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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA


ICSG13 – FARMACOLOGIA I
DOCENTES: CAMILA FIGUEIREDO
DISCENTE: FERNANDO JORGE NASCIMENTO SANTOS JUNIOR

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS


O QUE DEVEMOS CONSIDERAR?
Ao se pensar nas vias de administração é importante pensar nos diferentes pacientes que farão a
utilização da medicação. Considerando aspectos biológicos de cada indivíduo, assim como as
diferentes situações fisiológicas e de saúde em que um paciente se encontra – uma emergência, por
exemplo, demanda rotas de efeito farmacológico mais rápido. A depender de cada situação opta-se por
uma diferente via. Também é importante considerar os fatores inerentes de cada fármaco (meia vida,
estrutura molecular, peso, etc).
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
É o local, tecido ou rota no qual será aplicado determinado medicamento ou tóxico. A depender da via
de administração, um mesmo fármaco, pode ter tempo de ação, posologia diferente.
CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Existem diferentes formas de classificação que varia de acordo com a literatura escolhida. A professora
traz uma que é dividida em:
Sistêmica
 Enteral (vias que envolvem o trato gastrointestinal)
o Via oral, sublingual e retal
 Parenteral (vias que não envolvem o trato gastrointestinal)
o Via intravenosa, subcutânea e intramuscular
Local
 Tópico
o Via nasal, via epidérmica
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL
São administrações feitas por injeções a nível intravenoso, subcutâneo, intramuscular e intra-arterial.
Cada rota dessas rotas varia de acordo com a velocidade ação, modalidade de absorção e outras,
podendo sofrer efeitos de primeira passagem. O ângulo de aplicação da seringa determina o alcance da
via.
As vantagens da administração parenteral estão relacionadas com a possibilidade de administração a
pacientes inconscientes ou evitar problemas de cooperação deles, possível utilizar fármacos que tem
menor absorção por via oral, a via intravenosa pode ser usada para dar rapidez de efeito e outras vias
podem ser usadas para retardar o início dos efeitos ou prolongar a ação. Tem possiblidade de efeitos
locais ou sistêmicos a depender da via. Podem ser usadas para correção do equilíbrio eletrolítico e em
nutrição.
As desvantagens estão relacionadas com a necessidade de ter pessoas treinadas para administrar a
medicação, é necessário realizar procedimentos assépticos, é uma administração de vias dolorosas,
ocorre maior dificuldade em reverter os efeitos e é inconveniente nos casos de repetição de dose.

Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela, Salvador - BA, 40.110-100. Contato:
fernandufba@gmail.com/ fernandojnsj@ufba.br
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ICSG13 – FARMACOLOGIA I
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DISCENTE: FERNANDO JORGE NASCIMENTO SANTOS JUNIOR

Via Intradérmica
É uma via muito restrita, podendo ser aplicado pouco volume e comumente usada para reações de
hipersensibilidade (dessensibilização, auto vacina, teste de alérgeno, aplicação de BCG, prova de ppd
para tuberculose etc.). O local mais apropriado é a face anterior do antebraço, por ser pobre em pelos,
ter pouca pigmentação, pouca vascularização e facilidade de leitura.
Via subcutânea
Utilizada para fármacos não irritantes, é preferível que se use soluções do que suspensões, pois se quer
que o fármaco se distribua rapidamente. Possui uma absorção lenta, sendo útil na administração de
hormônios ou vacinas.
Tem a possibilidade de administrar em qualquer local onde se alcance a tela subcutânea (hipoderme),
os mais recomendados são aqueles com menor inervação, acesso limitado e maior capacidade de
distensão local do tecido, geralmente a parede abdominal, faces ântero-lateral da coxa e face externa
do braço. A absorção é lenta, contínua e segura, mas pode ocorrer complicação se o fármaco passar do
tempo previsto na malha subcutânea.
Fármacos que comumente se administra nessa região: vacinas, anticoagulantes e insulina.
As principais complicações são: infecções inespecíficas ou abcessos, formação de tecido fibrótico,
embolias, lesão de nervos, úlceras, necrose ou fenômeno de Arthus (formação de nódulos devidos
injeções repetidas em um mesmo local, insulinos-dependentes)
Via intramuscular
São vantagens o fato de permitir exatidão de dose e concentração, rapidez de ação, é útil em
emergência, permite aplicação em pacientes inconscientes e tem a possibilidade administrar
substâncias irritantes e suspensões que não podem ser administrados por via subcutânea. Em
contrapartida, são desvantagens ter administração lenta e controlada, não há como impedir a absorção
em caso de erro, tem necessidade de esterilização dos insumos (o que torna cara), são substâncias
insolúveis, é uma rota menos segura e de difícil auto-administração.
Locais de administração: glúteos, deltóide, vasto-lateral (na coxa) porque são músculos bastante
desenvolvidos, tem facilidade de acesso, não possuem vasos de grande calibre e não tem nervos
superficiais no seu trajeto. O volume depende da estrutura muscular
Fármacos que podem ser administrados: vacinas, antibióticos, anti-inflamatórios etc.
Via intravenosa ou endovenosa
É indicada quando há necessidade de ação imediata do medicamento, ou necessidade de injetar grande
volumes, como para hidratação (soro), ou se necessita introduzir substâncias irritantes aos tecidos.
Os medicamento injetados na veia precisam ser solúveis no sangue, podendo ser líquidos hiper, isso ou
hipotônicos, sais orgânicos, eletrólitos ou medicamentos desde que não sejam oleosos nem
contenham cristais visíveis em suspensão.

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Substâncias oleosas podem formar coágulos que pode resultar em embolia, e pode causar lesão
tecidual por algum processo inflamatório. Já os cristais visíveis em suspensão podem causar obstrução
vascular, gerando problemas como isquemia ou necrose.
Via intra-arterial
Útil em diagnóstico, como angiografias. Mas também quando se precisa utilizar grande quantidade de
antibiótico, como infecções bacterianas ósseas, ou ainda quando precisa administrar agentes
antineoplásicos para tumores localizados.
ADMINISTRAÇÃO ENTERAL
Via oral
É a via mais econômica e mais comum de utilização.
São desvantagens a absorção irregular, impedição de uso em pacientes inconscientes, casos de
regurgitação, sofre ação enzimática e do pH do TGI, pode ter interação com alimentos e outras drogas,
depende da cooperação do paciente e sofre efeito de primeira passagem (redução parcial ou completa
da biodisponibilidade de uma substância quando administrada por via oral, devido ao metabolismo que
ocorre no fígado antes que a substância alcance a corrente sanguínea).
Como vantagens tem facilidade de administração e mais barata.
Contraindicação: casos de náuseas, vômitos e diarreias causados pelo fármaco e dificuldade de
deglutição do fármaco.
Via sublingual
Via de administração de fármacos lipossolúveis, que rapidamente alcançam a corrente sanguínea pela
vasta vascularização da região. Com isso não ocorre efeito de primeira passagem hepática.
Comum administrar fármacos da classe dos nitratos
Via retal
Útil em caso de intolerância a ingestão (vômito, quimio), o fármaco não sofre ação digestiva, tem
menor efeito de primeira passagem, é uma boa indicação de uso na pediatria e geriatria, em
substituição à via parenteral.
ADMINISTRAÇÃO POR VIAS NÃO ENTERAIS OU PARAENTERAIS
Via pulmonar
Administração de gases e fármacos voláteis, possui grande superfície absortiva, rápido acesso à
circulação, muito útil para sinergia com ação local (crise broncoconstritiva). Desvantagem de irritação
local, dificuldade de administração. Esta via pode receber o nome de intranasal ou inalatório pela sua
correlação.
Via Tópica

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Pode ser realizada nas mucosas ou na pele íntegras. Em geral, espera-se um efeito local, mas não é
regra. Nas mucosas a absorção é maior do que em uma pele íntegra. A absorção sofre influencia das
características físico-químicas do fármaco e pode variar de acordo com o veículo (gel, loção, creme...)
a absorção vai ser maior quanto maior a área de administração.
Alguns exemplos: glicocorticóides, hormônios sexuais, solventes orgânicos e organofosforados.
Via ocular
Efeito local é desejado, a absorção sistêmica por via ocular é indesejada. E geralmente as principais
formas são colírios, pomadas, cremes, suspensões.
Pode haver absorção sistêmica, em casos como Timolol (anti-beta2) geral constricção, vasodilatação
periférica, broncoconstricção.

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