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A Agonia e a Restauração dos


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A Agonia e a Restauração dos Homens

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24 de March de 2021 by Jorge Miklos with no comment Masculinidade

“Faz com o coração o contrário do que fazes com o corpo:


despe-o.
Quanto mais nu, mais ele encontrará o único agasalho
possível: um outro coração.”
Mia Couto – A chuva pasmada

O documentário O Silêncio dos Homens, fruto de uma pesquisa com 40.000 pessoas e
meses de gravações, menciona que 6 em cada 10 homens declaram lidar com algum
tipo de distúrbio emocional: ansiedade, depressão, insônia, vício em pornogra�a, vícios
em álcool, drogas, comida, apostas e jogos eletrônicos.

É provável que os homens sofram com algum desses distúrbios, em silêncio, isto é, sem
falar com ninguém. O fechamento emocional atua como uma camisa de força para
muitos homens, tornando ainda mais difícil tudo que enfrentam no dia a dia. Os homens
sofrem e sofrem calados e sozinhos.

Os dados evidenciam esse sofrimento: 83% das mortes por homicídios e acidentes no
Brasil são de homens; homens vivem 7 anos a menos que as mulheres; homens
suicidam-se 4 vezes mais que as mulheres; 17% dos homens lidam com algum nível de
dependência alcoólica; quando sofrem um abuso sexual, demoram em média 20 anos
até contar isso para alguém; 30% enfrentam ejaculação precoce ou disfunção erétil;
homens são 95% da população prisional no Brasil; a maior parte dos encarcerados são
jovens, periféricos e com ausência de �gura paterna. Desse grupo, os homens negros e
LGBT’s são mais atingidos.

Pesquisa realizada pela ONU Mulheres e o Portal Papo de


Homem aponta que a construção da identidade masculina
estereotípica é expressa em nove orientações básicas:
cultura do herói, violência, heterossexualidade,Fale
restrição
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emocional, capital viril, pertencimento ao grupo, sexo,
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trabalho, provedor. Seguir essa receita implica integrar-se às

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expectativas de como os homens devem agir, sentir e falar.

Essa lista, denominada A Caixa do Homem, é uma diretriz traçada em torno de


perspectivas de um ideal masculino com formas e limites rígidos que, se por um lado
oferece privilégios, por outro aprisiona e adoece. O conjunto desses padrões epitetado,
masculinidade tóxica encoraja a violência, a falta de incentivo em procurar ajuda quando
é preciso, o estupro, a homofobia, a misoginia, o feminicídio e o racismo.

Esses dados evidenciam que o modelo patriarcal e machista dominante de masculino


causa dor, sofrimento e morte em homens e mulheres.

A Psicologia Analítica fundada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961)
procurou desvendar os aspectos mais signi�cativos da natureza e as motivações da
masculinidade, tanto consciente quanto inconsciente, e explica como isso afetou e afeta
o desenvolvimento da personalidade subjetiva e social, nos desa�ando a reexaminar
nossa compreensão contemporânea da masculinidade.

Jung, em sua longa carreira de pesquisador da alma humana, se propôs a pensar a


masculinidade a partir da presença do arquétipo do herói e a luta pela libertação da mãe,
o desenvolvimento da masculinidade nas várias etapas da vida, a importância do pai no
destino do indivíduo, a personi�cação do par de opostos (animus/anima) no inconsciente
masculino e feminino e o caminho da integração, entre outros.

Foi o psicanalista estadunidense junguiano James Hollis que, em seu livro Sob a Sombra
de Saturno, trouxe com clareza e profundidade uma abordagem acerca da dimensão
psicológica e cultural da masculinidade. O título traz o nome de Saturno, divindade
romana (Cronos para os gregos) que era um deus perverso que devorava seus �lhos para
impedi-los de usurpar seu poder. O mito demonstra que os homens sofrem da violência,
da corrupção pelo poder e são in�uenciados pelo medo das mulheres e de outros
homens.

O livro focaliza feridas masculinas que regem muitos comportamentos, apesar de


ocultas e de não reveladas pelos homens, cujo silêncio é imposto pela cultura patriarcal.
O mito de Saturno está presente de várias maneiras no cotidiano dos homens. Esse
arquétipo expressa sua sombra marcada na alma masculina. Questões relacionadas à
corrupção do poder, do medo, humilhação e desvalorização causam feridas profundas e
certamente ferem outros com quem convivemos.

Para Hollis, os homens carregam milenarmente oito segredos em seu coração.


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Os Oito Segredos
1. A vida dos homens é tão governada por expectativas restritivas com relação ao
papel que devem desempenhar quanto a vida das mulheres

Aqui pode-se fazer um paralelo ao mito de Procusto. Procusto é um personagem da


mitologia grega. Os viajantes que iam de Mégara a Atenas, eram forçados a se deitarem
em seu leito de ferro. Se fossem menores, Procusto esticava suas pernas. Se fossem
maiores eram esquartejados para se ajustar ao tamanho do leito. O nome Procrusto
signi�ca “o esticador”, em referência à punição que aplicava às suas vítimas O domínio de
Procusto �ndou quando Teseu decepou a cabeça e os pés, aplicando-lhe a mesma
crueldade que impunha aos homens. O leito de Procusto é a metáfora para a
performance exigida aos homens pela cultura machista. Para adaptarem-se ao padrão
social, muitos homens precisam amputar aspectos signi�cativos do seu ser ou estender
aspectos estranhos para corresponder às expectativas do machismo cultural.

2. A vida dos homens é basicamente governada pelo medo

Para Hollis, os homens vivem com medo dos outros homens porque são
compulsoriamente propelidos a papéis competitivos. Dessa forma, o outro homem é
sempre considerado como um inimigo e não como um irmão. Os homens têm medo
pois, secretamente, sabem que o mundo é maior que eles, perigoso, impenetrável e
incontrolável. Os homens também têm medo do poder do complexo materno e, por isso
procuram dominar as mulheres.

3. O poder do feminino é imenso na organização psíquica do homem

Na linha da psicanálise freudiana, Hollis admite que a mãe é a maior in�uência psíquica
na vida de um homem (e das mulheres também). Em razão dessa presença psíquica ser
inconsciente e confrontada pela estrutura social patriarcal, os homens efetuam quatro
formas de relacionamento distorcido com o feminino:

Os homens projetam o complexo materno sobre as mulheres. Temerosos do poder da


mulher, procuram agradar, controlar e evitar o confronto. Caem no relacionamento
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projetivo baseado no poder e o que deveria ser o reino de Eros se Whatsapp
transforma no reino
do poder. E como disse Jung, onde há poder não há amor.

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Os homens passam a ter medo da sua dimensão feminina (anima). Moldados pela
cultura patriarcal, associam a perspectiva do feminino (instinto, ternura, carinho,
cuidado) como inferior e, se afastam dela. Evitando o contato com a sua dimensão
feminina, os homens se tornam menos acolhedores e criativos e pouco se relacionam
com a sua vida interior.

A insegurança na identidade sexual leva os homens a negarem a porção que não se


encaixa nos estreitos limites coletivos (condição procrusteana) e, por isso, rejeitam
violentamente as pessoas que não se encaixam em seus estereótipos, a homofobia é
um exemplo emblemático.

Os homens tendem a uma valorização excessiva da sexualidade. Para os homens, o


sexo é uma forma de rea�rmação emocional, um narcótico que alivia a dor da alma
machucada. “Se a vida magoa, o sexo, à semelhança das drogas ou do trabalho,
poderá tornar a ferida indolor”. O ato sexual pode mascarar a busca desesperada de
aceitação, sob a qual se esconde o complexo materno.

4. Os homens conluiam-se numa conspiração de silêncio cujo objetivo é reprimir sua


verdade emocional

À semelhança do documentário O Silêncio dos Homens, Hollis aponta que os homens são
ensinados a sufocar e a silenciar os seus sentimentos. Quando expressam sentimentos,
os homens são ridicularizados e pagam um preço muito alto quando são percebidos
como frágeis ou vulneráveis. Desde a tenra idade, os homens são sentenciados que não
há espaço na sociedade para demonstrar sentimentos, emoções. E, muitas vezes, essa
sentença é reforçada pelas próprias mulheres que corroboram com essas atitudes. No
cotidiano, os meninos que choram e expressam medo ou fragilidade são humilhados por
outros homens e por outras mulheres. Os meninos são ensinados a sustentar o controle e
a imagem pessoal poderosa. “Assim, conspiram para manter em silêncio com relação ao
que os prejudica.”

5. O ferimento é necessário porque os homens precisam abandonarFale conosco


a Mãe
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transcender o complexo materno

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Todo homem recebe um chamado para realizar a proeza heroica de deixar a sua mãe e
tornar-se senhor do seu destino. Isso implica que os homens precisam ser feridos para
ingressar no mundo. Como nos mitos, ou o herói vence o dragão da mãe terrível ou o
dragão se alojará em sua psique, possuindo-a e engolindo a espada do herói. O herói,
assim, perderá sua potência de diferenciação dos opostos: bem e mal, atividade e
passividade, medo e coragem, força de vontade e preguiça, desejo e vontade. Porém, o
processo de amadurecimento implica sofrimento “o preço que pagamos por uma
consciência mais poderosa, e pelos mundos que valem a pena ser conquistados, é o
ferimento do protagonista (herói) para que possa se tornar herói de sua própria vida.”

6. A vida dos homens é violenta porque suas almas foram violadas

Nesse tópico, Hollis aborda que os ferimentos que os homens sofrem não são
transformadores uma vez que eles não têm um conteúdo simbólico. Pelo fato de a
cultura moderna ter se racionalizado e se desencantado perdendo os ritos signi�cativos
de passagem que estimulam e orienta, as energias da alma, quase todos os homens
modernos se sentem oprimidos e esmagados pelas expectativas internas e externas que
sobre eles recaem.

A alma de um homem violada responde com violência. O autor lembra que todos os
assassinos em série sofreram violento abuso físico e mental. “Assassinatos da alma
ocorrem o tempo todo na vida dos homens”.

Os homens são convocados para executar trabalhos violentos e perigosos, resistir a


pressões esmagadoras. O patriarcado exige dos homens que eles sacri�quem sua alma
para servir a uma norma econômica, política ou cultural. E se resistem ou demostram
di�culdades, são humilhados e até mesmo martirizados com excessivo rigor pelo status
quo. E, diante disso, são obrigados a permanecer tranquilos e imperturbáveis. Também se
espera deles que sofram sozinhos e em silêncio.

7. Todo homem carrega consigo profundo anseio pelo seu pai e pelos seus pais tribais

Hollis a�rma que para deixar o conforto do lar, do mundo materno, o homem precisa ter
para onde ir. Nas sociedades primevas, os homens tinham para onde ir uma vez que a
função dos homens mais velhos era transmitir a sabedoria dos antepassados, instruir os
jovens a respeito dos deuses. Os homens buscam pelo pai arquetípico, Falemas a sociedade
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não oferece essas raízes, a história tribal e a realidade transcendente. Assim, os homens
estão perdidos, infantilizados e preenchem esse vazio com drogas e todas os produtos,

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coisas e não coisas da sociedade de consumo. Fica um grande vazio na alma.

8. Para que os homens �quem curados, precisam ativar dentro de si o que não
receberam do exterior

Hollis aponta que, como os homens não podem recorrer aos anciãos iniciados, eles
sofrem de um aprofunda enfermidade na alma. Diante desse vácuo, os homens precisam
aprender a se auto curar. Trata-se de uma jornada solitária. A provocação de Hollis não é
vazia, pois procura atentar para a necessidade de voltar-se para dentro de si mesmo para
buscar maior liberdade pessoal.

Ao �nal, Hollis propõe sete passos em direção à cura pessoal: relembre a perda dos pais,
conte segredos, procure mentores e sirva de mentor a terceiros, corra o risco de amar os
homens, cure-se a si mesmo , retome a jornada da alma e participe da revolução.

Sete passos em direção à cura pessoal


1. Relembre a perda dos pais

Hollis rememora que o advento da modernidade no ocidente implicou a racionalização


instrumental e, com isso, quase todos os homens perderam o contato com as suas
raízes, perderam sua alma. Em troca de uma suposta segurança econômica os homens
canalizaram suas energias para servir ao lucro e, com isso, deformaram a alma.

Os homens que viveram a transição para o mundo moderno sofreram dolorosas feridas,
e, por causa dessa dor, feriram os seus �lhos. As feridas repercutem nas gerações.
Somente os homens que se conscientizaram desse ferimento histórico, curam a
separação e são capazes de transcender o peso saturnino da história.

Nossos pais foram feridos e não tiveram alternativas e permissão emocional para serem
eles mesmos e �caram sozinhos. Por esses homens, diz Hollis, precisamos chorar.

Considerando a observação de Jung, segundo a qual o maior


fardo que a criança precisa carregar é a vida não vivida dos
pais, cada �lho precisa examinar em que lugar as feridas do
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pai foram passadas para ele. Precisa examinar se ele repete
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os padrões do pai ou vive em reação a eles – em ambos os
casos é prisioneiro de Saturno.

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Perguntas que cada �lho precisa se fazer sobre o seu pai:

Quais eram as feridas do meu pai?


Quais sacrifícios realizou, se é que realizou algum por mim ou pelos outros?
Quais eram as suas esperanças, os seus sonhos?
Vivenciou seus sonhos?
Teve permissão emocional para viver sua vida?
Viveu sua vida ou os registros saturninos?
O que recebeu do seu pai e da cultura que retardou sua jornada?
O que eu gostaria de ter sabido a respeito da sua vida, da sua história?
O que eu gostaria de ter ouvido dele a respeito do que é ser homem?
Foi capaz de responder essas perguntas para si próprio?
Algum dia fez essas perguntas?
Qual foi a vida não vivida do meu pai, e eu a estou, de alguma maneira, vivendo por
ele?

Essas são as perguntas entre as gerações que na maioria das vezes não são feitas.
Embora não se expressem conscientemente, suas respostas implícitas foram vividas
inconscientemente, amiúde e de forma dolorosa. Quando lançamos essas perguntas aos
nossos pais, existe maior probabilidade de evitarmos idealizá-lo ou desvalorizá-lo. Ele se
torna um homem mais parecido conosco, um irmão que sofreu e mesma provação.
Torna-se possível que atuemos em função da compaixão. Se formos capturados pelo
ódio, permaneceremos ligados ao que nos feriu.

Quando compreendemos melhor nossos pais de um ponto de


vista maduro e não projetivo, tornamo-nos mais capazes de
iniciar o processo de sermos nossos próprios pais.

2. Conte segredos

Nesse passo Hollis considera que, sempre que há uma negação, a ferida infecciona.
Aquilo que resistimos, persiste. Nesse sentido, a vida dos homens se baseia na negação
e na resistência à verdade. Fale conosco via
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Hollis pontua que a alma dos homens está deformada pelo fato dos homens serem
de�nidos por forças externas. Milhões de homens recuam diariamente para a insipidez

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coletiva. Levam uma vida no silencioso desespero. E, como a psique sabe mais que a
consciência, essa deformação da alma é registrada e gera encadeamento de respostas.

Os homens sofrem o dilema entre a intenção da sua alma e as exigências externas.


Nesse sentido, Hollis aconselha contar para nós próprios a verdade da nossa alma. Viver
essa verdade é a segunda tarefa. E contá-la para os outros é a terceira. Essa expressão
da verdade será o supremo teste da nossa vida.

3. Procure mentores e sirva de mentor a terceiros

A terapia oferece a oportunidade única para os homens


compartilharem reservadamente sua vida, serem
emocionalmente sinceros e saberem que não vão ser
humilhados, compartilharem seus segredos relacionados
com a tarefa de ser homem. Para muitos homens a terapia
funciona como um rito de passagem, a separação da mãe e a
iniciação no mundo masculino.

Muitas vezes aparecem pensando que o problema está lá fora, que se conseguirem
resolver o problema, sua vida entrará nos eixos.

Com o tempo acabam compreendendo que toda sua vida está errada, que escolhas
feitas inconscientemente conduziram para labirintos de alienação cada vez maior.

Talvez percebam que tem problemas para se relacionar com


o feminino, mas raramente suspeitam de que Ela está dentro
deles.

Sentem enorme anseio pelos pais, embora esse sentimento seja inconsciente. E muitas
vezes acabam reconhecendo que perderam seus deuses, sua ligação com a natureza e
seu próprio corpo.

Embora muitos homens não façam terapia, eles podem se voltar para outros homens e
transmiti-lhes o que aprenderam ou aprendem com pessoas. O mentor é alguém que já
visitou o outro lado e é capaz de nos dizer alguma coisa a respeito do que ouviu.

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4. Corra o risco de amar os homens

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Os homens foram condicionados a serem competitivos e, por isso, são muito


descon�ados uns dos outros. O velho jogo patriarcal nos impõe o medo que o outro
homem possa levar a melhor.

Os homens só serão capazes de amar o próximo se forem capazes de amar a si mesmos.


A culpa que lançamos em nós mesmos e nossa ira são projetadas sobre os outros
homens que passamos a evitar.

Quando compreendermos que estamos afastados do nosso irmão porque o tememos e


o tememos porque estamos cheios de medo de nós próprios, haveremos dado o
primeiro passo em direção ao amor.

O oposto do amor não é o ódio, mas sim o medo. O que há de mais difícil em amarmos
os outros homens, como indivíduos ou como grupo, é o fato de precisarmos correr o
risco terrível de amarmos a nós próprios.

Essa aceitação de si diante do fracasso e do medo é profundamente difícil. É preciso


substituir o ódio por eros.

5. Cure-se a si mesmo

Os homens feridos ferem seus �lhos e outros homens. O ciclo de sacrifício saturnino
sempre encontra novos jovens para esmagar. Se existe alguma verdade é que a cura
pode ocorrer e efetivamente ocorre. A cura ocorre de semelhante para semelhante, a
partir da ressonância, do reconhecimento e da recordação.

Conseguimos resgatar uma alma ferida das impurezas da história pessoal. Jung observou
que não solucionamos os nossos problemas, nós os superamos. Esta capacidade de
expansão da psique que possibilita a cura. Cada homem precisa abandonar as diretrizes
dos complexos paterno e materno e tomar as suas próprias decisões, alimentar a sua
própria fome. O que não foi ativado pelos pais, precisa ser ativado por si mesmo.

6. Retome a jornada da alma

Para que o homem salve a si próprio, é preciso que retome a jornada da alma. Mesmo
com medo, viver a jornada. Atender o chamado à individuação ao qual não pode escapar.
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7. Participe da revolução.

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Homens se interessam apenas por sexo, dinheiro, futebol e bebida? E se houvesse


também um espaço para cultivar uma visão de mundo mais ampla, desa�ar
preconceitos, aprender a viver e se relacionar com mais satisfação?

Apesar de reconhecer os obstáculos, Hollis é otimista em relação ao poder dos


indivíduos de alcançarem a consciência, de encontrarem a coragem de mudar, de
reconduzirem sua vida, provocando assim mudanças no mundo.

Historicamente, a mudança se dá quando uma cultura se torna unilateral em excesso. A


compensação passa a existir, então, no inconsciente de todos os indivíduos.

É preciso uma pessoa com a função intuição superior, ou seja, aquela para quem o
material do inconsciente está pronto e disponível, para trazer à superfície esses valores
desprezados.

“Quando os deuses déspotas forem depostos, quando os


indivíduos saírem de sob a sombra de Saturno, quando
rejeitarem as expectativas coletivas e procurarem seus
próprios caminhos, a justiça retornará. Sim, atualmente, a
maioria dos homens ainda estão oprimidos; agindo a
partir de sua própria ferida, oprimem outros homens e
magoam mulheres e crianças. Sem dúvida, a justiça
ainda está muito longe. Mas cada qual tem a obrigação
de encontrá-la, primeiro no próprio coração e depois na
longa estrada que está à nossa frente.”
(James Hollis – Sob a Sombra de Saturno, p. 180)

Referências Bibiliográ�cas
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13. HOLLIS, James. Sob a Sombra de Saturno: a ferida e a cura dos homens.
Whatsapp São Paulo:

Paulus, 1997.

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14. https://www.onumulheres.org.br/
15. https://papodehomem.com.br/

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