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DIREITO DIGITAL

Resoluções do CNJ – Justiça Digital

Livro Eletrônico
DIREITO DIGITAL
Resoluções do CNJ – Justiça Digital
Tiago Rabelo

Sumário
Resoluções do CNJ – Justiça Digital............................................................................................. 3
Resolução n. 345/2020 – Criação do “Juízo 100% Digital”.. .................................................... 4
Resolução n. 372/2021 – Criação do “Balcão Virtual”. . ............................................................ 9
Resolução n. 385/2021 e Resolução n. 398/2021 – Criação dos “Núcleos de Justiça
4.0”..................................................................................................................................................... 11
Exercícios......................................................................................................................................... 18
Gabarito.............................................................................................................................................21
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 22

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Tiago Rabelo

RESOLUÇÕES DO CNJ – JUSTIÇA DIGITAL


No inusitado ano de 2020, em razão das questões sanitárias advindas da COVID-19, os
tribunais brasileiros se depararam com a inevitável necessidade de concentrar a prestação
jurisdicional no meio digital. O cenário trouxe adversidade para parcela da população que não
tem acesso e capacitação tecnológica para usufruir de soluções digitais, o que traz à tona o
tema da cidadania digital como elemento fundamental do acesso à jurisdição.
De fato, o sistema de Justiça criou um arcabouço legal que tem por objetivo fomentar a
implementação de inovações que visam melhorar a prestação de serviços judiciais aos cida-
dãos. Como instrumento para a efetivação do acesso à ordem jurídica justa, o processo deve
acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias, a fim de proporcionar à cidadania o
pleno uso e gozo dos direitos garantidos.
Nesse sentido, a chamada brecha ou hiato digital1, como vem sendo denominada a exclu-
são de cidadania decorrente da carência de meios efetivos a serviços fundamentais proporcio-
nados por meios digitais, afeta especialmente as classes sociais economicamente desfavore-
cidas. Portanto, é imperativo buscar a inclusão digital, ou seja, garantir que os indivíduos com
menor poder aquisitivo também disponham de adequado acesso à Justiça. A inclusão digital
é um desdobramento do conceito de inclusão social.
Nesse contexto, o uso da tecnologia no âmbito judiciário tem orientado a atuação do Con-
selho Nacional de Justiça como verdadeiro promotor de uma política pública destinada à ope-
racionalização da estrutura necessária a prover tais serviços2. Em observância a Resoluções
345, 372 e 385 editadas pelo CNJ, os diversos Tribunais têm adotado modelo tecnológico para
promover as devidas adequações à era digital, ofertando serviços on-line e desenvolvendo a
digitalização necessária a alcançar tal objetivo.
Em síntese, estudaremos a partir de agora as seguinte Resoluções: 345/2020 (“Juízo 100%
digital”), 372/2021 (“Balcão Virtual”) e 385/2021 (“Núcleos de Justiça 4.0”).
Vamos lá!

1
TORTAJADA, Elisa Pont. Brecha digital: vivir sin acesso a internet. In: La Vanguardia, 13 maio 2019. Disponível em: https://
www.lavanguardia.com/vida/junior-report/20190513/462140060359/brecha-digital-desigualdad-acceso-internet.html.
Acesso em: 20 maio 2021.
2
Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a prática e a comunica-
ção oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorpora-
ção progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as
normas fundamentais deste Código. CPC/15

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Resolução n. 345/2020 – Criação do “Juízo 100% Digital”


O Poder Judiciário, como reflexo da sociedade atual, busca por meio da inovação tecnoló-
gica conferir eficiência e novos resultados na prestação jurisdicional, ensejando assim novas
metodologias de trabalho e de se fazer a Justiça no plano nacional. Dentre as novidades, há a
promoção efetiva do acesso à justiça no plano digital, sendo incentivado por meio do Conselho
Nacional de Justiça com soluções criativas, com baixo custo e com impacto estrutural, aliando
de sobremaneira o trabalho humano com o tecnológico.
Nessa linha de raciocínio, deve-se salientar que os esforços anteriores criaram as bases
tecnológicas para estruturar a Revolução Digital do Poder Judiciário brasileiro. E em termos
prospectivos, haverá passos largos em direção ao acesso à justiça digital amplo, irrestrito e em
tempo real a todos os brasileiros.
Cabe ao Poder Judiciário implementar mecanismos que concretizem o princípio constitu-
cional de amplo acesso à Justiça. Considera-se, ainda, as mudanças introduzidas nas relações
e nos processos de trabalho em virtude do fenômeno da transformação digital. o Conselho Na-
cional de Justiça detém atribuição para regulamentar a prática de atos processuais por meio
eletrônico, nos termos do art. 196 do Código de Processo Civil.
Pretende-se, assim, que o Poder Judiciário esteja realmente inserido na “era digital”, sem
precisar de espaços físicos para realizar sua missão, ocupando de sobremaneira a internet
oferecendo serviços on-line. Vejamos o início da Resolução:

Art. 1º, Parágrafo único: No âmbito do “Juízo 100% Digital”, todos os atos processuais serão exclusi-
vamente praticados por meio eletrônico e remoto por intermédio da rede mundial de computadores.

Quanto aos meios de prova ou prática de atos processuais no juízo 100% digital. Confira
na Resolução:

§2º Inviabilizada a produção de meios de prova ou de outros atos processuais de forma virtual, a
sua realização de modo presencial não impedirá a tramitação do processo no âmbito do “Juízo
100% Digital”. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§ 3º O “Juízo 100% Digital” poderá se valer também de serviços prestados presencialmente por ou-
tros órgãos do Tribunal, como os de solução adequada de conflitos, de cumprimento de mandados,
centrais de cálculos, tutoria dentre outros, desde que os atos processuais possam ser convertidos
em eletrônicos. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)

A atual Resolução autoriza os Tribunais criarem e implementarem o Juízo 100% digital.


Ressalte-se, ainda, que as unidades jurisdicionais de que tratam este ato normativo não terão
a sua competência alterada em razão da adoção do “Juízo 100% Digital”.
O CPC é um exemplo, pois privilegiou a utilização dos meios eletrônicos para a prática dos
atos processuais, os quais deverão ser produzidos, comunicados, armazenados e validados
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por meio eletrônico (art. 193, CPC/2015), tudo com supedâneo no princípio constitucional de
amplo acesso à Justiça (art. 5º, inciso XXXV, da CRFB). Em complemento, temos a informati-
zação do processo judicial e a instituição de um legítimo processo judicial eletrônico. Destaca-
mos, dessa forma, como será o procedimento previsto na Resolução:

Art. 2º, Parágrafo único: No ato do ajuizamento do feito, a parte e seu advogado deverão fornecer
endereço eletrônico e linha telefônica móvel celular, sendo admitida a citação, notificação e intima-
ção por qualquer meio eletrônico, nos termos dos arts. 193 e 246, V, do Código de Processo Civil.

Nesse contexto, a Resolução propõe a criação do “Juízo 100% digital”: que é a possibili-
dade de o cidadão valer-se da tecnologia para ter acesso à Justiça sem precisar comparecer
fisicamente nos Fóruns, uma vez que, no “Juízo 100% Digital”, todos os atos processuais serão
praticados exclusivamente por meio eletrônico e remoto, pela Internet. Mas não é só: a trami-
tação do feito neste novel juízo também dependerá, nesta primeira fase de implementação, da
ausência de oposição do réu.
No que se refere especificamente aos termos da Resolução proposta, deve-se salientar
o seu caráter facultativo, porquanto a parte autora poderá, até o momento da distribuição da
ação, optar pelo ajuizamento de ações em “Juízo 100% Digital”, observadas as diretrizes da
Resolução e os atos normativos de organização judiciária local. Veja:

Art. 3º A escolha pelo “Juízo 100% Digital” é facultativa e será exercida pela parte demandante no
momento da distribuição da ação, podendo a parte demandada opor-se a essa opção até o momen-
to da contestação.
§ 1º – Após a contestação e até a prolação da sentença, as partes poderão retratar-se, por uma
única vez, da escolha pelo “Juízo 100% Digital”.
§ 2º – Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo natural do feito, devendo
o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades jurisdicionais de uma mesma competência terri-
torial e material.

No processo do trabalho, ocorrida a aceitação tácita pelo decurso do prazo, a oposição à


adoção do “Juízo 100% Digital” consignada na primeira manifestação escrita apresentada não
inviabilizará a retratação prevista no §2º. A qualquer tempo, o magistrado poderá instar as
partes a manifestarem o interesse na adoção do “Juízo 100% Digital”, ainda que em relação a
processos anteriores à entrada em vigor desta Resolução, importando o silêncio, após duas
intimações, aceitação tácita.
Havendo recusa expressa das partes à adoção do “Juízo 100% Digital”, o magistrado po-
derá propor às partes a realização de atos processuais isolados de forma digital, ainda que
em relação a processos anteriores à entrada em vigor desta Resolução, importando o silêncio,
após duas intimações, aceitação tácita.

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Destaca-se, ainda, que a retratação não ensejará a mudança do juízo natural do processo.
Entretanto, as partes poderão, a qualquer tempo, celebrar negócio jurídico processual, nos ter-
mos do art. 190 do CPC, para a escolha do “Juízo 100% Digital” ou para, ausente esta opção, a
realização de atos processuais isolados de forma digital.
Cada Tribunal disporá de sua infraestrutura de informática e telecomunicação para o im-
plemento do Juízo 100% digital, veja:

Art. 4º, Parágrafo único. O “Juízo 100% Digital” deverá prestar atendimento remoto durante o horário
de atendimento ao público por telefone, por e-mail, por vídeo chamadas, por aplicativos digitais ou
por outros meios de comunicação que venham a ser definidos pelo tribunal, inclusive por intermédio
do “Balcão Virtual”, nos termos da Resolução CNJ nº 372/2021.

As partes poderão requerer ao juízo a participação na audiência por videoconferência em


sala disponibilizada pelo Poder Judiciário. Veja que há a exclusividade do meio digital:

Art. 5º As audiências e sessões no “Juízo 100% Digital” ocorrerão exclusivamente por videoconferência”

Demais disso, o “Juízo 100% Digital” deverá assegurar o atendimento remoto durante o
horário de expediente forense por meio de telefone, e-mail, videochamadas, aplicativos digitais
ou outro meio de comunicação que venha a ser definido pelo Tribunal. Isso vale, também, para
as audiências e sessões de julgamento, que vão ocorrer exclusivamente por videoconferência.
Temos até aqui que a escolha pelo “Juízo 100% Digital” é opcional, ou seja, é uma deci-
são do cidadão e deverá ser informada no processo. A parte demandada pode, no entanto,
opor-se à opção até a contestação ou assim que for notificada para tanto. Após a contesta-
ção e até a sentença, as partes poderão retratar-se da escolha pelo “Juízo 100% Digital” uma
única vez.
O atendimento exclusivo de advogados pelos magistrados e servidores lotados no “Juízo
100% Digital” será feito durante o horário fixado para o atendimento ao público de forma ele-
trônica, observando-se, porém, a ordem de solicitação, os casos urgentes e as preferências
legais. A demonstração de interesse do advogado de ser atendido pelo magistrado deve ser
registrada, com dia e hora, por meio eletrônico indicado pelo tribunal e a resposta sobre o
atendimento deverá ser feita em até 48 horas, salvo em situações de urgência. Acompanhe na
Resolução:

Art. 6º O atendimento exclusivo de advogados pelos magistrados e servidores lotados no “Juízo


100% Digital” ocorrerá durante o horário fixado para o atendimento ao público de forma eletrônica,
nos termos do parágrafo único do artigo 4º, observando-se a ordem de solicitação, os casos urgen-
tes e as preferências legais.
§ 1º A demonstração de interesse do advogado de ser atendido pelo magistrado será devidamente
registrada, com dia e hora, por meio eletrônico indicado pelo Tribunal.
§ 2º A resposta sobre o atendimento deverá ocorrer no prazo de até 48 horas, ressalvadas as situ-
ações de urgência.

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No “Juízo 100% Digital”, o autor e seu advogado deverão, no momento do ajuizamento,


informar o endereço eletrônico e um número de celular. Assim, a citação, a notificação e a
intimação poderão ser feitos por qualquer meio eletrônico. O mesmo procedimento deve ser
observado para os processos já ajuizados, mas ainda não sentenciados, tudo com a indicação
expressa de que as partes estão de acordo com a adoção das regras aplicáveis ao “Juízo 100%
Digital”, ou seja, a prática de todos os atos processuais por meio exclusivamente eletrônico.
Acompanhe, por fim, questões administrativas e correspondentes ao Tribunal perante o
CNJ, acompanhem:

Art. 7º Os tribunais deverão acompanhar os resultados do “Juízo 100% Digital” mediante indicado-
res de produtividade e celeridade informados pelo Conselho Nacional de Justiça.
Art. 8º Os tribunais que implementarem o “Juízo 100% Digital” deverão, no prazo de trinta dias,
comunicar ao Conselho Nacional de Justiça, enviando o detalhamento da implantação e as varas
abrangidas. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§1º O “Juízo 100% Digital” poderá ser adotado de modo a abranger ou não todas as unidades ju-
risdicionais de mesma competência territorial e material, assegurada, em qualquer hipótese, a livre
distribuição. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§2º Na hipótese de o “Juízo 100% Digital” não abranger todas as unidades jurisdicionais de mesma
competência territorial e material, a escolha pelo “Juízo 100% Digital” será ineficaz quando o pro-
cesso for distribuído para juízo em que este ainda não tiver sido contemplado. (redação dada pela
Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§3º Nas unidades jurisdicionais dotadas de mais de uma competência material, o “Juízo 100% Di-
gital” poderá abarcá-las total ou parcialmente. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§4º A implementação do “Juízo 100% Digital” pelos tribunais poderá ser precedida de consulta a ser
feita exclusivamente aos magistrados titulares dos juízos a serem contemplados. (redação dada
pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§5º A existência de processos físicos em uma unidade jurisdicional não impedirá a implementação
do “Juízo 100% Digital” em relação aos processos que tramitem eletronicamente. (redação dada
pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)
§6º Os tribunais envidarão esforços para identificar em seus sistemas processuais os processos
que tramitam no ambiente do “Juízo 100% Digital”, com a correspondente marca ou sinalização
instituída por meio de portaria da Presidência do CNJ. (redação dada pela Resolução n. 378, de
9.03.2021)
§7º O “Juízo 100% Digital” será avaliado após um ano de sua implementação, podendo o tribunal op-
tar pela manutenção, pela descontinuidade ou por sua ampliação, comunicando a sua deliberação
ao Conselho Nacional de Justiça. (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021)

O “Juízo 100% Digital” será um grande avanço para a tramitação dos processos e vai pro-
piciar maior celeridade por meio do uso da tecnologia, evitando-se os atrasos decorrentes da
prática de atos físicos ou que exijam a presença das partes nos Fóruns. Por fim, esse novo
sistema de prestação de serviço judiciário deve ser reavaliado a cada ano, podendo o Tribunal
optar pela manutenção, ampliação ou pela descontinuidade.

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001. (FGV/JUIZ DO TRABALHO/2023) A Resolução CNJ nº 345/2020, que dispõe sobre o


Juízo 100% Digital, aborda vários temas relacionados à Gestão da Informação e de Demandas
Judiciais, bem como à Gestão e Organização Judiciária. Considerando o tratamento normativo
dado pelo Conselho Nacional de Justiça à matéria, é correto afirmar que:
a) as audiências e sessões no Juízo 100% Digital ocorrerão por videoconferência ou de forma
presencial, quando necessário ao desenvolvimento regular do processo;
b) a existência de processos físicos em uma unidade jurisdicional impedirá a implementação
do Juízo 100% Digital em relação aos processos que tramitem eletronicamente;
c) a parte demandada poderá se opor a essa escolha até sua primeira manifestação no pro-
cesso, salvo no processo do trabalho, em que essa oposição deverá ser deduzida até a apre-
sentação da defesa;
d) a qualquer tempo, o magistrado poderá instar as partes a manifestarem o interesse na ado-
ção do Juízo 100% Digital, exceto em relação a processos anteriores à entrada em vigor dessa
Resolução, importando o silêncio, após duas intimações, aceitação tácita;
e) o Juízo 100% Digital poderá se valer também de serviços prestados presencialmente por
outros órgãos do Tribunal, como os de solução adequada de conflitos, de cumprimento de
mandados, centrais de cálculos, tutoria, dentre outros, desde que os atos processuais possam
ser convertidos em eletrônicos.

a) Errada. Prevê o formato presencial para audiências e sessões, as quais ocorrerão exclusiva-
mente por videoconferência (art. 5º da Resolução 345/2020).
b) Errada. A existência de processo físico não impede a implementação do Juízo 100% digital,
conforme estabelecido na Resolução 345/2020.
c) Errada. E há especial tratamento para o processo trabalhista nos casos de oposição ao mo-
delo do Juízo 100% digital, a saber: “ Art. 3º, §1º “A parte demandada poderá se opor a essa
escolha até sua primeira manifestação no processo, salvo no processo do trabalho, em que
essa oposição deverá ser deduzida em até 05 dias úteis contados do recebimento da primeira
notificação (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021).
d) Errada. O examinador inverteu a lógica da Resolução e trocou os termos “ainda que” por
“exceto”. A saber: § 4º A qualquer tempo, o magistrado poderá instar as partes a manifestarem
o interesse na adoção do “Juízo 100% Digital”, ainda que em relação a processos anteriores
à entrada em vigor desta Resolução, importando o silêncio, após duas intimações, aceitação
tácita (redação dada pela Resolução n. 378, de 9.03.2021).
e) Certa. Conforme o Art. 1º, § 3º O “Juízo 100% Digital” poderá se valer também de serviços
prestados presencialmente por outros órgãos do Tribunal, como os de solução adequada de

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conflitos, de cumprimento de mandados, centrais de cálculos, tutoria dentre outros, desde que
os atos processuais possam ser convertidos em eletrônicos (redação dada pela Resolução n.
378, de 9.03.2021).
Letra e.

Resolução n. 372/2021 – Criação do “Balcão Virtual”


Os Tribunais se viram forçados a recorrer às soluções tecnológicas como meio indissociá-
vel à continuidade da prestação jurisdicional, em virtude da declaração pública da pandemia, o
que transformou a Justiça, pois os atos processuais estão sendo praticados de forma remota,
emergencial e temporária.
A prestação de serviço, no meio remoto, inclusive de sessões virtuais, promoveu uma subs-
tituição parcial das atividades presenciais, o que foi feito por meio de plataformas de videocon-
ferência. De fato, as medidas emergencialmente tomadas permitiram a plena continuidade da
prestação da jurisdição.
De mais a mais, os tribunais devem manter soluções de videoconferência para atender
ao disposto nas Resoluções CNJ no 341/2020 e no 354/2020. Observa-se, também, que os
artigos 4º e 6º da Resolução CNJ no 345/2020 preveem que os tribunais regulamentarão o
atendimento eletrônico durante o horário fixado para atendimento ao público pelos servidores
e magistrados lotados no “Juízo 100% Digital”.
Outrossim, nos termos das Resoluções CNJ nos 313/2020, 314/2020, 318/2020 e 322/2020,
que mantêm, preferencialmente, o atendimento virtual, adotando-se o atendimento presencial
apenas quando estritamente necessário e considera-se, como medida necessária, a necessi-
dade de manutenção de um canal permanente de comunicação entre os jurisdicionados e as
secretarias e serventias judiciais durante o horário de atendimento ao público.
Observou-se, ainda, que determinadas medidas consideradas necessárias por conta das
restrições sanitárias deveriam ser adotadas permanentemente, tais como a instituição de “sa-
las para a realização de atos processuais, especialmente depoimentos de partes, testemunhas
e outros colaboradores da justiça por sistema de videoconferência em todos os fóruns e o
juízo 100% digital”, seja porque se revelaram eficazes, seja porque trouxeram economicidade
e celeridade aos processos.
Inicialmente, a tecnologia permite simular em ambiente virtual o atendimento presencial
prestado nas unidades jurisdicionais e promove redução de custos indiretos (custos de transi-
ção), como deslocamento físico de partes e advogados.
A presente Resolução 372, que institui o “balcão virtual”, é a disponibilização de ferramen-
tas, por meio de links de acesso direto e imediato às secretarias das varas. A parte, o advo-
gado ou qualquer interessado, que buscar a página com contatos, endereços e telefones das
serventias, encontra um link para o atendimento de cada uma delas, sendo que, ao acessá-lo,
independente de qualquer registro prévio, autenticação ou identificação, passa a ser atendido

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por um servidor, desde que durante o horário de expediente, como se houvesse se dirigido pre-
sencialmente ao conhecido balcão físico. Confira na Resolução:

Art. 1º Os tribunais, à exceção do Supremo Tribunal Federal, deverão disponibilizar, em seu sítio
eletrônico, ferramenta de videoconferência que permita imediato contato com o setor de atendi-
mento de cada unidade judiciária, popularmente denominado como balcão, durante o horário de
atendimento ao público.
Art. 2º O tribunal poderá utilizar qualquer ferramenta tecnológica que se mostre adequada para o
atendimento virtual, ainda que diversa da solução empregada para a realização das audiências, ses-
sões de julgamento ou, ainda, para a prática dos demais atos judiciais.
§ 1º O tribunal poderá, em unidades judiciárias localizadas em regiões do interior onde a deficiência
de infraestrutura tecnológica for notória e inviabilizar o atendimento por videoconferência, prever
o uso de ferramenta de comunicação assíncrona para o atendimento por meio do Balcão Virtual,
hipótese em que a resposta ao solicitante deverá ocorrer em prazo razoável.
Art. 3º O Balcão Virtual deverá funcionar durante todo o horário de atendimento ao público, de forma
similar à do balcão de atendimento presencial.
Art. 4º O servidor designado para atuar no Balcão Virtual prestará o primeiro atendimento aos advo-
gados e às partes, podendo convocar outros servidores da unidade ou realizar agendamento, pelos
meios eletrônicos disponíveis, para complementação do atendimento solicitado.
Parágrafo único. O Balcão Virtual não substitui o sistema de peticionamento dos sistemas de pro-
cesso eletrônico adotados pelos tribunais, sendo vedado o seu uso para o protocolo de petições,
assim como não é aplicável aos gabinetes dos magistrados.
Art. 5º O link de acesso ao Balcão Virtual da unidade deverá ser publicado no sítio eletrônico dos
tribunais, preferencialmente junto aos telefones e endereços eletrônicos de cada unidade judiciária,
com a expressa menção de que o atendimento por aquela via se dará apenas durante o horário de
atendimento ao público estipulado por cada tribunal.

Em verdade, conquanto persistindo as restrições sanitárias o balcão virtual vá se somar


às demais forma de atendimento disponibilizadas pelos tribunais (telefone, e-mail, aplicativos
de mensagens), após a tão desejada superação dessa nefasta pandemia, a ferramenta ora
proposta configurará mais um canal de atendimento disponível, e que a critério das partes po-
derá ser utilizado. No entanto, não substituirá qualquer forma de peticionamento nos sistemas
judiciais eletrônicos.
O custo da implantação do Balcão Virtual pelos tribunais é praticamente inexistente, por
outro, a ferramenta desonera imensamente partes e advogados, uma vez que não terão que se
deslocar fisicamente até as sedes físicas dos fóruns para resolver questões de menor com-
plexidade, além de contribuir para a manutenção do tão importante isolamento social nesses
tempos pandêmicos.
Segue, por fim, medidas administrativas para adoção do “balcão virtual”, segue:

Art. 6º Os Balcões Virtuais deverão ser regulamentados e instalados no prazo de trinta dias a contar
da entrada em vigor desta Resolução, com a devida disponibilização dos links de acesso no sítio do
tribunal e comunicação ao Conselho Nacional de Justiça.

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Art. 6-A Para o cumprimento desta Resolução, a Justiça Eleitoral deverá disponibilizar a plataforma
de videoconferência Balcão Virtual para atendimento virtual relativo aos feitos de caráter jurisdicio-
nal, sendo facultativa sua utilização para o atendimento de matéria administrativa. (incluído pela
Resolução n. 403, de 29.6.2021).

Sem dúvida, o uso da videoconferência e de outros recursos tecnológicos de transmissão


de sons e imagens em tempo real é incentivado pela legislação brasileira. Há previsões expres-
sas nesse sentido no âmbito do processo penal, a exemplo do art. 185, § 2º; 217; e 222, § 3º,
bem como no processo civil, conforme arts. 385, § 3º; 453, § 1º; 461, § 2º; e 937 § 4º, todos
do CPC. Essa é uma tendência contemporânea, com a promoção do acesso à Justiça Digital.

Resolução n. 385/2021 e Resolução n. 398/2021 – Criação dos “Nú-


cleos de Justiça 4.0”

De início, temos que entender que a criação do “Juízo 100% Digital” – por meio da Reso-
lução CNJ n. 345/2020 – conferiu uma alteração de paradigma no Poder Judiciário brasileiro,
pois passou-se a entender a Justiça como um serviço (“justice as a service”) e não mais como
um lugar associado a um prédio físico, que denominamos de Tribunal ou Fórum.
A proposta de criação de uma Justiça Digital visa reduzir custos financeiros e temporais
para a população e atingir um número maior número de pessoas, utilizando-se da tecnologia
disponível em nossa sociedade.
Assim, como referencial, temos a seguinte motivação:

(...) a publicação da Lei n. 14.129/2021, dispondo sobre o Governo Digital e o aumento da eficiên-
cia pública, especialmente por meio da desburocratização, da inovação e da transformação digital,
inclusive instituindo como alguns de seus princípios, a modernização, o fortalecimento e a simplifi-
cação da relação do poder público com a sociedade, mediante serviços digitais, acessíveis inclusive
por dispositivos móveis, bem como a possibilidade aos cidadãos, às pessoas jurídicas e aos outros
entes públicos de demandar e de acessar serviços públicos por meio digital, sem necessidade de
solicitação presencial (...)

Nesse contexto, a ideia dos “Núcleos de Justiça 4.0” é realizar um redimensionamento das
unidades judiciais, as quais ainda se utilizam de audiências e cartórios presenciais, que não
conferem eficiência pretendida na prestação jurisdicional, que busca ser efetiva e em tempo ra-
zoável. Para tanto, os conceitos de “comarca” e “seção judiciária” devem ser deixados de lado,
em razão do processo e do procedimento eletrônico, plenamente digital e começam a atraves-
sar a dita competência territorial como uma espécie de globalização na jurisdição do tribunal.
Os “Núcleos de Justiça 4.0”, por meio da tecnologia e da transformação digital que ocorre
no Poder Judiciário, serão instrumentos de mais um passo para a justiça digital, transforman-
do o tradicionalismo do meio jurídico para o que se denomina de “Cortes On-line”. E como isto
se dará? A presente Resolução autoriza os Tribunais a reunir em núcleos uma mesma matéria,
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com a mesma competência e dentro da jurisdição do tribunal. Ainda, com a tramitação de


processos sob a modalidade “100% digital”, com um juiz coordenador e pelo menos mais dois
juízes para oficiar.
Dito isso, vamos ao que a Resolução traz como base do Núcleo de Justiça 4.0:

Art. 1º Os tribunais poderão instituir “Núcleos de Justiça 4.0” especializados em razão de uma mes-
ma matéria e com competência sobre toda a área territorial situada dentro dos limites da jurisdição
do tribunal.

Permite-se, a partir da criação do juízo 100% digital e os núcleos de justiça 4.0, que o ad-
vogado participe de audiências em varas, cidades e tribunais distintos, em razão da mudança
para o paradigma virtual e por serem realizados por videoconferência, o que facilita e promove
uma universalização na advocacia e uma democratização do acesso ao judiciário, racionali-
zando os custos de deslocamento.
Os “Núcleos de Justiça 4.0” também poderão abranger apenas uma ou mais regiões admi-
nistrativas do tribunal e deverá contar com um juiz, que o coordenará, e com, no mínimo, dois
outros juízes.

§ 1º Os “Núcleos de Justiça 4.0” também poderão abranger apenas uma ou mais regiões adminis-
trativas do tribunal.
§ 2º Ressalvadas as disposições em contrário previstas neste ato normativo, nos “Núcleos de Jus-
tiça 4.0” tramitarão apenas processos em conformidade com o “Juízo 100% Digital”, disciplinado na
Resolução CNJ nº 345/2020, notadamente o que previsto no seu art. 6º, no sentido de que o interes-
se do advogado de ser atendido pelo magistrado será devidamente registrado, com dia e hora, por
meio eletrônico indicado pelo tribunal e de que a resposta sobre o atendimento deverá, ressalvadas
as situações de urgência, ocorrer no prazo de até 48 horas.
§ 3º Cada “Núcleo de Justiça 4.0” deverá contar com um juiz, que o coordenará, e com, no mínimo,
dois outros juízes.

Sendo que, o processo atribuído a um “Núcleo de Justiça 4.0” será distribuído livremente
entre os magistrados para ele designados. A designação de magistrados para atuar em “Núcle-
os de Justiça 4.0” poderá ser exclusiva ou cumulativa à atuação na unidade de lotação original.
Ainda, o prazo de designação de magistrado para atuar no “Núcleo de Justiça 4.0”, obser-
vado o limite mínimo de 1 (um) ano e máximo de 2 (dois) anos, permitindo-se reconduções. Os
tribunais deverão adotar medidas para manter uma correlação adequada entre o número de
processos distribuídos para cada juiz do Núcleo de Justiça 4.0 e o número de processos dis-
tribuídos para cada juiz da mesma matéria e competência em uma unidade jurisdicional física.
Além disso, a escolha do “Núcleo de Justiça 4.0” pela parte autora é facultativa e deverá
ser exercida no momento da distribuição da ação. Inclusive, é irretratável a escolha da parte
autora pela tramitação de seu processo no “Núcleo de Justiça 4.0”.

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Art. 2º A escolha do “Núcleo de Justiça 4.0” pela parte autora é facultativa e deverá ser exercida no
momento da distribuição da ação.
§ 1º O processo atribuído a um “Núcleo de Justiça 4.0” será distribuído livremente entre os magis-
trados para ele designados.
§ 2º É irretratável a escolha da parte autora pela tramitação de seu processo no “Núcleo de Justiça
4.0”.

Ressalta-se, ainda, que o réu/requerido/demandado pode apresentar recusa pelo Núcleo


de Justiça 4.0. Veja o que dispõe a resolução quanto a essa opção:

§ 3º O demandado poderá se opor à tramitação do processo no “Núcleo de Justiça 4.0” até a apre-
sentação da primeira manifestação feita pelo advogado ou defensor público.
§ 4º Havendo oposição da parte ré, o processo será remetido ao juízo físico competente indicado
pelo autor, submetendo-se o feito à nova distribuição.
§ 5º A oposição do demandado à tramitação do feito pelo “Núcleo de Justiça 4.0” poderá ser feita
na forma prevista no art. 340 do CPC.
§ 6º A não oposição do demandado, na forma dos parágrafos anteriores, aperfeiçoará o negó-
cio jurídico processual, nos termos do art. 190 do CPC/15, fixando a competência no “Núcleo
de Justiça 4.0”.

Como visto na Resolução que trata do “Juízo 100% digital”, a parte autora tem a faculdade
de escolha, o que será exercida no momento da distribuição da ação, com caráter irretratável,
no entanto o demandado poderá – até a sua primeira apresentação – recusar-se a tramita-
ção nesse tipo de modalidade on-line. Inclusive, se a recusa for nos moldes do art. 340 do
CPC, isto é, protocolizada no domicílio do réu, o fato será comunicado ao juiz da causa de
forma imediata.
A oposição enseja a nova redistribuição do processo a um juízo físico, competente e indica-
do pelo autor, entretanto a falta de manifestação em sentido contrário, aperfeiçoa o negócio ju-
rídico processual, conforme art. 190 do CPC e a fixação da competência no respectivo núcleo.
Destaca-se, ainda, que o tribunal pode transferir a jurisdição da unidade judiciária ou Co-
marca para outra, ou convertê-la em Núcleo de Justiça 4.0, de modo a propiciar aumento da
movimentação processual para patamar superior. Confira:

Art. 3º Ato do Tribunal definirá a estrutura de funcionamento dos “Núcleos de Justiça 4.0”, de acor-
do com seu volume processual, bem como providenciará a designação de servidores para atuarem
na unidade, o que poderá ocorrer cumulativamente às atividades desenvolvidas na sua lotação de
origem ou com exclusividade no núcleo, observado, neste caso, o disposto na Resolução CNJ nº
227/2016, do Conselho Nacional de Justiça.

A designação do magistrado para atuar nos “Núcleos de Justiça 4.0” obedecerá aos cri-
térios de antiguidade e merecimento dos inscritos. Além disso, a designação de magistrados
para os “Núcleos de Justiça 4.0” dependerá dos seguintes requisitos cumulativos:
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i) publicação de edital pelo tribunal com a indicação dos “Núcleos de Justiça 4.0” disponí-
veis, com prazo de inscrição mínimo de cinco dias, e
ii) requerimento do magistrado interessado com indicação da ordem de prioridade da de-
signação específica pretendida.
A designação de magistrados para atuar em “Núcleos de Justiça 4.0” poderá ser exclusiva
ou cumulativa à atuação na unidade de lotação original. O exercício cumulativo poderá ser
convertido em exclusivo quando, a critério do tribunal, a distribuição média de processos ao
Núcleo justificar. O magistrado designado de forma cumulativa poderá ser posto em regime de
trabalho remoto parcial, dimensionado de forma a não prejudicar a realização de audiências, a
prestação da jurisdição e nem a administração da unidade de lotação original.
Ato do Tribunal poderá dispor sobre o prazo de designação de magistrado para atuar no
“Núcleo de Justiça 4.0”, observado o limite mínimo de 1 (um) ano e máximo de 2 (dois) anos,
permitindo-se reconduções desde que atendido o disposto quanto designação do magistrado.
Segue critério de desempate no momento da designação:

§ 2º Terão prioridade para designação em “Núcleos de Justiça 4.0”, em caso de empate no critério
de merecimento, os magistrados que atendam cumulativamente aos requisitos insculpidos no art.
5o, incisos I e II, da Resolução CNJ no 227/2016”.

Avaliação periódica, monitoramento de processos e processo de transformação de unida-


de judicial em núcleo, a saber:

Art. 6º Os tribunais deverão avaliar periodicamente, em prazo não superior a 1 (um) ano, a quantida-
de de processos distribuídos para cada juiz do “Núcleo de Justiça 4.0” e a de processos distribuídos
para cada unidade jurisdicional física, bem como o volume de trabalho dos servidores, a fim de aferir
a necessidade de transformação de unidades físicas em núcleos, readequação da sua estrutura de
funcionamento ou de alteração da abrangência de área de atuação.
§ 1º Os tribunais deverão adotar medidas para manter uma correlação adequada entre o número de
processos distribuídos para cada juiz do Núcleo de Justiça 4.0 e o número de processos distribuí-
dos para cada juiz da mesma matéria e competência em uma unidade jurisdicional física.
§ 2º Dentre as medidas possíveis para o cumprimento da regra prevista no parágrafo anterior, o
Tribunal poderá aumentar o número de magistrados designados para o Núcleo de Justiça 4.0 ou
providenciar a transformação de unidades jurisdicionais físicas em núcleos.

A Resolução, por fim, previu que o interesse do advogado de ser atendido pelo magistrado
será devidamente registrado, com dia e hora, por meio eletrônico indicado pelo tribunal e de
que a resposta sobre o atendimento deverá, ressalvadas as situações de urgência, ocorrer no
prazo de até 48 horas.
Em suma, os Núcleos de Justiça 4.0 permitem o atendimento remoto, totalmente digital,
de todos que procuram a Justiça para solucionar litígios específicos. Com isso, dispensam o
comparecimento presencial e garantem uma Justiça mais acessível, ágil e efetiva.

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Ao menos uma vez por ano, os tribunais devem avaliar a quantidade de processos distribu-
ídos para magistradas e magistrados nos núcleos e nas unidades físicas e também o volume
de trabalho das equipes. O objetivo é mensurar a necessidade de transformar unidades físicas
em núcleos, com eventual readequação da sua estrutura de funcionamento ou alteração da
abrangência da área de atuação.
Destaque-se, por derradeiro, que o tribunal pode transferir a jurisdição da unidade judiciária
ou Comarca para outra, ou convertê-la em Núcleo de Justiça 4.0, de modo a propiciar aumento
da movimentação processual para patamar superior.
Nos Núcleos de Justiça 4.0, os processos tramitam por meio do Juízo 100% Digital. Toda a
movimentação é feita com o auxílio da tecnologia e da internet, com recursos como videocon-
ferências. As juízas e os juízes também atuam de forma remota. Os processos são distribuídos
para Núcleos especializados por matéria. Os Núcleos julgam ações vindas de qualquer local
do território sobre o qual o tribunal tem jurisdição.
A Resolução n. 398, de 09/06/2021, complementou a disciplina e dispõe sobre a atuação
dos “Núcleos de Justiça 4.0”. Vamos conferir?
Primeiramente, a nova Resolução indica a criação e o apoio às unidades judiciais, em todas
as esferas judiciais e em especial:
I – abarquem questões especializadas em razão de sua complexidade, de pessoa ou de
fase processual;
II – abranjam repetitivos ou direitos individuais homogêneos;
III – envolvam questões afetadas por precedentes obrigatórios, em especial definidos em
incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julga-
mento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV – estejam em situação de descumprimento de metas nacionais do Poder Judiciário; e
V – encontrem-se com elevado prazo para a realização de audiência ou sessão de julga-
mento ou com elevado prazo de conclusão para sentença ou voto.
Cada Tribunal de cada ramo processual definirá a sua melhor gestão do acervo processual,
conforme sua jurisdição, classe judicial, assuntos e fases dos processos.
Ressalte-se, ainda, que a remessa de processos para o “Núcleo de Justiça 4.0”, em razão
da pessoa, somente poderá ser determinada nos feitos que contenham grande litigante, nos
termos da regulamentação expedida pelos tribunais, em qualquer dos polos processuais.
O Tribunal expedirá ato regulamentador quanto aos processos que serão encaminhados
aos “Núcleos de Justiça 4.0”. Incumbirá aos Juízos em que os processos estejam tramitando
efetuarem a remessa dos autos.
É possível uma recusa ao “Núcleo de Justiça 4.0”? Sim, no caso de questões especializa-
das pela complexidade, pela pessoa ou fase processual. Vejam:

Art. 2º Admitir-se-á a oposição fundamentada das partes aos “Núcleos de Justiça 4.0” nos pro-
cessos a eles encaminhados com base no inciso I do artigo anterior, hipótese em que deverá ser
deduzida na primeira manifestação que vier a ser realizada após o envio dos autos ao “Núcleo de
Justiça 4.0”.

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Parágrafo único. A oposição fundamentada ao encaminhamento dos autos a um “Núcleo de Justiça
4.0” manifestada por qualquer das partes, se acolhida, é irretratável e vinculativa, de forma a gerar o
efeito obrigatório do retorno dos autos à vara de origem, ficando vedado novo encaminhamento ao
núcleo para tramitação e/ou julgamento, salvo se caracterizada posteriormente alguma das hipóte-
ses previstas nos incisos II a V do art. 1º. de origem, ficando vedado novo encaminhamento ao nú-
cleo para tramitação e/ou julgamento, salvo se caracterizada posteriormente alguma das hipóteses
previstas nos incisos II a V do art. 1º.

Por fim, os processos encaminhados aos “Núcleos de Justiça 4.0” nas hipóteses do art.
1º e não devolvidos ao juízo de origem serão subtraídos do total de casos novos da unidade
remetente para os fins do art. 9º da Resolução CNJ no 184/2013.

002. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA DE RORAIMA/DEFENSOR/2021) A Resolução do Conse-


lho Nacional de Justiça no 372/2021 determinou aos Tribunais a criação do Balcão Virtual, ao
passo que a Resolução no 385/2021, também do CNJ, regulamentou os Núcleos de Justiça
4.0. A respeito desses atos, observa-se que:
a) A opção pelos Núcleos de Justiça 4.0 deve ser realizada pelo autor no momento da distri-
buição da ação, mas o demandado pode se opor na primeira oportunidade de manifestação
nos autos.
b) Nas ações que tramitem perante os Núcleos de Justiça 4.0, o advogado tem o direito de
ser recebido presencialmente no gabinete do juiz mediante prévio agendamento realizado por
meio de ferramenta própria disponível no sistema.
c) Os magistrados designados para os Núcleos de Justiça 4.0 devem atuar em sistema de
exclusividade e em prejuízo de suas atribuições naturais, pelo período em que durar o afasta-
mento.
d) O Balcão Virtual não será implementado em unidades judiciárias localizadas em regiões do
interior onde a deficiência de infraestrutura tecnológica for notória e inviabilizar o atendimento
por videoconferência.
e) O Balcão Virtual consiste em uma ferramenta de online dispute resolution, que facilita a
comunicação entre as partes para a obtenção de um deslinde autocompositivo em relação ao
conflito, sem a necessidade de presença física.

a) A opção pelo Núcleo de Justiça4.0, pela parte autora, é facultativa, irretratável e será exer-
cida no momento da distribuição da ação. O demandado poderá se opor à tramitação do pro-
cesso no “Núcleo de Justiça 4.0” até a apresentação da primeira manifestação feita pelo ad-
vogado ou defensor público.

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b) O Juízo 100% digital pressupõe atendimento virtual/eletrônico das partes e advogados, sen-
do ocorrerá durante o horário fixado para o atendimento ao público, observando-se a ordem de
solicitação, os casos urgentes e as preferências legais.
c) A designação de magistrados para atuar em “Núcleos de Justiça 4.0” poderá ser exclusiva
ou cumulativa à atuação na unidade de lotação original.
d) A disponibilização do “balcão virtual” é obrigatória em todas as unidades judiciárias, exceto
o STF, sendo que o Tribunal poderá, em unidades judiciárias localizadas em regiões do interior,
onde a deficiência de infraestrutura tecnológica for notória e inviabilizar o atendimento por
videoconferência, prever o uso de ferramenta de comunicação assíncrona para o atendimento
por meio do Balcão Virtual, hipótese em que a resposta ao solicitante deverá ocorrer em prazo
razoável.
e) Não cabe a ferramenta “Balcão Virtual” realizar qualquer tipo de intermediação ou auto-
composição. A ferramenta de videoconferência permite o imediato contato com o setor de
atendimento de cada unidade judiciária. E o que não é permitido? O Balcão Virtual não substitui
o sistema de peticionamento dos sistemas de processo eletrônico adotados pelos tribunais,
sendo vedado o seu uso para o protocolo de petições, assim como não é aplicável aos gabine-
tes dos magistrados.
Letra a.

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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA) No âmbito do “Juízo 100% Digital”, todos os atos processuais serão exclusiva-
mente praticados por meio eletrônico e remoto por intermédio da rede mundial de computado-
res ou pela intranet do Tribunal.

002. (INÉDITA) As unidades jurisdicionais de que tratam este ato normativo terão a sua com-
petência alterada em razão da adoção do “Juízo 100% Digital”.

003. (INÉDITA) No ato do ajuizamento do feito, a parte e seu advogado deverão fornecer ende-
reço eletrônico e linha telefônica móvel celular.

004. (INÉDITA) A escolha pelo “Juízo 100% Digital” é obrigatória e será exercida pela parte
demandante no momento da distribuição da ação, podendo a parte demandada opor-se a essa
opção até o momento da contestação.

005. (INÉDITA) A retratação pela escolha do juízo digital pode ser realizada a qualquer mo-
mento e por ambas as partes.

006. (INÉDITA) Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo natural do
feito, devendo o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades jurisdicionais de uma mesma
competência territorial e material.

007. (INÉDITA) Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo natural do
feito, devendo o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades jurisdicionais de uma mesma
competência territorial e material.

008. (INÉDITA) O “Juízo 100% Digital” prestará atendimento remoto durante o horário de expe-
diente forense e apenas por e-mail ou por videochamadas definidos pelo tribunal.

009. (INÉDITA) As audiências e sessões no “Juízo 100% Digital” ocorrerão exclusivamente por
videoconferência.

010. (INÉDITA) Túlio, demandado em processo que tramita no “Juízo 100% digital”, poderá
utilizar de sala de audiência por videoconferência a ser disponibilizada pelo Tribunal.

011. (INÉDITA) O atendimento exclusivo de advogados pelos magistrados e servidores lota-


dos no “Juízo 100% Digital” ocorrerá durante o horário fixado para o atendimento ao público
de forma eletrônica. Resposta sobre o atendimento deverá ocorrer no prazo de até 48 horas,
ressalvadas as situações de urgência.

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012. (INÉDITA) Todos os tribunais brasileiros deverão disponibilizar, em seu sítio eletrônico,
ferramenta de videoconferência que permita imediato contato com o setor de atendimento de
cada unidade judiciária, popularmente denominado como balcão virtual, durante o horário de
atendimento ao público.

013. (INÉDITA) O tribunal poderá utilizar qualquer ferramenta tecnológica que se mostre ade-
quada para o atendimento virtual, ainda que diversa da solução empregada para a realização
das audiências, sessões de julgamento ou, ainda, para a prática dos demais atos judiciais.

014. (INÉDITA) O tribunal poderá utilizar qualquer ferramenta tecnológica que se mostre ade-
quada para o atendimento virtual, ainda que diversa da solução empregada para a realização
das audiências, sessões de julgamento ou, ainda, para a prática dos demais atos judiciais.

015. (INÉDITA) O tribunal poderá, em unidades judiciárias localizadas em regiões do interior


onde a deficiência de infraestrutura tecnológica for notória e inviabilizar o atendimento por
videoconferência, prever o uso de ferramenta de comunicação assíncrona para o atendimento
por meio do Balcão Virtual, hipótese em que a resposta ao solicitante deverá ocorrer em pra-
zo razoável.

016. (INÉDITA) O atendimento realizado por meio do Balcão Virtual será realizado, pelo me-
nos, durante 4 horas do expediente forense, conforme determinação de cada Tribunal.

017. (INÉDITA) O Balcão Virtual pode substituir o sistema de peticionamento dos sistemas
de processo eletrônico adotados pelos tribunais, sendo possível o seu uso para o protocolo
de petições.

018. (INÉDITA) O link de acesso ao Balcão Virtual da unidade deverá ser publicado no sítio ele-
trônico dos tribunais, preferencialmente junto aos telefones e endereços eletrônicos de cada
unidade judiciária, com a expressa menção de que o atendimento por aquela via se dará ape-
nas durante o horário de atendimento ao público estipulado por cada tribunal.

019. (INÉDITA) Os tribunais poderão instituir “Núcleos de Justiça 4.0” especializados em ra-
zão de uma mesma matéria e com competência sobre toda a área territorial situada dentro
dos limites da jurisdição do tribunal, podendo abranger mais de uma região administrativa
do Tribunal.

020. (INÉDITA) Nos “Núcleos de Justiça 4.0” tramitarão apenas processos em conformidade
com o “Juízo 100% Digital”.

021. (INÉDITA) Cada “Núcleo de Justiça 4.0” deverá contar com um juiz, que o coordenará, e
com, no máximo, dois outros juízes.

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022. (INÉDITA) A escolha do “Núcleo de Justiça 4.0” pela parte autora é facultativa e deverá
ser exercida no momento da distribuição da ação.

023. (INÉDITA) É irretratável a escolha da parte autora pela tramitação de seu processo no
“Núcleo de Justiça 4.0”. Contudo, o demandado poderá se opor à tramitação do processo no
“Núcleo de Justiça 4.0” até a apresentação da primeira manifestação feita pelo advogado ou
defensor público.

024. (INÉDITA) É irretratável a escolha da parte autora pela tramitação de seu processo no
“Núcleo de Justiça 4.0”. Contudo, o demandado poderá se opor à tramitação do processo no
“Núcleo de Justiça 4.0” até a apresentação da primeira manifestação feita pelo advogado ou
defensor público.

025. (INÉDITA) Havendo oposição da parte ré, o processo será remetido ao juízo físico com-
petente indicado pelo autor, o feito não será submetido a nova distribuição.

026. (INÉDITA) A não oposição do demandado aperfeiçoará o negócio jurídico processual,


nos termos do art. 190 do CPC/15, fixando a competência no “Núcleo de Justiça 4.0”.

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GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E
5. E
6. C
7. C
8. E
9. C
10. C
11. C
12. E
13. C
14. C
15. C
16. E
17. E
18. C
19. C
20. C
21. E
22. C
23. C
24. C
25. E
26. C

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GABARITO COMENTADO
001. (INÉDITA) No âmbito do “Juízo 100% Digital”, todos os atos processuais serão exclusiva-
mente praticados por meio eletrônico e remoto por intermédio da rede mundial de computado-
res ou pela intranet do Tribunal.

Todos os atos devem ser praticados por meio da internet, sendo vedado a utilização de redes
privadas. (art. 1º, parágrafo único da Resolução 345/2020.)
Errado.

002. (INÉDITA) As unidades jurisdicionais de que tratam este ato normativo terão a sua com-
petência alterada em razão da adoção do “Juízo 100% Digital”.

A adoção, pela unidade judicial, do “juízo digital” não afeta a sua competência. (art. 2º, da Re-
solução 345/2020.)
Errado.

003. (INÉDITA) No ato do ajuizamento do feito, a parte e seu advogado deverão fornecer ende-
reço eletrônico e linha telefônica móvel celular.

Os dados servirão para as comunicações judiciais, que serão feitos por qualquer meio eletrôni-
co. (art. 2º, parágrafo único da Resolução 345/2020.)
Certo.

004. (INÉDITA) A escolha pelo “Juízo 100% Digital” é obrigatória e será exercida pela parte
demandante no momento da distribuição da ação, podendo a parte demandada opor-se a essa
opção até o momento da contestação.

A escolha pelo juízo digital é facultativa pela parte autora no ato da distribuição processual.
(art. 3º da Resolução 345/2020.)
Errado.

005. (INÉDITA) A retratação pela escolha do juízo digital pode ser realizada a qualquer mo-
mento e por ambas as partes.

Após a contestação e até a prolação da sentença, as partes poderão retratar-se, por uma única
vez, da escolha pelo “Juízo 100% Digital”. (art. 3º, da Resolução 345/2020.)
Errado.

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006. (INÉDITA) Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo natural do
feito, devendo o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades jurisdicionais de uma mesma
competência territorial e material.

Não haverá mudança de juízo natural em nenhuma hipótese. (art. 3º, §2º da Resolução
345/2020.)
Certo.

007. (INÉDITA) Em hipótese alguma, a retração poderá ensejar a mudança do juízo natural do
feito, devendo o “Juízo 100% Digital” abranger todas as unidades jurisdicionais de uma mesma
competência territorial e material.

Não haverá mudança de juízo natural em nenhuma hipótese. (art. 3º, §2º da Resolução
345/2020.)
Certo.

008. (INÉDITA) O “Juízo 100% Digital” prestará atendimento remoto durante o horário de expe-
diente forense e apenas por e-mail ou por videochamadas definidos pelo tribunal.

O “Juízo 100% Digital” deverá prestar atendimento remoto durante o horário de expediente foren-
se por telefone, por e-mail, por videochamadas, por aplicativos digitais ou por outros meios de
comunicação que venham a ser definidos pelo tribunal. (art. 4º, §único da Resolução 345/2020.)
Errado.

009. (INÉDITA) As audiências e sessões no “Juízo 100% Digital” ocorrerão exclusivamente por
videoconferência.

As audiências no juízo digital serão sempre por videoconferência. (art. 5º, da Resolução
345/2020.)
Certo.

010. (INÉDITA) Túlio, demandado em processo que tramita no “Juízo 100% digital”, poderá
utilizar de sala de audiência por videoconferência a ser disponibilizada pelo Tribunal.

As partes poderão requerer ao juízo a participação na audiência por videoconferência em sala


disponibilizada pelo Poder Judiciário. (art. 5º, § único da Resolução 345/2020.)
Certo.

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011. (INÉDITA) O atendimento exclusivo de advogados pelos magistrados e servidores lota-


dos no “Juízo 100% Digital” ocorrerá durante o horário fixado para o atendimento ao público
de forma eletrônica. Resposta sobre o atendimento deverá ocorrer no prazo de até 48 horas,
ressalvadas as situações de urgência.

A demonstração de interesse do advogado de ser atendido pelo magistrado será devidamente


registrada, com dia e hora, por meio eletrônico indicado pelo tribunal. (art. 6º, §1º e 2º único da
Resolução 345/2020.)
Certo.

012. (INÉDITA) Todos os tribunais brasileiros deverão disponibilizar, em seu sítio eletrônico,
ferramenta de videoconferência que permita imediato contato com o setor de atendimento de
cada unidade judiciária, popularmente denominado como balcão virtual, durante o horário de
atendimento ao público.

Existe uma exceção, que é o Supremo Tribunal Federal, em que não houve a institucionalização
do “balcão virtual”. (art. 1º, da Resolução 372/2021)
Errado.

013. (INÉDITA) O tribunal poderá utilizar qualquer ferramenta tecnológica que se mostre ade-
quada para o atendimento virtual, ainda que diversa da solução empregada para a realização
das audiências, sessões de julgamento ou, ainda, para a prática dos demais atos judiciais.

Não há necessidade de ser a mesma plataforma de videoconferência para o balcão virtual e as


demais atividades do Tribunal, tais como audiências. (art. 2º, da Resolução 372/2021)
Certo.

014. (INÉDITA) O tribunal poderá utilizar qualquer ferramenta tecnológica que se mostre ade-
quada para o atendimento virtual, ainda que diversa da solução empregada para a realização
das audiências, sessões de julgamento ou, ainda, para a prática dos demais atos judiciais.

Não há necessidade de ser a mesma plataforma de videoconferência para o balcão virtual e as


demais atividades do Tribunal, tais como audiências. (art. 2º, da Resolução 372/2021)
Certo.

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015. (INÉDITA) O tribunal poderá, em unidades judiciárias localizadas em regiões do interior


onde a deficiência de infraestrutura tecnológica for notória e inviabilizar o atendimento por
videoconferência, prever o uso de ferramenta de comunicação assíncrona para o atendimento
por meio do Balcão Virtual, hipótese em que a resposta ao solicitante deverá ocorrer em pra-
zo razoável.

A dificuldade imposta pelo distanciamento e pelas falhas estruturais permitem que haja uma
comunicação assíncrona, no entanto a Resolução não estipulou um prazo para resposta. (art.
2º, da Resolução 372/2021)
Certo.

016. (INÉDITA) O atendimento realizado por meio do Balcão Virtual será realizado, pelo me-
nos, durante 4 horas do expediente forense, conforme determinação de cada Tribunal.

O Balcão Virtual deverá funcionar durante todo o horário de atendimento ao público, de forma
similar à do balcão de atendimento presencial. (art. 3º, da Resolução 372/2021)
Errado.

017. (INÉDITA) O Balcão Virtual pode substituir o sistema de peticionamento dos sistemas
de processo eletrônico adotados pelos tribunais, sendo possível o seu uso para o protocolo
de petições.

O Balcão Virtual não substitui o sistema de peticionamento dos sistemas de processo eletrô-
nico adotados pelos tribunais, sendo vedado o seu uso para o protocolo de petições, assim
como não é aplicável aos gabinetes dos magistrados. (art. 4º, parágrafo único, da Resolu-
ção 372/2021)
Errado.

018. (INÉDITA) O link de acesso ao Balcão Virtual da unidade deverá ser publicado no sítio ele-
trônico dos tribunais, preferencialmente junto aos telefones e endereços eletrônicos de cada
unidade judiciária, com a expressa menção de que o atendimento por aquela via se dará ape-
nas durante o horário de atendimento ao público estipulado por cada tribunal.

O link deve ser acessível e junto aos dados das unidades judiciais. (art. 5º, da Resolu-
ção 372/2021)
Certo.

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019. (INÉDITA) Os tribunais poderão instituir “Núcleos de Justiça 4.0” especializados em ra-
zão de uma mesma matéria e com competência sobre toda a área territorial situada dentro
dos limites da jurisdição do tribunal, podendo abranger mais de uma região administrativa
do Tribunal.

O Núcleo deve respeitar a jurisdição do Tribunal. (art. 1º, § 1º, da Resolução 385/2021)
Certo.

020. (INÉDITA) Nos “Núcleos de Justiça 4.0” tramitarão apenas processos em conformidade
com o “Juízo 100% Digital”.

A tramitação do processo no Núcleo 4.0 depende se o processo está sob o “Juízo 100% digi-
tal”. (art. 1º, § 2º, da Resolução 385/2021)
Certo.

021. (INÉDITA) Cada “Núcleo de Justiça 4.0” deverá contar com um juiz, que o coordenará, e
com, no máximo, dois outros juízes.

Em cada Núcleo haverá um juiz coordenador e no mínimo dois juízes. (art. 1º, § 3º, da Resolu-
ção 385/2021)
Errado.

022. (INÉDITA) A escolha do “Núcleo de Justiça 4.0” pela parte autora é facultativa e deverá
ser exercida no momento da distribuição da ação.

O exercício dessa modalidade é de caráter facultativo e deve ser observada no momento da


proposição da ação. (art. 2º, da Resolução 385/2021)
Certo.

023. (INÉDITA) É irretratável a escolha da parte autora pela tramitação de seu processo no
“Núcleo de Justiça 4.0”. Contudo, o demandado poderá se opor à tramitação do processo no
“Núcleo de Justiça 4.0” até a apresentação da primeira manifestação feita pelo advogado ou
defensor público.

Uma vez escolhido pelo autor, este não pode se retratar. O demandado pode recursar a trami-
tação pelo Núcleo4.0. (art. 2º, § 3º, da Resolução 385/2021)
Certo.

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024. (INÉDITA) É irretratável a escolha da parte autora pela tramitação de seu processo no
“Núcleo de Justiça 4.0”. Contudo, o demandado poderá se opor à tramitação do processo no
“Núcleo de Justiça 4.0” até a apresentação da primeira manifestação feita pelo advogado ou
defensor público.

Uma vez escolhido pelo autor, este não pode se retratar. O demandado pode recursar a trami-
tação pelo Núcleo4.0. (art. 2º, § 3º, da Resolução 385/2021)
Certo.

025. (INÉDITA) Havendo oposição da parte ré, o processo será remetido ao juízo físico com-
petente indicado pelo autor, o feito não será submetido a nova distribuição.

No caso, o item está incorreto em razão da previsão de uma nova distribuição. (art. 2º, § 4º, da
Resolução 385/2021)
Errado.

026. (INÉDITA) A não oposição do demandado aperfeiçoará o negócio jurídico processual,


nos termos do art. 190 do CPC/15, fixando a competência no “Núcleo de Justiça 4.0”.

Existe a possibilidade do réu/demandado se manifestar em oposição ao Núcleo4.0, porém se


não o fizer a relação jurídica se estabiliza e fixa a competência no Núcleo 4.0 (art. 2º, § 6º, da
Resolução 385/2021)
Certo.

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Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios;
Especialista em Direito Público pela Escola da Magistratura do Distrito Federal;
Professor da Lei n. 11.419/2006 – Processo Judicial Eletrônico e Resolução n. 185/2013 – Conselho
Nacional de Justiça;
Instrutor do sistema PJe 2.0 do Conselho Nacional de Justiça.

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