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DE SUPRIMENTOS
Aldo Santos
SUMÁRIO
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1 CONCEITO E EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE OPERAÇÕES
Podemos afirmar que esta área é o elo entre a empresa e o cliente em relação à entrega
de um produto ou a realização de um serviço, uma área prática, de execução de
atividades e processos manuais ou com o apoio da tecnologia, e que tem o suporte das
áreas financeiras, comerciais e de Recursos Humanos.
Começamos aqui nossa caminhada por esta grande área estratégica, da qual
conheceremos quatro de suas principais áreas: Produção, Gestão de Materiais e
Patrimônio, Logística e Qualidade.
Neste primeiro bloco, vamos ter uma noção sobre a evolução e o conceito histórico que
envolve estas áreas, a influência da Administração Científica de Taylor para os sistemas
produtivos, o conhecimento do processo através do Modelo de Transformação, as
Estratégias e os Sistemas básicos de produção, além do conceito envolvendo as
metodologias do Just in Time e do Lean Manufacturing.
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1.1 Evolução do sistema de produção, qualidade e logística
Uma das premissas para o conceito de produção já vem da era primitiva, em que o
homem tinha que produzir para sua própria subsistência. Atividades como caçar, pescar,
plantar, construir seu próprio abrigo, produzir suas vestimentas, todo este contexto está
relacionado a aspectos produtivos.
Com a evolução, temos também como exemplo o período medieval, era em que já tinha
uma sociedade mais formada, pessoas morando em castelos e vilas. Ainda havia a
necessidade da subsistência, porém tinham também as construções, o plantio em larga
escala, o comércio e as atividades dos ferreiros, na construção de armas, principalmente
por ser uma era de grandes batalhas.
Com o passar dos anos e o crescimento da sociedade, outros fatores foram surgindo,
dentre eles as duas grandes Revoluções Industriais, o marco para o sistema produtivo.
A primeira era da Revolução Industrial ficou marcada pela criação da máquina a vapor,
a mecanização na agricultura, tendo como base o uso do carvão e do ferro como
material base para a fabricação e funcionamento das fábricas.
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Após certo período, veio a segunda Revolução Industrial, marcada pelo uso do aço e da
eletricidade como fator motor da industrialização. Com a crescente necessidade de
consumo e aumento da demanda e um forte apelo à industrialização, entre os séculos
XVIII e XIX surgiram as primeiras grandes fábricas, e com isso a migração do trabalho
artesanal foi inevitável para as indústrias, principalmente em função dos salários
atrativos e a possibilidade de ganhos reais.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão devastado teve o apoio dos Estados Unidos
para se reerguer como economia. Um dos fatores que chamaram atenção para este
contexto foram as técnicas orientais, sendo um dos principais precursores o chamado
Sistema Toyota de Produção, no qual com o uso de metodologias e ferramentas
revolucionaram a forma de pensar o sistema produtivo. A base era a eficiência, a
produtividade e a diminuição drástica de desperdícios e custos no sistema produtivo.
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1.1.2 Evolução e conceito de Qualidade
Segundo Mello (2011), o termo qualidade vem do latim qualitate, conceito desenvolvido
por diversos estudiosos e que tem origem na relação das organizações com o mercado.
Entre o final do século XVIII e início do século XIX, houve diversas transformações no
cenário industrial, principalmente:
Mello (2011) e Custódio (2015) relatam os estágios (Figura 1.1) que foram impactantes
no processo de evolução da qualidade no período industrial até os atuais momentos:
1ᵃ Era – Inspeção da Qualidade: este estágio foi dominante na era pós Revolução
Industrial, inclusive no período de Taylor, mentor da Administração Científica. O
conceito se baseava em separar os produtos bons dos produtos ruins, em que a
inspeção de produtos faz parte do processo produtivo, entretanto, feita apenas
no final da produção de um item. Este tipo de abordagem gerou situações como
retrabalho e desperdício de materiais e produtos.
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Gestão pela
Garantia de Qualidade
Controle de qualidade Total
qualidade
Inspeçã
Fonte: Disponível em
<https://elearning.iefp.pt/pluginfile.php/48390/mod_scorm/content/0/ane03/01ane03t.htm>. Acesso
em: 13 dez. 2019.
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4ᵃ Era – Gestão da Qualidade: os sistemas eram apenas voltados aos produtos e
serviços, mas é necessário ter também a responsabilidade da empresa
envolvendo fornecedores, clientes e funcionários. Com isso, as normas de
qualidade passam a ter enfoque não somente nos processos, mas no sistema de
gestão da empresa como um todo.
Inicialmente, vamos considerar as tribos nômades muito comuns nas eras mais antigas.
Por não ter moradia fixa, a tribo migrava de região para região, mas sempre em função
de alguma situação que poderia vir a ocorrer. O que chama a atenção é que esta
mudança gerava uma estratégia logística; no caso, organizar os utensílios, definir rotas
e tempo até chegar a outra região, entre outros fatores. O que poderia mudar nessas
decisões era a forma como a mudança poderia ocorrer, ou seja, por motivos diferentes.
Outros exemplos podem ser considerados, como as pirâmides do Egito, cuja construção
se deu por meio da movimentação de grandes pedras através de roletes, além da
organização de pessoas na coordenação dessas construções.
Assim como na área de Produção, a Logística começa a ter um enfoque mais estratégico
a partir da década de 1950 que também está relacionado ao avanço da industrialização
e dos conceitos das técnicas orientais, como o Sistema Toyota de produção, no qual há
o estudo de estoques, transporte e movimentos, o modelo do Just in Time, a produção
enxuta e diversos outros fatores.
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A evolução do conceito de logística tende a se tornar mais amplo com o comércio
eletrônico e a redução de estoques ao longo da cadeia, e hoje essa é uma das áreas que
ainda requer estudos para diminuição de custos e tempos de entrega para atender as
necessidades dos clientes. Em suma, produção, logística e qualidade estão intimamente
ligados cada um com suas especificidades, mas com um resultado conjunto.
Neste período, três importantes teorias são difundidas (Quadro 1.1), cada uma
defendendo seu ponto de vista, e considerando em outras certa convergência em alguns
temas, mas também críticas veementes sobre as ideias defendidas pelos seus autores.
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Como já mencionamos anteriormente, a Administração Científica teve como idealizador
o Engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856-1915) e seus estudos se baseavam na
aplicação de métodos científicos na produção, com o objetivo de alcançar elevada
eficiência industrial, devido à preocupação em reduzir desperdícios e elevar a
produtividade. Seu método consistia na observação e mensuração dos resultados, por
isso que se denomina Administração Científica.
É óbvio que o estudo de Taylor não busca apenas a eficiência através de modelos
práticos, é também necessário observar a figura do empregado e suas necessidades de
motivação.
No chamado Primeiro Período de Taylor, ele procurou como fator motivador pagar
salários altos e ter baixos custos unitários de produção, exigindo uma quantidade “x” de
produção em troca de pagamento. No treinamento e aperfeiçoamento das aptidões, na
denominada “especialização do trabalhador”, a ideia central era de que um operário
fazendo a mesma atividade repetitiva teria tanta habilidade que poderia gerar mais
produção.
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1) Vadiagem sistemática: consistia em que os trabalhadores reduzem de forma
proposital seu rendimento com o interesse na proteção do emprego, pois
acreditam que o maior rendimento do homem ou máquina irá gerar
desemprego;
2) Desconhecimento da gerência da rotina de trabalho do funcionário e do tempo
necessário para execução; e
3) A falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.
Em seus estudos, Taylor contribuiu com uma das mais conhecidas regras de estudos
voltadas para a Administração Científica conhecida como ORT – Organização Racional
do Trabalho.
Este estudo era embasado em pontos necessários para poder ter um melhor rendimento
produtivo, caracterizados como:
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o Perda de tempo;
o Aumento da rotação de pessoal;
o Doenças;
o Acidentes;
o Diminuição da capacidade de esforço.
Condições de trabalho
• Padronização
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o Matérias-primas e componentes;
o Tempos de produção.
Muitos destes estudos ainda são presentes até hoje em muitas empresas como
forma de gerenciar os sistemas produtivos.
1.3 Sistema Toyota de Produção: Lean Manufacturing, Just in Time, Sistema Push e
Pull
O Sistema Lean Manufacturing, que traduzindo significa Produção Enxuta, foi um dos
grandes pilares do Sistema Toyota de Produção que hoje é muito utilizado nas indústrias
automotivas do Brasil.
Hoje, temos diversos casos de implementação do Lean em empresas dos mais diferentes
setores, tais como: construção civil, aeronáutica, siderurgia, papel/celulose, alimentos,
saúde, seguradoras, bancos, tecnologia da informação, indústria naval, farmacêutica,
entre outros.
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Para o sucesso da transformação Lean, o ideal é que o conceito seja aplicado em todas
as áreas da empresa, de vendas a compras, de finanças a Recursos Humanos. Este
conceito não está vinculado a escalas de produção, setores da economia e outros
fatores, portanto pode ser aplicado a qualquer empresa.
Para Paranhos Filho (2012), é uma proposta de mudança da mentalidade, voltada para
sua empresa/produto, visando à satisfação total do cliente sem que ele tenha que pagar
pelas falhas e desperdícios que ocorrem durante os processos envolvidos na
fabricação/manuseio.
reduzindo tempo;
reduzindo estoques;
reduzindo área;
reduzindo etapas;
reduzindo defeitos.
O Sistema Lean Manufacturig considera desperdício tudo que não agregue valor ao
cliente e que não tenha correlação com as práticas adotadas na empresa.
Foram estabelecidos então oito principais desperdícios que devem ser evitados na
organização:
Foi com base nesta filosofia que o Sistema Toyota se instaurou e constituiu uma das
maiores empresas no âmbito mundial e suas ideias são, ainda hoje, utilizadas
largamente por outras empresas.
Outra filosofia ou metodologia adotada no Sistema Toyota de Produção foi o JIT – Just
in Time. Característico de uso nas empresas automotivas (até hoje), este sistema tem
como premissa básica não ter formação de estoques e fabricar o produto de forma
planejada, adquirindo seus componentes apenas quando for fabricar. Engana-se,
porém, quem pensa que o Just in Time pode vir a ser aplicado somente nas empresas
fabris. Muitas vezes estes processos ocorrem no segmento de serviços e nem nos damos
conta dele funcionando.
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Vamos supor que uma determinada empresa pretenda fabricar um lote de 500
computadores já encomendados por um determinado cliente. A empresa não tem peças
suficientes para montá-los, então faz um planejamento junto aos seus fornecedores de
peças e componentes, justamente para a montagem dos 500 computadores.
Sendo assim, todo o planejamento é feito e os fornecedores são acionados para o envio
das peças componentes para a montagem dos computadores. Assim que todo o
planejamento está redondo, é necessário acionar os fornecedores para as entregas dos
componentes. Assim que eles chegam, são levados à linha de produção e executada a
montagem e os testes. Dependendo da negociação, estes 500 computadores já estão
vendidos e, sendo assim, após os testes e conferência final, já é preparada sua carga
para despacho.
Uma das ferramentas de apoio ao JIT é o Kanban, termo de origem japonesa que
significa cartão ou sinalização, o qual auxilia o processo de identificação dos fluxos e
abastecimento nas linhas produtivas, evitando sua falta e abastecendo somente quando
necessário, evitando também o excesso de estoques.
Atualmente, há várias formas de fazer esta sinalização além dos cartões, como o Kanban
eletrônico através da sinalização de luzes, o sistema de duas caixas, e outras
possibilidades específicas. Para que o sistema funcione, é necessário ter organização e
disciplina.
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O sistema Pull, ou de produção puxada, tem sido uma estratégia utilizada pelas
empresas em função do mercado consumidor comprar apenas aquilo que lhe interessa.
Para a empresa, esta estratégia é ideal para regular sua produção e estoques.
Geralmente, são produtos de saída os quais têm que se controlar o consumo ou
demanda do mercado, ou seja, a empresa só produzirá o que o mercado realmente está
consumindo.
Uma ferramenta útil para este tipo de sistema são as “previsões” quantitativas. A
empresa pode até fazer estoque destes produtos, mas não deve ser tão elevado, pois
pode ter o risco de ficar com esse estoque parado por um tempo. Alguns exemplos de
produtos são: equipamentos eletroeletrônicos, celulares, móveis (estes muito em
função da inovação do mercado), cosméticos de aromas ou fragrâncias específicas (pois
vai muito em função do gosto do cliente), vestuário e calçados (também em função de
moda). No varejo em geral, muitos destes produtos têm a sua produção puxada em
função da demanda.
O sistema Just in Time, por exemplo, utiliza o sistema de produção puxada, ou seja, só é
produzido através de pedido de encomenda.
A estratégia de produção é uma análise que deve ser feita em função do mercado em
que a empresa está inserida, do tipo de produto ou serviço fornecido e das variáveis que
o envolvem. Novamente reforçamos que uma empresa não necessariamente produz um
bem físico, ou seja, transforma matéria-prima em produto acabado. Ela pode produzir
serviços, solução ao cliente, bem-estar, entre diversas outras atividades, e é por isso que
ela deve conhecer o mercado no qual está inserida.
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A Gestão de Operações está mais condicionada às empresas comerciais e de serviços,
como um restaurante no qual envolve a gestão de alimentos, funcionários, atendimento
ao cliente, demanda, prato do dia, entre outras variáveis. Para se ter um bom resultado
é necessário se fazer uma boa gestão de cada um dos processos.
Outros exemplos que envolvem operações são as áreas de construção civil, bancos,
empresas de logística, prestadoras de serviços, ou seja, empresas que não
necessariamente transformam um produto, mas sim proveem uma solução ao cliente.
Os autores consideram que uma empresa tem três áreas centrais: comercial, produção
e desenvolvimento de produtos. A área comercial é responsável por divulgação e vendas
dos produtos ou serviços e é essencial para prover o retorno para a empresa através da
comercialização. A área de desenvolvimento de produtos é responsável por criar ou
modificar produtos para atender às necessidades e gostos dos clientes. E a área de
produção é responsável por transformar os produtos e serviços para atender à
necessidade dos clientes.
Também há as áreas de apoio, que dão suporte às áreas principais e são tão importantes
quanto elas: Recursos Humanos, Logística, Financeira e Administrativa. A área de
Recursos Humanos, como o próprio nome diz, está relacionada com o trato com os
funcionários, dando suporte a eles e às áreas da empresa, contratando, treinando e
avaliando os funcionários, além da gestão de pessoal, como pagamentos, benefícios e
suporte. A área Financeira é responsável por investimentos, custos, pagamentos e toda
a gestão da saúde financeira da empresa. A Logística faz a gestão de compras de
materiais e estoques, transportes e distribuição. E a área administrativa, na qual é um
braço da Financeira, dá suporte à infraestrutura da empresa, como manutenção,
vigilância, limpeza e outras atividades diversas.
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O modelo de transformação (Figura 1.2) é uma técnica de análise e avaliação dos
insumos, processos e informações essenciais para a transformação de um produto ou
serviço. O modelo é basicamente composto de:
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Quadro 1.2 – Exemplos de modelo de transformação
Este mesmo processo pode ocorrer em diversas áreas e segmentos (Quadro 1.2), mas
sempre de forma estruturada para que venha a ser um processo adequado e correto.
Podemos dizer que o mapeamento das entradas, transformação e saídas é vital para a
organização produtiva.
De uma forma geral as empresas têm um perfil produtivo e neste contexto explanamos
os chamados 4 Vs da Produção, no qual detalharemos a seguir.
1) Volume de produção: uma empresa pode ter duas variáveis neste sentido, ou
tem alto volume de produção ou baixo. Como alto volume vamos identificar
aquelas empresas que produzem produtos em grandes quantidades, por
exemplo, uma indústria de bebidas, de açúcar, de papel, onde seu produto é
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produzido em larga escala. Já algumas empresas têm que limitar a quantidade
produzida, pois grandes volumes podem gerar desperdícios de estoques. Alguns
exemplos envolvem empresas de tecnologia, de cosméticos (em função da
grande variedade de produtos), os próprios restaurantes, uma pizzaria, entre
outros diversos exemplos. Neste contexto atual é nitidamente observado que as
características da maioria das empresas estão vinculadas ao baixo volume de
produção, muito em função do próximo “V” que discutiremos a seguir.
2) Variedade de produção: está relacionada à quantidade de produtos diferentes
que são produzidos ou fornecidos pela empresa. Uma empresa com baixa
variedade em seu portfólio tende a produzir altos volumes, por exemplo, uma
distribuidora de água mineral, um fabricante de leite longa vida, entre outras
empresas que envolvem produtos com alta demanda de mercado. Já algumas
empresas trabalham com uma variedade alta de produtos, isto faz com que ela
tenda a produzir um pouco de cada para atender ao mercado consumidor. Um
grande exemplo é a indústria de cosméticos, a qual tem em seu portfólio uma
grande variedade de produtos de beleza, pois o gosto do cliente é variável e,
portanto, a empresa tende a produzir apenas aquilo que o mercado está
consumindo.
3) Variação de demanda: a variação de demanda também pode ser alta ou baixa.
Em um hipermercado, em uma farmácia a variedade de demanda é alta, pois
cada produto tem uma saída baixa ou média, com algumas exceções, e isto gera
uma necessidade de atendimento a demanda de forma muito particular. O
mesmo exemplo é em um restaurante à la carte onde você pode ter vários
pratos, porém sai um pouco de cada. Já em empresas que têm baixa variedade
em sua demanda, tende a ter poucos produtos e alto volume de demanda, como
é o caso de uma distribuidora de água mineral, uma rede de fast food com pratos
padronizados, e você tem uma opção limitada. Porém, é possível que em uma
empresa tenha uma variação no volume de demanda de um produto ou serviço
para outro.
4) Grau de visibilidade: vamos considerar como grau de visibilidade o contato do
cliente com a empresa. Um bom exemplo é o restaurante, em que o garçom é
colocado na linha de frente e, dependendo do contato com o cliente, se seu
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atendimento não for o mais adequado, o garçom trará desconfiança a ele. Neste
mesmo estabelecimento, temos a cozinha, onde muitas vezes o cliente não tem
acesso, gerando um grau de visibilidade baixa e por isso não pode ser avaliado
como bom ou ruim por ele. Mesmo que o cliente tenha acesso, nem sempre esta
visita ocorrerá.
De qualquer maneira, esta é uma das estratégias mais interessantes para se conhecer o
perfil de funcionamento da empresa.
Dentre este movimento temos diversos termos que devem ser incorporados às
empresas para a produção de bens e serviços, como: big data, internet das coisas,
inteligência artificial e muito mais.
Muitas são as concepções sobre o conceito de Indústria 4.0, mas no geral todos sempre
a associam, principalmente, ao uso da automação e tecnologia da informação, além das
principais inovações tecnológicas desses campos.
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A automação e a robótica já vêm há algum tempo substituindo a mão de obra na
indústria e tem avançado cada vez mais na área de serviços, onde, aliadas à tecnologia
da informação, fazem com que o cliente passe por um processo de compra através do
autoatendimento.
E independente.
(...)
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Não ocorre de forma instantânea, vai se construindo ao longo do tempo, se
transformando na velocidade em que o avanço vai se tornando inevitável.
Esta nova revolução já é um braço da terceira revolução, que “chegou junto com a
informática, internet, computadores pessoais e toda a gama de plataformas digitais que
modernizou o trabalho em fábricas e escritórios” (FIA, 2018).
Internet das coisas (...) também conhecida pela sigla IoT (de Internet of
Things), é um conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede.
Não se trata de ter mais dispositivos para acessar a internet, mas sim a
hiperconectividade ajudando a melhorar o uso dos objetos.
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Big Data
(...)
(...)
Inteligência Artificial
Essa é uma questão bastante polêmica e temida por muitos que tentam
enxergar o futuro da IA a longo prazo, tema que abordaremos mais adiante.
(...)
Computação em nuvem
Como toda mudança, conceitos novos trazem impactos positivos e negativos. Dentre os
impactos positivos temos, é óbvio, a questão da facilitação de tarefas, maior
produtividade, qualidade e agilidade dos processos. Assim como deve reduzir a mão de
obra operária, pode dar oportunidades para o conhecimento científico, abrindo espaço
para novos profissionais.
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Mas tudo indica que o saldo, no final, será negativo.
(...)
(...)
Para não ficar para trás, o país precisa formar profissionais qualificados,
para planejar, executar e gerenciar as inovações tecnológicas.
(...)
Conclusão
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A teoria de Taylor é uma visão crítica ao processo de fabricação, mas que até hoje se faz
presente em muitas empresas. Porque não seria importante medir os tempos de
produção? Se isto não ocorrer, as pessoas podem trabalhar no tempo que elas querem?
Imagine ir a um fast food e levar mais de 30 minutos para ter o lanche, porque o
funcionário fez o mesmo no seu tempo. É claro que é um exemplo exagerado, até
porque isto não ocorre, e justamente porque os tempos de atendimento e entrega são
medidos e monitorados.
As contribuições das metodologias também não tão novas que envolvem o Lean
Manufacturing e o Just in Time é presente até hoje nas indústrias automobilísticas, e se
percebermos, elas continuam no mercado e sempre fortes em seus segmentos.
Podemos constatar que estas metodologias são um sucesso. Atualmente, no cenário em
que estamos passando a enxugar processos e diminuir desperdícios, já não é mais
necessário apenas, é obrigatório.
Quando estudamos, às vezes damos pouca importância a contextos mais técnicos, como
o modelo de transformação e as estratégias de produção. Porém, ao montar um negócio
ou empreendimento nos vemos com várias decisões a serem tomadas, processos
desorganizados por falta de conhecimento, desperdícios, atrasos, refugos, entre outras
situações. E o nosso lucro vai junto com esta falta de conhecimento. Então, isto nos faz
refletir quanto a importância de entender e mapear um processo, conhecê-lo, medi-lo
e melhorá-lo através dos objetivos de desempenho, saber a melhor estratégia para o
negócio. Quando não há este conhecimento, ele ocorrerá através de erros e acertos,
porém isto poderá ser muito tarde.
Por fim, vimos o importante e alarmante conceito que envolve a indústria e sua
revolução, também conhecida como Indústria 4.0. Nela são abordados aspectos básicos,
transformações do setor, exemplos de conceitos aplicados, vantagens e desvantagens
que podem gerar a partir deste conceito.
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REFERÊNCIAS
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2 PLANEJAMENTO E CAPACIDADE DE PRODUÇÃO
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Por fim, é importante verificar o quanto a empresa está sendo efetiva em suas
operações e conseguimos observar isto através da medição de sua produtividade e o
seu monitoramento, essencial para o administrador prever alterações ou melhorias na
empresa sempre em busca de melhores resultados operacionais.
É óbvio que durante este período pode haver uma ociosidade no processo e também
um pico de consumo. Por isso a ideia de capacidade e estabelecer um projeto que
atenda uma demanda média, pois, se os recursos forem escassos, não suportará a
demanda, e se houver excesso de recursos, a empresa terá desperdício e ociosidade.
O grande sonho de qualquer empresa é ter uma estrutura que atenda a demanda sem
excesso de recurso e sem ociosidade, talvez uma utopia, mas que se projetada de forma
embasada poderá amenizar parte desses efeitos.
No quadro 2.1 temos alguns exemplos de como uma unidade produtiva pode ter suas
capacidades estimadas.
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Quadro 2.1 – Exemplos de capacidades produtivas
Capacidade
Organização Capacidade Tempo Processos
máxima
Cinema 400 lugares 2 horas 3 sessões 1.200 pessoas
1 leito por
Leito de hospital 35 vagas Diária 35 pacientes/dia
paciente
10 salas,
Escola 4 horas 2 turnos 800 vagas
40 carteiras
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Hidroelétrica 10 MW 2 usinas 20 MW
horas
Fábrica de 3.000 1 turno,
2 turnos 6.000 unidades
fogões unidades 8 horas
Claro que estes exemplos só são para dar uma dimensão do quanto uma empresa pode
vir a produzir, porém diversos fatores podem influenciar esses resultados e gerar
números diferentes dos estabelecidos. Para ter este entendimento, é necessário
compreender quais são os tipos de capacidades existentes e como as dimensionamos.
Ela informa qual é a capacidade máxima utilizando todo um período possível sem
nenhum tipo de perda. Neste caso vamos considerar um período mensal (30
dias), trabalhando durante 24 horas ininterruptas. Sendo assim, teremos:
= 300 x 24 x 30
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Então, se esta empresa produz 300 carros por hora, a capacidade instalada dela
pode gerar no máximo 216.000 veículos ao final de um período mensal, não
considerando nenhum tipo de perda de processo.
Vamos supor que esta empresa opera de segunda a sábado (neste caso iremos
tirar 4 dias, supondo que seja o número de domingos no período de 30 dias),
durante o período de 2 turnos (16 horas), sendo assim, teríamos:
= 300 x 16 x 26
= 124.800 carros
Então, se esta empresa produz 300 carros por hora, a capacidade nominal dela
pode gerar no máximo 124.800 veículos ao final de um período mensal, não
considerando nenhum tipo de perda de processo, mas conforme períodos
definidos ou preestabelecidos de carga de trabalho.
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= 300 carros por hora x 16 horas x 26 dias x 0,85 coeficiente perdas
= 300 x 16 x 26 x 0,85
= 106.080 veículos
Então, se esta empresa produz 300 carros por hora, a capacidade operacional
dela pode gerar no máximo 106.080 veículos ao final de um período mensal,
considerando possíveis perdas de processo, mas conforme períodos definidos ou
preestabelecidos de carga de trabalho.
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É o que realmente aconteceu. Mesmo com as paradas programadas, podem
acontecer outras situações que geram perdas ou não. Neste caso temos que
considerar o que realmente aconteceu na empresa. Vamos supor que tivemos
em um determinado período (já realizado) perdas de mais de 5% fora os 15% já
considerados, neste caso o resultado seria:
= 300 x 16 x 26 x 0,8
Esta situação ou este resultado espelha algo que ocorreu em um período e foram
feitas as medições do processo. Neste caso, a empresa tem que reavaliar por que
e quais os motivos que geraram os 5% adicionais de perdas e corrigi-los. Se este
fenômeno não diminuir, é muito provável que a capacidade operacional não seja
só de 15%, ou seja, será maior. Então essa capacidade deve ser revista.
Capacidades Veículos
Instalada 216.000
Nominal 124.800
Operacional 106.080
Realizada 99.840
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b) Grau de utilização: permite saber o quanto da capacidade produtiva está sendo
utilizada em relação a sua real disponibilidade. Para isso, utilizamos a seguinte fórmula
(%):
Esta avaliação pode resultar da necessidade da empresa ter que redimensionar sua
estrutura ou então ter ações comerciais que explore ao máximo o uso da capacidade da
empresa.
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É importante ressaltar que em tempos de ociosidade (por baixa demanda produtiva)
esses números tendem a cair, mas não por falta de capacidade, mas sim por uma
questão de mercado.
Assim, se a empresa tiver uma demanda elevada, estes números também terão
informações que podem gerar a necessidade de uma capacidade adicional, a qual
iremos ver a seguir.
O administrador deve ter esta visão e conhecimento no qual irá propiciar uma tomada
de decisão mais adequada sobre qual forma de expansão se dará na empresa.
Após definir a capacidade produtiva da empresa, há outro desafio pela frente: quantos
funcionários são necessários para executar as atividades ou tarefas? Qual o número de
pontos de trabalho ou equipamentos necessários? Estas são questões que são possíveis
de ser respondidas, porém é necessário conhecer as características do processo em
questão.
Não estimar adequadamente esta necessidade pode gerar ociosidade no processo (ter
mais recurso que o necessário) ou não atendimento à demanda (menos recurso que o
necessário), sendo assim é necessário calcular qual o número adequado, tanto de
funcionários como de equipamentos para atender às demandas da empresa.
Inicialmente, vamos trabalhar como podemos dimensionar o número de funcionários
em um processo e depois o número de equipamentos.
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c) das prováveis perdas que podem ocorrer nos processos junto aos funcionários
(férias, atestados, folgas, necessidades fisiológicas etc.);
Esses são alguns dos parâmetros para poder se estabelecer um número de funcionários
para um determinado processo. Vamos exemplificar de forma prática.
A clínica funciona das 6 da manhã até às 18 horas, porém, pelos estudos realizados, 80%
dos exames ocorrem no período da manhã. Como a carga horária é longa, a empresa
deve dividir as equipes em 2 turnos (das 6h às 14h e das 10h às 18h).
Como a demanda pela manhã é maior, vamos estimar o número de clientes que podem
ser atendidos neste período. Sendo assim, temos:
40
Demanda total: 300 clientes
Sabemos que no primeiro período poderemos atender em torno de 240 clientes. Agora,
é necessário definir a quantidade de funcionários com base nas informações no
enunciado.
Para fazer este cálculo, é necessário aplicar uma fórmula, onde temos:
Na fórmula temos que equalizar o período (horas para minutos) para coincidir com o
tempo de atividade que está em minutos e o período de trabalho em horas. Portanto,
vamos equalizar a informação para minutos.
O resultado encontrado foi de 8,82 funcionários que, neste caso, podemos arredondar
para 9 funcionários, que seria a necessidade para a atividade A no primeiro período.
𝟐𝟒𝟎 𝒙 𝟐𝟎 𝟒.𝟖𝟎𝟎
= = 𝟏𝟏, 𝟕𝟔 𝒇𝒖𝒏𝒄𝒊𝒐𝒏á𝒓𝒊𝒐𝒔
𝟖 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝟎,𝟖𝟓 𝟒𝟎𝟖
O resultado encontrado foi de 11,76 funcionários que, neste caso, podemos arredondar
para 12 funcionários, que seria a necessidade para a atividade B no primeiro período.
𝟔𝟎 𝒄𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒙 𝟏𝟓 𝒎𝒊𝒏𝒖𝒕𝒐𝒔
𝟖 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝒄𝒐𝒆𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝟎, 𝟖𝟓
𝟔𝟎 𝒙 𝟏𝟓 𝟗𝟎𝟎
= = 𝟐, 𝟐𝟎 𝒇𝒖𝒏𝒄𝒊𝒐𝒏á𝒓𝒊𝒐𝒔
𝟖 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝟎,𝟖𝟓 𝟒𝟎𝟖
O resultado encontrado foi de 2,20 funcionários que, neste caso, podemos arredondar
para 2 funcionários, que seria a necessidade para a atividade A no segundo período, pois
ainda há suporte de funcionários calculados no primeiro período.
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𝟔𝟎 𝒄𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒙 𝟐𝟎 𝒎𝒊𝒏𝒖𝒕𝒐𝒔
𝟖 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝒄𝒐𝒆𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝟎, 𝟖𝟓
𝟔𝟎 𝒙 𝟐𝟎 𝟏.𝟐𝟎𝟎
= = 𝟐, 𝟗𝟒 𝒇𝒖𝒏𝒄𝒊𝒐𝒏á𝒓𝒊𝒐𝒔
𝟖 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝟎,𝟖𝟓 𝟒𝟎𝟖
O resultado encontrado foi de 2,94 funcionários, onde neste caso podemos arredondar
para 3 funcionários, que seria a necessidade para a atividade B no segundo período.
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No exemplo anterior, de dimensionamentos de funcionárias de uma clínica, temos uma
situação diferente. É possível definir a necessidade de infraestrutura em função dos
atendimentos. Vamos supor o seguinte:
No caso das atendentes, seria necessário um computador, uma mesa e uma cadeira
(atividade A).
Sendo assim, teríamos que estruturar a clínica pelo número de atendimentos médios
que neste caso iria gerar:
Atividade B – 12 boxes
Vamos supor que, além dos recursos acima, teríamos que ter cadeiras para os clientes
esperarem o atendimento. Neste caso também podemos fazer um cálculo direto. São
240 clientes em média no período de 8 horas, sendo que a espera é de 15 a 20 minutos.
Dimensionamento de equipamentos
44
Veremos agora um exemplo para dimensionar um equipamento.
Vamos supor que uma padaria atenda, em uma região, além de clientes, pessoas físicas,
bares e restaurantes. A demanda de atendimento no período de pico (entre 6h e 10h da
manhã) seja de 420 pães por hora. Para fazer cada pão, o tempo para assar é de 15
minutos, e em cada forno cabem em torno de 60 pães. Vamos supor que também haja
uma perda estimada no processo em torno de 10% neste horário, ou seja, o processo
não é totalmente contínuo.
Período de atividade = 4 horas para uma demanda média de 420 pães / hora
Neste caso, como são vários parâmetros, temos de ter o cuidado de achar o resultado
correto. Se considerar a demanda de 1 hora, deverá ter o período também de 1 hora. Se
considerar a demanda de 4 horas, deverá ter o período também de 4 horas. Assim, terá
o mesmo resultado.
45
Vamos ver isto na prática:
Considerando 1 hora:
𝟒𝟐𝟎 𝒙 𝟏𝟓 𝟔𝟑𝟎𝟎
= = 𝟏𝟏𝟔, 𝟔𝟔 (? )
𝟏 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝟎,𝟗 𝟓𝟒
Considerando 4 horas:
𝟏𝟔𝟖𝟎 𝒙 𝟏𝟓 𝟐𝟓𝟐𝟎𝟎
= = 𝟏𝟏𝟔, 𝟔𝟔 (? )
𝟒 𝒙 𝟔𝟎 𝒙 𝟎,𝟗 𝟐𝟏𝟔
Vimos que é obtido o mesmo resultado. Porém, por que 116,66 e ao que corresponde
este valor? Pois bem, temos que lembrar que a capacidade do forno é de 60 pães, então
temos que considerar este fator. Então, para termos o número de equipamentos ou
fornos, temos que dividir o resultado por 60.
𝟏𝟏𝟔,𝟔𝟔
= 𝟏, 𝟗𝟒 𝒇𝒐𝒓𝒏𝒐𝒔
𝟔𝟎
Neste caso, poderíamos arredondar para 2 fornos, que atenderiam a demanda de 420
pães por hora.
Considerando 1 hora:
Considerando 4 horas:
46
Da capacidade de projeto do equipamento;
Do tempo que se leva para cada unidade ser produzida;
Do tempo disponível para que a máquina ou equipamento possa operar;
Das considerações das possíveis perdas do equipamento, como paradas,
manutenções, setup ou outras situações previstas.
Temos que vislumbrar que, com a tecnologia cada vez mais avançada, as possibilidades
de uso de ferramentas tecnológicas para uma produção ou programação de serviços
sejam cada vez mais baseadas na mobilidade e interatividade, cada vez mais abertas.
Porém, não podemos deixar de destacar os softwares de gestão básicos que permeiam
há muito tempo o mercado. Dentre estas ferramentas de gestão, temos o Software ERP
– Planejamento de Recursos Empresariais, o qual, hoje, a maioria das empresas utilizam,
integrando as áreas empresariais (comercial, financeiro, logística, produção, recursos
humanos, engenharia, qualidade entre outros). Nos dias atuais, dificilmente temos uma
empresa que não utilize algum tipo de software de gestão integrada.
48
informações no ato da programação. Seguem exemplos nas figuras 2.1, 2.2 e 2.3:
49
2) Ter a lista de materiais do produto (BOM – Bill of Material)
A lista de material (Quadro 2.2), também detalha cada componente utilizado no produto
e as quantidades destes componentes. Também serve como orientação, pois o mesmo
também está contemplado no programa.
50
Quadro 2.3 – Exemplo de tabela para as quantidades de produtos a serem fabricados
Nesta etapa, com as informações do que, quando e quanto se pretende produzir, são
analisadas, através do MRP, as quantidades de materiais necessárias para a
programação de produção. Caso não se tenha os materiais, a área de compras é
acionada.
51
Fonte: Disponível em <http://www.mhtec.com.br/produtos/wiser-erp/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
Todo este contexto está relacionado ao processo do MRP, que envolve toda a
programação de recursos materiais e, consequentemente, a programação de produção,
a qual iremos reforçar em um próximo bloco.
Seu processo é muito comum dentro deste segmento (fabril), ou seja, são muito
parecidos não importando se a empresa é fabricante de alimentos, de produtos
eletroeletrônicos, automotiva, moveleira, entre outras diversas empresas fabris.
52
Estes questionamentos são respondidos à medida que o material está sendo
desenvolvido.
A sigla PPCP define inclusive as atividades que envolvem este setor, sendo:
• Planejamento
P
• Programação
P
• Controle da Produção
CP
2.4.1 Planejamento
Porém, o planejamento não é responsável por definir estas questões, ele apenas
gerencia este processo. Então, quem é responsável por definir estas perguntas? Na
verdade, o departamento mais interessado nestas questões é a área comercial, pois ela
é que sabe das necessidades do mercado consumidor. Sendo assim, o planejamento
consulta a área de vendas e verifica quais são as necessidades ou quais são os produtos
que devem ser produzidos e quais as quantidades necessárias. Essa informação alimenta
o programa MPS ou PMP, Plano Mestre de Produção.
53
Quadro 2.4 – Programação bruta de produtos
É fácil compreender através da planilha acima quais foram as definições sobre o que
deve ser produzido. Com base nestas informações, o planejamento faz o seu processo
de verificar estoques do produto acabado e refinar quais são as necessidades brutas de
produção.
Porém, ainda não se é definido todo este planejamento sem o aval de algumas áreas-
chave da empresa. Sendo assim, é convocada uma reunião com estas áreas, envolvendo
Diretoria, Financeiro, Produção, Qualidade, Comercial e outras áreas afins. Muito
provavelmente haverá um debate e questionamentos, o que é adequado para fechar
este planejamento. Por exemplo, para que se produza algo, é necessário saber se a
empresa tem capital para investir ou comprar matéria-prima, e isto quem vai definir é a
área financeira. A produção vai dizer se tem capacidade de atendimento e pessoal
disponível e cada área vai colocando seu ponto de vista. Após as discussões, este
planejamento é fechado, passando para o processo seguinte que é a programação.
2.4.2 Programação
54
Utilizando o programa PMP (Plano Mestre de Produção) e o programa MRP
(Planejamento de Recursos Materiais), a programação analisa todas as necessidades
para que possa ser feita a fabricação dos produtos. Basicamente, a programação:
Verifica o que será produzido, a quantidade, e, em cima disso, define qual vai ser
a sequência de produção, sempre observando o controle de nível de estoque; ou
seja, nunca produz um item somente, faz a variação de vários produtos para que
se possa ter este equilíbrio de estoques.
Verifica se há todos os componentes e matéria-prima suficiente para atender às
ordens de produção, utilizando a estrutura de produtos, a lista de materiais e o
sistema.
Caso não haja os materiais, aciona a área de compras, que também se programa
para adquirir as necessidades de insumos conforme definido pela programação.
Com a aquisição dos itens, alimenta o estoque e, consequentemente, os
componentes são separados nas ordens de produção que, depois de completa,
é encaminhada para a área produtiva.
Este é sem dúvida um processo mais tranquilo do que os dois anteriores. O controle de
produção visa verificar se aquilo que foi planejado e programado está sendo executado.
É muito comum, durante a fabricação, faltar insumos e componentes e, assim, a
produção adiantar outros produtos que não são necessários. Isso pode comprometer
toda a programação, por isso ela acaba controlando essas ordens.
55
Este, basicamente, é o contexto de planejamento, programação e controle da produção
muito eficiente nas empresas manufatureiras.
Estes dois segmentos, de certa forma, podem aproveitar os conceitos do PPCP e aplicar
um modelo similar para seus processos. Vamos dar dois exemplos.
Com o conhecimento da demanda, deve-se planejar o que será comprado para poder
se programar para a realização dos pratos, cozinhar, arrumar o local, entre outras
atividades.
56
Apesar de ser um processo mais dinâmico e incerto, acaba tendo características
similares às do processo fabril. Porém, as informações variam diariamente, enquanto
que em uma fábrica, sua programação pode ser de médio ou longo prazo.
Segundo, vamos imaginar uma prestadora de serviços que trabalha com técnicos de
campo. Se compreendermos bem todo o planejamento e a programação, então eles
serão pensados com base nas necessidades dos clientes, analisando também a escala
de trabalho, o tempo de atendimento e outros fatores.
𝐐𝐭
𝐏𝐫𝐨𝐝𝐭 =
𝐈𝐭 onde,
57
Prodt = produtividade absoluta no período t;
Qt = produção obtida no período t;
It = insumos utilizados no período t.
Vamos utilizar um exemplo simples: supondo que uma fábrica de laticínios produza 240
kg de queijo em 8 horas efetivas de trabalho. Neste caso, temos o resultado como a
produção de 250 kg e como recurso as 8 horas de trabalho.
𝐐𝐭 𝟐𝟒𝟎 𝐤𝐠 (𝐑𝐞𝐬𝐮𝐥𝐭𝐚𝐝𝐨)
𝐏𝐫𝐨𝐝𝐭 = , onde = 𝟑𝟎 𝐪𝐮𝐢𝐥𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐡𝐨𝐫𝐚
𝐈𝐭 𝟖 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬 (𝐑𝐞𝐜𝐮𝐫𝐬𝐨)
Também podemos ter outros fatores associados a essa medição. Vamos rever o mesmo
exemplo, considerando agora o uso de 2 funcionários no processo, que também é um
recurso utilizado. Sendo assim, teremos:
𝟐𝟒𝟎 𝐤𝐠 (𝐑𝐞𝐬𝐮𝐥𝐭𝐚𝐝𝐨)
= 𝟏𝟓 𝐤𝐠 𝐩𝐨𝐫 𝐟𝐮𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧á𝐫𝐢𝐨
𝟖 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐱 𝟐 𝐟𝐮𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧á𝐫𝐢𝐨𝐬 (𝐑𝐞𝐜𝐮𝐫𝐬𝐨𝐬)
É importante que a empresa saiba o que está querendo medir como produtividade para
que possa avaliar o quanto o processo está adequado. Porém, de nada adianta medir a
produtividade se não houver uma meta estabelecida e o monitoramento da produção.
58
2.5.1 Produtividade global
Muitas vezes, é possível medir uma produtividade mais ampla com um período mais
longo como o anual e fazer comparativos entre anos anteriores, assim como períodos
mensais e utilizar o mesmo critério, acompanhando e monitorando o processo. Existem
também situações que a empresa não tem muito detalhamento do processo e pode
fazer uma medição global, por exemplo.
Vamos supor que uma empresa fature, no ano corrente, a soma de R$ 3,52 milhões e
para isso utiliza 148 funcionários em seu quadro de trabalho. A meta da empresa é ter
uma produtividade de R$ 1,5 mil por funcionário. Como o período de faturamento é
anual e o quadro de trabalho é fixo, neste caso temos que converter um dos valores.
Para simplificar, vamos atualizar o valor em R$ para o período mensal. Neste caso, temos
R$ 3,52 milhões/12 meses, onde o valor mensal é de R$ 293,3 mil de faturamento.
Agora, podemos achar a produtividade e, neste caso, vamos dividir o resultado em R$
mensal encontrado pelo número de funcionários, onde teremos: R$ 293,3/148
funcionários e a produtividade será de R$ 1,98 mil por funcionário.
Se a meta é de R$ 1,75 mil e a produtividade foi de R$ 1,98 mil por funcionário, significa
que a empresa atingiu a meta e ainda foi eficiente em 13,14%.
59
2.5.3 Objetivos de desempenho
Outra métrica para medir o desempenho de uma organização está relacionada aos
objetivos de desempenho. Este remete a alguns indicadores estratégicos para avaliar e
acompanhar o desempenho da empresa face ao ambiente externo (que envolve os
clientes) e no ambiente interno (que envolve os aspectos operacionais). Poucas
empresas conseguem medir e monitorar estes desempenhos de forma integral,
dificultando a melhoria dos processos e dos produtos ou serviços. Estas dificuldades
envolvem a falta de visão da própria empresa, a falta de recursos para criar estes
indicadores, dificuldade em colher e filtrar as informações, e em alguns casos definir
responsáveis pelo lançamento das informações, gerando indicadores incompletos. De
acordo com Slack et al. (2008 apud Custódio, 2015), os indicadores de desempenho
essenciais ao monitoramento dos processos envolvem:
60
o Flexibilidade na área de serviços, como horário de atendimento, pacotes
alternativos com valores diferenciados, flexibilidade de locais de
atendimento, entre outros.
Custos: envolve mais um processo interno à empresa, que pode afetar o cliente
em relação ao repasse do custo e, consequentemente, ao lucro da empresa.
Reduzir custos reduzindo qualidade pode ser um grande risco à empresa.
Produtividade: conforme já visto, a produtividade está relacionada com a
eficiência da empresa (produtividade = produzir com eficiência). Isto pode gerar
melhor resultado para a empresa e possibilita o atendimento de metas que estão
relacionadas à eficácia para o cliente.
Conclusão
Temos visto uma mudança drástica no cenário econômico com o aumento cada vez
maior dos empreendedores individuais. Mais um motivo para compreender que grandes
empreendimentos tendem a findar em função desta mudança de cenário.
De qualquer maneira, uma vez entendendo como será estruturada a capacidade, é hora
de se planejar e programar as necessidades, ou de produção ou de atendimento ao
serviço. Não é um processo difícil, mas pode ser bem trabalhoso, principalmente se o
processo tiver características críticas, muitos materiais e processos envolvidos. Porém,
é extremamente necessário para que se tenha uma boa gestão das operações. Os
conceitos de planejamento, programação e produtividade estão de certo modo ligados
um ao outro, principalmente em função do resultado que se espera obter.
61
REFERÊNCIAS
GONÇALVES FILHO, E. V.; MARÇOLA, J. A. GESTÃO & PRODUÇÃO, v.3, n.2, p. 156-172,
ago. 1996. Disponível em: https://bit.ly/2PUuweT. Acesso em: 13 dez. 2019.
62
3 RECURSOS EMPRESARIAIS: GESTÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO
Porém, o nosso foco central será na gestão de materiais e patrimônio, que estão
intimamente ligados à área de operações da empresa. É óbvio que os recursos
financeiros, tecnológicos e humanos, principalmente, são importantes, porém a
responsabilidade geralmente está em outras áreas da empresa e não necessariamente
em operações e produção.
Por mais importante que seja a Gestão de Patrimônio, ela, de certa forma, gera menos
processos e necessidade de gestão. Sendo assim, nosso próximo contexto envolve a
Gestão de Materiais, que, aí sim, temos diversas variáveis para controlá-la. Neste caso,
vamos colocar de forma superficial quais são alguns destes controles e gestão, mas sem
entrar muito em seu detalhamento.
Vamos também ter um item à parte dedicado à gestão da área de compras, destacando
suas principais atribuições e parâmetros para gestão. Condicionado a este contexto,
vamos analisar uma situação que envolve a tomada de decisão entre comprar algo,
requisitar ou terceirizar o processo para o mercado externo.
Por fim, reforçando a parte que envolve estoques e produção, vamos falar sobre arranjo
físico, destacando a importância em conhecê-lo, além de seus principais processos e
tipos.
63
3.1 Recursos empresariais e Gestão Patrimonial
Aos recursos patrimoniais será dado destaque ainda neste bloco, e detalharemos o seu
contexto à frente.
Os recursos humanos, apesar de ter sua força de trabalho voltada a todos os setores da
empresa, têm, de certo modo, através da área de Recursos Humanos e de
Departamento Pessoal, apoio na contratação, demissão, benefícios, apontamento e
pagamento de salários. Nas áreas operacionais, a Gestão de Recursos Humanos é uma
tarefa ou atividade complexa e que necessita de habilidade do gestor.
64
Os recursos tecnológicos, diferente do que se pode pensar, não está relacionado aos
computadores e periféricos, pois eles são recursos patrimoniais. Os recursos
tecnológicos envolvem geralmente os softwares e a inteligência tecnológica empregada
pela empresa. Até mesmo as soluções, robótica e automação fazem parte dos recursos
tecnológicos empregados pela empresa.
A Gestão de Serviços deve ser creditada como um recurso empresarial, pois o contexto
se dá principalmente em função do crescimento dos processos de terceirização em
diversas áreas e também à necessidade de contratação cada vez maior nas empresas.
Patrimônio Característica
Pode ser caracterizado mais como um ativo da empresa, mas não
necessariamente é de seu uso, a não ser que possa ser utilizado
Terrenos como estacionamento ou pulmão para estoque. O principal
cuidado envolve a segurança do local para que não se tenha
invasão ou joguem resíduos de lixo no lugar.
Pode ser considerado como um prédio, galpão, salão etc. Pode ser
locado ou próprio. O principal cuidado envolve a segurança e
Imóveis
acesso ao local e às manutenções prediais e cuidados com o
imóvel.
Hoje, com a terceirização de transportes, muitas empresas
abriram mão de ter veículos próprios, principalmente pelos custos
de manutenção e necessidade de se ter um motorista contratado
pela empresa. Mesmo assim, dependendo da empresa, é
Veículos
adequado ter um veículo disponível para uso.
O principal cuidado envolve a manutenção, o controle sobre
quilometragem, sobre a utilização e uma forma também do
cuidado que o usuário deve ter com esses veículos.
(Continua...)
65
(...Continuação)
Geralmente envolve as máquinas utilizadas no processo produtivo
da empresa. Muito comum nas indústrias manufatureiras, já em
Máquinas serviço ou comércio podem ser considerados os equipamentos
principais na transformação do processo (fogão, geladeiras,
freezers etc.).
Geralmente envolve bens de menor porte e são utilizados para
agregar ao negócio da empresa.
- Comum: notebooks, computadores, impressoras, celulares etc.;
- Específicos: batedeiras, liquidificadores, ferramentas elétricas
Equipamentos
manuais etc.
Aqui se deve ter um grande cuidado, pois geralmente são visados
pelo seu valor ou pela facilidade de utilização, assim devendo ser
o controle o mais rígido possível.
Também consiste em bens de pequeno porte que auxiliam
geralmente nas execuções de tarefas manuais.
- Ferramentas mecânicas (chaves, alicates, material de
Ferramentas
manutenção em geral etc.).
Manuais
Apesar de não ser muito comum, é específico de algumas
empresas. Também deve se ter um controle rígido, pois é fácil de
ser extraviado.
Consiste geralmente em mesas e cadeiras utilizadas nas empresas.
Mobiliário
Também se deve ter cuidado em sua preservação, mas é comum
ir se deteriorando com o passar do tempo.
66
3) Delegue responsáveis pelo gerenciamento e controle do bem.
Pontos importantes:
67
Aquisição de bens patrimoniais: atualmente as empresas têm um forte controle
e justificativa para a compra de um bem patrimonial, e a justificativa vai muito
ao encontro do rígido controle e necessidade gerada para estas aquisições. A
aprovação da compra de um item geralmente envolve estudo de necessidades e
aprovação gerencial.
Bens patrimoniais de empresas públicas: todo o processo em uma empresa
pública é muito mais crítico do que em uma empresa privada. Vai desde má
gestão, interesse, corrupção, descuido dos funcionários, falta de investimentos
e novas aquisições, como outros fatores diversos.
Importância do controle patrimonial: porque é necessário fazer a gestão de
patrimônio:
o Saber o que se tem na empresa (controle adequado);
o Dificultar o extravio de equipamentos ou qualquer outro patrimônio da
empresa;
o Envolver a apuração do Ativo Fixo da empresa (valor da empresa,
depreciação do patrimônio, cálculo do IR etc.);
o Facilitar a gestão das manutenções preventivas;
o Envolver, principalmente, custos e dispêndios financeiros.
Nesta seção, vamos nos conter mais na parte de organização, identificação e controle
de estoques, e a parte mais técnica de cálculo vai sendo demonstrada durante os
materiais explanados nos blocos.
68
Recursos envolvem dispêndios financeiros e resultados para a empresa. Administrar
materiais é mais do que uma função estratégica da empresa, é a sua própria
sobrevivência.
A Gestão de Materiais é bem mais complexa do que a Gestão de Patrimônio. Esta gestão
também pode ser diferente dependendo do segmento, do porte ou do tamanho da
empresa, do tipo de material utilizado no processo, entre outros fatores.
69
3.2.2 Classificação e identificação de materiais
Este é apenas um quadro genérico, pode ser que algumas empresas tenham outras
classificações para seus estoques.
70
3.2.3 Tipos de estoques
71
Estes são alguns dos tipos de estoques, porém a empresa pode definir quantos estoques
forem necessários, porém deve avaliar fluxo, custo e espaço físico. Por outro lado, não
é recomendável ter um único estoque com todos os materiais misturados.
72
Veja que no exemplo foram colocadas duas formas de descrição, uma com o nome do
produto (Shampoo) e o outro abreviado (Shamp). É importante que a empresa
mantenha um padrão uniforme, por isso é importante definir apenas um responsável
pelo processo de cadastro de produtos.
Cadastro e inativação dos materiais: uma empresa costuma ter novos produtos
em seus estoques e também a descontinuidade de outros, portanto o processo
de cadastro e inativação deve ser sempre revisto;
Prevenção de perdas: prática que consiste em orientar, verificar e acompanhar
as quebras de estoques, sempre trabalhando no reaproveitamento e na
orientação de práticas para que não ocorram avarias em estoques;
Gestão de Inventários: processo de verificação e comparação da informação do
sistema x físico. Esse processo gera a acuracidade de estoques, a qual garante o
quanto um estoque está correto;
Cálculos de estoques: alguns cálculos são necessários para verificar como o
estoque se comporta. Dentre eles, temos o giro e cobertura de estoques, o lote
econômico, o ponto de ressuprimento, a curva ABC, o estoque médio e de
segurança e outros mais específicos. O uso deles é imprescindível para uma boa
gestão de estoques;
73
Organização: quanto mais organizado um estoque, melhor o seu processo para
encontrar os materiais, evitar desperdícios e quebras, além da segurança local
dos usuários.
Estes são alguns dos contextos que envolvem a gestão de estoques. Fora esses, ainda
temos o uso de equipamentos e estruturas de armazenagem, o processo de separação
de produtos, procedimentos de manuseio e movimentação de materiais, entre outras
atividades, e é por isto que envolve uma atividade bastante dinâmica. Alguns destes
contextos estaremos verificando ao longo deste material.
Três pontos são importantes para um bom resultado no processo de compras: custos,
prazo e qualidade.
Alguns processos são comuns nas organizações, sendo assim elencamos alguns deles
para conhecimento:
74
Sistema de três cotações: consulta de três fontes de fornecimento para
avaliação, na qual já existem pré-requisitos aprovando a consulta a elas. Evita-se
fazer consulta a muitas fontes para não haver perda de tempo. Tem por
finalidade partir de um número mínimo de cotações para encorajar novos
competidores.
Sistema de preço objetivo: conhecimento prévio do preço do item, geralmente
registrado no sistema da empresa. Auxilia nas decisões do comprador. Garante
ao comprador uma base para as argumentações (negociação) nas discussões de
aumentos de preço e nas negociações de distribuição da porcentagem.
Duas ou mais aprovações: no mínimo duas pessoas estão envolvidas em cada
decisão da escolha na aprovação da compra. Protege o comprador de uma
decisão individual e permite que os responsáveis pela solicitação estejam
envolvidos no processo de compras. Mas deve-se tomar o cuidado de não
paralisar o processo em função da falta de quem aprove os pedidos.
Documentação escrita: a presença de muito papel pode parecer desnecessária e
burocrática, porém fica evidente que a documentação escrita anexa ao pedido,
além de possibilitar no ato da segunda assinatura, o exame de cada fase de
negociação. Permite também a revisão e estará sempre disponível junto ao
processo de compra para esclarecer qualquer dúvida posterior. Garante também
a todas as partes interessadas a comprovação da participação e conhecimento
dentro do processo do ciclo de compras.
Envolvidos: requisitante; comprador; aprovação e fornecedor.
Documentos comuns: requisição de compras; solicitação de compras; mapa de
concorrência; pedido de compras; nota fiscal e manifesto.
75
O desenvolvimento de fornecedores envolve a necessidade de a empresa desenvolver
novos fornecedores por diversos motivos, como a criação de novos produtos,
diminuição de custos, opções de fornecedores, novas tecnologias etc.
76
O “fabricar”, neste caso, está relacionado à empresa fazer o seu próprio processo com
os custos internos. Enquanto o “comprar” consiste em adquirir de fonte externa um
produto ou serviço e repassar ao seu cliente, e ainda ter lucro com esta operação.
O ponto que mais pesa nesta análise são os “custos”. Não que o fator qualidade e prazo
não esteja intrínseco, mas o custo é fator determinante para a escolha do processo mais
ideal.
Para avaliar este contexto, é ideal conhecer quais são os Custos Totais (CT) de cada
processo, e para isso teremos que utilizar uma fórmula simples para compreender. Além
do Custo Total (CT), temos que conhecer outros custos, conforme citado a seguir:
CT = (Cv x Q) + CF
CT = Cv x Q
Exemplo prático:
Vamos supor que uma empresa de Buffet tenha o processo de produzir os seus salgados,
desde a massa até que sejam fritos ou assados. Vamos analisar uma encomenda de
1.000 salgados para um evento (Q). Para manter esta estrutura, ou seja, fabricar
internamente, este Buffet tem um custo variável de fabricação (Cv) de R$ 0,50 na média,
e uma estrutura fixa ou Custo de Fabricação (CF) de R$ 1.500,00 para este volume de
encomenda. Neste caso, o Custo Total (CT) seria:
77
CT = (Cv x Q) + CF
CT = 500,00 + 1.500
CT = R$ 2.000,00
Então, R$ 2.000,00 seria o custo para poder fabricar estes 1.000 salgados internamente.
Agora, vamos supor que a empresa fez uma cotação externa para uma outra empresa,
e esta passou o custo de R$ 0,35 por salgado. Qual seria o Custo Total (CT)?
Temos que analisar que para comprar externamente não temos o Custo de Fabricação,
apenas o Custo variável do item e a quantidade. Então o cálculo ficaria:
CT = Cv x Q
CT = 1,75 x 1000,00
CT = R$ 1.750,00
Então, R$ 1.750,00 seria o custo para poder encomendar estes 1.000 salgados de outro
fornecedor.
78
Quadro 3.3 – Vantagens e desvantagens em fabricar ou comprar
Apesar de ser um contexto simples, é uma ótima avaliação em relação à estratégia que
a empresa possa vir a adotar.
A organização produtiva de uma empresa geralmente começa com uma boa disposição
dos itens que estão em seu local físico. O impacto é direto quando se visualiza um
ambiente bem organizado, seja pelos funcionários, clientes e até fornecedores. Esta boa
organização pode trazer ganhos produtivos, de tempo, de redução de desperdício, de
se ter um ambiente saudável e agradável.
incrementar a produção;
determinar o fluxo ou caminho produtivo;
determinar o posicionamento dos objetos no processo produtivo;
79
facilitar a visualização dos processos;
orientar claramente a localização de produtos ou do local de circulação;
reduzir o manuseio;
reduzir o tempo de manufatura;
diminuir congestionamento e confusão;
melhorar a utilização do espaço disponível;
diminuir quantidade de material em processo;
minimizar distâncias de movimentação de materiais, serviços e pessoas;
dispor racionalmente as seções;
aumentar o moral e a satisfação do trabalho e do trabalhador;
tornar o ambiente mais agradável e seguro.
80
No projeto de um arranjo físico é necessário conhecer o tipo de produto que é fabricado
ou comercializado para que se possa definir qual será o melhor layout ou disposição
física de máquinas, equipamentos, materiais e pessoas. No quadro 3.4 temos as
definições dos principais tipos de arranjo físico, para o qual o processo se enquadra, suas
características e exemplos para ter uma noção de como eles se encaixam em cada tipo.
Tipo de Tipo de
Características Exemplos
AF processo
Exclusivos de produção única
Construção de navios e
e não repetitiva, na qual os
aviões; construções de
recursos transformadores
Posicional Projeto prédios, viadutos;
(materiais) estão à volta dos
perfuração de poços de
recursos transformados
petróleo etc.
(produto) e são fixos.
Envolve baixo volume de
produção com alta variedade,
Serviços de técnicos
tendo como característica
especializados (alfaiate,
principal que cada produto
Processo Jobbing fabricação de salgados,
deve compartilhar os recursos
restauradores de móveis,
da operação com outros
sapataria).
produtos. O processo tem
baixo grau de repetição.
Oficinas de costura,
Células de trabalho onde montagem de
fazem atividades únicas e computadores, serviços de
Celular Lotes
idênticas separadas de outros telemarketing, baias de
processos. trabalho em um escritório
(Financeiro, RH).
Fábrica de bebidas,
alimentos, produtos de
Produz bens em alto volume e
limpeza, tudo que é
Produção variedade relativamente
Produto produzido de certo modo
em massa estreita.
em grande quantidade e
de forma seriada.
Produz grande volume e baixa
variedade, e operam por
períodos de tempo mais
Refinarias de petróleo,
Processo longos; muitas vezes estão
Produto siderúrgicas e fábricas de
contínuo associados a tecnologias
celulose.
relativamente inflexíveis, de
capital intensivo e com fluxo
altamente previsível.
81
3.5.1 Aspectos das decisões do arranjo físico
No projeto de arranjo físico é importante também ter atenção a alguns aspectos que
podem facilitar o processo de Gestão do Local de Trabalho. E, entre estas decisões:
82
Conclusão
A Gestão de Patrimônio não é tão complexa, mas talvez por esse motivo passe muitas
vezes desapercebida pelos gestores, e a possibilidade de danos e extravio do patrimônio
pode ser grande. Por isso é importante controlar e delegar responsabilidades aos
cuidados que envolvem o patrimônio da empresa.
Bem mais complexa é a Gestão de Materiais, que, por ser rotativa, sempre há
movimentação e mudanças. Portanto, é necessário identificar corretamente, conhecer
os produtos envolvidos, definir uma equipe de gestão apropriada, ter organização.
Todos são pontos fundamentais para uma boa Gestão dos Materiais.
83
REFERÊNCIAS
84
4 MÉTODOS QUANTITATIVOS DE ESTOQUES
Estes são conceitos mais técnicos que envolvem a Gestão de Estoques. É necessário ter
um entendimento de como os cálculos são importantes na Gestão de Estoques, ou seja,
não adianta somente fazer os cálculos, é necessário entender o fenômeno ou qual a
influência dele e qual é o resultado esperado.
Inicialmente, vamos tratar das curvas de estoques, através da curva ABC e XYZ. Ambas
classificam a importância do item em relação ao faturamento e também em seu
posicionamento de estoque. Também influencia na Gestão de Inventários, ou seja, o
processo que determina a acuracidade dos estoques.
O giro e a cobertura de estoques são dois cálculos que andam em conjunto, pois uma
decisão é influenciada pela outra. Primeiramente, é necessário entender como funciona
o giro e, com este conhecimento, pode ser trabalhada a estratégia de cobertura de
estoques de um item.
O último conceito tem uma complexidade maior, pois envolve um processo de gestão e
está relacionado aos inventários da empresa que irá gerar o índice de acuracidade, no
qual determina o quanto o estoque está correto. Ele não se baseia apenas em um
simples cálculo, envolve todo um conhecimento, orientação às equipes, práticas
corretas de operação, e, por isso, sua complexidade.
85
Enfim, todos os modelos aqui citados são importantes, mas também o entendimento. É
óbvio que esses conceitos sejam necessários mais ao trabalho de um analista do que a
um gestor que toma decisões. Porém, uma vez aplicado o conceito, poucas alterações
são feitas ao longo da implementação, gerando mais uma manutenção deles. Vamos
partir para esta jornada?
As curvas ABC e XYZ são meios que as empresas utilizam para classificar os seus estoques
em função de uma determinada importância, a qual irá gerar algumas tomadas de
decisões.
Primeiramente, vamos começar com a curva XYZ. Apesar de talvez não ser tão
impactante no dia a dia, ela serve de parâmetro para determinar a importância do item
em relação a tê-lo ou não em estoque, e também avaliar produtos substitutivos.
A ordem é:
X = de baixa importância
Y = de média importância
Z = de alta importância
86
Classe Y = Intercambiável: apresenta razoável possibilidade de substituição com
outros itens disponíveis em estoque sem comprometer os processos críticos,
caso seja necessário, em detrimento dos custos envolvidos. Seguindo a mesma
linha de exemplo da rede de fast food, mas não no mesmo contexto. Vamos
supor que você pede um determinado tipo de bebida, um refrigerante à base de
guaraná, e não tem, porém faz a opção por um refrigerante de cola; neste caso,
a substituição não irá gerar maiores impactos neste instante. Contudo, é
necessário que a empresa se programe para adquirir o refrigerante de guaraná
em estoque.
Classe Z = Vital: item cuja falta acarreta consequências críticas, tais como
interrupção dos processos da empresa, podendo comprometer a integridade de
equipamentos e/ou segurança operacional. Na mesma linha do exemplo que
estamos trabalhando, é vital que não falte o hambúrguer de carne, o pão de
hambúrguer e também a batata em uma rede de fast food, pois iria
comprometer totalmente o atendimento ao cliente.
Estes são os conceitos que envolvem a classificação XYZ. Para a empresa controlá-los,
poderia, por exemplo, fazer uma marcação no cadastro do item e assim o sistema iria
sempre alertar sobre estas condições.
A curva ABC também, de certo modo, classifica os itens conforme sua importância para
a empresa. Ela orienta tanto a parte comercial e de faturamento (volume de vendas),
como também a parte operacional (movimentação do produto em estoque).
Inicialmente vamos compreender a sua importância.
A ordem é:
A: item que mais vende em termos de faturamento, vital para a empresa, não
pode faltar de jeito nenhum.
B: item de médio faturamento, mas que também é importante, pois agrega valor
para a empresa, e sua falta temporária pode até ser curta, mas é preciso ser
reposta o quanto antes.
87
C: item de baixa saída, muitas vezes serve para complemento ou atendimento
específico de um determinado cliente. Sua falta não acarreta problemas maiores.
Geralmente, são itens de baixo estoque na empresa.
Para que possa entender a importância da curva ABC, primeiro temos que informar
sobre algumas regras (ou fenômenos) do processo:
Com base no que foi colocado, vamos supor que a empresa TecnoLog Produtos de
Informática fechou o faturamento mensal de vendas e, de acordo com o resultado, teve
R$ 465.000,00 de faturamento de todos os itens vendidos. A empresa tem, em seu
portfólio, em torno de 320 itens comercializados.
88
A política da empresa determina que para definir a curva ABC deve ser utilizada a
seguinte tabela:
Com essa informação, é possível fazer um corte para determinar a curva ABC, ficando,
assim, a tabela:
Mas quantos itens são A, B e C? Geralmente é muito comum que os itens de classe A
sejam a menor parte do estoque, e os itens de classe C são a maior parte. Geralmente,
essa curva fica da seguinte forma:
89
Vamos supor que no exemplo que citamos anteriormente, no qual a empresa tem 320
itens, o resultado da curva foi:
Lembre-se também: um item classe A pode se tornar classe B de um período para outro
e vice-versa. Por isso, é sempre necessário fazer este levantamento, também para
definir a reposição do material, a alocação no estoque da empresa, entre outros fatores.
O Giro e a Cobertura de estoques são dois tipos de cálculos onde a sua análise pode ser
trabalhada em conjunto. Geralmente, entende-se primeiro o Giro de estoques e, nele,
trabalha-se a Cobertura do estoque.
90
O cálculo do Giro pode ser em unidades ou valor monetário, mas em valores (R$) tem
que tomar cuidado com o custo do material em estoque e o seu preço de venda, que
será diferente.
• Exemplo 1:
Vamos supor que em um supermercado houve a venda de 450 unidades de óleo de soja
em um período mensal (30 dias) e o estoque médio é de 150 unidades de óleo de soja.
Com base nas informações e com a fórmula aplicada o valor de giro de estoques do óleo
de soja é de:
𝟒𝟓𝟎
𝐆𝐢𝐫𝐨 = = 𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬
𝟏𝟓𝟎
Este resultado indica que o giro de estoque foi de 3 vezes em um período de 30 dias.
Depois, entenderemos o que isto vem a significar.
Vamos agora utilizar um exemplo diferente. Vamos manter o mesmo estoque médio,
porém vamos alterar as vendas no período.
• Exemplo 2:
91
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐧𝐨 𝐩𝐞𝐫í𝐨𝐝𝐨
𝐆𝐢𝐫𝐨 =
𝐄𝐬𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞 𝐦é𝐝𝐢𝐨 𝐧𝐨 𝐩𝐞𝐫í𝐨𝐝𝐨
𝟓𝟎
𝐆𝐢𝐫𝐨 = = 𝟎, 𝟑𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬
𝟏𝟓𝟎
A Cobertura de Estoques é um cálculo que visa verificar por quantos dias o estoque
estará coberto em função de uma demanda média de consumo. O objetivo é assegurar
que não falte produto em um determinado período. Mas, é importante que a Cobertura
não seja muito longa, pois incide em custos de estoques para a empresa.
Existe mais de uma fórmula de cálculo de Cobertura, porém vamos utilizar a seguinte:
𝐄𝐬𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞 𝐦é𝐝𝐢𝐨
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 =
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐚
• Exemplo 1:
Vamos supor que em um supermercado houve a venda de 450 unidades de óleo de soja
em um período mensal (30 dias) e o estoque médio é de 150 unidades de óleo de soja.
Com base nas informações e com a fórmula aplicada o valor de cobertura de estoques
do óleo de soja é de:
𝐄𝐬𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞 𝐦é𝐝𝐢𝐨
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 =
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐚
92
Substituindo as informações da fórmula, teremos:
𝐄𝐬𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞 𝐦é𝐝𝐢𝐨
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 =
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐚
𝟏𝟓𝟎 𝟏𝟓𝟎
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 = 𝟒𝟓𝟎 = 𝟏𝟓
( 𝟑𝟎 )
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 = 𝟏𝟎 𝐝𝐢𝐚𝐬
Veja que a demanda média é a demanda diária das saídas, dividida pelo número de dias.
Agora, vamos trabalhar o exemplo 2.
• Exemplo 2:
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 =
𝐄𝐬𝐭𝐨𝐪𝐮𝐞 𝐦é𝐝𝐢𝐨
𝐕𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐢á𝐫𝐢𝐚
𝟏𝟓𝟎 𝟏𝟓𝟎
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 = =
(𝟓𝟎
𝟑𝟎)
𝟏,𝟔𝟔
𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 = 𝟗𝟎 𝐝𝐢𝐚𝐬
Será que já é possível entender os motivos destes cálculos e análises? Vamos fazer um
comparativo dos dois cálculos nos dois exemplos.
93
4.2.2 Comparando o giro com a cobertura de estoques
Exemplo 1 Exemplo 1
Exemplo 2 Exemplo 2
𝟓𝟎 𝟏𝟓𝟎 𝟏𝟓𝟎
𝐆𝐢𝐫𝐨 = 𝟏𝟓𝟎 = 𝟎, 𝟑𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐂𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚 = 𝟓𝟎 = 𝟏,𝟔𝟔 = 𝟗𝟎 𝐝𝐢𝐚𝐬
(𝟑𝟎)
Veja que no exemplo 1 o resultado deu 10 dias de cobertura, mas o que isto quer dizer?
Significa que sempre haverá estoque para 10 dias e, se não fizer uma reposição, no
décimo dia irá faltar mercadoria.
Então, no primeiro exemplo temos um giro de estoques mais rápido, ou seja, a cada 10
dias todo o estoque é zerado, sendo necessário repor mais 2 vezes no mês. Enquanto
no segundo exemplo temos um giro de estoques baixo, e por isso faz com que o estoque
dure mais, neste caso, 3 meses.
Portanto, quanto maior o giro, melhor para a empresa; e quanto menor o giro, mais
tempo o material fica parado em estoque. Porém, não existe uma regra clara do quanto
é melhor. Além disso, um giro de estoque muito alto acarreta em maiores operações de
entrada e saída.
A cobertura de estoques determina em quanto tempo não irá faltar estoques, baseado
na demanda média de consumo. Algumas aplicações interessantes para a Cobertura de
estoques seriam em situações como:
Apesar de sua funcionalidade, vemos que hoje muitas empresas não utilizam este
modelo de cálculo, por diversos fatores, como: desconhecimento dos custos, falta de
controle de estoque, não regularidade nos processos de compras, fatores financeiros,
entre outros.
É importante que fique claro que o Lote econômico de compras não é um fator
determinante e fundamental para as empresas definirem sua quantidade a ser
comprada. Isto ocorre muito, pois entram fatores como:
95
Quantidade mínima e máxima: política do fornecedor, no qual pode inviabilizar
o cálculo;
Fatores de transportes: custos de frete geralmente impactam muito para a
decisão de compra. Se o fornecedor for muito distante, geralmente compra uma
quantidade maior para não ter que voltar novamente ao fornecedor, por estar
muito longe.
Essa é uma informação importante e que muitos acabam errando o cálculo por não
considerar o período de demanda como anual.
96
2) Custo de se fazer o pedido
Este levantamento muitas vezes não é fácil de se fazer, então a empresa utiliza valores
médios de rateio para chegar ao custo médio de um pedido. As informações podem
envolver: a mão de obra do comprador, a emissão de nota fiscal, o volume de
quantidade comprada, os custos de frete, entre outros mais específicos.
3) Custo de Armazenagem
𝟐 𝐱 𝐃 𝐱 𝐂𝐩
𝐋𝐄𝐂 = √
𝐂𝐚
Onde:
D - Demanda
Cp - Custo do Pedido
Ca - Custo de Armazenagem
Vamos supor que uma empresa vende em média 500 unidades de um produto
mensalmente. O custo para se fazer o pedido é de R$ 50,00 todas as vezes que necessita
comprar, e o custo de armazenagem de uma unidade é de R$ 0,35. Calculando o LEC,
temos:
Primeiro temos que transformar a demanda mensal de 500 unidades para o valor anual.
Sendo assim, são 500 unid. X 12 = 6.000 unidades. Os outros parâmetros não necessitam
de alteração. Sendo assim, é possível aplicar a fórmula:
𝟐 𝒙 𝑫 𝒙 𝑪𝒑
𝑳𝑬𝑪 = √
𝑪𝒂
97
Substituindo, temos:
Isso quer dizer que toda vez que for fazer a compra do item, o ideal é sempre comprar
1.310 unidades para que se obtenha o menor valor custo do item.
Neste caso, é possível também saber quantas vezes no período anual seria necessário
fazer uma Compra ou Fabricação do item. Para isso, basta utilizar a seguinte fórmula:
𝐃𝐞𝐦𝐚𝐧𝐝𝐚 𝐚𝐧𝐮𝐚𝐥
𝐍ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐚𝐬 =
𝐓𝐚𝐦𝐚𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐨 𝐋𝐄𝐂
𝟔. 𝟎𝟎𝟎 𝒖𝒏𝒊𝒅
𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒂𝒔 =
𝟏. 𝟑𝟏𝟎 𝒖𝒏𝒊𝒅
Seria necessário então Comprar ou Fabricar 4,58 vezes no período anual, ou seja, um
reabastecimento a cada 3 meses, aproximadamente.
Vale salientar que o LEC não é uma prática muito comum, porém, se sua análise for bem
trabalhada, é possível diminuir em muito os custos de compra ou fabricação de um item.
Este é uma das técnicas de cálculo e análise de estoques consideradas mais importantes.
Os modelos de reposição de estoques tem como função responder:
98
Este talvez seja um questionamento simples de responder, mas muitas empresas têm
dificuldade de ter entendimento. É comum essa necessidade de abastecimento ser feita
em função da visão de sistema, da verificação física do estoque ou quando um item está
faltando, o que é um erro grave.
No Gráfico a seguir é possível verificar o efeito que a falta de reposição pode gerar no
estoque, veja que a Demanda ao longo do período vai gerando a diminuição do estoque,
e, se não houver uma reposição, o estoque ficará negativo, gerando o não atendimento
do cliente.
Vamos apresentar dois modelos simples mas muito efetivos, quando se trata de
trabalhar a reposição de estoques, que são: Reposição Periódica e Reposição Contínua,
conhecido também como Ponto de Pedido, Ponto de Ressuprimento ou Ponto de
Reposição.
Neste modelo as reposições são feitas em períodos fixos, ou seja, datas programadas.
Porém as quantidades podem ser variadas em função das quantidades de estoques.
Este modelo é muito interessante para itens com baixa demanda, e também podem ser
solicitadas a poucos fornecedores e itens variados. Por exemplo:
99
Neste caso, os departamentos interessados fazem as suas solicitações, sobre quais itens
necessitam e também quais as quantidades necessárias. Então, é gerada uma listagem
com vários itens contendo essas informações.
Porém, as quantidades podem ser variáveis, pois o consumo entre um período e outro
pode ser variável (baixo ou alto).
É importante reforçar que este modelo é ideal para compras de muitos itens diferentes,
que tem baixo consumo de estoque e que pode ser comprado em um mesmo
fornecedor.
Este é o modelo em que se utiliza o conceito do Ponto do Pedido (PP). Nesse caso, as
quantidades podem ser fixas, podendo ser adotado inclusive o LEC (Lote Econômico).
Porém, o momento de compra pode ser variável no tempo, pois irá depender do
consumo de estoque e do nível de ponto de pedido.
100
Enquanto no modelo anterior os pedidos são no dia 05 e 20 de cada mês, este modelo
a solicitação pode ocorrer a qualquer momento, pois irá depender do disparo do pedido
que vamos compreender a seguir.
𝐏𝐏 = 𝐄𝐦 + (𝐃𝐦 𝐱 𝐓𝐫)
Sendo:
PP = Ponto de Pedido
Em = Estoque mínimo
Tr = Tempo de reposição
Exemplo: uma peça é consumida a uma razão de 300 unidades por mês (considerar 30
dias), e seu tempo de reposição é de dez dias. Veja que, se não houver um pedido
realizado, o estoque tende a ficar negativo.
101
Bom, com base nas informações qual é o ponto de pedido, uma vez que o estoque
mínimo deve ser de 50 unidades? Calculando, temos:
𝟑𝟎𝟎
𝐏𝐏 = 𝟓𝟎 + (( ) 𝐱 𝟏𝟎)
𝟑𝟎
𝐏𝐏 = 𝟏𝟓𝟎 𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬
Quer dizer que, quando o Estoque chegar a 150 unidades ou menos, deverá ser emitido
um pedido de compra.
O pedido (PP) será feito quando o estoque chegar a 150 unidades ou menos, e depois
de 10 dias irá chegar o produto e abastecer o estoque. O gráfico abaixo ilustra esta
situação:
102
Veja que, no dia 15 do período, o estoque chega a 150 unidades e é feito a solicitação
de compra, e depois de 10 dias do tempo de reposição o item chega e não deixa o
estoque desabastecido.
Este modelo é adequado para itens de alto giro de estoques, ou seja, produtos que têm
alto consumo.
103
gestão das operações de manuseio e movimentação;
organização do Layout e dos materiais;
prevenção de Perdas;
gestão de Inventários;
outras atividades diversas.
104
Influência nos Investimentos e Custos dos Estoques: todos os pontos anteriores,
se bem trabalhados, vão influenciar no investimento em estoque, sendo o mais
adequado possível.
Isto ocorre porque muitas situações geram erros ou fazem com que os estoques fiquem
incorretos. Alguns destes motivos são:
A empresa pode adotar várias formas para contar seus estoques e verificar se as
informações físicas batem com o sistema. Apesar de existirem vários modelos, vamos
contextualizar 4 modelos práticos, sendo:
Este é um dos Inventários mais comuns e utilizados por empresas que possuem muitos
itens em estoques, geralmente feito em indústrias, distribuidores e varejistas. A
sistemática deste inventário não é simples, tem muitas etapas, a participação de uma
equipe e toda uma organização para realizar o mesmo.
Como o próprio nome diz, é cíclico ou rotativo, pois conta todo o estoque, todos os dias,
até se fechar o ciclo. Isso é feito de forma constante, geralmente definido pela curva
ABC de produtos, no qual já vimos como ele funciona em um bloco anterior. Mas, como
se usa a curva ABC para fazer um inventário cíclico? Vamos analisar o quadro a seguir.
105
Curva Contagem Média do Período Características
Poucos itens, grandes
A Período Curto Mensal
quantidades.
Muitos itens, quantidades
Bimestral ou
B Período Médio variadas, grau médio de
Trimestral
dificuldade.
Muitos itens, baixa
C Período Longo Semestral quantidade em estoque,
grau alto de dificuldade.
Vemos no quadro exposto, que o item de curva A, tem seu inventário feito de forma
mensal, ou seja, se tiver 300 itens de classe A, e 30 dias de contagem, isto quer dizer
que terei que contar 10 itens diferentes da classe A por dia, para que ao final de 30 dias
tenha contado todos os 300 itens.
106
Depois, as informações são lançadas em sistema e é feita a verificação da
Acuracidade, que veremos posteriormente.
O principal benefício deste tipo de inventário é que, se todo dia contar um pouco de
cada item em estoque, amenizará os erros e melhorará a Acuracidade de estoques.
b. Inventário Geográfico
Rua: contar os itens que estão em um corredor específico (Rua A, B, C...) ou (Rua
1, 2, 3...);
tipo de produto: alimentos, bebidas, cosméticos, eletrônicos etc. – escolhe-se a
contagem por categoria, por exemplo;
família de produto: neste caso, poderia pegar itens de uma mesma família, por
exemplo, shampoo, desodorante, queijos, iogurtes, parafusos – ou seja,
produtos diferentes, mas que são de uma mesma família de produtos;
valor de produto: contar produtos de alto valor agregado financeiramente.
Este é um inventário bem prático de mercado. Vamos supor que a empresa fez a venda
de alguns produtos e não o encontra em estoque. Neste caso, é necessário cancelar o
item para não sair na nota e faltar para o cliente.
Quando isso ocorre é necessário bloquear o produto para não vender mais, e
posteriormente é tirada uma listagem dele com os endereços e estoques e feita uma
busca apurada para ver se encontram distorções.
107
Geralmente esse tipo de situação ocorre quando um produto está misturado com outro
(produtos similares) ou quando o mesmo está com o estoque muito baixo (final de
estoque). Depois de se fazer o inventário o sistema deve ser acertado.
d. Inventário Geral
O inventário geral é feito de acordo com a política da empresa, mas o ideal é fazer o
mesmo semestralmente ou anualmente. É claro que durante este período se faça
inventários regulares para o impacto não ser tão crítico.
Neste subitem verificaremos, depois de ter contado o estoque, se ele está adequado ou
não. O termo Acuracidade – Índice calculado que determina a quantidade de itens
corretos no estoque, está relacionado à assertividade, ou seja, quanto maior a
acuracidade, mais certo estará o estoque, e consequentemente melhor é o desempenho
das operações e o resultado da organização.
108
“Item” é o mesmo que “SKU”, sigla em inglês que significa “Stock Keeping Unity”, que,
traduzindo para o português, ficaria “Unidade de Manutenção de Estoque”. Por
exemplo:
Aqui temos a diferença entre “item” e “quantidade”, ou seja, o que é medido para
cálculo de Acuracidade é se o item está de acordo ou não, e a sua quantidade física
apenas indicará se o item está correto. Veremos exemplos a seguir.
A fórmula da Divergência é:
A tolerância é uma informação, que geralmente é definida pela empresa e que serve de
parâmetro para aprovar o item ou não, dentro de uma tolerância definida. Portanto, a
Tolerância é o grau de aceitação da divergência, como exemplo temos o quadro abaixo:
109
Classe Tolerância
A + / - 0,2%
B + / - 1,0%
C + / - 3,0%
Essa é uma referência fictícia, pois a empresa pode definir estas tolerâncias. Veja que
ela também está diferenciada para cada classe de produto.
Primeiro, vamos calcular a divergência, depois vamos analisar o resultado com a tabela
de Tolerância.
𝟏. 𝟎𝟖𝟎 − 𝟏. 𝟏𝟑𝟎
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (%) = 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝟏. 𝟏𝟑𝟎
− 𝟓𝟎
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (%) = 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝟏. 𝟏𝟑𝟎
110
𝟐. 𝟑𝟎𝟓 − 𝟐. 𝟐𝟖𝟎
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (%) = 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝟐. 𝟐𝟖𝟎
+ 𝟐𝟓
𝐃𝐢𝐯𝐞𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (%) = 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝟐. 𝟐𝟖𝟎
Supondo que no estoque há 1.500 itens diferentes, dos quais 1.387 itens estão corretos,
utilizando a fórmula acima, a acuracidade seria:
𝟏. 𝟑𝟖𝟕
𝐀𝐜𝐮𝐫𝐚𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 (%) = 𝐱 𝟏𝟎𝟎
𝟏. 𝟓𝟎𝟎
Não existe uma regra determinada sobre o nível de acuracidade aceitável. Nos EUA e no
Japão se trabalham com o índice de 99,7%. No Brasil, acima de 98% já é aceitável.
A Curva ABC é muito fácil de ser trabalhada e os sistemas conseguem fazer esta
avaliação até de forma diária, o que interessa mesmo é que tenha alguém que analise
estas informações. A curva XYZ, apesar de ter pouca aplicação prática, também sinaliza
tomadas de decisões em função do posicionamento de estoque.
O Giro de estoques tem tanto o interesse financeiro, pois envolve produtos que mais
faturam, assim como fatores operacionais, pois se consegue observar a
operacionalização do item. Também um cálculo simples de aplicação, que os próprios
sistemas conseguem realizar, basta alimentar os dados corretamente. A Cobertura de
estoques é uma decisão que anda em conjunto com o Giro de estoques, mas que pode
ser fundamental a sua tomada de decisão em função da análise de itens específicos do
mercado. A Cobertura de estoques possibilita não faltar um item, porém deve ser
analisado o dispêndio financeiro e a taxa de ocupação dos estoques.
O Lote Econômico, apesar de ter uma aplicação interessante, é difícil ser aplicada de
forma constante, pois representa sempre a compra de um lote fixado. Sabemos que
hoje muitas empresas dependem do dispêndio financeiro para abastecerem seus
estoques, e também não irá se privar de uma compra grande se houver uma boa oferta
do mercado.
112
A Gestão de inventários também é imprescindível por uma série de questões, e dentre
elas é o valor de estoques que a empresa tem. A não manutenção e cuidado com os
estoques podem gerar grandes prejuízos à empresa, e a falta de controle ou
conhecimento dá margem para extravios e furos de estoques.
REFERÊNCIAS
113
5 LOGÍSTICA E CADEIA DE ABASTECIMENTO
O ciclo do pedido é um processo que dentro da empresa muitas vezes não tem dono, ou
seja, todos os setores participam do processo, mas muitas vezes não existe um
responsável direto pelo ciclo. Por isso é importante compreendê-lo, para que possa
torná-lo mais efetivo como um todo.
A Logística, apesar de já existir há muito tempo no dia a dia das empresas e também no
das pessoas, apenas se tornou estratégico em meados de 1.950 com as mudanças
propostas através do Sistema Toyota de Produção. Hoje ela ainda é vista como
processos que envolvem a armazenagem de materiais e transportes, mas muitos outros
são componentes desta área, que cresceu muito nos últimos anos em função da
necessidade de uma melhor estratégia empresarial e atendimento ao cliente.
Uma coisa importante é saber que Logística é diferente de Cadeia de Suprimentos, onde
na verdade a Logística é mais ligada aos processos que envolvem a armazenagem, o
transporte e a distribuição de produtos em geral, e seus sub processos, enquanto que a
Cadeia de Suprimentos envolvem mais uma visão estratégica da empresa com a
eficiência do fluxo de materiais desde a origem até o consumidor final.
Basicamente, este é o conceito de Logística. Para que isso ocorra, diversos processos são
envolvidos, como, por exemplo, conforme ilustra a Figura 5.1.
O recebimento de materiais;
A guarda de materiais em estoque;
O processamento ou fabricação do produto final;
O processamento dos pedidos;
Os processos de armazenagem (manuseio e movimentação);
O acondicionamento e estocagem;
A separação e conferência dos produtos;
A embalagem e expedição;
A emissão de documentos fiscais;
O Transporte e a Distribuição;
E por fim a entrega ao cliente.
115
Figura 5.1 – Atividades típicas da Logística
Todas as etapas citadas acima fazem parte de processos voltados à logística, envolvendo
a gestão de tempo, custos e funcionários.
116
Em um primeiro momento, imaginamos o consumidor final, que consome a mesma in
natura, mas se pensarmos bem este produto vai alimentar as empresas de Suco,
aromatizantes, essências, e outros mercados mais específicos. Sendo assim, este
produto não é apenas destinado ao consumo da fruta, exclusivamente. Fora isto, temos
o contexto de negócios, que pode envolver a exportação do produto.
Todo produto que consumimos tem um ciclo dentro de uma Cadeia de Abastecimento,
desde a sua origem, sendo ou não uma matéria-prima, até o produto final que será
consumido ou utilizado. Estes produtos estão relacionados aos bens de consumo, sejam
eles duráveis ou não, e que faz parte do cotidiano de todos os consumidores.
Todo produto que consumimos tem a sua origem através da matéria prima bruta, ou
ainda sem um tratamento específico. As empresas Extrativistas dominam estas
atividades, onde a origem do produto pode ser através do Extrativismo Mineral, Vegetal
e Animal.
117
Já o Animal é amplamente representado pela Pecuária, através do abate de gados,
suínos, caprinos, avícola, e também podemos considerar a caça e a pesca. Só estas três
representações irão gerar diversos produtos ao final da Cadeia.
Muitos dos elementos explorados muitas vezes estão em estado bruto, ou seja, é
necessário fazer o seu beneficiamento e preparo para as Indústrias de produção,
fabricantes ou manufatureiras. Os componentes minerais alimentam as indústrias de
aço e de plástico, principalmente, muitas vezes incluindo produtos químicos e solventes
em sua composição. A indústria alimentícia é beneficiada através da Agricultura, seja ela
de grãos, como de diversas culturas que, além da mesa do consumidor, alimentam
diversas indústrias de processamento de alimentos. Além disso, temos a flora, que
alimenta as indústrias de perfumaria, diversas plantas que alimentam as indústrias de
medicamentos, a madeira que alimentam as indústrias moveleiras, e assim outras
diversas culturas e transformações no âmbito do extrativismo vegetal (Figura 5.4). No
caso do extrativismo animal, além do abate e indústria de corte, podemos ter o couro,
a lã, e diversos outros componentes que compõem produtos que consumimos.
118
Figura 5.4 – Borracha beneficiada
Todos estes materiais são transformados em matérias prontas para a fabricação final de
produtos, cada um com características específicas.
119
Nestes três primeiros fluxos, tanto na Extração como na Transformação e Fabricação, a
Logística é uma área de apoio, onde temos os diversos processos de armazenagem,
transporte e distribuição. As atividades principais envolvem o foco central de cada
empresa.
4º) Distribuição:
Aqui sim temos a parte do fluxo onde o enfoque principal envolve a Logística. O processo
de Distribuição (Figura 5. 6) envolvem empresas especializadas no segmento Logístico e
que faz o elo entre os Fabricantes e o Comércio Varejista e Atacadista principalmente.
Em algumas situações um Distribuidor pode atender o cliente final, principalmente em
compras realizadas através o Comércio Eletrônico.
5º) Comércio:
Mas para a Empresa o que significa Demanda? Em um primeiro momento “vendas”, mas
o objetivo principal envolve o seu “faturamento”.
121
As situações de mercado vão se modificando ao longo do tempo, entre eles temos a Lei
da Oferta e da Procura. É óbvio que o ideal seria a livre concorrência, e é o que mais
ocorre hoje no mercado como um todo, porém existem situações de produtos ou
serviços que temos uma variação da Oferta e da Procura. Por exemplo, em pacote de
viagens e hospedagens, nas férias ou em períodos de temporada, a oferta é
relativamente alta, porém a procura é muito maior, fazendo com que haja preços
elevados em sua contratação. Já em períodos de baixa temporada a procura é baixa, e
isso faz com que as empresas gerem promoções com o objetivo de atrair clientes.
preço do produto;
produtos concorrentes;
concorrência (estabelecimentos);
tipo de estabelecimento;
região atendida.
a renda do consumidor;
os hábitos e gosto dos consumidores;
o perfil do consumidor;
a necessidade de consumo.
Temos também algumas características que vamos considerar como Aspectos Técnicos,
que envolvem:
122
Mix ou Portfólio de Produtos (Figura 5.8): está relacionado à variedade de
produtos de uma mesma linha, variedade de produtos de um mesmo mercado
concorrente. Gera um dos maiores problemas nas operações logísticas em
função do seu alto fracionamento. Os Distribuidores, Varejistas e Atacadistas
costumam ser os mais afetados com este processo. As variações envolvem cores,
aromas, fragrâncias, sabores, conteúdo e embalagem (BRASIL; PANSONATO,
2016).
Um outro ponto importante sobre a Demanda envolve a comunicação das áreas de MKT
e Comercial, que devem se alinhar às áreas de Produção e Logística, quando:
123
5.2.1 Previsão
A Previsão se refere à ação e ao efeito de prever, ou seja, conjecturar o que vai acontecer
em um período futuro através de interpretação ou de indícios, chegando a um resultado
próximo do esperado. A Previsão é uma ferramenta de gestão empresarial que consiste
na utilização de métodos qualitativos ou quantitativos, gerando uma previsão de valores
(GONÇALVES, 2013).
Na área Comercial temos a previsão de vendas, que está relacionada com a Demanda
de consumo. Fatores como concorrência, projeção de Novos Clientes, projeção de
Mercados Emergentes, gerando perspectivas de Faturamento futuro.
124
Na Logística: também os Recursos Humanos, níveis de estoques, atendimento de
pedidos, planejamento de entregas, quantidade de veículos, uso do espaço físico, gestão
de Compras, entre outras previsões que irão auxiliar no planejamento logístico.
A Previsão não visa resolver um problema, mas pode ter como intuito “amenizar” o
efeito que envolve um determinado processo, chegando ao seu resultado mais próximo.
125
compramos pão, e em todos estes casos levamos o produto ou serviço de imediato, não
há Ciclo do Pedido (BRASIL; PANSONATO, 2016). Fora os exemplos abordados, a maioria
dos processos, principalmente os empresariais, acabam envolvendo um Ciclo de Pedido.
Sendo assim, Ciclo do Pedido é o tempo transcorrido entre a colocação do pedido pelo
cliente até a sua entrega é chamado de tempo de ciclo de pedido, pois cada evento
necessita de um determinado tempo para ser executado (PONTES; ALBERTIN, 2017).
Hoje, os processos mais comuns quando envolve o cliente pessoa física, e que gera o
Ciclo do Pedido são as compras feitas pela Internet. Também se estende para empresas
que trabalham com Consultorias, Projetos Específicos, montagens, eventos também
atuam com o processo que envolve o Ciclo do Pedido. Alguns exemplos de produtos
entregues que envolvem um Ciclo de pedido e suas variações:
126
3. Compra pela internet – 03 a 07 dias (ou +)
4. Cozinha planejada (loja física) – 30 à 45 dias
5. Apartamento na Planta (lançamento) – 36 meses
6. Encomenda de Salgados (festa) – 03 dias antes
7. Sinistro colisão veículo – funilaria e pintura – indeterminado
Cada uma destas áreas terá um prazo para fazer a tratativa do processo e isto incorrerá
em um tempo de atendimento.
127
Exemplo de um Gráfico de variabilidade de tempos por processos:
Percepções conflitantes:
5.4.1 Transportes
128
Atualmente, muitas empresas estão neste segmento e, com isso, houve a
especialização, onde podemos considerar que as empresas são transportam todo e
qualquer tipo de carga, seja seca, congelada, perecível, química, viva, entre diversas
outras (PONTES; ALBERTIN, 2017).
129
Dutoviário: é o transporte realizado através de dutos, muito comum em
empresas de Gás, Petróleo, Grão, Água, entre outros específicos. O investimento
inicial é alto, porém se torna econômico ao longo do tempo e de uso.
Ferroviário: transporte feito através de trilhos também tem a vantagem de ter
alta capacidade de carga e valor de frete baixo, porém tem rotas limitadas e foi
muito prejudicado pela falta de Investimentos.
Rodoviário: é o maior sistema de transporte Nacional, responsável por
movimentar cerca de 60% do que consumimos. Tem como vantagem a alta
disponibilidade de empresas, flexibilidade de entrega para qualquer local, porém
ainda tem custos elevados e diversos riscos como os de roubo, acidentes e alguns
outros também críticos.
Multimodal: é a conjunção de dois ou mais modais. Nesse caso, é necessário o
planejamento de embarque e desembarque, também a flexibilidade no trâmite
fiscal, podendo ter restrição de dimensões e pesos, e deve ter o transbordo
planejado. Podemos considerar que o Multimodal é aplicado na maioria dos
modais, pois, para se fazer um embarque aéreo, no porto, na ferrovia e a até nos
dutos, muitas vezes é necessário utilizar o transporte Rodoviário até chegar
nestes locais.
Alguns pontos são importantes gerir na área de Transportes, dentre eles podemos
destacar:
130
Gestão Operacional: Envolve principalmente a gestão de recursos humanos,
como motoristas, ajudantes, suporte à frota (roteirizador, monitor de transporte
etc.).
Também é muito difícil encontrar um Canal com poucos participantes no processo sendo
ele bem específico. Vamos exemplificar um canal simples para que possamos ter o
entendimento sobre os participantes, ou seja, seus intermediários (GONÇALVES, 2013).
131
Hipermercado
Feiras Livres
Fabricante
de Suco
No caso deste exemplo que envolve um produtor rural (Figura 5.12), temos 3 a 4 níveis
de intermediários, sendo o 1º Cooperativas, o 2º Ceasa e Fabricantes, o 3º
Hipermercados, Hortifrútis e Feiras Livres, o 4º Bares e Restaurantes e Consumidores
finais. Para o produtor rural seria muito complicado levar o seu produto até os bares,
restaurantes e consumidores finais, por isso acaba utilizando intermediários para que
este produto chegue até eles.
Mas como o Canal de Distribuição é definido? Quem são os responsáveis por esta
definição? A responsabilidade de criar o Canal de Distribuição em uma Grande ou Média
Empresa, é uma decisão conjunta que envolve basicamente três departamentos:
132
5.5 Estratégias logísticas
As Estratégias de Distribuição são meios, formas ou planos para que a empresa tenha
uma distribuição ágil, econômica e eficiente, e para isto adotam contextos que possam
fazer com que estas estratégias sejam as melhores possíveis (GONÇALVES, 2013).
Cross Docking
Transit Point
Milk Run
Operadores Logísticos
O Cross Docking, (Figura 5.13) também conhecido como cruzamento de Docas, é uma
estratégia que tem como objetivo não armazenar mercadorias no estoque, ou seja, uma
mercadoria que chega no Distribuidor, fornecido pelo fabricante, já tem o seu destino
certo; sendo assim, quando chega, já é descarregada, faz a entrada da nota e separa a
mercadoria para carregamento e despacho para o cliente final. Esta estratégia tem que
ser bem planejada e deve ser feita com base no contato com o fornecedor e com o
Cliente (BRASIL E PANSONATO, 2016).
133
O Transit Point (Figura 5.14) é uma outra estratégia utilizada pelos Distribuidores, na
qual consiste em carregar um único veículo no ponto inicial de Distribuição, que será
descarregado em um outro ponto e distribuída em veículos menores, cada um
atendendo uma determinada região.
Vamos supor que a empresa tem o seu Centro de Distribuição na Região Sul, e atende
as outras Regiões (Centro, Norte, Leste e Oeste). Nesse caso, o veículo sai carregado na
Zona Sul, o mesmo percorre até a Região Central, e lá há 3 veículos esperando para
receber a carga, sendo que 1 dos veículos vai para a Região Oeste, outro para a região
Leste e um outro para a Região Norte. Nessa estratégia, evita-se a necessidade de ter 4
veículos carregando na Zona Sul, havendo uma economia de Transporte.
134
Traduzindo ao pé da letra, Milk Run significa Corrida do Leite (Figura 5.15). Esse nome é
devido ao processo de um transportador passar em duas ou mais fazendas sem cruzar
caminho na rota, retirar o leite e, em seguida, entregá-lo a uma empresa de laticínio.
Isso é um dos exemplos do conceito de Milk Run, que mais comumente é usado na
indústria automobilística.
Estas são algumas das Macro Estratégias que envolve o processo de Distribuição, mas a
empresa pode adotar diversas estratégias simples, desde que sejam bem planejadas e
gerem menores custos e ganho de tempo no processo de Distribuição.
135
Conclusão
A Demanda e suas variáveis é uma das análises a serem feitas para o entendimento de
como o processo logístico funciona e requer práticas para que se possa planejar melhor
o atendimento a esta demanda. A previsão é uma destas ferramentas, podendo
considerar como a vacina para a Demanda.
O Transporte é o meio utilizado para levar qualquer tipo de carga de um ponto ao outro,
e a Distribuição é todo o planejamento de como esta entrega vai ocorrer, definindo
prazos e tendo o cuidado com o atendimento junto ao cliente. Apesar de serem
processos distintos, geralmente atuam em conjunto, em função do resultado obtido ter
interesse de ambas as áreas.
Enfim, este conteúdo oferece uma base de como funciona a área de Logística e de
Cadeia de Abastecimento, apesentado alguns de seus processos principais.
136
Referências
137
6 GESTÃO DA QUALIDADE E SUSTENTABILIDADE
A qualidade está intrínseca a produtos e serviços quando nos referimos aos clientes, e
somada a ela os processos, quando nos referimos às empresas. Desde o início do século
XX até os dias atuais muitas foram as contribuições deixadas nesta área. Porém, há 10 a
15 anos, parece que a mesma se estagnou nos mesmos preceitos deixados por seus
estudiosos, ou seja, não há mais muito movimento relacionado à esse contexto.
Com o passar dos tempos, outras ferramentas mais avançadas com características
filosóficas e metodológicas foram fazendo parte do cenário empresarial, algumas com
aplicações mais simples e outras mais técnicas. Geralmente, essas ferramentas
necessitam do envolvimento das pessoas e do apoio da alta administração para que
funcionem adequadamente. Veremos apenas algumas destas ferramentas, pois é vasta
a quantidade de aplicações existentes.
138
Por fim, iremos abordar o conceito de Logística Reversa e Sustentabilidade,
demonstrando através de dois de seus principais canais todo o contexto que envolve
esta área que tem se tornado importante, tanto para as empresas como para as pessoas.
Segundo Chiroli (2016), a Gestão da Qualidade Total está relacionada a uma estrutura
organizacional criada para gerir e garantir a qualidade, os recursos necessários, os
procedimentos operacionais e as responsabilidades estabelecidas.
Segundo Bond et al. (2012), para implementar a Gestão da Qualidade nas empresas são
necessárias mudanças na cultura e no comportamento dos envolvidos, pois não se trata
apenas de processos, e sim de uma Filosofia na qual exige nova postura, atitude e
desenvolvimento, onde parte dessa transformação depende do engajamento da alta
administração da empresa.
139
6.1.1 Sistemas de Gestão da Qualidade
A sigla para International Organization for Standardization deveria ser IOS e não ISO. No
entanto, como em cada país de línguas diferentes existiria uma sigla diferente, os
fundadores decidiram escolher uma só sigla para todos os países: ISO. Esta foi a sigla
escolhida porque, em grego, isos significa "igual", o que se enquadra com o propósito
da organização em questão.
140
ISO-TS 16949– Certificação Automotiva:
A ISO/TS 16949 é uma especificação técnica com base na ISO 9001, e é a norma
que define os requisitos do sistema de qualidade para a cadeia de fornecedores
da indústria automotiva. A nível nacional, as montadoras exigem que seus
fornecedores sejam certificados.
Estas são, portanto, as principais normas da Série ISO, lembrando que as mesmas são
consideradas normas de Gestão, pois orientam as empresas a trabalharem um Sistema
de Gestão de Qualidade no âmbito empresarial, abrangendo todos os processos da
empresa com o objetivo de atender ao Cliente.
Uma outra norma que não faz parte da família ISO, mas que é bom citar, está
relacionado às Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NR. Elas se tratam
do conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do
trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo
que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
141
Essas normas são divididas e fracionadas em várias, sendo que cada uma tem suas
condições específicas estabelecidas. Alguns exemplos de NR são:
142
analisar: avaliar as causas ou efeitos indesejados;
corrigir: propor soluções para correção dos problemas na causa.
Diagrama de Pareto
Diagrama de causa e efeito
Histograma
Carta de controle (CEP)
Estratificação
Folha de verificação
Diagrama de Dispersão
143
Posso também utilizar o Diagrama de Ishikawa para levantar as principais ocorrências
em um processo. Porém, só levantar as informações não será suficiente para a análise,
e, sendo assim, será necessário utilizar um critério para o levantamento de informações
de tudo que foi levantado e depois a análise destes efeitos.
Hoje em dia é muito difícil afirmar sobre o grau de utilização ou quem utiliza estas
ferramentas, porém é muito útil principalmente nas áreas fabris ou operacionais da
organização.
Vamos ver agora como funciona cada uma destas ferramentas de forma básica.
Gráfica de Pareto
O Diagrama de Pareto foi desenvolvido pelo Professor Vilfredo Pareto e adaptado por
Juran para análises dos problemas nos processos (CUSTÓDIO, 2015; SELEME e
STLADERL, 2012).
A ideia central consiste no conceito de que poucas causas geram a maior parte dos
problemas, e é nelas que devem ser concentrados os esforços de melhoria. Essa ideia
de relacionar as poucas causas com maior incidência de problemas é denominado como
regra 80/20. Mas como funciona?
A Figura 6.1 demonstra de forma clara que em uma situação de processo geralmente
20% das causas geram em torno de 80% do volume de defeitos, enquanto que um monte
de outras causas menores, são responsáveis por aproximadamente 20% dos volumes de
defeitos.
Se fizermos uma contagem, teremos um grupo com 6 causas claras e 1 causa diversa
sobre possibilidades de defeitos, nas quais geram o total de 200 defeitos. Se formos
aplicar o fator 80/20, poderíamos chegar a um número, ou seja, se há 200 defeitos,
quanto seria 80% deste valor? Nesse caso, seriam 160 unidades com anomalia. Vamos
somar as causas e erros conforme demonstrado em gráfico:
Tensão (104 unidades) + Arranhão (42 unidades), teríamos 146 unidades com defeitos.
Então, pegando o outro defeito próximo, neste caso o furo com 20 unidades defeituosas,
somada às demais 146 + 20 = 166 unidades defeituosas, onde atingimos o número até
superior a 80%. Neste caso então, teremos que atuar sobre as 3 primeiras causas
conforme gráfico acima.
Esta é basicamente, a forma com que se trabalha o Gráfico ou Diagrama de Pareto. Mas
não é uma regra fixa o 80/20, pois neste exemplo poderemos pegar apenas as 02
primeiras anomalias e já teremos um índice vem elevado para análise, em cima de
poucas causas.
145
Folha de Verificação
Para elaborar uma folha de verificação deve-se definir quais são as informações
pertinentes e os campos a serem utilizados, como o nome do produto ou item, data,
máquina, operador, campo descritivo, informações sobre o produto ou processo,
quantidade e outras informações pertinentes. Também deve-se treinar e instruir
pessoal para realizar a coleta.
Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, como o próprio nome diz, foi desenvolvido pelo Prof. Karou
Ishikawa, também no período que envolveu o desenvolvimento das Técnicas orientais.
Esta ferramenta foi desenvolvida com o intuito de avaliar as relações existentes entre
um problema ou efeito indesejado e as suas possíveis causas (CUSTÓDIO, 2015; SELEME
e STLADERL, 2012).
Cada um dos 6M deve ter uma análise específica, e não necessariamente pode
apresentar uma anomalia. Abaixo, temos cada causa e a principal análise feita sobre ela
(CHIROLI, 2016).
146
Medida: avalia as medições e testes feitos no produto, se há coerência, se passou
algum detalhe;
Meio Ambiente: Relacionado aos impactos ambientais como ruído, sujeira,
iluminação, motivação, equipe, e que possam vir a interferir no resultado do
processo.
Mão de Obra: relacionado aos funcionários, necessidade de treinamento ou de
capacitação, contratação ou adequação da atividade;
Material: Verificação do material utilizado, qualidade do material, avaliação ou v
verificação junto aos fornecedores.
Como funciona:
147
Após o debate e em paralelo o preenchimento das possíveis causas, o ideal é fazer um
levantamento da incidência de cada causa, podendo ser utilizada uma folha de
verificação, por um determinado período, e logo após utilizar um gráfico de Pareto com
as informações plotadas, sendo possível avaliar quais são as maiores causas que incidem
em erros para aquilo que está sendo analisado. Basicamente este é o funcionamento e
aplicação do Diagrama de Ishikawa.
Fluxograma
148
Fonte: Disponível em <https://www.researchgate.net/figure/Figura-23-Simbologia-do-fluxograma-
parcial-Fonte-Oliveira-2002-p-267_fig5_320024475>. Acesso em 13 dez. 2019.
Há diversos tipos de fluxogramas, cada um deles com uma função específica, como o de
diagrama de blocos, diagrama de fluxo de processo e o mais comum é o fluxograma
padrão, conforme figura 6.5.
149
Fonte: Disponível em <https://www.researchgate.net/figure/Fluxograma-dos-Processos-para-
Identificacao-do-Centro-dos-Olhos-e-Base-do-Quarto_fig1_228962273>. Acesso em 13 set. 2019.
Temos aqui três outras ferramentas que tem uma aplicabilidade mais específica e sendo
assim iremos tratar todas em conjunto e dar uma explanação básica sobre as mesmas,
pois requer um nível de conhecimento maior na utilização das mesmas. Vamos lá
(CUSTÓDIO, 2015; SELEME e STLADERL, 2012).
Claro que não são tão simples essas avaliações, mas esta é a base de funcionamento do
CEP – Controle Estatístico de Processo.
Histograma
151
Podemos medir a temperatura de um ambiente a cada 10 minutos pelo período de 8
horas, onde teremos, neste caso, 48 medições da temperatura. É muito provável que
teremos uma variação nestas medições. Neste caso será feito um levantamento dos
resultados e, como também podem ter resultados iguais, os mesmos serão agrupados,
e através deste processo teremos então uma distribuição das frequências.
Assim como no CEP é necessário fazer uma avaliação detalhada do resultado obtido no
Histograma, e com base neste resultado ações serão tomadas para ajustes de processo.
Diagrama de Dispersão:
Por exemplo: suponha que tenhamos um determinado produto químico a ser produzido
com a formulação definida, e que queiramos ajustar o produto em função do material
empregado até achar a consistência adequada. Nesse caso, o resultado desta
formulação pode gerar uma série de informações diferenciadas. Estas informações são
anotadas e inseridas em um gráfico para acompanhar a sua evolução.
Os diversos instrumentos que visam garantir a Qualidade foram criadas ao longo das
décadas, desde a Filosofia do Sistema Toyota de Produção e que avançou muito na
década de 80 em diante, sempre com o intuito de buscar melhorias, corrigir problemas,
novas soluções alternativas, alterar processos e produtos, entre outras metas.
153
A diferença entre as Ferramentas Básicas e estas concepções, são ações que envolvem
um contexto mais organizacional, envolvimento das pessoas, cultura organizacional,
filosofia da empresa, enquanto as ferramentas básicas são aplicadas para melhoria
direta em um produto ou processo.
Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA é uma ferramenta muito conhecida para a solução de problemas. Podemos
considerá-la como uma Metodologia, pois a sua aplicação não é direta, ou seja, é
necessário seguir alguns passos para se obter um resultado final. Também é metódica,
ou seja, tem que fazer exatamente como está orientada.
Segundo (Custódio, 2015) o Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Deming e
Ciclo de Shewhard, é uma ferramenta que consiste em plano de análise em 04 etapas
(Figura 6.8) e (Figura 6.9), sendo:
154
Check (conferir): verifica se o que foi implementado está condizente com as
propostas de melhoria. Para isso, é necessário fazer verificações para analisar os
resultados e tomar as decisões sobre ajustes, modificação e padronização.
Act (agir): momento em que se analisa a causa e propõem soluções de correção
ao objeto de estudo.
155
O Ciclo PDCA envolve uma Metodologia, pois é necessário utilizar vários passos para
fazer com que a ação ou resolução do problema seja concluída. É necessário também
muita disciplina, se comprometer com os Cronogramas de realização em cada etapa, ter
responsabilidade na execução de cada passo, pois, caso contrário, pode ser uma
ferramenta não muito efetiva.
5W2H
O 5W2H é uma ferramenta de gestão que vem de cinco perguntas, em inglês, que
começam com a letra “W”, e duas questões que começam com a letra “H”. Veja, a seguir,
quais os significados de cada letra (Bond et al., 2012):
Os cinco “Ws” representam (em inglês): o que (what), por que (why), onde (where),
quando (when) e quem (who). Já os dois “Hs” indicam: como (how) e quanto custa (how
much).
156
Fonte: Disponível em <https://www.edersonmelo.com/5w2h-as-sete-perguntas-essenciais/>. Acesso em
13 dez. 2019.
Figura 6.10 – Esquematização 5W2H
Como funciona: para utilizar, também é necessário que se tenha uma reunião e se
discuta algum problema central crônico ou uma anomalia a ser resolvida. Nessa reunião,
são anotadas em cada letra quais serão as ações tomadas, e isto vem acompanhada com
informações como datas, custos, responsáveis, e é ai que está a principal função da
ferramenta.
Talvez sejam necessárias mais reuniões a fim de afinar cada contexto; sendo assim, pode
haver uma primeira reunião geral definindo inclusive todos os pontos, e no decorrer da
investigação outras reuniões vão sendo feitas para ajustar ou afinar o processo. Essa
ferramenta pode ser utilizada em conjunto com outras diversas, como a folha de
verificação, o gráfico de Pareto ou o próprio Ciclo PDCA.
Matriz GUT
A Matriz GUT, também conhecida como Matriz de Priorização de GUT, foi proposta por
Charles H. Kepner e Benjamin B. Tregoe, em 1981, como uma das ferramentas utilizadas
para detectar e priorizar problemas crônicos em um processo. Estas causas podem ser
abstratas ou não necessariamente direta, portanto é a partir daí é que se define o que
deve ser priorizado em uma ação corretiva (BOND et al., 2012).
157
Fonte: Disponível em <https://blog.egestor.com.br/matriz-gut/>. Acesso em 13 dez. 2019.
158
2. Pontuar cada tópico: aqui é necessário aplicar um peso, geralmente de 1 a 5, ou
seja dar uma nota ou número à aquele contexto, sendo que geralmente 1
significa menos crítico e 5 mais crítico. Estas notas devem ser dadas para G –
Gravidade, U – Urgência e T – Tendência.
3. Classificar os problemas: a classificação será baseada em um cálculo onde se
multiplica a nota dada à Gravidade vezes a Urgência e vezes a Tendência (G x U
x T). Ao final deste cálculo teremos uma pontuação sobre cada problema e
aquele que tiver maior pontuação é o item que será tratado imediatamente.
Por isto que a mesma é conhecida por uma Matriz de prioridade, onde, será priorizado
o problema com maior pontuação.
159
A Baixa taxa de conversão de landing pages obteve para G 3 pontos, U 4 pontos e T 2
pontos. Seu resultado final foi de 24 pontos (3 x 4 x 2), sendo o item com menor
pontuação, não se tornando a prioridade principal.
5 Sensos
Técnica de Origem Japonesa que tem como conceito principal trazer um ambiente
limpo, organizado e seguro. Esta técnica é ideal para as empresas que tem grande fluxo
de movimentação de materiais e documentos e que sofre com a questão da
desorganização. Atualmente, o conceito foi expandido de 5S para 10S (Figura 6.13) em
algumas empresas, mas a raiz estão nos 5 primeiros Sensos (CUSTÓDIO, 2015).
Organização
Limpeza
Ambiente agradável
Ambiente seguro
Facilidade na identificação de materiais e processos
Redução de desperdícios
160
Características de cada Senso:
Senso de Utilização:
Senso de Ordenação:
Senso de Limpeza:
Senso de Higiene:
161
o mantem boas condições sanitárias nas áreas comuns, zelar pela higiene
pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de
fácil leitura e compreensão.
Senso de Autodisciplina:
De forma básica, boa parte da Metodologia é feita em um único dia, onde é definido o
que se “usa ou não” (Senso de Utilização), aquilo que não é usado deve ser descartado,
e o que se usa deve ser ordenado (Senso de Ordenação). Os demais itens são mais de
conscientização e, claro, de aplicação para a manutenção da metodologia permanecer
ativa. Se não houver disciplina (Senso de Autodisciplina) o problema poderá a ocorrer
novamente, ou seja, não terá a manutenção do sistema. Para que isto não ocorra,
também são feitos indicadores, sinalização e auditorias para verificação.
Na empresa em que atua, você percebe ocorrer problemas por falta de manutenção,
seja em equipamentos, computadores, aparelhos de ar condicionado, impressoras, e até
na infraestrutura da empresa. O que aconteceria em um Shopping Center se não
162
houvesse um sistema de ar condicionado central funcionando? E, em um mercado, o
que aconteceria com produtos refrigerados e congelados, caso houvesse a quebra do
equipamento?
O programa TPM (Total Productive Maintenance) foi criado com o objetivo de manter
as instalações da empresa funcionando plenamente e criar meios para corrigir os
problemas, em casos de anomalias. A Manutenção Produtiva Total (MTP) é a
manutenção realizada por todos os empregados, por meio de atividades de pequenos
grupos que visam ao controle completo dos equipamentos, tendo sua origem na sigla
inglesa TPM (Total Productive Maintenance). Alguns dos motivos para haver uma
manutenção envolve:
Tipos de Manutenção:
163
Fatores de cuidados importantes:
Estas são considerações importantes acerca deste contexto. É muito comum as pessoas
associarem o programa de Manutenção como algo voltado às indústrias, ao pátio fabril,
o que não é verdade. Nas organizações públicas, como hospitais, escolas, shopping,
edifícios, vias públicas, pontes, rodovias, em todos os contextos é possível verificar a
importância da aplicação de Manutenção.
“Mas a Logística de Pós-Venda ocorre apenas quando um produto está com defeito?”
164
Para o consumidor final sim, podendo ser aplicado a qualquer tipo de produto, seja um
equipamento, um vestuário, um alimento, um medicamento, ou seja, qualquer
anomalia que tenha sido detectada ao consumir o produto.
Entretanto, a Logística Reversa não aplica apenas a um produto físico, também pode
estar relacionado a uma prestação de serviço que não foi bem realizada.
Qualidade do produto: não funciona, chegou para o cliente mas não funcionou
e está na garantia;
Operacional: erros de separação do Depósito como faltando, sobrando ou
trocado;
Transportes: avarias e tombamentos principalmente no trajeto;
Sanitários: problemas de contaminação, tratamento com os perecíveis de forma
inadequada.
165
Alguns tipos de resíduos envolvem o Lixo Doméstico, Lixo Industrial, Construção Civil,
Lixo Eletro Eletrônico, Agrosilvopastoril, Saúde e Perigosos, Químico e outros diversos.
Alguns contextos fazem com que a Logística Reversa Pós-Consumo seja avaliada para
ser melhorada cada vez mais, como as questões Culturais, o uso e emprego da Coleta
Seletiva, as Regulamentações Jurídicas (carros que são abandonados nos pátios e ficam
por anos sem destinação), maiores Investimentos Públicos, a própria preocupação com
as questões Ambientais, e por fim o próprio interesse Privado, que por vezes não tem
incentivo para atual nesta área.
As Normas do Sistema de Gestão da Qualidade tem como objetivo fazer com que a
empresa trabalhe com qualidade em seus processos, com o foco e objetivo no cliente.
Para implantar o SGQ é necessário atender aos Requisitos, cada um com uma
especificidade diferente.
Vimos algumas ferramentas mais atuais com diversas utilizações, que são também
facilmente aplicadas, porém não tão diretas, e é necessário um treinamento, reuniões
departamentais, estruturação, cobrança, acompanhamento, e isto tudo pode, de certo
modo, ter falhas em sua consecução. Por isso, um dos pontos importantes é o
comprometimento não só com o uso da metodologia, mas com as responsabilidades de
cada um no envolvimento do processo.
Por fim, retratamos a Logística Reversa e os dois principais canais que envolvem o Pós-
Venda e o Pós-Consumo, cada um com suas importâncias características. No Pós-Venda
é importante definir o canal reverso, assim como analisar os motivos que geram as
devoluções de produtos. No caso do Canal-Reverso, também é importante defini-lo,
analisar as barreiras que o envolvem e ter uma visão das oportunidades envolvidas em
relação aos produtos pós consumo, também considerando a destinação e o tratamento
adequado.
167
REFERÊNCIAS
BOND, M. T.; BUSSE, A.; PUSTILNICK, R. Qualidade Total: o que é e como alcançar.
Curitiba, Editora Intersaberes, 2012. (Livro Eletrônico).
168