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Introdução à Gestão

Antecedentes Históricos
Desde os primórdios da humanidade, o homem associou-
se a outros para conseguir, por meio do esforço conjunto,
atingir determinados objectivos.
Porém, a história da administração é relativamente
recente, e surgiu com o aparecimento da grande empresa.
Influência dos Filósofos
A administração recebeu influência da filosofia desde os
tempos da Antiguidade. O filósofo grego Sócrates, em sua
discursão com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista
sobre a Administração como uma habilidade pessoal
separada do conhecimento técnico e da experiência.
Aristóteles
No livro Política, sobre organização do Estado, distingue
as três formas de administração pública:
Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em
tirania).
Aristocracia ou governo de uma elite (que pode
descambar em oligarquia).
Democracia ou governo do povo (que pode degenerar
em anarquia).
Thomas Hobbes (1588-1679),
Defende o governo absoluto em função de sua visão
pessimista da humanidade. Na ausência do governo, os
indivíduos tendem a viver em guerra permanente e
conflito interminável para obtenção de meios de
subsistência. O povo renuncia a seus direitos naturais
em favor de um governo que, investido do poder a ele
conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e
garante a paz.
Com a Filosofia Moderna, a Administração
deixa de receber contribuições e influências,
pois o campo de estudo filosófico passa a se
afastar dos problemas organizacionais.
IGREJA CATÓLICA

Através dos séculos, as normas administrativas


e os princípios de organização pública foram se
transferindo das instituições dos Estados para
as instituições da Igreja Católica e da
organização militar.
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica
estruturou sua organização, com uma
hierarquia de autoridade, um estado-maior
(assessoria) e a coordenação funcional para
assegurar integração. A organização
hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente
que sua organização mundial pode operar sob o
comando de uma só cabeça executiva.
ORGANIZAÇÃO MILITAR
A organização linear tem suas origens na organização
militar dos exércitos da Antiguidade e da época
medieval. A autoridade linear é a decorrência do
princípio da unidade de comando: significa que cada
superior tem autoridade única e absoluta sobre seus
subordinados e que não a reparte com ninguém.
Entre o superior e os subordinados existem linhas
directas e únicas de autoridade (que significa o direito
organizacional de exigir o cumprimento de ordens e
execução de tarefas) e de responsabilidade (que
significa o dever ou incumbência de seguir ordens e
executar tarefas).
A organização linear baseia-se nos princípios de:
Unidade de comando ou supervisão única: cada
indivíduo tem apenas um único chefe.
Unidade de direcção: todos os planos devem integrar-
se a planos que conduzam aos objectivos da
organização.
Centralização da autoridade: toda autoridade
máxima de uma organização deve estar concentrada
no seu topo.

Cadeia escalar: a autoridade deve estar disposta em


níveis hierárquicos, de maneira que um nível
hierárquico inferior deve estar sempre subordinado ao
seu superior imediato (aspecto piramidal).
Vantagens:
Estrutura simples;
Clara delimitação de responsabilidade de autoridade;
Fácil implantação;
Organização estável;
Indicado para pequenas empresas.
Cada pessoa respondia somente a um superior, assim
as decisões eram tomadas mais rapidamente.
Desvantagens:

Rigidez e inflexibilidade;
Autoridade baseada no comando único;
Excessiva importância da chefia;
Chefe é generalista, não tendo conhecimento
específico em algo;
Acúmulo de tarefas nos níveis superiores quando a
empresa cresce;
Comunicação demorada. um só executivo tem que se
responsabilizar por todos os casos que surgem em sua
jurisdição.
Observações:
Adequada quando as tarefas são padronizadas e sem
modificações;
Melhor quando a rapidez é mais importante que a
qualidade do trabalho;
Adequada quando os serviços especializados provêm
de terceiros.
Revolução Industrial
A disponibilidade de mão-de-obra: o
estabelecimento do absolutismo na Inglaterra levou a
burguesia em aliança com a nobreza a promover um
processo de expulsão dos camponeses de suas terras,
sendo transformadas em áreas de pastagens para
ovelhas que ofereciam a matéria-prima básica para o
tecido: lã.
Houve,um intenso êxodo rural, que tornou as grandes
cidades um lugar onde se encontrava uma grande
disponibilidade de mão-de-obra. Dessa maneira, os
salários sofreram um rebaixamento, facto que
contribuiu para a elevação da produtividade na
indústria.
A disponibilidade de matéria-prima: a Inglaterra
não tinha dificuldades de acesso à matérias-primas
básicas para seu desenvolvimento industrial. Era rica
em minério de carvão, lã, algodão (obtido nos EUA)
entre outros.
Aos poucos, alguns capitalistas passaram a reunir
vários trabalhadores sob o mesmo tecto, sob sua
supervisão. Esse grupo de trabalhadores possuía as
origens mais distintas: eram os camponeses (citados
acima), mendigos, soldados dispensados,
desempregados em geral, mulheres e crianças.
Com a invenção da máquina a vapor por James Watt e
sua posterior aplicação à produção, provocou
profundas e rápidas mudanças, de ordem económica,
política e social. É o período chamado Revolução
Industrial, que se iniciou na Inglaterra.
Influência dos Economistas Liberais
A partir do século XVII desenvolveu-se uma
variedade de teorias econômicas centradas na
explicação dos fenômenos empresariais
(microeconômicos) e baseadas em dados
empíricos, ou seja, na experiência quotidiana e nas
tradições do comércio da época.
Para Adam Smith, a origem da riqueza das nações
reside na divisão do trabalho e na especialização
das tarefas.
Ele reforçou a importância do planeamento e da
organização dentro das funções da Administração.
Influência dos Pioneiros e Empreendedores
o século XIX assistiu a um monumental desfile de
inovações e mudanças no cenário empresarial. O
mundo estava mudando e as empresas também. As
condições para o aparecimento da teoria
administrativa estavam se consolidando.
Nos Estados Unidos, por volta de 1820 o maior negócio
empresarial foram as estradas de ferro,
empreendimentos privados e que constituíram um
poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe
de investidores.
Foi a partir das estradas de ferro que as acções de
investimento e o ramo de seguros se tornaram
populares. As ferrovias permitiram o desbravamento
do território e provocaram o fenômeno da urbanização
que criou novas necessidades de habitação,
alimentação, vestuário, o que se traduziu em um
rápido crescimento das empresas voltadas para o
consumo directo.
Os "criadores de impérios" (empire builders) passaram
a comprar e a integrar concorrentes, fornecedores ou
distribuidores para garantir seus interesses.
Juntamente com as empresas e instalações vinham
também os antigos donos e os respectivos empregados.
Surgiram os primitivos impérios industriais,
aglomerados de empresas que se tornaram grandes
demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos
familiares.
Logo apareceram os gerentes profissionais, os
primeiros organizadores que se preocupavam mais
com a fábrica do que com vendas ou compras. As
empresas manufaturavam, comprando matéria-prima
e vendendo produtos por meio de agentes atacadistas
ou intermediários. Até essa época, os empresários
achavam melhor ampliar sua produção do que
organizar uma rede de distribuição e vendas.
Na década de 1880, a Westinghouse e a General
Electric dominavam o ramo de bens duráveis e criaram
organizações próprias de vendas com vendedores
treinados, dando início ao que hoje denominamos
"marketing". Ambas assumiram a organização do tipo
funcional que seria adoptada pela maioria das
empresas americanas, a saber:
1. Um departamento de produção para cuidar da
manufatura de fábricas isoladas.
2. Um departamento de vendas para administrar um
sistema nacional de escritórios distritais com
vendedores.
3. Um departamento técnico de engenharia para
desenhar e desenvolver produtos.
4. Um departamento financeiro.
Para dominar novos mercados, as empresas
acumulavam instalações e pessoal além do necessário.
Os custos das várias unidades precisavam ser
reduzidos por meio da criação de uma estrutura
funcional que coordenasse fabricação, engenharia,
vendas e finanças para reduzir os riscos de flutuação do
mercado.
Os lucros iriam depender da organização e da
racionalização dessa estrutura funcional.
Entre 1880 e 1890, as indústrias passaram a controlar as
matérias-primas através de seus departamentos de
compras, adquirindo firmas fornecedoras e
controlando a distribuição para vender seus produtos
directamente ao varejista ou ao consumidor final.
Procurava-se maior eficiência em produção, compras,
distribuição e vendas.
A etapa seguinte foi o controle do mercado de
distribuição, eliminando os intermediários para vender
mais barato ao consumidor final.
Entre 1890 e 1900, ocorreu uma onda de fusões de
empresas como meio de utilização racional das
fábricas e de redução de preços. Um dos
empreendedores da época, Gustavus Swift, o pioneiro
da indústria frigorífica, criou uma estratégia que
consistia em: consolidar a fabricação, avançar para a
distribuição própria e voltar atrás até o controle da
matéria-prima. Por volta de 1895, com o crescimento
da integração vertical, a indústria frigorífica tornou-se
um oligopólio.
“O medíocre discute pessoas. O comum discute
factos. O sábio discute ideias.” Provérbio Chinês.

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