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AULA 3

Antecedentes Históricos da Administração

Profª.: Nazaré da Silva Dias Ferrão


Tópicos abordados
Antecedentes Históricos da Administração
► Os primórdios da Administração

► Influência dos filósofos.

► Influência da organização da Igreja Católica.

► Influência da organização militar.


Disciplina: TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Conteúdo: Antecedentes Históricos da Administração

Profª.: Nazaré da Silva Dias Ferrão


Os Primórdios da Administração
► A administração é uma ciência jovem com pouco mais de 100 anos. Sua história é recente,
pois ela é um produto típico do século XX.
►Na verdade, a administração é o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de
vários precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários, que, no decorrer
dos tempos, foram, cada qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas
obras e teorias.
►A administração moderna utiliza conceitos e princípios empregados nas ciências matemáticas
(a estatística), nas ciências humanas (psicologia, sociologia, educação, etc.), nas ciências
físicas (física, química, etc.), no direito, na engenharia, na tecnologia da informação, etc.
►De maneira simples e improvisada, alguns princípios elementares de administração foram
utilizados desde tempos imemoriais para resolver problemas de organização do trabalho, de
cidades e de pessoas. Tendo Jetro, o precursor dos consultores de administração modernos.
Os Primórdios da Administração
►Referências pré-históricas acerca das magníficas construções erigidas durante a Antiguidade,
no Egito, na Mesopotâmia e na Assíria, testemunharam a existência, em épocas remotas, de
dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em
monumentais obras que perduram até os dias atuais, como as pirâmides do Egito. Os papiros
egípcios de 1300 a.C. já indicam a importância da organização e da administração da burocracia
pública no Antigo Egito. Na China, as parábolas de Confúcio sugerem práticas para a boa
administração pública.
►A Ciência da Administração surgiu somente no início do século XX, em que A Teoria Geral da
Administração (TGA) é uma área nova e recente do conhecimento humano.
► Para que ela surgisse, foram necessários séculos de preparação e antecedentes históricos
capazes de permitir e viabilizar as condições indispensáveis ao seu aparecimento.
►O mundo ainda passaria por mudanças inicialmente lentas e pequenas, como se a velocidade
delas fosse passando por marchas gradativamente mais rápidas até chegar aos tempos atuais.
Foi, sem dúvida, um caminho longo e difícil.
Antecedentes Históricos da Administração
►Os prenúncios da Administração moderna foram aparecendo aos poucos e com impressionante
lentidão, que somente a partir do século XX é que ela surgiu e explodiu em um desenvolvimento de
notável pujança e inovação.
►Uma das razões para tanto é que, nos dias de hoje, a sociedade típica dos países desenvolvidos é
pluralista de organizações, e a maior parte das obrigações sociais (produção de bens ou serviços
em geral) é confiada a organizações (indústrias, universidades e escolas, comércio, comunicações,
serviços públicos, etc.) que precisam ser administradas para se tornarem mais eficientes e eficazes.
►Antes de meados do século XIX, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram
poucas e pequenas; predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas
escolas, profissionais autônomos – médicos, advogados e artistas que trabalhavam por conta
própria –, lavradores, o armazém da esquina, etc. Embora o trabalho exista desde sempre na
história da humanidade, as organizações e sua administração teve seu início há pouco tempo.
►Na verdade, para chegar à administração de hoje foi necessária uma longa e progressiva jornada,
que será vista a seguir.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência dos Filósofos
Desde a Antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais de Administração.

►Sócrates (470-399 a.C.), o filósofo grego, em sua discussão


com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a
administração como uma habilidade pessoal separada do
conhecimento técnico e da experiência.
►Platão (429-347 a.C.), filósofo grego discípulo de Sócrates,
analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do
desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra
A República , expõe a forma democrática de governo como a
preferida na administração dos negócios públicos.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência dos Filósofos
Desde a Antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais de Administração.
►Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, foi o filósofo mais influente até o início da
Idade Moderna. Deu impulso inicial à filosofia, à cosmologia, à nosologia, à metafísica, à
lógica e às ciências naturais, abrindo as perspectivas do atual conhecimento humano.
► Em Política, que versa sobre a organização do Estado, Aristóteles distingue as três formas
de administração pública:
1. Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania).
2. Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia).
3. Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia).
.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência dos Filósofos
Desde a Antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais de Administração.
►Durante os séculos que vão da Antiguidade ao início da Idade Moderna, a filosofia voltou-se para uma
variedade de preocupações gradativamente distanciadas dos problemas administrativos.

►Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo político inglês, defende o


governo absoluto em função de sua visão pessimista da humanidade.
Na ausência do governo, os indivíduos tendem a viver em guerra
permanente e conflito interminável para obtenção de meios de
subsistência.
►No seu livro O Leviatã, assinala que o povo renuncia a seus direitos
naturais em favor de um governo que, investido do poder a ele
conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz.
►O Estado representa um pacto social que, ao crescer, alcança as
dimensões de um dinossauro, ameaçando a liberdade dos cidadãos.
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Influência dos Filósofos
Desde a Antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais de Administração.

►Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)


▪ Desenvolveu a Teoria do Contrato Social
▪ O Estado surge a partir de um acordo de vontades.
▪ Contrato social é um acordo entre os membros de uma
sociedade pelo qual reconhecem a autoridade de um
governo, regime político ou conjunto de leis ou regras sobre
todos de modo igual.
▪ Para Rousseau, o homem é bom e afável por natureza, e a vida
em sociedade é que o deturpa.
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Influência dos Filósofos
Desde a Antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais de Administração.
►Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820--1895)
▪ Propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do Estado nada mais são do que o fruto
da dominação econômica do homem pelo homem.
▪ O Estado vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora.
▪ No Manifesto Comunista, publicado em 1840, afirmam que a história da humanidade é uma história da luta de
classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos – exploradores e
explorados – sempre mantiveram uma luta oculta ou manifesta. Marx afirma que os fenômenos históricos
constituem o produto das relações econômicas entre os homens.
▪ O marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do desenvolvimento econômico da
sociedade em oposição a ideais metafísicos. Pena que suas ideias tenham sido mal aproveitadas.
▪ A partir da filosofia moderna, a administração deixou de receber suas contribuições e influências, pois o campo
de estudo filosófico passou a se afastar dos problemas organizacionais.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência da Organização da Igreja Católica
► Com a queda do Império Romano em 476 d.C., a Igreja Católica passou a ser a maior organização
de sua época.
►Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização pública foram se
transferindo das instituições dos Estados (como Atenas, Roma, etc.) para as instituições da Igreja
Católica e da organização militar.
►Essa transferência aconteceu lentamente, porque a unidade de propósitos e objetivos – princípios
fundamentais na organização eclesiástica e militar – nem sempre é encontrada na ação política
que se desenvolvia nos Estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido, dirigente ou
classe social.
► A Igreja Católica estruturou sua organização com uma hierarquia de autoridade, um Estado-maior
(assessoria) e uma coordenação funcional para assegurar integração. A organização hierárquica da
Igreja é simples e eficiente. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as
demais organizações que, ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a incorporar os
princípios e as normas utilizados pela Igreja Católica.
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Influência da Organização Militar
►A organização militar influenciou poderosamente o aparecimento das teorias da administração.
►O general filósofo chinês Sun Tzu (544-496 a.C.) – ainda reverenciado –em seu livro sobre a arte da
guerra, no qual trata da preparação dos planos, da guerra efetiva, da espada embainhada, das
manobras, da variação de táticas, do exército em marcha, do terreno, dos pontos fortes e fracos do
inimigo e da organização do exército. As lições de Sun Tzu ganharam versões contemporâneas de
muitos autores e consultores.
► Na Antiguidade e na Idade Média, a organização militar dos exércitos já utilizava a chamada
estrutura linear. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um
superior) é o núcleo das organizações militares. A escala hierárquica – ou seja, os escalões
hierárquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade – é um aspecto típico da
organização militar utilizado em muitas organizações de hoje. À medida que o volume de operações
militares aumenta, cresce também a necessidade de se delegar autoridade para os níveis mais
baixos da organização militar.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência da Organização Militar
►Na época de Napoleão Bonaparte (1769-1821), cada general,
ao chefiar seu exército, cuidava da totalidade do campo de
batalha. Com as guerras de maior alcance e de âmbito
continental, o comando das operações exigiu novos princípios
de organização e um planejamento e controle centralizados
em paralelo com operações de campo descentralizadas. Com
isso, passou-se à centralização do comando e à
descentralização da execução das operações militares.

►Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, que preceitua que todo soldado
deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. Mesmo Napoleão
Bonaparte, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar seu
objetivo e certificar-se de que havia sido compreendido corretamente, pois estava convencido de que
a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente.
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Influência da Organização Militar
►O general prussiano Carl von Clausewitz (1780--1831) é considerado o pai do pensamento
estratégico. No início do século XIX, ele escreveu um tratado sobre a guerra e os princípios de guerra
e sobre como administrar os exércitos em períodos de guerra.
✓ Definiu a guerra como continuação da política e que ela sempre foi um jogo. Embora cruel e destruidora,
sempre foi uma instituição normal da sociedade humana e um instrumento racional de política.
✓ E ainda considerava a disciplina um requisito básico para uma boa organização. Para ele, a organização
requer um cuidadoso planejamento, no qual as decisões devem ser científicas, e não apenas intuitivas. O
administrador deve aceitar a incerteza e planejar de maneira a minimizar seus efeitos.
►O conceito de hierarquia na organização militar é tão antigo quanto a própria guerra, assim como, o
Estado-maior formal, princípio de assessoria e a formação de um Estado-maior, e para aumentar a
eficiência de seu exército, criou um Estado-maior (staff) para assessorar o comando (linha) militar.
►Os oficiais de assessoria (staff) cuidavam do planejamento, e os de linha se incumbiam da execução
das operações de guerra.
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Influência da Revolução Industrial
►Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua posterior aplicação à
produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social
e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e
social, que, no período de um século, foram maiores do que todas as mudanças ocorridas no
milênio anterior.
► É a chamada Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas
épocas distintas:
▪ 1780 a 1860: Primeira Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.
▪ 1860 a 1914: Segunda Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade.

► A Revolução Industrial surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente e alcançou todo
seu ímpeto a partir do século XIX.
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Influência da Revolução Industrial

►A Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860) passou por quatro fases distintas:

▪ 1 FASE: Mecanização da Indústria e da Agricultura

▪ 2 FASE: Aplicação da Força Motriz à Indústria

▪ 3 FASE: Desenvolvimento do Sistema Fabril

▪ 4 FASE: Aceleramento dos Transportes e das Comunicações.


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Influência da Revolução Industrial

►A Primeira Revolução Industrial passou por quatro fases distintas:


▪ 1 fase: mecanização da indústria e da agricultura, em fins do século XVIII, com a
máquina de fiar (1767), o tear hidráulico (1769), o tear mecânico (1785) e o
descaroçador de algodão (1792), que substituíram o trabalho do homem e a força motriz
muscular do homem, do animal ou da roda de água..

▪ 2 fase: aplicação da força motriz à indústria. Com a invenção da máquina á vapor,


iniciaram-se transformações nas oficinas (que se converteram em fábricas), nos
transportes, nas comunicações e na agricultura.
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Influência da Revolução Industrial
►A Primeira Revolução Industrial passou por quatro fases distintas:
▪ 3 fase: desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina patronal ceder
lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho. Surgiu novas
indústrias substituindo a atividade rural, com a migração de massas humanas das áreas
agrícolas para as proximidades das fábricas provocou a urbanização.
▪ 4 fase: aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu (1807)
e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi
aperfeiçoada, surgindo a estrada de ferro na Inglaterra (1825), nos Estados Unidos (1829),no
Japão (1832) e propagando-se rapidamente. Outros meios de comunicação aparecem com
rapidez: com o telégrafo elétrico (1835); o selo postal na Inglaterra (1840); e com o telefone
(1876). Esboçando os primeiros sintomas do desenvolvimento econômico, social, tecnológico e
industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade
maior.
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Influência da Revolução Industrial

► A Segunda Revolução Industrial (1860) provocada por três fatos


importantes:

▪ O aparecimento do processo de fabricação do aço (1856),

▪ O aperfeiçoamento do dínamo (1873)

▪ A invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimle.


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Influência da Revolução Industrial

►As características da Segunda Revolução Industrial são as seguintes:


1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.
2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia.
3. Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador.
4. Crescente domínio da indústria pela ciência.
5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações
6. Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista
7. Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.
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Influência da Revolução Industrial
►As características da Segunda Revolução Industrial são as seguintes:
5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações: vias férreas ampliadas, construção de
automóveis na Alemanha (1880); aperfeiçoou o pneumático (1888) e Henry Ford iniciou a produção do seu
modelo T (1908). Em 1906, Santos Dumont fez a primeira experiência com o avião.
6. Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista: as firmas de sócios solidários – formas
típicas de organização comercial cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial) e que
tomavam parte ativa na direção dos negócios – deram lugar ao chamado capitalismo financeiro, que tem
quatro características principais:
▪ Dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições financeiras e de crédito, como na
formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J. P. Morgan & Co.
▪ Formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas.
▪ Separação entre a propriedade particular e a direção das empresas.
▪ Aparecimento das holding companies para coordenar e integrar os negócios.
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Influência da Revolução Industrial
►A calma produção do artesanato – em que os operários se conheciam e eram organizados em
corporações de ofício regidas por estatutos – foi substituída pelo regime de produção por meio de
máquinas, dentro de grandes fábricas. Em função disso, houve uma súbita transformação
provocada por dois aspectos:
1. Transferência da habilidade do artesão para a máquina, para produzir com maior rapidez, em maior
quantidade e com melhor qualidade, permitindo forte redução nos custos de produção.
2. Substituição da força do animal ou do músculo humano pela potência da máquina a vapor (e
depois pelo motor), permitindo maior produção e economia.
▪ A maquinização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas, e suas integrações em outras
maiores, foram se transformando em fábricas. O operário substituído pela máquina nas tarefas em que
se podia automatizar e acelerar pela repetição.
▪ O aumento dos mercados com redução de preços e popularização dos produtos, as fábrica exigiam
grandes contingentes humanos e com a mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à
simplificação das operações.
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Influência da Revolução Industrial
► A calma produção do artesanato – em que os operários se conheciam e eram organizados em
corporações de ofício regidas por estatutos – foi substituída pelo regime de produção por meio de
máquinas, dentro de grandes fábricas. Em função disso, houve uma súbita transformação.
▪ O crescimento industrial era improvisado e baseado no empirismo.
▪ A intensa migração de mão de obra agrícola se deslocava para os centros industriais, surgia um surto
acelerado e desorganizado de urbanização.
▪ O capitalismo solidificava-se e crescia uma nova classe social: o proletariado. O baixo padrão de vida, a
promiscuidade nas fábricas, os riscos de graves acidentes e os longos períodos de trabalho levaram
interação estreita entre os trabalhadores e a crescente conscientização da precariedade das condições de
vida e de trabalho, além da exploração por uma classe social economicamente favorecida.
▪ Conflitos entre a classe operária e os proprietários de indústrias não tardaram a aparecer. Alguns países
passaram a intervir nas relações entre operários e fábricas, baixando leis trabalhistas.
▪ Em 1802, o governo inglês sancionou uma lei protegendo a saúde dos trabalhadores nas indústrias têxteis,
e a fiscalização de seu cumprimento passou a ser feita voluntariamente pelos pastores protestantes e pelos
juízes locais. Outras leis foram impostas aos poucos, à medida que os problemas foram se agravando..
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Influência da Revolução Industrial

►A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial


graças a vários fatores:

1. A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média.


2. O avanço tecnológico, a aplicação dos progressos científicos na produção,
a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de
mercados.
3. A substituição do tipo artesanal por uma forma industrial de produção.
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Influência da Revolução Industrial
►A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial
O início da história da administração foi predominantemente uma história de cidades, países,
governantes, exércitos e Igreja. A Revolução Industrial provocou o surgimento das fábricas e o
aparecimento da empresa industrial e, com isso, foram observadas as seguintes mudanças na época:
▪ Aparecimento das fábricas e das empresas industriais.
▪ Substituição do artesão pelo operário especializado.
▪ Crescimento das cidades e aumento da necessidade de administração pública.
▪ Surgimento dos sindicatos como organização proletária a partir do início do século XIX. Somente a partir de
1890 alguns deles foram legalizados.
▪ Início do marxismo em função da exploração capitalista.
▪ Doutrina social da Igreja para contrabalançar o conflito entre capital e trabalho.
▪ Primeiras experiências sobre administração de empresas.
▪ Consolidação da administração como área de conhecimento.
▪ Início da Era Industrial, que se prolongou até a última década do século XX.
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Influência dos Economistas Liberais
► A partir do século XVII desenvolveu-se uma variedade de teorias econômicas centradas
na explicação dos fenômenos empresariais (microeconômicos) e baseadas em dados
empíricos, ou seja, na experiência cotidiana e nas tradições do comércio da época.
► Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguiram aceitação de
suas teorias. Essa reação para o liberalismo culmina com a ocorrência da Revolução
Francesa. As ideias liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais
perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que possuem caráter
eterno. Os direitos econômicos humanos são inalienáveis, e existe uma harmonia
preestabelecida em toda a coletividade de indivíduos. .

► Segundo o liberalismo, a vida econômica deve se afastar da influência estatal, pois o trabalho segue os
princípios econômicos e a mão de obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o mercado de
matérias-primas ou o comércio internacional. Os operários, contudo, estão à mercê dos patrões, que são os
donos dos meios de produção. A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico.
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Influência dos Economistas Liberais
► As ideias básicas dos economistas clássicos liberais são os germes iniciais do pensamento administrativo dos
dias atuais.
► Adam Smith (1723--1790) o fundador da economia clássica, cuja ideia central é a competição.
► O papel econômico do governo (além do básico, que é garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia
quando o mercado não existe ou quando deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não
ocorre competição livre.
► Smith já visualizava o princípio da especialização dos operários e já enfatizava a necessidade de se
racionalizar a produção. O princípio da especialização e o da divisão do trabalho (livro A Riqueza das Nações,
publicado em 1776).
► Para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das
tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos, que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam
desenvolver como a base fundamental da Administração Científica. Adam Smith reforçou a importância do
planejamento e da organização dentro das funções da administração.
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Influência dos Economistas Liberais
► Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), criadores do socialismo científico e do materialismo
histórico, publicaram, em 1848, o Manifesto Comunista, analisaram os diversos regimes econômicos e sociais
e a sociedade capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história: o capitalismo é um modo de
produção transitório e sujeito a crises econômicas cíclicas por causa de suas contradições internas e constitui
uma etapa do desenvolvimento da sociedade em direção ao modo de produção socialista e ao comunismo.
► O Estado é um órgão a serviço da classe dominante, cabendo à classe operária lutar por sua conquista e
implementar a ditadura do proletariado. Em 1867, Marx publicou O Capital e, mais adiante, suas teorias a
respeito da mais-valia com base na teoria do valor-trabalho.
► O socialismo e o sindicalismo obrigaram o capitalismo do início do século XX a enveredar pelo caminho do
aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos e sua adequada remuneração. Quanto maior a
pressão exercida pelas exigências proletárias, menos graves se tornaram as injustiças e mais acelerado se
configurou o processo de desenvolvimento da tecnologia.
► Neste contexto, surgiram esforços nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e processos de
racionalização do trabalho, cujo estudo metódico e exposição teórica coincidiram com o início do século XX.
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Influência dos Pioneiros e Empreendedores
► O século XIX foi permeado de inovações e mudanças no cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as
empresas também. As condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando.
► Nos Estados Unidos (1820), o maior negócio empresarial foram as estradas de ferro, empreendimentos
privados com poderosos investimentos de toda uma classe de investidores.. As ferrovias desbravaram
territórios e desencadeando a urbanização, que criou novas necessidades de habitação, alimentação,
vestuário, luz, etc; promovendo rápido crescimento das empresas voltadas para o consumo direto.
► Em 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865, John D. Rockefeller (1839-1937)
fundou a Standard Oil (Petróleo). Em 1890, Carnegie fundou o truste de aço, Swift e Armour formaram o truste
das conservas; Guggenheim, o truste do cobre; e Mello, o truste do alumínio.
► A seguir, deu início a integração vertical nas empresas. Os “criadores de impérios” passaram a comprar e a
integrar concorrentes, fornecedores ou distribuidores garantindo seus interesses, tornando-se grandes demais
a serem dirigidos por pequenos grupos familiares. Apareceram os gerentes profissionais, os primeiros
organizadores preocupados mais com a fábrica que com vendas ou compras.
► As empresas manufatureiras, compram matérias-primas e vendem produtos por meio de agentes
comissionados, atacadistas ou intermediários. Nessa época, os empresários achavam melhor ampliar sua
produção do que organizar uma rede de distribuição e vendas.
Antecedentes Históricos da Administração
Influência dos Pioneiros e Empreendedores
► Na década de 1880, a Westinghouse e a General Electric dominavam o ramo de bens duráveis e criaram
organizações próprias de vendas com vendedores treinados, dando início ao que hoje denomina-se marketing.
Ambas assumiram a organização do tipo funcional que seria adotada pela maioria das empresas americanas:
1. Departamento de produção para cuidar da manufatura de fábricas isoladas.
2. Departamento de vendas para administrar um sistema nacional de escritórios distritais com vendedores.
3. Departamento técnico de engenharia para desenhar e desenvolver produtos.
4. Departamento financeiro.
► Por volta de 1889, o capital destas empresas ultrapassava os 40 milhões de dólares em cada uma. Para
dominar novos mercados, elas acumulavam instalações e pessoal em excesso, precisando reduzidos custos
com a criação de uma estrutura funcional que coordenasse suas atividades, para reduzir os riscos de
flutuação do mercado. Os lucros iriam depender da organização e da racionalização dessa estrutura funcional.
► Entre 1880 e 1890, as indústrias passaram a controlar as suas atividades desde a matérias-primas, produção,
distribuição ao varejista ou ao consumidor final. Procurava-se maior eficiência, os meios de reduzir custos
diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado tornou-se saturado e as empresas passaram a procurar
novos mercados diversificando produtos. A estrutura funcional ficou ultrapassadas surgindo a empresa
integrada e multidepartamental.
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Influência dos Pioneiros e Empreendedores
► Na virada do século XX, grandes corporações foram a falência, para dirigir grandes empresas não era apenas
uma questão de habilidade pessoal, como os empreendedores pensavam. nestas condições surgiram os
grandes organizadores da empresa moderna. Estava chegando a era da competição e da concorrência, como
decorrência dos seguintes fatores:
▪ Desenvolvimento tecnológico, proporcionou aumento de empresas e nações concorrendo nos mercados mundiais.
▪ Livre comércio.
▪ Mudança dos mercados vendedores para mercados compradores.
▪ Aumento da capacidade de investimento de capital e elevação dos níveis de ponto de equilíbrio.
▪ Rapidez na mudança tecnológica, drasticamente torna obsoleto um produto ou reduz seus custos de produção.
▪ Crescimento dos negócios e das empresas.
► Esses fatores completam as condições propícias para a busca de bases científicas para a melhoria da prática
empresarial e para o surgimento da Teoria Administrativa. A Revolução Industrial abriu as portas para o início
da Era Industrial, que passou a dominar o mundo econômico até o final do século XX e foi o divisor de águas
entre os países industrializados (mais avançados) e os não industrializados (emergentes e subdesenvolvidos).
E igualmente, entre as organizações mais bem administradas e aquelas precariamente administradas.
Até próximo encontro!

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