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Teorias administrativas

 Objectivos: explicar e exercitar



O Significado da palavra teoria.

Organização das teorias da administração.

Principais teorias da administração da primeira
metade do século XX.

Origem das teorias modernas da administração
na Antiguidade.
Teorias administrativas
 As teorias da administração são exatamente isso:
ideias práticas que ajudam a entender e
administrar organizações.
 Uma teoria é um conjunto de proposições que
procuram explicar os factos da realidade prática.
 Em outras palavras, as teorias podem ser
descritivas(quando explicam a realidade)ou
prescritivas (quando se propõem a modificar a
realidade)
 Foisomente a partir do final do século XIX que a
administração tornou-se um corpo organizado de
conhecimentos ou teorias, assumindo a estatura de
uma disciplina com vida própria. As teorias da
administração organizam-se em escolas (ou
enfoques).
 Uma escola ou enfoque é uma linha de
pensamento a respeito das organizações e de sua
administração. Em geral, é representada por
um autor ou praticante da administração e por
seus seguidores ou colaboradores.
Ideias precursoras e pioneiros da administração

 Muitas das teorias e técnicas usadas para administrar as


organizações da actualidade são ideias que evoluíram de
práticas do passado . Países, exército e organizações religiosas
vêm há muito tempo criando soluções para lidar com recursos
e realizar objectivos.
 Entre essas e muitas outras contribuições importantes do
passado, todo estudante de administração deve conhecer
pelo menos os fundamentos das ideias dos gregos, dos
romanos e das organizações militares. Também faz parte
da moderna educação administrativa o conhecimento de
figuras como Sun Tzu e Maquiavel.
GRÉCIA
 As ideias dos gregos contam-se entre importantes contribuições para a civilização.
 Eis algumas dessas ideias:

 Democracia. Há 2.500 anos os gregos inventaram e implementaram a administração democrática de


suas cidades-estado. A democracia participativa foi uma grande inovação, numa época em que os
monarcas governavam segundo os interesses da aristocracia (o governo dos poucos que
detinham a maior parte das riquezas).

 Ética. No diálogo político, Platão defende a ideia de que a responsabilidade fundamental dos políticos
(os administradores da polis, a cidade) era promover a felicidade dos cidadãos. Administrar a
cidade segundo os princípios da ética absoluta, de acordo com os interesses dos cidadãos, é uma
proposição de todos os filósofos gregos.

 Qualidade.Entre os gregos, qualidade era o ideal da excelência, ou aretê.Excelência é a característica


que distingue algo pela superioridade em relação aos semelhantes e depende do contexto. Para o
cavalo de corrida, é a velocidade. No homem, é a superioridade moral, intelectual e física. Para
Platão, o teste básico de qualquer acção pública consistia em perguntar: isso faz os homens melhores
do que eram antes? Qualidade como sinônimo de melhor e nível mais alto de desempenho são
conceitos que continuam actuais depois de séculos.
ROMA E A IGREJA CATÓLICA
 Princípios e técnicas de administração construíram e mantiveram Roma durante seus 12 séculos de existência, como
monarquia, república e império. A capacidade de construir e manter o domínio sobre o que hoje é a Europa
comprova as aguçadas habilidades administrativas dos romanos. Também é importante lembrar que a má
administração ajudou a destruir Roma no final de seu longo período de glória. No entanto, muitas de suas
concepções ainda sobrevivem no Direito, na administração pública e na Igreja Católica.

 Construção e administração do Império. Roma apresenta o primeiro caso no mundo de Organização e


administração de um império multinacional. Para cuidar desse império, os romanos criaram diferentes tipos de
executivos: reis, imperadores, césares, cônsules, magistrados e outros.

 Gandes empresas. A tributação das cidades conquistadas era uma das principais fontws da receita do Estado. Os
colectores de impostos arrendavam o direito de recolher os impostos e assumiam a obrigação de remunerar
o Estado. Para exploraresse mercado, criaram-se grandes empresas sob a forma de sociedadess por acções.
As assembleias de acionistas escolhiam um presidente, que era assessorado por um conselho administrativo.
Havia os sócios portadores de acções, com mais direitos do que os simples investidores. As províncias,
normalmente, eram explorados de forma predatória por esses empresários.

 Igreja Católica. Á medida que o Império Romano desaparecia, outra organização de grande porte começava a
escrever sua história. A Igreja Católica herdou muitas tradições administrativas dos romanos, a começar pela
administração do território. Com suas Dioceses, províncias e vigários, a Igreja copiou não apenas o tipo de
organização geográfica, mas também a linguagem que os romanos usavam para designar os administradores
locais.
ORGANIZAÇÕES MILITARES
Exército romano. No século III a.C., o exército romano havia avançado
muito em termos de organização e já apresentava características que pouco
se modificariam nos séculos seguintes, como alistamento de profissionais,
regulamentação, burocratização, planos de carreira e organização. O que
faria do exército romano o modelo para os próximos milênios, no entanto,
era o centurião. Os centuriões formaram a primeira corporação de oficiais
profissionais da história. Comando em campanha, motivação dos
soldados e transmissão do código de disciplina eram suas
responsabilidades.
Sun Tzu e a arte da guerra. Sun Tzu é um autor chinês que escreveu no
século IV a.C. a respeito de estratégia militar. Embora a verdadeira
identidade de Sun Tzu seja objeto de polêmica, quem quer que tenha escrito
com esse nome desenvolveu, no tratado a Arte da guerra, teorias que
recomendam evitar a batalha, intimidar psicologicamente o inimigo e
usar o tempo, em vez da força, para desgastá-lo e atacá-lo quando
estivesse desprevenido. A arte da guerra é um manual de recomendações
que sobreviveu à passagem dos séculos por tratar de princípios
MAQUIAVEL

 Das muitas contribuições do Renascimento para a administração, as ideias de Maquiavel (1469-1527)


contam-se entre as mais influentes. Sua obra mais conhecida é o príncipe, na qual faz recomendações
sobre como um governante deve comportar-se. Maquiavel pode ser entendido como analista do poder e do
comportamento dos dirigentes em organizações complexas. Se tivesse vivido entre os séculos XX e XXI,
certamente seria um escritor de textos de administração e liderança. Muitas de suas ideias poderiam ser
endossadas em qualquer época sem restrições.
 Por exemplo:

 A primeira qualidade do príncipe é a qualidade dos homens que o cercam. Maquiavel acredita na
importância do trabalho de equipe como o aspecto mais relevante no trabalho do dirigente. O príncipe
deveria procurar os colaboradores individualmente mais capazes, que também soubessem trabalhar em
conjunto.

 A aprovação dos governados é essencial para o sucesso dos governantes. Não importa por qual meio o
príncipe chegue ao poder, herança ou usurpação. Qualquer tipo de governo, monárquico, aristocrático ou
democrático, depende sempre do apoio das massas.

 Independentemente de sua origem, o governante deveria, pelo exemplo pessoal, inspirar os


governados. Em situações de perigo, o príncipe deveria tentar fortalecer o moral e o espírito de seus
governados, incentivando-os com o uso de suas qualidades intangíveis de liderança.
ESCOLA CLÁSSICA DE ADMINISTRAÇÃO

 A passagem para o século XX foi um momento de grandes transformações


tecnológicas, econômicas e sociais. Foi a época em que surgiram e cresceram
empresas para fornecer, em grandes quantidades, os novos produtos que
haviam sido criados e que as pessoas desejavam: automóveis, lâmpadas
eléctricas, aparelhos de som , cinema e telefones. Nos Estados Unidos e na
Europa, as empresas industriais expandiram-se aceleradamente para fornecer
esses produtos e serviços.
 Nasceu daí a necessidade de estudar e criar soluções para lidar com as
enormes quantidades de recursos humanos e materiais de todos os tipos,
que essas empresas e os governos passaram a mobilizar. Foi essa a
origem do grande avanço que hoje conhecemos como escola clássica da
administração.
 A escola clássica tem esse nome porque suas ideias permaneceram e
continuam influenciando a prática da administração.
 Naverdade, o mundo da administração de hoje é
uma versão actualizada das ideias dessa escola,
que compreende três contribuições principais,
que ocorreram em lugares diferentes, na mesma
época: entre o final do século XIX e o início do
século XX.
O movimento da administração científica,
liderado por Frederick Taylor.
A ideia do processo administrativo, proposta
por Henri Fayol.
O tipo ideal de burocracia estudado por Max
Weber.
Taylor e a administração científica

Princípios de administração científica
 Uma das preocupações marcantes dos industriais e administração do início do século XX era
a eficiência dos processos de fabricação. A pessoa que conseguiu montar um conjunto de
princípios e as técnicas para tratar da eficiência foi Frederck Winslow Taylor, líder de um
grupo que promoveu o movimento da administração científica. Os princípios e as técnicas
criadas por esse movimento procuravam aumentar a eficiência da produção por meio
da racionalização do trabalho, para evitar o desperdício e promover a prosperidade dos
patrões e dos empregados.
 Taylor e seus colegas do movimento acreditavam que a prosperidade econômica somente seria conseguida com a maximização da
produtividade dos trabalhadores.
 PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
 Em 1903, Taylor divulgou o estudo Shop management (Administração de operações fabris), no qual propunha sua filosofia da
administração, que compreendia quatro princípios:
 I. O Objectivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custos de produção.
 II. Com esse objectivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de
executar tarefas.
 III. Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas
fossem compatíveis.
 IV. Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores, para
garantir um ambiente psicológico favorável à aplicação desses princípios.
A primeira abordagem a enfatizar a estrutura
organizacional nasceu com Henri Fayol (1841-1925),
engenheiro francês que inaugurou a abordagem
anatômica e estrutural da empresa, substituindo o
enfoque analítico concreto de Taylor por visão sintética,
global e universal.

 Fayol defendia a visão anatômica da empresa em


termos de organização formal, isto é, a síntese dos
diferentes órgãos que compõem a estrutura
organizacional, suas relações e suas funções dentro do
todo.
Princípios de administração de Fayol
 Fayol completa sua teoria com a proposição de catorze princípios que devem ser seguidos para que a administração
seja eficaz:

 I. Divisão de trabalho, a designação de tarefas específicas para cada indivíduo, resultando na especialização das
funções e separação dos poderes.

 II Autoridade e responsabilidade, sendo a primeira o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer, e a segunda,
a sanção – recompensa ou penalidade – que acompanha o exercício do poder.

 III Disciplina, o respeito asos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes.

 IV Unidade de comando, de forma que cada indivíduo tenha apenas um superior.

 V Unidade de direcção, um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo
objectivo.

 VI Subordinação do individual ao interesse geral.

 VII Remuneração do pessoal, de forma equitativa e com base tanto em factores externos quanto internos.
 VIII Centralização, o equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe, sua
capacidade de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados.

 IX Cadeia de comando (linha de autoridade), ou hierarquia, a série dos chefes desde o


primeiro ao último escalão, dando-se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para
estabelecer relações directas ( a ponte de Fayol).

 X Ordem, um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar.

 XI Equidade, o tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia
e o rigor quando necessários.

 XII Estabilidade do pessoal, a manutenção das equipes como forma de promover seu
desenvolvimento.

 XIII Iniciativa, que faz aumentar o zelo e a actividade dos agentes.

 XIV Espírito de equipe.


Teoria burocrática

 A segunda abordagem relacionada com a estrutura organizacional


nasceu com Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão
considerado o fundador da Teoria da Burocracia. Para Weber, o
termo burocracia não tem significado pejorativo de uso popular,
mas um significado técnico que identifica certas características
da organização formal voltadas exclusivamente para a
racionalidade e para a eficiência. O tipo ideal de burocracia,
segundo Weber, apresenta dimensões principais:
Weber e as principais dimensões da teoria burocrática

 1.Formalização: todas as actividades da organização são definidas por escrito


(rotinas e procedimentos) e a organização opera de acordo com um conjunto de leis
ou regras(regras e regulamentos, regimento interno, estatutos) que são aplicáveis a
todos os indivíduos.
 2. Divisão do trabalho: cada participante tem um cargo ou posição definidos em
uma esfera específica de competência, com deveres oficiais.
 3. Princípio de hierarquia: a burocracia se assenta em uma hierarquia bem definida
de autoridade. Cada funcionário é submetido a ordens impessoais que guiam suas
acções, de modo a assegurar sua obediência. Cada função mais baixa está sob
controle e supervisão da mais alta,assegurando unidade de controle: cada
funcionário tem um único chefe.
 4. Impessoalidade: o funcionário ideal é impessoal no relacionamento com os
outros ocupantes de cargos. A burocracia enfatiza os cargos e que não as pessoas que
os ocupam,pois ao passo que as pessoas entram e saem da organização, os cargos
permanecem para garantir sua continuidade e perpetuação.
 5. Competência Técnica: a selecção e a escolha dos participantes da organização
baseiam-se na competência técnica e na qualificação profissional dos candidatos e
não em preferência de ordem pessoal. Daí a utilização de testes e concursos para
preenchimento de cargos ou para promoções. A burocracia é eminentemente
meritocracia. O sistema também prevê encarreiramento das pessoas e as promoções
são feitas de acordo com mérito funcional.
 6. Separação entre propriedade e administração:os recursos utilizados para a
execução das tarefas não são propriedade dos burocratas, e sim da organização. A
sua administração está separada da propriedade dos meios de produção, uma vez que
o dirigente ou o burocrata não é necessariamente o dono da organização ou dos
meios de produção ele é na verdade um profissional especializado na sua gestão.
 7.Profissionalização dos funcionários: os funcionários da burocracia são
profissionais, pois são especialistas em face da divisão do trabalho; são assalariados
de acordo com as suas funções posição hierárquica; seua cargos constituem sua
principal actividade dentro da organização são nomeados pelo superior imediato;
seus mandatos são por tempo indeterminado; seguem uma carreira dentro da
organização e não possuem a propriedade dos meios de produção da organização.
Consequências desejadas
 segundo Weber. Em outros termos, a burocracia significa o tipo de
organização humana na qual racionalidade atinge o seu mais
elevado grau: A racionalidade significa a adequação dos meios
para o alcance de determinados fins ou objectivos.

 A burocracia visa atingir consequências desejadas: a


previsibilidade do comportamento das pessoas dentro da
organização,significa a tentativa de padronizar o desempenho
humano para alcançar um objectivo organizacional: a máxima
eficiência da organização.
Consequências imprevisíveis(indesejadas) ou disfunções
da burocracia
 O comportamento das pessoas na organização nem sempre ocorre com a
previsibilidade descrita por Weber. Existem consequências imprevisíveis (ou
indesejadas) e que leva a ineficiência e as imperfeições. A essas consequências deu-
se o nome de disfunções da burocracia, para designar as anomalias de
funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu
entre os leigos no assunto. As principais disfunções são:
 1. Despersonalização do relacionamento entre os participantes.
 2.Internalização das directrizes.
 3. Uso da categoria como técnica do processo decisório.
 4.Excesso de formalismo e de papelório.
 5. Exibição de sinais de autoridade
 6.Superconformidade em relação as regras e aos regulamentos da organização
 7.Propensão dos participantes a se defenderem de pressões externas.
 8.Resistência a mudanças.
Características da teoria burocrática


Divisão do trabalho organizacional em hierarquias de autoridade.

Formalização da comunicação através de papéis e documentos.

Adoção de normas legais.

Impessoalidade no relacionamento entre as pessoas.

Adoção de rotinas e procedimentos para substituir decisões
individuais.

Meritocracia e competência técnicas.

Profissionalização das pessoas.

Separação entre gerência e propriedade.

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