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11º ANO
Módulo — Racionalidade Argumentativa da Filosofia e a Dimensão Discursiva do Trabalho Filosófico
Lógica Formal
1. Na resposta a cada um dos itens, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A lógica formal
A. tem por objeto o pensamento (preocupando-se com a sua correção), mas não com o discurso.
B. é a disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos válidos e argumentos corretos.
C. ajuda-nos somente a adquirir competências que nos permitem avaliar a veracidade dos argumentos
que nos são apresentados.
D. permite-nos analisar diversos tipos de discurso para nos certificarmos da sua validade formal.
4. Na lógica formal:
A. não é possível distinguir um modo (ou forma) correto de um modo (ou forma) incorreto.
B. podemos aceitar a correção de uma forma mas para que isso ocorra é necessário aceitar o
conteúdo das quais se parte e das crenças a que se chega.
C. os meios que possibilitam a organização coerente dos pensamentos não são tidos como
importantes na medida em que ela (a lógica) permite-nos analisar diversos tipos de discursos.
D. são desenvolvidas competências argumentativas e demonstrativas, a fim de podermos comunicar
com rigor e coerência.
5. A validade é uma propriedade
A. da proposição.
B. da inferência (argumento).
C. das premissas.
D. da conclusão.
7. Um argumento é
A. uma ideia sobre algo.
B. o resultado da inferência realizada a partir de uma ou mais proposições.
C. a relação estabelecida entre dois ou mais conceitos.
D. a posição defendida por alguém sobre um determinado assunto.
9. No argumento «Miguel é médico e, por isso, Miguel tem formação universitária», a premissa omitida
é
A. «Os indivíduos com formação superior são médicos».
B. «Os médicos têm formação universitária».
C. «Os universitários têm formação superior».
D. «Os médicos são profissionais de saúde».
10. Considere os seguintes enunciados relativos a argumentos.
1. As proposições de um argumento ou são verdadeiras ou são falsas, mas um argumento não é
verdadeiro nem falso.
2. Os argumentos têm valor de verdade porque são constituídos por proposições.
3. Uma proposição é verdadeira se fizer parte de um argumento válido.
4. A validade e a invalidade lógicas são características exclusivas dos argumentos.
Deve afirmar-se que:
A. 1 é correto; 2, 3 e 4 são incorretos.
B. 4 é correto; 1, 2 e 3 são incorretos.
C. 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
D. 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos.
11. “Existe pelo menos um urso panda que não é carnívoro” na forma canónica/padrão é uma
proposição
A. do tipo O.
B. do tipo E.
C. do tipo I.
D. do tipo A.
12. A validade lógica refere-se à análise do modo como os argumentos estão estruturados. Esta
afirmação é
A. Falsa, uma vez que os argumentos não podem ser considerados válidos, apenas verdadeiros ou
falsos.
B. Verdadeira, uma vez que um argumento pode ser válido mas ter premissas e conclusão falsas.
C. Falsa, uma vez que a validade de um argumento se refere também, e sempre, à condição de
verdade dos argumentos.
D. Verdadeira, uma vez que um argumento é correto quando é verdadeiro, isto é, quando o seu
conteúdo se adequa à realidade.
13. Considere os seguintes enunciados relativos à distinção entre verdade e validade.
1. Um argumento válido pode, de certa forma, ser também verdadeiro.
2. A conclusão de um argumento dedutivo válido com premissas verdadeiras tem de ser verdadeira.
3. Só podemos construir argumentos válidos com premissas e conclusão verdadeiras.
4. Um argumento com premissas e conclusão falsas será sempre inválido.
Deve afirmar-se que
A. 1 e 4 são corretos; 2 e 3 incorretos.
B. 1, 2, 3 são corretos; 4 é incorreto.
C. 1, 3, 4 são incorretos; 2 é correto.
D. 1 e 4 são incorretos; 2 e 3 corretos.
18. No argumento “Sócrates não tomava banho, pois era filósofo” a premissa omissa é
A. “Os filósofos não tomam banho”.
B. “Todos os filósofos são Sócrates.”
C. “Alguns filósofos são Sócrates.”
D. “Alguns Filósofos não tomam banho”.
20. «Nem todos os humoristas não são críticos do islamismo» é uma proposição
A. do tipo A.
B. do tipo I.
C. do tipo 0.
D. do tipo E.
21. No argumento “O Florindo é cantor, pelo que tem a voz afinada”, a premissa omitida é:
A. “Os indivíduos que têm a voz afinada são cantores”.
B. “Os cantores têm a voz afinada”.
C. “O Florindo tem a voz afinada”.
D. “Alguns cantores chamam-se Florindo”.
24. «Cada pessoa tem a sua opinião, como se vê nos debates televisivos, em que nunca se chega a um
acordo. Por isso, não podemos negar que a verdade é relativa, pois haveria consenso entre as
pessoas se a verdade fosse absoluta.» O texto anterior exprime um argumento cujas premissas
são:
A. se a verdade fosse absoluta, haveria consenso entre as pessoas; não há consenso entre as
pessoas.
B. cada pessoa tem a sua opinião, como se vê nos debates; não podemos negar que a verdade é
relativa.
C. quando discutem, as pessoas deveriam chegar a um acordo; não devemos procurar uma verdade
absoluta.
D. os debates televisivos são inúteis, porque não se chega a um consenso; a verdade não é absoluta.
25. Considere as afirmações seguintes relativas a argumentos dedutivos.
1. Todos os argumentos com premissas verdadeiras são válidos.
2. Se um argumento é inválido, então tem premissas falsas.
3. Argumentos com conclusão falsa podem ser dedutivamente válidos.
Selecione a opção correta.
A. As afirmações 1, 2 e 3 são verdadeiras.
B. As afirmações 1 e 2 são falsas; a afirmação 3 é verdadeira.
C. As afirmações 1 e 2 são verdadeiras; a afirmação 3 é falsa.
D. As afirmações 1, 2 e 3 são falsas.
28. A proposição «os gatos têm asas» não pode fazer parte de um argumento
A. não sólido.
B. inválido.
C. sólido.
D. válido.
29. A conclusão de um argumento é
A. uma proposição.
B. uma proposição verdadeira.
C. uma proposição que serve de justificação.
D. uma proposição que pretende apoiar as premissas.
31. A proposição «Alguns canários das Canárias são mascotes» estabelece as seguintes relações de
oposição:
A. subcontrária: Nenhum canário das Canárias é mascote; subalterna: Todos os canários das Canárias
são mascotes; contraditória: Alguns canários das Canárias não são mascotes.
B. contraditória: Nenhum canário das Canárias é mascote; subalterna: Todos os canários das Canárias
são mascotes; Subcontrária: Alguns canários das Canárias não são mascotes.
C. subalterna: Nenhum canário das Canárias é mascote; contraditória: Todos os canários das Canárias
são mascotes; Subcontrária: Alguns canários das Canárias não são mascotes.
D. contraditória: Nenhum canário das Canárias é mascote; subalterna: não existe; Subcontrária: Alguns
canários das Canárias não são mascotes.
32. Caso exista pelo menos uma circunstância possível em que as premissas são verdadeiras e a
conclusão falsa, dizemos que o argumento dedutivo é
A. sólido.
B. válido.
C. inválido.
D. válido, contudo, não é sólido.
33. Alguns porcos são apreciadores de maçãs.” A contraditória desta proposição é
A. todos os porcos são apreciadores de maçãs.
B. alguns porcos não são apreciadores de maçãs.
C. nenhum porco é apreciador de maçãs.
D. não existe.
34. A proposição “Todos os políticos populistas são vampiros” não poderia fazer parte de um
argumento
A. sólido.
B. válido.
C. inválido.
D. verdadeiro.
38. Qual das seguintes proposições não podemos acrescentar ao conjunto “Todas as obras de arte
expressam emoções”, “Alguns quadros de Mark Tothko não expressam emoções”, se não
quisermos torná-lo inconsistente?
A. Alguns quadros de Mark Rothko são obras de arte.
B. Alguns quadros de Mark Rothko não são obras de arte.
C. Nenhum quadro de Mark Rothko é uma obra de arte.
D. Todos os quadros de Mark Rothko são obras de arte.
1. Num argumento dedutivamente válido a validade das premissas garante a validade da conclusão.
2. Um argumento sólido pode ter premissas falsas e conclusão verdadeira.
3. Todas as proposições podem estabelecer quatro relações de oposição.
4. Um argumento pode ter uma ou mais conclusões.
5. Há argumentos dedutivos válidos com premissas verdadeiras e conclusão falsa.
6. Todas as proposições estabelecem uma relação de contrariedade.
7. Quando um argumento dedutivo tem uma conclusão falsa é inválido.
8. Um entimema é uma proposição falsa que parece ser verdadeira.
9. Todas as frases declarativas exprimem diferentes proposições.
10. A verdade é uma característica que as proposições podem apresentar.
1.1. Argumento
1.2. Proposição
1.3. Tese
2. Leia o texto A.
TEXTO A
«Um dos meus amigos divertia-se lançando contra toda a espécie de lógica uma objeção que
considerava decisiva: “ela não cura nem os idiotas nem os loucos, e às pessoas sensatas não serve para
coisa alguma.” Mas teve de reconhecer o erro quando lhe apresentei o exemplo de um rústico que,
ouvindo falar do microscópio, perguntou se curava os cegos; e, tendo sabido que não, não compreendia
que vantagem podiam tirar dele os que possuem olhos sãos.»
A. Padoa
A partir do texto A, justifique a pertinência da aprendizagem da lógica. Na sua resposta, apresente uma
definição desta disciplina.
3. Leia o texto B.
TEXTO B
«Diz-se, por vezes, que a Lógica é o estudo dos argumentos válidos; é uma tentativa sistemática para
distinguir os argumentos válidos dos não válidos; (…) o que é afinal um argumento? Ou, já agora, qual a
relação das proposições com os argumentos?»
Newton Smith
Responda às questões apresentadas pelo autor no Texto B.
5. Tendo como referência que «Alguns patos não são seres belos» é a contraditória encontre a
proposição original e as outras opostas.
IV – Itens de exame
Os argumentos
A. são verdadeiros ou falsos; não são válidos nem inválidos.
B. não são verdadeiros nem falsos; não são válidos nem inválidos.
C. são verdadeiros ou falsos; são válidos ou inválidos.
D. não são verdadeiros nem falsos; são válidos ou inválidos.
5. 2015 Época Especial
O argumento «Alguns minhotos são portugueses; portanto, alguns portugueses são minhotos» é
A. válido, porque a conclusão se segue da premissa.
B. válido, porque a conclusão é verdadeira.
C. inválido, porque a premissa é falsa.
D. inválido, porque a premissa não apoia a conclusão.
O Estado deve financiar diretamente as pessoas com deficiência para que tenham uma vida
independente. Porém, o Estado tem optado por financiar instituições que apoiam essas pessoas; só que,
assim, o Estado acaba por gastar mais do que gastaria se financiasse diretamente as pessoas com
deficiência que querem ter uma vida independente. Mas, mais importante ainda do que as questões
financeiras, é a razão moral de que ter uma vida independente é um bem.
Considere o argumento seguinte: «O dalai-lama é uma pessoa bondosa; por isso, rejeita a violência.»
Que premissa deve ser introduzida no argumento para o tornar válido?
A. «O dalai-lama não é uma pessoa violenta».
B. «As pessoas que rejeitam a violência são bondosas».
C. «As pessoas bondosas rejeitam a violência».
D. «A violência não é uma disposição bondosa».
Nas últimas décadas, os carros tornaram-se maiores e é mais difícil estacioná-los. Por isso, os lugares de
estacionamento devem passar a ser maiores. É um facto que precisamos de cidades com mais espaços
verdes e menor área de estacionamento, mas seria absurdo as pessoas não terem onde deixar os seus
carros.
A conclusão deste argumento é
A. «seria absurdo as pessoas não terem onde deixar os seus carros.»
B. «nas últimas décadas, os carros tornaram-se maiores e é mais difícil estacioná-los.»
C. «os lugares de estacionamento devem passar a ser maiores.»(
D. «precisamos de cidades com mais espaços verdes e menor área de estacionamento.»
«Alguns cozinheiros premiados são portugueses. Logo, alguns portugueses são cozinheiros premiados.»
Para determinar a validade do argumento anterior,
A. apenas é preciso apurar se a conclusão e a premissa são verdades conhecidas.
B. apenas é preciso verificar se a conclusão pode ser falsa, caso a premissa seja verdadeira.
C. é preciso saber se há cozinheiros premiados que sejam também portugueses.
D. é preciso conhecer, pelo menos, um português que seja um cozinheiro premiado.
A frase «na manhã do dia 15 de janeiro de 1770, o Marquês de Pombal, em vez de tratar de assuntos
políticos, deixou-se ficar na cama a beber chocolate e a ler poesia»
A. não exprime uma proposição, porque não sabemos se é verdadeira ou falsa.
B. exprime uma proposição, ainda que não seja verdadeira nem falsa.
C. exprime uma proposição, ainda que ignoremos qual é o seu valor de verdade.
D. não exprime uma proposição, porque não é verdadeira nem é falsa.
As frases «António Costa era primeiro-ministro de Portugal em 2018» e «Em 2018, Portugal tinha como
primeiro-ministro António Costa»
A. representam duas proposições verdadeiras.
B. representam a mesma proposição.
C. não representam qualquer proposição.
D. representam duas proposições válidas.
Lógica proposicional
1. Na resposta a cada um dos itens, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
2. Uma fórmula _________ se, e somente se, existem atribuições de valores de verdade às variáveis
proposicionais que a tornam falsa e outras atribuições que a tornam verdadeira.
A. diz-se contraditória.
B. diz-se traumatológica.
C. diz-se contingente.
D. diz-se tautológica.
3. Formaliza o argumento seguinte:
"Se não houvesse testes de lógica então todos passariam. Há testes de lógica. Logo, nem todos
passam."
A. ¬P→Q, ¬P ∴¬Q
B. P→¬Q, P ∴¬Q
C. ¬P↔Q, P ∴¬Q
D. ¬P→Q, P ∴¬Q.
5. «Para que a classificação seja justa, é necessário estudar, a menos que consigas copiar nos testes»
pode ter a seguinte simbolização:
A. P → (Q ∨ ¬ R)
B. P → (Q ∧ ¬ R)
C. P → (Q ∨ R)
D. P → (Q ∧ R)
6. «Quando os políticos falam, as crianças brincam, mas os políticos não falam» tem a seguinte
linguagem simbólica:
A. (P → Q) ∧ ¬ P
B. (P → ¬ Q) ∧ Q
C. (P → ¬ Q) ∧ ¬ Q
D. (P → Q) ∧ ¬ Q
9. Afirmar que “Não é verdade que temos livre-arbítrio e o determinismo é verdadeiro” é o mesmo que
afirmar que ...
A. Não temos livre-arbítrio ou o determinismo não é verdadeiro.
B. Temos livre-arbítrio ou o determinismo é verdadeiro.
C. Se não temos livre-arbítrio, então o determinismo é verdadeiro.
D. Se não temos livre-arbítrio, então o determinismo não é verdadeiro.
10. Afirmar que “Não é verdade que temos livre-arbítrio ou o determinismo é verdadeiro” é o mesmo que
afirmar que ...
A. Não temos livre-arbítrio ou o determinismo não é verdadeiro.
B. Temos livre-arbítrio e o determinismo não é verdadeiro.
C. Não temos livre-arbítrio e o determinismo é verdadeiro.
D. Não temos livre-arbítrio e o determinismo não é verdadeiro.
II – Itens de construção
a. PɅ¬R
b. (QS) ɅT
c. ¬(RɅQ) →(TɅP)
d. (Q→R) →S
e. ¬P→(SVR)
f. (P→T)Ʌ( Q→R)
g. (RVQ) Ʌ¬P
3. Sabendo o valor lógico de cada uma das proposições, simbolize e determine o valor lógico dos
seguintes enunciados.
3.1 É verdade que a ética de Mill é hedonista mas não é deontológica.
a. A ética de Mill não é hedonista nem deontológica.
b. A ética de Mill é hedonista e deontológica.
c. A ética de Mill é hedonista e não é deontológica.
d. A ética de Mill não é hedonista, mas é deontológica.
e. Não é verdade que a ética de Mill não é hedonista.
3.2 Sabe-se, é falso, que vou para a Fonte da Telha e não vou para as Maldivas.
a. Não vou para a Fonte da Telha e não vou para as Maldivas.
b. Vou para a Fonte da Telha e vou para as Maldivas.
c. Ou vou para a Fonte da Telha ou vou para as Maldivas.
d. Não vou para a Fonte da Telha, embora vá para as Maldivas.
e. Só ou para as Maldivas se não for para a Fonte da Telha.
4. Conclua, de forma válida, os seguintes argumentos, utilizando as formas de inferência Modus
Ponens ou Modus Tollens. Se não puder concluir validamente, registe nada se pode concluir.
4.1 Se me atraso, então marcam-me falta.
a. Atraso-me, logo ...
b. Não me atraso, logo ...
c. Marcam-me falta, logo ...
d. Não me marcam falta, logo ...
5. Avalie a forma proposicional dos enunciados apresentados, justificando a avaliação com a tabela de
verdade da proposição.
5.1 ¬(PɅQ)V(Q→P)
5.2 (PɅQ) VR
5.3 PV(QɅ¬P)
5.4 ¬P→¬(PɅQ)
5.5 ¬((PVQ)ɅR))((PVQ)ɅR))
6.1 Se há acordo acerca de alguns juízos morais, então alguns juízos morais são objetivos. Se alguns
juízos morais são objetivos, então alguns juízos morais são falsos. Logo, se há acordo acerca de
alguns juízos morais, há juízos morais falsos.
6.2 Se cumpro o meu dever, então a minha ação não instrumentaliza o ser humano. Não cumpro o meu
dever, logo a minha ação instrumentaliza o ser humano.
7. Traduza em linguagem natural a fórmula proposicional ”(¬PɅQ)→¬R”. Comece por criar um
dicionário à sua consideração.
8. “A vida não tem sentido, a menos que Deus exista. Ora, a vida não tem sentido. Portanto, Deus não
existe”. Identifica a falácia que ocorre no presente argumento. Justifique a identificação feita.
Sócrates: Quando dizes que é um bem acusar o teu próprio pai por causa dele cometer homicídio, o
que queres dizer por bem?
Eutífron: Pretendo apenas sustentar que o bem depende da vontade dos deuses.
Sócrates: Discordo da tua tese. Questionemos, então, o que dizes: será que o bem é desejado pelos
deuses porque é objetivamente um bem ou, pelo contrário, só se torna bem porque é desejado
pelos deles?
Eutífron: Podes explicar melhor por que razão negas a minha tese?
Sócrates: Repara no seguinte, se o bem depende da vontade dos deuses, então alguma coisa é boa
pelo motivo de os deuses a desejarem e o bem é algo arbitrário. Todavia, não é verdade que
alguma coisa seja boa pelo motivo de os deuses a desejarem e que o bem seja algo arbitrário.
Eutífron: Dizes bem. Daí se segue a tua tese. Mas preciso de analisar melhor se esse é realmente
um bom argumento.
Adaptação de Domingos Faria e Luís Veríssimo de Eutífron, de Platão
Teste a validade do seguinte argumento, aplicando o método das tabelas de verdade ou outro método.
Se o António é um intelectual português contemporâneo, então leu Eduardo Lourenço e leu José Gil. O
António não leu Eduardo Lourenço nem José Gil. Logo, o António não é um intelectual português
contemporâneo.
Teste a validade do seguinte argumento, aplicando o método das tabelas de verdade ou outro método.
Se Cícero é um orador persuasivo, então utiliza um discurso sedutor e cativa o auditório. Cícero é um
orador persuasivo. Logo, Cícero cativa o auditório.
Teste a validade do seguinte argumento, aplicando o método das tabelas de verdade ou outro método.
Emanuel orienta o seu comportamento tendo em conta os seus deveres ou orienta o seu comportamento
prevendo as consequências das suas ações. Se Emanuel orienta o seu comportamento prevendo as
consequências das suas ações, é omnisciente. Mas Emanuel não é omnisciente. Logo, Emanuel orienta
o seu comportamento tendo em conta os seus deveres.
8.2 Teste a validade da seguinte forma argumentativa, por meio da construção e da interpretação de
uma tabela de verdade.
¬P → Q
Q → ¬P
9.2 Construa uma inferência válida que tenha como única premissa Se Descartes é racionalista, então é
alemão.
Use uma das formas de inferência válida estudadas.
Identifique a forma de inferência válida aplicada.
10. 2015 1.ª Fase
10.1 Traduza as fórmulas seguintes para a linguagem natural, com base no dicionário apresentado.
a) ¬Q →¬P
b) P Ʌ Q
Dicionário:
P: A Sandra tem bons hábitos alimentares.
Q: A Sandra come legumes com regularidade.
10.3 Construa um argumento, com a forma modus ponens, cuja conclusão seja «O Luís vai ao cinema».
11.2 Identifique a falácia que ocorre na inferência seguinte. Justifique a identificação feita.
Se vive no Funchal, o Luís não vive no continente. Ora, ele não vive no Funchal. Portanto, vive no
continente.
Dicionário:
P: Os jornalistas são precipitados.
Q: As notícias são rigorosas.
12.2 Considere que R e S representam duas proposições. Sabendo que R é falsa e que R V S é
verdadeira, determine o valor de verdade de S. Justifique a sua resposta.
Se Cristiano Ronaldo ganhar quatro Botas de Ouro ou três Ligas dos Campeões, ficará na
história do desporto.
Dicionário:
13.3. Mostre que a forma argumentativa seguinte é inválida, recorrendo ao método das tabelas de
verdade.
AVB
A
¬B
15.1 Sabendo que C é uma proposição verdadeira, determine o valor de verdade de uma proposição
com a forma ¬A→ (B V C). Justifique a sua resposta.
15.2 Identifique a falácia em que se incorre no argumento seguinte. Justifique a sua resposta.
Se D. Dinis escreveu O Leal Conselheiro, então foi um rei amante das letras.
15.3 A formalização de «Se Freud é cientista, então não recusa as hipóteses especulativas mas usa o
método científico» poderia ser:
A) P ¬(Q V R)
B) P ¬(Q Ʌ R)
C) P → (¬Q Ʌ R)
D) P → ¬(Q V R)
15.4 A partir de «Se a acrobacia é uma arte, então exprime sentimentos» e de «A acrobacia não
exprime sentimentos», por modus tollens, infere-se que
(A) se algo exprime sentimentos, então é arte.
(B) a acrobacia nunca poderá exprimir sentimentos.
(C) a acrobacia é uma arte, mas não exprime sentimentos.
(D) é falso que a acrobacia seja uma arte.
16. 2017 Época Especial
Dicionário
P – Marcelo Rebelo de Sousa é professor de Direito.
Q – Marcelo Rebelo de Sousa é professor de Economia.
R – Marcelo Rebelo de Sousa é presidente da República Portuguesa.
A fórmula que traduz «Marcelo Rebelo de Sousa é professor de Direito e é presidente da República
Portuguesa» é P Ʌ R.
Escreva as fórmulas que traduzem as proposições seguintes.
Se J. K. Rowling deseja ocupar um lugar de destaque entre os escritores britânicos, então tem
ambição literária. Mas J. K. Rowling não deseja ocupar um lugar de destaque entre os escritores
britânicos. Isso mostra que J. K. Rowling não tem ambição literária.
Escreva a premissa que, mediante a aplicação de uma das formas de inferência válida estudadas,
permite obter a conclusão apresentada.
17.3 No texto seguinte, encontra-se um argumento que tem uma das formas lógicas válidas estudadas.
Tomé da Fonseca, um velho general reformado, revive com frequência a atividade militar. À sua maneira,
foi desde a infância uma pessoa sociável e enérgica, e o universo militar sempre lhe deu muito prazer.
Ora, o velho general não revive com frequência a atividade militar se não jogar muitas vezes jogos de
estratégia. Portanto, Tomé da Fonseca joga muitas vezes jogos de estratégia.
Não é só porque Ricardo Pacheco joga em equipas estrangeiras ou ganha muito dinheiro que é um
grande jogador; é também porque, se ganha muito dinheiro, então é um grande jogador.
A Maria aproveita as férias grandes para trabalhar como nadadora-salvadora ou para trabalhar como
monitora num campo de férias. Logo, a Maria aproveita as férias para trabalhar como nadadora-
salvadora.
Introduza uma nova premissa no argumento, de modo a obter um argumento com uma das formas
válidas estudadas. Identifique essa forma de inferência válida.
20.1 Identifique a conclusão do argumento seguinte e a regra de inferência utilizada para chegar à
conclusão.
Caronte não é um satélite natural de Plutão, pois é falso que Caronte orbite em torno de Plutão, e
orbitaria em torno de Plutão se fosse um satélite natural de Plutão.
Suponha que estas frases são as premissas de um argumento. Será possível, a partir das premissas
dadas, inferir validamente que a Maria é ecologista? Justifique.
P Q R PVQ QVR P V R
V V V V V V
V V F V V V
V F V V V V
V F F V F V
F V V V V V
F V F V V F
F F V F V V
F F F F F F
Atendendo aos valores de verdade apresentados na tabela, um argumento com essa forma seria
A. inválido, pois existe a possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
B. inválido, pois existe a possibilidade de tanto as premissas como a conclusão serem falsas.
C. válido, pois existe a possibilidade de tanto as premissas como a conclusão serem verdadeiras.
D. válido, pois não existe a possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
22. 2019 2.ª Fase
22.1 Identifique a conclusão do argumento seguinte e a regra de inferência utilizada para chegar à
conclusão.
Caronte não é um satélite natural de Plutão, pois é falso que Caronte orbite em torno de Plutão, e
orbitaria em torno de Plutão se fosse um satélite natural de Plutão.
Suponha que estas frases são as premissas de um argumento. Será possível, a partir das premissas
dadas, inferir validamente que a Maria é ecologista? Justifique.