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CRIMES
CONTRA O
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Disciplina: Direito Penal Esquematizado
Tema: Crimes contra o patrimônio
(arts. 155 a 183 do Código Penal)
SUMÁRIO
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Tema: Crimes contra o patrimônio
(arts. 155 a 183 do Código Penal)
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(arts. 155 a 183 do Código Penal)
CAPÍTULO I
# - há crime no caso do “batedor de carteira” que erra o bolso da vítima, escolhendo o bolso
vazio?
R: no caso de apenas errar o bolso, isto é, escolhendo um bolso sendo que a carteira
se encontra o outro, haverá tentativa de furto, já que o patrimônio da vítima foi colocado em
risco. Entretanto, no caso da vítima não estar portando a carteira, será hipótese de crime
impossível.
Ação Penal: ação penal pública incondicionada, observada as exceções do art. 182 do
CP.
O critério para definir repouso noturno é variável, não se identificando com a noite,
mas sim com o tempo em que a cidade ou local costumeiramente recolhe-se para o repouso
diário. Assim, repouso noturno pode ser todo o período em que, à noite, pessoas se recolhem
para descansar.
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Conforme acima, além de se tratar de energia elétrica, deve possuir valor econômico.
Não obstante, a finalidade do agente deve ser a subtração de energia. Nesse sentido, após muita
discussão, o STF entendeu ser atípico (não é crime) a ligação clandestina de sinal de TV a cabo,
vez que o objeto pretendido não seria a energia, tampouco seria esta a finalidade do agente,
mas sim o mero desfrute de canais (vedação de analogia in malam partem).
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Chave falsa é todo o instrumento, com ou sem forma de chave, destinado a abrir
fechaduras (ex: michas, grampos, pregos, arame, etc.).
Basta que o furto seja praticado por duas ou mais pessoas, coautores ou partícipes.
Trata-se do crime de furto capaz de gerar perigo comum à qualquer pessoa que esteja
nas proximidades, diante do emprego de explosivo. Pela pena, posse ser passada a falsa
impressão de se tratar de nova lei gravosa. Ao contrário, a nova lei beneficia criminosos que
praticaram anteriormente tal comportamento pois, antes da Lei nº 13.654/2018, o agente
responderia pelos crimes de furto qualificado em concurso formal impróprio com o crime de
explosão majorada. Eis a síntese de tal transição legislativa:
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Aqui, o agente deve conseguir transportar o veículo automotor para outro Estado ou
para o exterior, pois, do contrário, na hipótese de ser interceptado pela polícia antes de
ultrapassar as fronteiras do respectivo Estado, responderá por furto simples (ou qualificado,
dependendo do caso), não sendo hipótese de tentativa da presente qualificadora.
Diversamente do que ocorre com a qualificadora do §4-A, aqui a finalidade foi punir o
criminoso antes mesmo de utilizar o explosivo para furtar, pois pune-se o próprio furto do
artefato explosivo, objetivando prevenir futura utilização da explosão para a subtração
patrimonial alheia.
Nova qualificadora e majorantes introduzidas pela Lei nº 14.155/2021 (§§ 4º-B e 4º-
C):
Trata-se do crime de furto que ocorre de forma eletrônica por meio de invasões (vírus,
acessos não autorizados, programas maliciosos, etc.
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CAPÍTULO II
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
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Bem jurídico tutelado: sendo crime complexo, tutela ao mesmo tempo o patrimônio
e a liberdade individual da vítima.
Sujeitos do crime: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum), bem como
o sujeito passivo também pode ser qualquer pessoa (crime comum).
Conduta: podemos dividir o roubo em duas espécies, sendo roubo próprio (caput) e
roubo impróprio (§1º), no roubo próprio, o agente, visando apoderar-se do patrimônio alheio,
utiliza de (a) violência; (b) grave ameaça; (c) ou qualquer outro meio capaz de impossibilitar a
vítima de resistir ou defender-se. Já no roubo impróprio, o agente usa da violência ou grave
ameaça não para subtrair a coisa, mas para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa já apoderada. Ex1: violência exercida contra o guarda-noturno quando o agente, já
carregando o produto do crime, desperta a atenção do policial. Ex2: o agente, já tendo
escondido a coisa subtraída, volta ao local da subtração para apanhar um documento que deixou
cair e pode servir de identificação, praticando a violência contra aquele que o encontrou.
Voluntariedade: é o dolo.
Consumação e tentativa: em relação ao roubo próprio, consuma-se com o
apoderamento do bem e a tentativa é admissível. No roubo impróprio, consuma-se com o
emprego da violência contra a pessoa ou grave ameaça, sendo que prevalece não ser possível a
tentativa, uma vez que caso não ocorra a violência ou grave ameaça estaremos diante do crime
de furto.
Ação Penal: ação penal pública incondicionada.
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“Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade”
Trata-se dos casos em que, por conta da extorsão, resultar lesão corporal de natureza
grave ou morte à vítima, cabendo as mesmas considerações feitas ao roubo.
“Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos”.
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CAPÍTULO III
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(arts. 155 a 183 do Código Penal)
“Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo
de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais
de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se
procede mediante queixa”.
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(arts. 155 a 183 do Código Penal)
CAPÍTULO IV
A pena será de detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena
correspondente à violência, se o crime for cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime
mais grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de
serviços públicos ou sociedade de economia mista;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima.
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“Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164,
somente se procede mediante queixa”.
CAPÍTULO V
“Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”.
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Bem jurídico tutelado: patrimônio de todos aqueles que fazem parte do sistema de
seguridade, mais precisamente o previdenciário.
Sujeitos do crime: sujeito ativo é a pessoa que tem o dever legal de repassar à
Previdência Social a contribuição recolhida dos contribuintes (crime próprio). O sujeito passivo
é a Previdência Social, podendo concorrer com ela os próprios segurados lesados (crime
próprio).
Conduta: deixar de repassar à Previdência Social os valores recolhidos dos
contribuintes no prazo e forma legal (previdência oficial) ou convencional (previdência privada).
Voluntariedade: é o dolo.
Consumação e tentativa: o STF decidiu que trata-se de crime material, consumando-
se a partir do momento em que a contribuição deixa de ser repassada, verificando-se o
locupletamento do agente e o prejuízo à previdência.
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(arts. 155 a 183 do Código Penal)
Perdão judicial:
Art. 169 – APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA DA
NATUREZA
“Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota
a que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de quinze dias”.
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“Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º”.
Ou seja, Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa apropriada, o juiz pode substituir
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.
CAPÍTULO VI
Art. 171 – ESTELIONATO
“Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de
réis”.
Bem jurídico tutelado: patrimônio, aviltada pela prática de atos enganosos pelo
agente.
Sujeitos do crime: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). O sujeito
passivo pode ser qualquer pessoa, desde que com capacidade para ser iludida (crime comum).
Conduta: pune-se aquele que, por meio de astúcia, mentira, esperteza, procura
despojar a vítima de seu patrimônio fazendo com que esta entregue a coisa visada
espontaneamente, evitando, assim, retirá-lo por meios violentos.
Voluntariedade: é o dolo.
Consumação e tentativa: tratando-se de crime material, consuma-se com a obtenção
da vantagem ilícita. A tentativa é admissível.
Privilegiadora:
Modalidades equiparadas: anuncia o §2º do art. 171 que “nas mesmas penas incorre
quem”:
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Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo,
a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude eletrônica
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é
cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio
eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.
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Majorantes de pena:
Ação penal:
“Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas”.
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Sujeitos do crime: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). O sujeito
passivo pode ser qualquer pessoa em situação de ingenuidade (crime comum).
Conduta: a ação nuclear se consubstancia na conduta de abusar, isto é, tirar vantagem,
prevalecer-se das condições de inexperiência, simplicidade ou inferioridade mental de outrem,
induzindo-o à prática de jogo ou aposta ou à especulação.
Voluntariedade: é o dolo.
Consumação e tentativa: sendo crime formal, o crime se consuma com a prática, pelo
induzido, do jogo, aposta ou especulação, dispensando-se a vantagem visada pelo agente. A
tentativa é possível.
Ação penal: ação penal pública incondicionada.
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CAPÍTULO VII
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“§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre
o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as
penas”.
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Majorante (§6º):
Obs: aqui, valem as mesmas considerações feitas no §6º do art. 155 do CP (furto de
semovente domesticável de produção), sendo que a única diferença reside no núcleo do tipo,
pois aqui trata-se de receptação.
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“Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título,
em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
ou natural”.
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