E. Hartford Ave.,
Milwaukee, WI 53211, USA
Email: ceweeks@uwm.edu
analítico comportamental fundamental do reforçamento. Em poucas palavras, quando o
necessária para avaliar a eficácia da FAP (Hayes, Masuda, Bissett, Luoma & Guerrero,
2004) e a maioria dos trabalhos sobre FAP é composta de discussões teóricas sobre os
princípios básicos e os processos da FAP (Bolling, Parker, Kanter, Kohlenberg & Tsai,
1999; Follette et al., 1996; Kohlenberg, Kanter & Bolling, 2004; Kohlenberg & Tsai,
1987, 1991, 1994, 1995; Kohlenberg, Tsai & Dougher, 1993; Kohlenberg, Yeater &
Vandenberghe & Sousa, 2005), de estudos de caso (Baruch, Kanter, Busch &
Juskiewicz, 2009; Callaghan, Summers & Weidman, 2003; Carrascoso, 2003; Ferro,
Valero & Vives, 2006; Kanter et al., 2006; Kohlenberg & Tsai, 1994; Kohlenberg &
Vandenberghe, 2007; Lopez, 2003; Manos et al., 2009; Wagner, 2005) ou de discussões
2009; Callaghan, Gregg, Marx, Kohlenberg & Gifford, 2004; Gaynor & Lawrence,
2002; Holmes, Dykstra & Williams, 2003; Hopko & Hopko, 1999; Kanter et al., 2009;
Kanter, Manos, Busch & Rusch, 2008; Kanter, Schildcrout & Kohlenberg, 2005;
Kohlenberg, Kanter, Bolling, Parker & Tsai, 2002; Kohlenberg & Tsai, 1994, 1998;
Manos et al., 2009; Rabin, Tsai & Kohlenberg, 1996; Tsai & Kohlenberg, no prelo;
Vandenberghe, 2007, 2008, 2009; Vandenberghe, Ferro & Furtado da Cruz, 2003;
cognitiva (TC; Kohlenberg et al., 2002) foi submetida a estudo empírico, com um
tanto na sessão como fora dela (Busch, Callaghan, Kanter, Baruch & Weeks, 2010;
torna difícil que suas técnicas sejam descritas para fins de manualização e
sobre as cinco regras funcionais da FAP sem instruções específicas sobre como os
terapeutas poderiam aplicá-las precisamente (Kanter, Manos et al., 2008; Kohlenberg &
Tsai, 1987, 1991, 1994; Kohlenberg, Tsai, Parker, Bolling & Kanter, 1999). Um
trabalho mais recente sobre a FAP (Tsai, Kohlenberg, Kanter, Kohlenberg et al., 2009)
mecanismos de mudança.
pacote de tratamento completo (Follette, 1995; Rosen & Davison, 2003). Na direção
desta tendência, o propósito deste artigo é apresentar a interação lógica da FAP com
vista por alguns analistas do comportamento como um afastamento entre a FAP e seus
regras prescritivas do que por princípios básicos. Porém, é da opinião destes autores que
disseminação da FAP pode ser o que impediu as pesquisas até o momento presente. Em
última análise, esta é uma questão empírica e espera-se que este artigo, ao oferecer as
pesquisas que resolverão este debate. Nós esperamos olhar para este artigo daqui alguns
anos e decidir se esta abordagem alternativa foi bem sucedida a partir de evidências
Pretende-se que esta seja uma ferramenta útil tanto para terapeutas como para
FAP.
problema (CCR1) quanto os progressos (CCR2). A FAP propõe regras terapêuticas para
ocorrem fora da terapia (Kohlenberg & Tsai, 1991; Tsai, Kohlenberg, Kanter & Waltz,
resultado, seu mecanismo de mudança hipotético. Cada regra será descrita brevemente.
Em seguida, serão apresentadas interações que ilustram como as regras podem ser
Assume-se que a relação terapêutica e outros eventos da terapia (ex., tarefas de casa, o
horário da sessão) evocam CCRs naturalmente. Por isso, é fundamental para a FAP uma
detecção correta dos CCRs quando eles ocorrem. A Regra 1 especifica, amplamente,
ainda ajudar na identificação dos CCRs. A Regra 1 requer uma clara conceituação de
(2008) e eles não serão descritos detalhadamente aqui. Técnicas para melhorar a atenção
Enquanto a Regra 1 envolve perceber os CCRs que são naturalmente evocados pela
relação terapêutica, a Regra 2 envolve ações mais estratégicas para evocar CCRs
momento. Esta última estratégia, solicitações específicas para que o cliente apresente
O texto original sobre a FAP enfatizou o responder aos CCR2s, mas não tratou da
natural (Regra 1), quanto aquele evocado por ações estratégicas do terapeuta (Regra 3),
relação à intimidade, obviamente) e permitam tanto que suas reações naturais ao cliente
ocorram naquele momento quanto que sua atenção sobre a conceituação de caso do
cliente guiem suas expressões em reação aos CCRs. Esta regra será explicada
detalhadamente a seguir.
que uma resposta terapêutica específica foi reforçadora. Assim, para um terapeuta FAP
reforçamento.
está se engajando na Regra 4 pode ser útil tanto para interesses de pesquisa quanto para
de supervisão. Além disso, para alguns CCRs, o cliente pode não ter muitas
assertividade); assim, apenas observar o aumento na frequência dos CCRs in vivo pode
não ser a avaliação mais adequada. Para estas situações, além de observar as mudanças
como ele se sentiu sobre uma consequência terapêutica específica que tenha sido
fornecida imediatamente após uma interação importante. Este feedback pode ser
respostas do terapeuta são mais compatíveis com o cliente. Porém, deve-se manter
sempre em mente que a informação que está sendo dada é apenas um autorrelato e os
dados que estiverem sendo coletados não devem ser negligenciados. Perguntas sobre as
interações FAP.
Regra 5: Oferecer Interpretações Funcionais e Aplicar Estratégias de Generalização
O texto original da FAP (Kohlenberg & Tsai, 1991) propôs a Regra 5 para destacar que,
quando o terapeuta não está diretamente respondendo ao CCR, na FAP a sua fala
podem ser vistas como “regras” (Hayes, 1989), e elas idealmente especificam todos os
progressos o mais completamente possível. Isto não sugere que o terapeuta irá enviar o
cliente para o mundo com “prescrições” comportamentais rígidas para se engajar nos
interação lógica da FAP sugere utilizar a Regra 5 para ensinar os clientes a como
de suas respostas para si mesmo a partir das consequências que seu ambiente fornece.
Em tempo, tais tentativas de generalização podem levar os clientes a possuir cada vez
estiver interagindo com outros em seu cotidiano. É fundamental formular regras sobre
sessão e apontar sua semelhança com aquelas que ocorrem fora da sessão (paralelos de-
sessão. Do ponto de vista da FAP, as melhores tarefas de casa são aquelas que fluem de
uma interação terapêutica bem sucedida na qual ocorreram CCR2s e em que eles foram
positivamente reforçados pelo terapeuta. Por exemplo, quando uma interação intensa
ocorre entre o cliente e o terapeuta, como quando o cliente afirma suas necessidades
terapeuta pode verbalmente ilustrar as contingências que ocorreram entre eles dois
naquele momento. A partir daí, pode então encorajar o cliente a tentar aquele
comportamento em casa com alguém significativo para ele, caso ocorra alguma situação
Para entender as cinco regras e seus exemplos mais completamente em uma interação
lógica da FAP, deve-se estar alerta a algumas questões básicas para a FAP. Estas
reforçamento.
estabelecida e em um trabalho terapêutico em curso. Definir uma relação FAP está para
além dos propósitos deste artigo, mas pode-se fazer uma breve explanação (para uma
análise mais completa, veja Follette et al., 1996; Tsai, Kohlenberg, Kanter, Kohlenberg
et al., 2009, pp. 71-74, 146-153). Primeiro, uma vez que as interações FAP podem ser
intensas para o cliente, é importante que a relação FAP seja realmente sólida, que o
cliente tenha dado consentimento informado sobre trabalhar em uma terapia focada no
CCRs devem ter sido definidos colaborativamente entre o terapeuta e o cliente com base
nos objetivos do cliente para a terapia e o terapeuta deve trabalhar para criar um
contexto de segurança e confiança na relação (ao máximo possível, já que isto pode
estar relacionado às dificuldades do cliente que farão parte da conceituação dos seus
CCRs).
Definição dos objetivos do tratamento. A FAP pode ser praticada como uma
são definidos pela primeira intervenção. Quando utilizada como uma intervenção
Kohlenberg (no prelo) apresentam orientações sobre como definir objetivos para o
mentais severos, casais e mulheres. Para estes propósitos, assume-se que o terapeuta e o
caso constantes sobre os CCRs que estão orientando sua aplicação do tratamento FAP.
animais não humanos quanto em humanos, é que quanto mais próximo no tempo e no
espaço um reforçador está do comportamento que se pretende reforçar, mais efetivo ele
essencial. Quando o CCR ocorre, os terapeutas FAP são encorajados a considerar deixar
de lado qualquer conteúdo que estava sendo o foco da interação e prontamente mudar
para uma interação in vivo em que se consequencia o CCR. Tal mudança para este
obscura. Uma possível razão para este problema é a confusão sobre a natureza complexa
trabalho com os clientes adultos que procuram seus consultórios (Ferster, 1967, 1972a,
comportamento.
Na FAP, porém, preferem-se as consequências naturais (Ferster, 1967).
uma pessoa naturalmente inclinada a atender pedidos feitos pelo outro. De fato,
naturais, tais como expressões de cuidado, dizer ao cliente como ele se sente em relação
e devem estar dentro do limite das revelações aceitáveis a se fazer para um cliente.
Apesar de estar além dos propósitos deste artigo, o treino de terapeutas, a supervisão e o
seu repertório interpessoal, e seu amor, expresso em sua disposição para prover
para a interação lógica da FAP (Tsai, Kohlenberg, Kanter, Kohlenberg et al., 2009).
Tabela 1. Resumo da Interação Lógica e das Cinco Regras da FAP
Regra Passo
cliente
O quadro lógico para as interações FAP assume que o terapeuta e o cliente estão
engajados em um trabalho terapêutico contínuo, o que pode tomar várias formas, e que
cliente. Um fator central para as interações é que as cinco regras da FAP estão
utilizar as cinco regras da FAP em uma única sequência. Esta não é simplesmente uma
organização conveniente das regras para fins de treinamento, mas é de fato como as
regras foram planejadas e como interações efetivas da FAP ocorrem, sendo que a
cotidiano do cliente.
A interação inteira pode ser condensada dentro de uma única troca ou pode
reforçadora do terapeuta, ocorre um novo CCR2 e ele é seguido por mais reforçamento
sessão e a relação terapêutica se torna cada vez mais positiva e melhor. Não há nenhuma
exigência de que uma interação inteira ocorra em uma única sessão. Dada a ênfase da
FAP sobre o reforçamento imediato, porém, parece lógico que as Regras 2 e 3 ocorram
imediatamente em sequência. A FAP sugere que pode ser benéfico, porém, que haja
de fácil compreensão. Por isso alguns aspectos importantes da FAP estão simplificados.
Por exemplo, presume-se que algumas informações sobre a FAP da forma que
geralmente são descritas já são de conhecimento do leitor, por isso suas premissas
básicas foram apenas brevemente revistas. Além disso, serão enfatizados os exemplos
representativos das cinco regras e não exposições teóricas sobre os princípios funcionais
terapeuta também precisa prever como que os potenciais CCRs podem impactar as
servir como uma forma aberta de avaliação contínua. A interação pode ser iniciada com
uma discussão sobre o cotidiano do cliente, com o terapeuta utilizando um paralelo de-
terapeuta perceber ou suspeitar de um possível CCR (Regra 1), ele pode tentar um
seguintes2:
A. Você está parecendo um pouco desconfortável. Você sente que também tem
B. Você está muito sorridente e agitada agora, jogando seu cabelo e balançando
os pés. É este mesmo comportamento, esse de agora, que você disse te trazer
C. Nós temos falado sobre quando a conversa com sua esposa atinge um certo
D. Você me contou que às vezes você tem problemas para dar nome aos seus
você acha?
está correto ou pelo menos não discorda diretamente. As respostas dos clientes podem
queira flertar com você, é só uma coisa que eu faço quando estou nervosa.
Alguns outros exemplos que podem ocorrer mais tarde na sessão podem ser
ele souber que o cliente está apresentando um CCR e perguntar o quanto aquilo que está
Depois que o cliente confirma que o paralelo de-fora-para-dentro estava correto ou pelo
menos demonstra estar aberto para continuar nesta direção, o terapeuta tenta
permitir uma relação mais verdadeira? O que você poderia dizer ou fazer
B. Você consegue relaxar em nossa interação agora e deixar de flertar? Por traz
do flerte, você está nervosa. Será que nós podemos trazer o seu nervosismo
que você reconhece ser importante que tenhamos? O que você não está me
D. Certo. Vamos tentar entender isto juntos. Se você fosse uma personagem de
são ambos tentativas de identificar e evocar os CCRs. Um alerta sobre a Regra 2 é que,
na FAP, nem sempre são exigidos esforços deliberados da parte do terapeuta, porque os
CCR2. Idealmente, os CCR1 irão ocorrer cada vez menos frequentemente ao longo do
terapeuta FAP nunca tenta evocar CCR1s de propósito, uma vez que ele sempre está
esperando por CCR2s, mas o terapeuta deve estar preparado para a ocorrência de
seguintes:
C. Bem, tem algo sim, mas realmente não gostaria de falar sobre isto. Eu não
D. [Pausa] Estou tentando muito, mas eu nem imagino que eu seja capaz de
fazer isto.
alternativa, uma resposta lógica da FAP a um CCR1 deve incluir um comentário sobre
interação, é imperativo para o terapeuta ter em mente a natureza de sua relação com o
responder a um CCR1 implicar punição, a punição não precisa soar punitiva para ter o
acordo mútuo sobre a conceituação de caso e estão alertas aos comportamentos que
A. Bem, essa foi um pouco rápida, não foi? Eu só acho que isto tem a ver com os
Eu sei que isto assusta, mas eu estava pensando se você consegue pensar por
um minuto sobre o que você poderia fazer agora aqui comigo que levasse a
C. Eu também não sei se eu posso ser útil, mas tenho certeza que quero ouvir o
que você tem a dizer. É difícil, eu sei, leve o tempo que você precisar.
D. Vamos facilitar então. O que parece descrever melhor o que você está
em sua ênfase em evocar CCR2 e não se deixam abalar pelas distrações e esquivas do
a falta de reforçamento por parte do cliente, e há uma pressão funcional para o CCR1 do
cliente extinguir devido à falta de reforçamento por parte do terapeuta. O terapeuta FAP
deve ser mais “resistente à extinção” do que seus clientes nestas situações, mas apenas
interação termine. Se não, então a sessão pode assumir um tom negativo e punitivo,
D. Eu acho que é pior que tristeza. É como se tivesse um monte de lixo em cima
uma resposta complexa. No exemplo A, o cliente parecia estar procurando por uma
resposta que fosse um CCR2, então ele genuinamente, e não defensivamente, disse “eu
realmente não sei o que fazer” e então, quase que acidentalmente, disse “Eu me sinto
tão burro” o que foi, de fato, a resposta desejada, uma vez que se tratou de uma
importantes. Isto não significa que os terapeutas FAP tentam desestabilizar seus clientes
durante a sessão, mas simplesmente que a atenção para uma expressão emocional
mas não deixa de fazê-la. Com a evolução da terapia, quando as autorrevelações sobre
vergonha ou sobre outros assuntos até mais difíceis forem comuns, minimizar a
revelação poderá ser visto como um CCR1, mas neste exemplo, em que o cliente ainda
não havia feito nenhuma revelação deste tipo, a ocorrência do CCR2, mesmo nesta
forma, é uma melhora suficiente e reforçar esta melhora é uma prioridade sobre o
responder ao CCR1.
CCR2, mas dada a importância deste passo para o mecanismo de mudança hipotetizado
pela FAP, alguns cuidados precisam ser tomados. Primeiro, Kohlenberg, Kanter e Waltz
do cliente mais possível para o terapeuta. Nós acreditamos que este treino é importante,
mas descrevê-lo está para além dos objetivos deste artigo. Segundo, Follette e Bonow
Embora seja tentador oferecer exemplos específicos sobre como responder, nós
determinar qual é o exemplo mais natural para ele. Ao mesmo tempo, a resposta
implica em que alguém não precisa saber o que fazer até que o terapeuta tente
algo e observe o resultado... Não existe uma forma exata de como o terapeuta
leitores a não se apegarem ao texto, mas ao contrário utilizá-los como inspiração para o
forma geral, as repostas do terapeuta aos CCR2 amplificam a reação emocional positiva
pode expressar o que de outra forma não poderia ser percebido pela maioria dos
clientes. O que se assume é que produzir reações emocionais positivas nas outras
pessoas é reforçador para o cliente; assim, o terapeuta torna sua reação claramente
visível para o cliente para garantir que este entre em contato com a contingência de
reforço.
envolvem dar ao cliente o que ele está pedindo. Em alguns casos, isto pode ser simples,
como alterar o horário da sessão, adicionar algo à agenda da sessão, ou abrir uma janela.
Em outros casos, a resposta será mais desafiadora para o terapeuta. Por exemplo, o
o terapeuta contra suas limitações (ex., ligar para o médico do cliente por causa de uma
receita ou atender a uma ligação do cliente durante as férias). Estas são situações em
que a resposta natural e genuína do terapeuta, de fato, seria dizer não, e ilustram a
além da inclinação natural do terapeuta. Como o terapeuta reage em cada uma destas
situações é, naturalmente, uma questão individual do terapeuta. A FAP encoraja a
naturalmente reforçado.
relacionamento (ex., chorar pela primeira vez na frente de alguém, falar sobre medo ou
estas situações é pessoal, mas uma autorrevelação do terapeuta que seja natural,
A. Quando você diz que se sente burro, eu quero que você saiba que eu sei que é
difícil pra você admitir isto, e isto realmente me aproxima de você. Todos
nós nos sentimos burros às vezes, incluindo eu, e compartilhar isto comigo
apenas mostra que você é um ser humano e me relembra que nós todos
B. [Deixa a cliente chorar um pouco]. Nossa, agora eu realmente vejo a sua dor
de uma forma que me ajuda a entender melhor o que isto significa pra você.
C. Maconha? Nós com certeza vamos falar sobre isto; o que você precisa de
D. Parece que você sabe como descrever isto. Assim você me ajuda a entender
melhor o que você está passando. Eu poderia dizer que tinha alguma coisa te
CCRs
ação. Isto significa que as anotações feitas após a sessão deveriam se referir a esta
extensão em que isto ocorre, pode-se concluir que a interação como um todo foi um
sucesso e que o mecanismo da FAP foi utilizado. Na prática, podem ocorrer repetições
intimidade na relação pode ser sentido por ambos os participantes. Estas sequências
deveria ser finalizada naturalmente e o tempo restante da sessão seria utilizado para
seguintes:
A. Meu deus, eu gostaria que não fosse tão difícil pra mim assumir que me sinto
B. Quando você diz “eu realmente sinto a sua dor”, isto tanto me conforta
C. Eu não acho que isto esteja atrapalhando a minha vida; eu não faço isto
sempre. Mas eu sei que eu fujo e me calo quando eu não quero lidar com ela,
D. Eu também não sei. Mas, agora que eu disse isto, eu acho mesmo que
terapeuta quanto ao longo do tempo, são mais importantes. Por exemplo, contanto que o
terapeuta observe e continuamente participe das repetições nas quais muitos CCR2s
ocorrem em sequência, a Regra 4 foi realizada porque o terapeuta observou que a taxa
cliente. Por exemplo, no exemplo B acima, o cliente deu um feedback sem o terapeuta
pedir como parte do CCR2, “isto me conforta”, de onde o terapeuta poderia tirar um
interação para o cliente, pois os outros métodos de seguir a Regra 4 são encobertos, e
por esta razão foi aqui incluído apesar destas questões. Em termos do seguimento
“você acha que minhas respostas a você, neste momento, estão ajudando ou
respondi você – eu fiz sua revelação ser mais fácil ou mais difícil?
B. Como é chorar na minha frente agora? Fale-me mais sobre o que você quer
C. Como foi me contar sobre a maconha? Você acha que eu te respondi de forma
útil?
D. Como é ter um nome para o que você sente? É mais preocupante perceber
O cliente indica que a resposta do terapeuta foi reforçadora. Nos casos em que
que uma resposta positiva do cliente sobre a interação não é um indicativo nem
necessário e nem suficiente de que houve reforçamento. Porém, é uma informação útil
B. Bem, eu me sinto um tanto aliviada, já que é tão difícil ser verdadeira, mas ao
C. Na verdade, foi mais fácil do que eu imaginei. Nem sei por que eu achei que
seria um problema.
D. Não. Na verdade eu gostei de falar sobre isto. Tem tantas vezes que eu não
sei o que eu estou sentindo. É bom ser capaz de dar nome às coisas. Isto as
estratégia de generalização. A Regra 5 não é exigida na FAP, por que é esperado que o
seguintes:
verdadeiro, não foi? Nós falamos sobre isso por uns minutos, eu parei, e se
eu estou entendendo direito, você disse que isto realmente tornou as coisas
mais fáceis para nós, de alguma forma nos aproximou, e ficou mais fácil pra
você suportar isto. No fundo, me contar que você estava se sentindo burro
deixou as coisas mais fáceis pra você – isto não é interessante? Há outras
pessoas na sua vida com quem você acha que isto também funcionaria?
B. Isto tem sido muito bom pra mim – você está tão diferente agora de como
você estava no começo da sessão… você começou mesmo com aquele flerte,
e então você só… jogou aquilo fora e toda esta dor surgiu. Isto foi incrível
pra mim, e agora você se sente calma e segura e cansada e mais próxima de
mim. E minha pergunta pra você é, você consegue fazer isto com outras
pessoas – você consegue ser verdadeira com elas também? Vamos conversar
C. Bem, o importante pra mim é que, quando você se sentir assim com a sua
esposa, você poderia parar de se esquivar e apenas dizer a ela o que está
acontecendo com você? Você foi muito bem hoje ao desistir do seu reflexo
automático de se esquivar de mim, você poderia tentar isto com ela também?
muito comigo e com outras pessoas, como com o seu marido. Você tem
dificuldade para descrever como você está se sentindo, então você e todo
mundo tem problema em decidir o que fazer e aí você fica paralisada. Foi
mesmo muito legal que nós conseguimos trabalhar na sua dificuldade inicial
em descrever o que você está sentindo. Você acha que você poderia tentar
algo como o que a gente fez hoje com seu marido na próxima vez que você
se sentir paralisada?
em que se produz um indicador proximal de que o CCR2 foi reforçado, o cliente pode
B. Este fim de semana estou planejando sair com meus amigos de novo, e eu não
quero mesmo chorar na frente de ninguém, mas acho que eu consigo tentar
ser um pouco menos, tipo, eu sempre tenho que ser o centro das atenções e
C. Você sabe, eu aposto que vai ser mais fácil com ela também. Eu fico tão
preso nessa coisa toda, mas ela já deixou claro que ela quer mesmo
D. Sim. Eu realmente quero que as coisas melhorem entre a gente. Eu acho que
ele ia mesmo gostar se eu tentasse mais e desse a ele uma ideia de como eu
me sinto.
interesse principal, que é o comportamento melhorar fora da sessão depois que uma
Aplicações Práticas
Como afirmado anteriormente, o quadro lógico apresentado para as interações FAP
Disseminação e treinamento
lógico deveriam ser claras; ele traz uma explicação concisa dos princípios da FAP com
exemplos que são de fácil compreensão para os terapeutas. Apesar dos autores deste
trabalho estarem confiantes a respeito da contribuição que o quadro lógico pode e irá
fazer, a utilidade deste quadro lógico para este propósito é, definitivamente, uma
questão empírica. Porém, alguns dos proponentes da FAP ainda podem sentir que um
treino que abranja todos os aspectos da FAP, incluindo como conduzir uma
da FAP, melhorar a atenção e a sensibilidade ao CCR assim que ele ocorre na sessão e o
treinar métodos de se responder a estes CCRs quando eles ocorrem, seja necessário para
destas questões são necessárias e a maioria das preocupações são conceituais e podem,
desenvolvimento.
que é necessário e o que é suficiente para a aplicação da FAP. Talvez este quadro seja
suficiente para que os terapeutas entendam os conceitos gerais da FAP, juntamente aos
seus estudos individuais dos textos anteriores sobre a FAP; com a intenção de evitar
uma aplicação rígida e, ao contrário, confiando que os terapeutas atentarão aos aspectos
confiarem neste quadro serão então responsáveis por determinar se ele supre os
forma flexível. Uma forma possível de testar a utilidade do quadro lógico seria
Tais avaliações poderiam tomar diversas formas. A forma mais simples seria
sua teoria subjacente. Apesar de sua utilidade potencial, tais testes poderiam avaliar de
incluindo seus objetivos para a terapia e os progressos feitos até agora; Follette, Darrow
& Bonow, 2007; Follette et al., 2006). O aprendiz seria solicitado a explicar a racional
avaliação tanto da fluência do aprendiz nos princípios da FAP quanto da sua habilidade
mais extensas da performance real do aprendiz também podem ser imaginadas. Por
exemplo, o aprendiz (ou qualquer um que tenha conhecido a FAP) pode gravar em
vídeo as suas sessões de FAP com um determinado cliente. As sessões podem então ser
funcional em um cliente).
Follette, 2008; Callaghan, Ruckstuhl & Busch, 2005), um sistema de categorização que
se mostrou tanto confiável como válido (Busch et al., 2009; Callaghan, Follette,
Ruckstuhl & Linnerooth, 2008), pode ser utilizada para estes propósitos. A FAPRS
cliente e terapeuta. Isto é, uma rodada do cliente começa quando ele passa a falar e
da aderência do terapeuta e sua competência é que ela provê dados dos processos
CCRs. Isto permite testes estatísticos (ex., análise sequencial de lag; Bakeman, Gottman
& Mordechai, 1997) que determinam se o terapeuta responde apropriadamente aos
Assim, como com todas as formas de terapia, a verdadeira avaliação e disseminação dos
FAP.
Pesquisa
vida. A interação lógica da FAP adiciona precisão a esta definição (a) em termos
ser geradas sobre a natureza da interação momento a momento entre cliente e terapeuta
em casos bem sucedidos de FAP que podem testar tanto o mecanismo de mudança da
FAP quanto direcionar a prática clínica. Aqui nós desenvolvemos oito hipóteses a partir
Regra 3 do terapeuta para aumentar de frequência (TCCR2). Isto seria uma avaliação
FAP. Se o TCCR apropriado não seguir os CCRs, então o terapeuta não está
suficiente para modificar o comportamento. É bem sabido que é necessária uma taxa de
ocorrência do responder do terapeuta. Então, pelo exame dos lags nos dados sequenciais
pode-se produzir uma taxa de responder contingente. Por exemplo, Bush et al. (2009)
relataram que durante uma intervenção bem-sucedida da FAP, 67% dos CCR1 e 69%
dos CCR2 foram seguidos por uma resposta modeladora efetiva em pelo menos um dos
Esta hipótese pode ser testada pela inspeção visual de uma representação gráfica
das categorizações das sessões ou por testes estatísticos de análises sequenciais de lag.
concluir que o processo funcional de reforçamento não ocorreu. Esta hipótese pode ser
testada da mesma forma que a Hipótese 1 (i.e., inspeção visual dos dados e testes
estatísticos).
Hipótese 3. Caso ocorram CCR1s, eles devem ocorrer nas primeiras interações
entre o terapeuta e o cliente. Este é um teste amplo sobre se o terapeuta está modelando
quando relacionada com a frequência dos CCR1s) não aumenta ao longo do tempo,
então o terapeuta não está reforçando os CCR2s. Esta hipótese pode ser testada dentro
e por inspeção visual dos dados. A hipótese também pode ser testada entre várias
durante diferentes períodos da terapia (ex., em uma sessão inicial da terapia vs. em uma
do cliente não mudar fora da sessão, seu repertório interpessoal mais adaptativo não está
podem ser utilizadas para investigar o progresso do cliente e os dados fornecidos por
estas medidas podem ser utilizados para testar esta hipótese (com o teste apropriado de
Uma breve avaliação destas hipóteses revela que elas possuem um alcance muito
FAP que deveriam ser avaliadas e exploradas. Apesar de muitas destas questões estarem
para além dos propósitos deste artigo (ex., identificar a melhor taxa de responder
contingente), muitas delas são bastante pertinentes. Por exemplo, Follette e Bonow
manualização da FAP para a realização de pesquisas. Estas são algumas das maiores
preocupações avaliadas aqui nesta descrição do quadro lógico das interações FAP e das
A análise das hipóteses acima utilizando as cinco regras da FAP revela que elas
contingente direto. Quando interagindo com clientes verbais (o consumidor mais típico
Por exemplo, um terapeuta pode dar ao cliente um feedback direto sobre como seu
comportamento poderia mudar para se tornar mais efetivo (ex., “Quando você levanta
sua voz dessa forma, parece que você não se importa com o que eu penso”). Dessa
para o cliente a fim de promover uma generalização dos ganhos da sessão. E mais
entre seu comportamento e os eventos ambientais (como descrito pela Regra 5).
enquanto interage com outras pessoas, para assim poder se ajustar às novas situações.
Colocar alguma ênfase nas três regras da FAP (Regras 1, 2 e 5) que não foram
processos. Apesar destes processos não serem considerados essenciais para a FAP (i.e.,
eles vão além do responder contingente), eles certamente podem ser utilizados para
que podem ser exploradas por pesquisas futuras. Uma vez que todas estas hipóteses
podem ser utilizadas para objetivamente direcionar a prática clínica, testá-las teria o
objetivo de identificar formas pelas quais a FAP pode ser utilizada de forma mais
eficiente e efetiva.
Regra 2). Testar esta hipótese ajudaria a determinar a utilidade de realizar paralelos
Regra 4), isto deveria predizer diminuições na frequência dos CCRs. Testar esta
uma performance positiva do cliente fora da sessão, presumindo que o cliente cumpra as
recomendação de tarefas deveria se tornar uma prática regular da FAP. Além disso, a
realização das tarefas pode ser crítica para o teste da suposição de que o ambiente
àqueles discutidos nas Hipóteses de 1 a 4 (ex., inspeção visual dos dados ou testes
estatísticos como a análise sequencial de lag)3. Na maioria dos casos, estes testes vão
encontrados no quadro lógico das interações FAP. As cinco regras, quando descritas
terapeuta está se engajando em atividades que são tipicamente encobertas (ex., atentar
comportamentos que podem ser medidas para explorar os processos da FAP mais
detalhadamente.
pesquisar. Espera-se que este artigo ofereça uma solução possível para esta dificuldade.
processos funcionais que compõe a FAP e para explorar ao máximo o que foi
conquistado dentro dos limites deste manuscrito (ou seja, a interação lógica),
da FAP (ex., que o terapeuta FAP deveria sempre delinear paralelos, que o terapeuta
FAP deveria sempre avaliar o impacto de seu responder). Porém, estas são, novamente,
as pesquisas podem ser realizadas para testar não apenas as hipóteses mencionadas
acima, mas também os efeitos adicionais de outras técnicas da FAP. Este artigo está
Referências
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Notas
1 A abordagem behaviorista radical também especifica o processo funcional da punição. Os punidores enfraquecem o
comportamento de forma mais direta. Porém, os psicólogos comportamentais, incluindo Skinner (1953), têm
consistentemente alertado para os possíveis efeitos negativos da punição. Nesta direção, a psicoterapia analítica
funcional promove uma ênfase geral no uso do reforçamento positivo para modelar o comportamento do cliente.
2 Observe que os exemplos específicos (A, B, C e D) utilizados neste artigo foram retirados de sessões de quatro
clientes específicos (A, B, C e D) sendo que cada um possui sua própria conceituação de caso. Os leitores que
estiverem interessados em um exemplo completo de uma interação FAP com um único cliente podem ler cada um
dos exemplos do mesmo cliente (ex., A) e ignorar o restante do texto.
3 As duas últimas hipóteses (7 e 8) vão provavelmente requerer algumas abordagens metodológicas mais avançadas.
Uma discussão dos métodos possíveis está para além dos objetivos deste artigo e não serão aqui oferecidas.