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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE VALENÇA

CURSO – ADMINISTRAÇÃO

MAURÍCIO OLIVEIRA DA SILVA

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO:


PREPARANDO AS CONDIÇÕES PARA A MODERNA EPRESA

VALENÇA
2016
MAURÍCIO OLIVEIRA DA SILVA

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO:


PREPARANDO AS CONDIÇÕES PARA A MODERNA EPRESA

Artigo apresentado como requisito parcial

da Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica,

á Prof. Márcia Bezerra, do Curso de Administração


da Factiva.

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE VALENÇA


Discente: MAURÍCIO OLIVEIRA DA SILVA

Curso: ADMINISTRAÇÃO

Data: 24/ 04/ 16

Disciplina: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Docente: MÁRCIA BEZERRA

RESENHA CRÍTICA

1. OBRA ANALISADA:

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 7ª Ed. São


Paulo: Campus, 2004.

2. CREDENCIAIS DO AUTOR:

Presidente do Instituto Chiavenato e conselheiro do CRA/SP, Idalberto Chiavenato é


reconhecido e prestigiado pela excelência de seus trabalhos em Administração e em Recursos
Humanos, não só pela sua produção e contribuição literária, mas principalmente pela
influência na definição e aplicação de modernos e inovadores conceitos administrativos
aplicados às organizações bem-sucedidas. É um dos autores nacionais mais conhecidos e
respeitados na área de Administração de Empresas e Recursos Humanos. Doutor e Mestre em
Administração pela City University of Los Angeles-CA, EUA, especialista em Administração
de Empresas pela FGV-EAESP, graduado em Filosofia/Pedagogia, com especialização em
Psicologia Educacional pela USP e em Direito pela Universidade Mackenzie. Foi professor
convidado da EAESP-FGV e de várias universidades no exterior. Sua extensa bibliografia
abrange mais de 30 livros de grande destaque no mercado, além de uma infinidade de artigos
em revistas especializadas. Publicou 17 livros sobre Administração e Recursos Humanos
traduzidos para a língua espanhola. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de
Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração
Geral e de Recursos Humanos.

3. OBJETIVO DO AUTOR:
O objetivo do autor no presente capítulo (Antecedentes históricos da administração), desta
obra é proporcionar ao leitor um aprendizado a respeito das origens do surgimento do
pensamento administrativo, através da retratação de como e quem se preocupavam com a
administração ajudando a contribuir de alguma forma para o desenvolvimento da mesma
desde a antiguidade até o século XX.

Escrito em linguagem simples e adequada ao padrão da norma culta, o autor faz uma ligação
entre as influências dos colaboradores para o surgimento e respectivo desenvolvimento do
pensamento administrativo, como por exemplo: a influência dos filósofos, da organização
eclesiástica, da organização militar e dos economistas liberais. Além disso, ele descreve como
a Revolução Industrial influenciou de forma significativa na Administração devido ao
fabuloso crescimento econômico que a mesma proporcionou, contribuindo para o surgimento
de empresas modernas através da influência mental dos importantes pioneiros industriais e
dos empreendedores da época.

Por sua didática, o capítulo é altamente importante para os estudantes de Administração


compreenderem um pouco do contexto histórico envolvido por trás do curso que está se
estudando.

4. IDÉIAS CENTRAIS DO CAPÍTULO:

A Administração não possui uma história muito antiga em seu contexto geral, mas apesar
disso não deixa de ser muito interessante. Nos primórdios da sua história o seu
desenvolvimento ocorreu de forma muito retardada devido ao fraco desenvolvimento que
existia nas respectivas épocas dos seus influenciadores em que as organizações eram poucas e
pequenas, por conta disso somente a partir do século XX, com os inúmeros avanços na
pesquisa científica, que pôde notar-se o seu desenvolvimento impressionante. A
Administração recebeu importantes e significativas influências filosóficas, dentre elas
destaque para, Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), que salienta à Administração como uma
habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência; Aristóteles (384 a.C. –
322 a.C.), com a publicação do livro Política, em que ele distingue as três formas de
administração, são elas: Monarquia, Aristocracia e Democracia; e Thomas Hobbes (1588 –
1679), que defendia que a ausência da implantação de um governo absolutista com uma visão
pessimista da humanidade levaria os indivíduos a viver em guerra e conflitos intermináveis.
Motta e Vasconcelos (2006) salientam que a principal influência para o desenvolvimento do
pensamento administrativo foi à consolidação da estrutura burocrática, a qual foi essencial
para o processo de modernização da sociedade.

“O pensamento administrativo surge com base na consolidação da lógica de mercado e na


consolidação das estruturas burocráticas como forma de organização do trabalho humano com
o objetivo inicial de aumentar a produtividade e gerar lucro. Dessa forma, o pensamento
administrativo evoluiu segundo os estudos empíricos sobre o funcionamento da burocracia e
de suas disfunções” (MOTTA e VASCONCELOS, 2006, p.3).

Não se pode deixar de ressaltar a influência da Igreja Católica com a sua organização
estruturada em uma hierarquia de autoridade composta pelo estado-maior (assessoria) e a
coordenação funcional que serve para assegurar integração.
“A partir do século XVIII, a Igreja Católica romana consolidou-se como organização
burocrática e, na China, encontramos a predominância de estruturas burocráticas desde a
época Shi-Hoang-Ti (século XIV). Na Europa, a burocracia moderna se desenvolveu sob a
proteção do absolutismo real no começo da era moderna, em meados do século XV”
(MOTTA e VASCONCELOS, 2006, p.9).

A organização militar contribuiu através da implantação da organização linear, para comandar


os exércitos, e da implantação dos princípios da unidade de comando e de direção. Outro
importante fator influenciador do pensamento administrativo foi a Revolução Industrial nas
suas duas fases, “A máquina transformou-se no foco central do processo produtivo” (MOTTA
e VASCONCELOS, 2006, p.18), para Chiavenato (2004, p.33 “(...) modificou completamente
a estrutura social e comercial da época provocando profundas e rápidas mudanças de ordem
econômica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores do que todas as
mudanças ocorridas no milênio anterior”, “A mecanização do trabalho levou à divisão do
trabalho e à simplificação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas
automatizadas e repetitivas que podiam ser executadas por operários sem qualificação e com
facilidade de controle.” (CHIAVENATTO, 2004, p.35). Segundo Hunt e Sherman (1972,
apud, MOTTA e VASCONCELOS, 2006, p.18): “Um dado que revela esse crescimento sem,
precedentes é o fato de que a produção de máquinas, navios, e produtos químicos empregava
em 1881, na Inglaterra, o dobro de indivíduo que em 1841.” Já a influência do liberalismo
econômico na construção das idéias relacionadas à administração, desenvolveu-se a partir de
século XVII com o surgimento de diversas teorias econômicas voltadas para explicar os
fenômenos empresariais e as experiências cotidianas adquiridas no comércio da época,
segundo Chiavenato (2004, pg. 36) “Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que
possuem caráter eterno.”, para Locke ( apud, MOTTA e VASCONCELOS, 2006, p.27), o
direito à propriedade individual seria decorrente do direito inato e sagrado que o homem tem
de possuir os frutos do uso de suas mãos e do seu corpo por meio de seu trabalho. A
propriedade da sua força de trabalho e seus frutos é um direito natural básico, dessa forma,
deve ser respeitado e não pode ser alienado pelo poder central. Chiavenato (2004), salienta
que de acordo com o liberalismo a vida econômica deve se afastar da influência do estado,
pois dessa forma os operários ficariam à mercê dos patrões, em que os mesmos seriam os
donos dos meios de produção, a esse respeito, Motta e Vasconcelos (2006), expressam que o
ser humano no começo era visto como um ser simples e previsível, cujo comportamento não
variava muito, e devido a isso, Adam Smith (1776, apud, MOTTA e VASCONCELOS, 2006,
p.26), justificava que o interesse em maximizar o ganho individual faz com que os agentes
econômicos – produtores, consumidores e trabalhadores – procurem alternativas mais
racionais de ganhos em um mercado competitivo. O mercado agiria como uma “mão
invisível”, canalizando as motivações egoístas e interesseiras dos homens para atividades
mutuamente complementares. Para Chiavenato (2004, p.36), “As idéias básicas dos
economistas clássicos liberais constituem os genes iniciais do pensamento administrativo de
nossos dias”. O liberalismo econômico ocorreu durante o período de desenvolvimento da
economia capitalista baseada na livre concorrência e no individualismo, segundo Hobbes
(1651, apud, MOTTA e VASCONCELOS, 2006, p.26), todas as motivações humanas
originava-se do desejo por tudo que promovesse o “impulso vital” do organismo humano.
Logo, o ser humano era basicamente egoísta, buscando a satisfação de seus próprios desejos.
Com o tempo o capitalismo foi ganhando força e o liberalismo foi perdendo influência. A fim
de reduzir os conflitos com os patrões e a classe proletariada, o socialismo e os sindicatos no
início do século XX obrigaram o capitalismo a aperfeiçoar os seus fatores de produção,
adequar as suas renumerações e melhoras as suas condições de trabalho, isso contribuiu
profundamente para o surgimento das primeiras empresas capitalistas e para os processos de
racionalização do trabalho. Motta e Vasconcelos (2006) reforçam que nesse período, alguns
membros das elites conservadoras esclarecidas da época se preocupavam com as dificuldades
enfrentadas pelos trabalhadores das indústrias, em que Robert Owen (1771-1858) e sua
fábrica em New Lanark tornassem-se conhecidos em toda a Europa, por ter proporcionado
boas condições de trabalho ao operariado. Dentro dessa perspectiva a influência dos
empreendedores e pioneiros industriais posteriores como John D. Rockefeller (1839-1937),
Carnegie (1835-1919), Gustavus Swift (1839-1903), entre outros formaram o chamado
“capitães de indústrias”, surgindo primitivos impérios industriais com a conseqüente aparição
dos gerentes profissionais e dos primeiros organizadores profissionais da empresa, tanto esse
como outros fatores dos pioneiros industriais contribuíam para oferecer condições para o
surgimento da Teoria Administrativa.

5. APRECIAÇÃO CRÍTICA DA OBRA:

Pelo contexto das informações contidas, percebe-se que a abordagem de Chiavenato (1936)
sobre os antecedentes históricos da administração é extremamente benéfica e iportante para
estudantes, pesquisadores e profissionais da área administrativa ou qualquer profissão
relacionada a ela. O presente capítulo nos proporcionou o aprendizado das origens da criação
do pensamento administrativo, fator esse que é muito importante para sabermos e darmos
mais valor a quem primordialmente se prontificou em pensar e agir de forma cordial para que
hoje pudesse existir a profissão. Pôde se perceber quem influenciou, de qual maneira
influenciou e quais foram os resultados das suas influências. Fato de grande relevância é que
o autor, além das informações sobre o tema, enriquece o assunto com dicas e exercícios sobre
o mesmo, facilitando e auxiliando na aprendizagem do leigo leitor. Escrita em linguagem
clara e objetiva, Chiavenato (1936) nos permite perceber que o administrador deve aceitar a
incerteza e planejar de maneira a minimizar seus efeitos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
Motta, Fernando Cláudio Prestes; Vasconcelos, Isabella F. Gouveia de. Teoria Geral da
Administração - EDITORA: Thomson Learning - 3ª Ed. 2006

Idalberto Chiavenato. Introdução à Teoria Geral da Administração Sétima ediçã o,


Totalmente Revista e Atualizada - 7ª ediçã o, 2004 – EDITORA Elsevier - Campus

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