A Prática do Estágio Supervisionado em uma turma de 8º ano, na disciplina de
Matemática
Adriano Monteiro Borba
Resumo
O presente artigo relata as experiências vivenciadas durante a prática da Disciplina
de Estágio do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Canoas. O objetivo é contribuir com as reflexões acerca da importância da prática do estágio supervisionado sob os aspectos da oportunidade de experimentação da prática docente em um ambiente escolar, adentrado em um cenário de extrema vulnerabilidade social. Sabemos que o meio ao qual os alunos estão inseridos, interfere significativamente em seu desenvolvimento escolar. Nessa perspectiva, buscou-se elaborar estratégias para atender às necessidades dos alunos de uma turma de 8º ano do ensino fundamental, com a finalidade de sanar as possíveis lacunas deixadas ao longo do processo de aprendizagem. A partir destas conjecturas, podemos afirmar que a experiência do estágio possibilita ao docente colocar em prática os ensinamentos teóricos, a adoção de metodologias e estratégias de ensino que sejam eficazes para atender às necessidades dos alunos em seus diferentes contextos e o desenvolvimento de habilidades de percepções necessárias para realização da atividade profissional com êxito.
O estágio supervisionado na licenciatura é um período de fundamental
importância na habilitação de novos professores, sendo um momento em que o futuro professor passa a desenvolver, na prática, as habilidades adquiridas durante o curso. Também oportuniza experiências distintas de abordagens na construção do conhecimento possibilitando a escolha de melhor êxito na assimilação dos conteúdos pelos alunos. Nesse sentido, o presente relato retrata como foram as experiências vividas durante a docência em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, na Escola-Campo Cônego José Leão Hartmann, situada no bairro Guajuviras, no município de Canoas/RS, durante os meses de setembro a novembro de 2023. Primeiramente, foi feita a escolha dos conteúdos que seriam aplicados durante a prática juntamente com a supervisora do estágio, que indicou quais seriam os conteúdos de maior relevância a serem empregados naquele momento. Assim sendo, os conteúdos trabalhados foram a resolução de problemas envolvendo variações de proporcionalidade direta e de proporcionalidade inversa entre duas grandezas, utilizando sentenças algébricas para expressar a relação entre elas, e equações de 1º grau. Em seguida, observou-se a turma em diferentes períodos para que, posterior a isso, fosse realizado o planejamento da prática a partir dos conteúdos escolhidos de acordo com a turma. Nesse sentido, os conteúdos foram abordados com o auxílio de materiais impressos, materiais manipulativos e jogos, tendo como finalidade elucidar de forma mais perceptível a compreensão dos conteúdos. Com base nisso, podemos destacar a importância do uso de materiais concretos na colaboração para que o aluno construa seu aprendizado de forma significativa.
REFERENCIAL TEÓRICO
O estágio obrigatório, constituído como componente curricular integrante do
Projeto Pedagógico do Curso, é indicado como requisito para aprovação e obtenção de diploma de conclusão de curso de licenciatura em matemática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Canoas. Previsto na lei nº 11788, de 25 de setembro de 2008, em seu artigo 1º, a lei traz a saber
Estágio é ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (L11788, 2008)
O estágio integra o itinerário formativo do futuro professor, que tenciona o
aprendizado de competências próprias para o desenvolvimento da atividade docente, sendo o ambiente favorável para desenvolver suas capacidades de tomar decisões. Com base nisso, uma identidade profissional é formada a partir de suas práticas educacionais. A criação desta identidade, segundo Libâneo (2001), deve fazer parte do currículo.
Os professores continuam sendo os principais agentes
da formação dos alunos e, portanto, a qualidade dos resultados de aprendizagem dos alunos é inseparável da qualificação e competência dos professores. Por isso, a construção e o fortalecimento da identidade profissional precisam fazer parte do currículo e das práticas de formação inicial e continuada (LIBÂNEO, 2001,p.65).
A desigualdade socioeconômica e a vulnerabilidade influenciam diretamente
na construção do conhecimento. A dificuldade de acesso aos recursos mais apropriados traz ao educador um desafio a ser vencido, a carência de material escolar, a falta de acesso a tecnologias ou outros meios que envolvem recursos financeiros que poderiam facilitar o aprendizado passam a ser substituídos pela criatividade do docente. Conforme Pierre Bourdieu
As dificuldades na educação não podem ser
compreendidas sem levar em consideração as condições sociais e econômicas nas quais os alunos vivem. As desigualdades econômicas se traduzem em desigualdades educacionais, tornando mais difícil para o aluno de classe mais baixa terem sucesso no sistema escolar. (BOURDIEU, 2014, pg 114)
Diante do desafio de considerar as dificuldades enfrentadas no contexto
social, é fundamental que o docente mantenha uma visão apropriada no que tange às decisões de adotar abordagens que sejam centradas no aluno, inclusivas e adaptadas à realidade local para que o estudante supere as adversidades e conquiste seus objetivos. A vista disso, Paulo Freire nos diz que
Ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos, nem
formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2015, p.25)
Em um ambiente onde a desigualdade socioeconômica e a vulnerabilidade
estão presentes, a compreensão efetiva dos conteúdos da disciplina de matemática se tornam ainda mais importantes, considerando que ela está presente em diversos contextos, como por exemplo em uma receita culinária, nas relações entre distância, tempo, velocidade, na área, no preço, no desconto, e os conhecimentos adquiridos pelo aluno influenciaram diretamente na resolução de problemas do dia a dia. Enfim, uma infinidade de tarefas e atividades do cotidiano nos remete a matemática, contudo, sua importância ultrapassa os muros da escola e nos remete a uma realidade onde seu emprego se torna significativo na construção do indivíduo e na sociedade como um todo. Seguindo este contexto, a matemática no ensino básico se faz de suma importância, destacada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):
É importante, que a Matemática desempenhe,
equilibrada e indissociavelmente, seu papel na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. (BRASIL, 1997, p.29).
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define o conjunto de
aprendizagens essenciais que todos estudantes precisam desenvolver ao longo de suas etapas e modalidades da educação básica e as habilidades matemáticas a serem trabalhadas. Podemos citar algumas habilidades:
Resolver e elaborar problemas que envolvam variação
de proporcionalidade direta e de proporcionalidade inversa entre duas grandezas, utilizando sentença algébrica para expressar a relação entre elas. (BRASIL, 2017, p.307). Resolver e elaborar problemas que envolvam relações de proporcionalidade direta e inversa entre duas ou mais grandezas, inclusive escalas, divisão em partes proporcionais e taxa de variação, em contextos socioculturais, ambientais e de outras áreas. (BRASIL, 2017, p.317). Resolver e elaborar problemas que possam ser representados por equações polinomiais de 1º grau, redutíveis à forma ax + b = c, fazendo uso das propriedades da igualdade. (BRASIL, 2017, p.307).
Os conteúdos que são tratados de forma abstrata e direta podem ser
considerados um tanto incompreensíveis para os alunos, restando num processo de aprendizagem prejudicado. Diante disso, uma alternativa para vencer esse desafio de trabalhar com conteúdos abstratos é inserir o aluno em experiências onde possa manipular materiais de forma concreta. Nesta concepção, David Ausubel diz que:
O conhecimento é fruto da relação entre o sujeito
cognoscente e o objeto cognoscível. Essa relação se dá em um contexto, em uma situação concreta. O material concreto pode ajudar a tornar essa situação concreta mais presente no processo de aprendizagem. (AUSUBEL, 1968, p.35)
A partir desses pressupostos, podemos dizer que a utilização de materiais
concretos nas aulas de matemática são instrumentos facilitadores que consolidam o entendimento dos conteúdos abordados. Sendo assim, o aluno aprende de forma efetiva promovendo a construção do seu conhecimento, tornando-o protagonista do seu aprendizado.
METODOLOGIA
No ensino fundamental a preocupação quanto aos resultados da
aprendizagem são justificados pela consequência em anos posteriores. À vista disso, o desafio foi desenvolver a prática docente em uma turma de 8º ano inserida num contexto social desfavorável relacionado às características que a turma apresenta, considerando a necessidade do aprofundamento de conceitos matemáticos e a preparação para desafios mais complexos nos anos subsequentes. O contexto social em que os estudantes estão inseridos interferem em seu desenvolvimento escolar. As dificuldades no aprendizado são agravadas quando a instabilidade está presente no núcleo familiar onde maus-tratos, abusos domésticos e negligências aumentam a dificuldade de concentração e de se relacionarem socialmente com seus colegas. A necessidade de apoio educacional nestas situações, principalmente em casa, também não é atendida, e a falta de entendimento e envolvimento dos participantes do núcleo familiar em colaborar com a educação também traz repercussões negativas no aprendizado. A influência social e cultural para participar de grupos envolvidos em atividades ilícitas como o uso de drogas e o cometimento de infrações penais que violam a legislação e causam danos não só aos praticantes, mas na sociedade como um todo, também repercutem de forma direta na obediência das regras da escola, como consequência, no aprendizado. Um dos fatores que influenciam na aprendizagem é a carga de conteúdos que o estudante traz consigo. Frutos das suas vivências pessoais e experiências adquiridas em sala de aula, essa bagagem apresenta uma defasagem significativa por consequência ainda de um período pós pandêmico associados a um sistema educacional que permite que o aluno avance em sua jornada educacional sem garantir que adquiriu os conhecimentos e habilidades necessárias para isso, Dessa forma, o aluno se sentirá prejudicado nos anos posteriores e por consequência, mais um desafio para o docente que, para aplicar novos conteúdos aos alunos, deverá desprender de um precioso tempo investindo numa retomada de conteúdos básicos, mas que são pré-requisitos necessários para a evolução de novos conteúdos. O estágio supervisionado permite que o futuro docente desenvolva e aperfeiçoe seus métodos de ensino, bem como oportuniza possibilidades de experimentar formas distintas de abordagens na construção do conhecimento, elegendo a de melhor êxito na assimilação dos conteúdos pelos alunos. A escolha dos conteúdos aplicados foram planejados em conjunto com a supervisora do estágio que indicou qual seria o melhor conteúdo a ser empregado naquele momento. O conteúdo escolhido foi resolução de problemas que envolvessem variações de proporcionalidade direta e de proporcionalidade inversa entre duas grandezas, utilizando sentenças algébricas para expressar a relação entre elas. Sabemos que a proporcionalidade é um conteúdo que faz parte da matriz curricular em diversos níveis de ensino e se tornou um tema desafiador. Assim, as atividades foram desenvolvidas a partir de situações-problema, utilização de malha quadriculada para redução e ampliação de figuras e listas de exercícios com gravuras contextualizadas que envolviam o conceito de proporcionalidade, exemplificadas na Figuras 1. Tais atividades foram disponibilizadas em materiais impressos com o intuito de elucidar de forma que a apresentação visual dos conteúdos facilitasse o entendimento, otimizando o precioso tempo em sala de aula.
Figura 1: Imagem de um dos materiais impressos
Ao findar o conteúdo de proporcionalidade, constatou-se que a compreensão
dos estudantes foi satisfatória. Consequentemente, houve a necessidade de dar seguimento aos próximos conteúdos, e assim, se fez necessário um novo planejamento. Na sequência, o conteúdo abordado foi equações de 1º grau, que tem por objetivo encontrar o valor da incógnita que torne a igualdade em uma identidade, ou seja, uma igualdade verdadeira. Também, resolver e elaborar problemas que possam ser representados por equações polinomiais de 1º grau, redutíveis à forma ax + b = c, fazendo uso das propriedades da igualdade. Percebemos que o estudo sobre equações serve de pré requisito para outros conteúdos, ou seja, será utilizado com frequência nos próximos anos da jornada escolar dos estudantes. Contudo, este conteúdo dificulta um entendimento imediato, pois o aluno precisa pensar de forma abstrata como uma letra representa um valor numérico. Tal perspectiva tornou-se um desafio a ser vencido e sentiu-se a necessidade, para essa temática, do emprego de um material que trouxesse o abstrato de forma “palpável” para a compreensão dos alunos. Nesse sentido, a introdução do conteúdo deu-se através da utilização de um instrumento confeccionado por esse autor, conhecido como balança de duas bandejas. Este material foi construído em madeira com uma base sólida medindo aproximadamente 30 cm de comprimento por 15 cm de largura e 2,5 cm de altura. Também possuía duas hastes paralelas perpendiculares à base e com distância entre elas de aproximadamente 5 cm e altura de 60 cm. Próximo ao limite da altura, foi colocado um distanciador transpassante entre as hastes paralelas, sendo um parafuso sextavado de 8 cm de comprimento, ao qual foi acoplado 6 porcas e 6 arruelas para sustentarem uma barra perpendicular ao topo das hastes. Esta barra foi centrada no meio com uma furação e transpassada pelo parafuso, o que garantia o equilíbrio da barra. Foram feitas nas pontas da barra uma furação em cada extremidade e nestas furações anexou-se uma bandeja, as quais ficaram suspensas por correntes de mesmo peso e medida. Ao utilizar este material, em sala de aula, buscou-se desenvolver o conteúdo de forma mais visível. Para trabalhar as equações representadas através da balança foi utilizado caixinhas com a escrita “x”, representando um incógnita. Dentro das caixinhas colocou-se pesos representados com balões contendo areia dentro e previamente pesados numa balança de precisão, que foram dispostos nas bandejas buscando sempre o equilíbrio entre as bandejas e posteriormente trabalhado que quando operamos da mesma forma nas duas bandejas, a igualdade se mantém, exemplificadas na Figura 2. O objetivo desta atividade era a de resolver as equações propostas através do equilíbrio da balança com duas bandeja.
Figura 2: Imagem da Balança com as caixinhas e os pesos
A atividade serviu como um material concreto para trabalhar um conteúdo
que de forma comum é apresentado como um conteúdo abstrato, facilitando a compreensão e entendimento não só naquele momento, mas também nas aulas posteriores. Nas retomadas do conteúdo, evidenciou-se que a utilização deste material mostrou-se eficaz na resolução de problemas que envolviam equações de primeiro grau, pois era possível demonstrar o desenvolvimento das equações.
Figura 3 : Imagem da representação da equação: x + 3 = 5
Com o desafio de continuar trabalhando com equações, foi utilizado o Jogo
da Memória, um jogo de construção própria e de regras já difundidas entre os alunos, composto de fichas plastificadas contendo equações e outras fichas contendo respostas das equações, como mostra a Figura 4. Ao manipular este material, procurou-se consolidar os conceitos estudados até o momento. Quando proposto o uso do jogo perante a turma, foi perceptível a empolgação e motivação diante de mais uma abordagem que se diferencia dos métodos tradicionais de aplicação de listas de exercícios. Os alunos foram divididos em pequenos grupos e foram espalhados diversos jogos da memória, o aumento do interesse foi imediato. Além de socializarem e interagirem uns com os outros, houve um ganho na aprendizagem e um aumento na motivação em participar e resolver as equações, o que por consequência auxiliou no processo de aprendizagem. Figura 4: Jogo da Memória
Sabemos da importância do aprendizado da matemática na vida dos
estudantes. Ao tratarmos dos conteúdos trabalhados como proporcionalidade, entendemos quão vastas serão as experiências dos estudantes e as diversas oportunidades aos quais empregaram os conhecimentos adquiridos. Seja na organização de suas próprias finanças, onde é primordial compreender os conceitos de proporcionalidade para uma melhor avaliação no momento de analisar diferentes condições que envolvam o melhor custo benefício. Ou a proporcionalidade também estará presente quando o estudante analisar grandezas relacionadas a distância, tempo e velocidade, podendo associar os resultados esperados às suas necessidades. Estará presente na culinária, no preparo de seu prato saboroso quando precisar realizar os ajustes necessários para adequar uma receita a quantidade a ser servida. Na saúde, na alimentação com proporções de consumo de alimentos e ingestão calórica. Na adaptação de uma receita médica no uso de medicamentos onde deve-se observar idade, peso ou outra proporcionalidade. Estará presente na engenharia, na arquitetura, no design, na ciência, a proporcionalidade estará presente numa infinidade de momentos de sua vida, portanto, essa habilidade matemática é um fator importantíssimo e está diretamente relacionado às escolhas diante das oportunidades que aparecerão na vida do estudante. Assim como a proporcionalidade, a habilidade matemática que envolve equações de primeiro grau também exerce uma aplicação significativa na vida prática dos estudantes. Tais habilidades são empregadas não só como pré -requisito para conteúdos posteriores, como aparecerão em diversos contextos. Sendo essencial nas resoluções envolvem o desenvolvimento do pensamento analítico, interferindo na capacidade do desenvolvimento lógico e principalmente instigar o aluno a pensar, ensinar que em sua vida diversos problemas podem ser solucionados a partir de uma modelagem ao qual será utilizado os conhecimentos adquiridos com a resolução de problemas, através do emprego de equações de primeiro grau que influencia, na prática, na capacidade do estudante de tomar decisões. Quando desenvolvemos atividades com a proposta de estudar proporcionalidade, os estudantes conseguiram identificar e compreender relações entre grandezas diretamente e inversamente proporcionais, suas propriedades, identificar e realizar aplicações práticas, também conseguiram observar, compreender e calcular a constante de proporcionalidade. Quando desenvolvemos atividades com a proposta de estudar equações de primeiro grau, fortalecemos o entendimento de igualdade, os estudantes exerceram operações básicas utilizando incógnitas e aplicando propriedades de simplificação, identificaram e realizaram a resolução de problemas através de diferentes métodos, modelaram situações da vida prática através de equações de primeiro grau e desenvolveram o raciocínio lógico na resolução de problemas do cotidiano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escolha de uma turma com características específicas desfavoráveis
possibilitou enfrentar desafios que servirão de experiências e que serão consideradas ao longo da vida profissional. A percepção de que é possível realizar um aprendizado significativo para o aluno de tal forma que os conteúdos aplicados em aula façam sentido e contribua para uma melhor compreensão do mundo, desenvolvendo nele as habilidades de resolver problemas do cotidiano e os futuros desafios da vida. Diante disto, ao conseguir auxiliar os alunos a alcançarem os objetivos propostos o professor concorre a uma plenitude de satisfação profissional, aflorando em si a essência do significado da profissão docente. Logo, é um imenso desafio conseguir realizar um aprendizado significativo para os estudantes, de tal forma que os conteúdos aplicados remetam a fazer sentido na vida de cada um. Porém, a satisfação profissional de poder fazer a diferença na vida de alguém é um sentimento profundamente significativo, pois quanto maior a diferença a ser realizada na vida desses estudantes, maior também a satisfação. Entretanto, para alcançar esse objetivo exige um empenho peculiar e uma percepção de todos os momentos em sala de aula e suas respectivas atitudes e consequências. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,
2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF,
1998.
BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm. Acesso em: 25 nov. 2023.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Ausubel, D. P. (2012). Aprendizagem significativa: a teoria e suas implicações
educacionais (3ª ed.). São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária
BOURDIEU, Pierre. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de
ensino. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2014
Libâneo J (2001). O professor e a construção da sua identidade profissional. In
J. Libâneo (Ed.), Organização e gestão da escola: teoria e prática (pp. 62-71). Goiânia: Alternativa.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 56. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.