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1. Detectores de Raios X
De forma geral, o objetivo de um detector nas técnicas envolvendo a fluorescência de
raios X é transformar a radiação eletromagnética detectada em sinal elétrico. Esses sinais
(ou pulsos) elétricos são contados por um perı́odo de tempo, e essa taxa de contagem,
expressa em contagem por segundo (ou qualquer outra unidade de tempo) é uma medida
da intensidade da radiação dos raios X detectada.
Existem quatro principais classes de detectores que podem distinguidas para o uso na es-
pectroscopia de raios X de acordo com o meio responsável pela transformação da energia
(energia eletromagnética em elétrica). São eles: detectores a gás, detectores de cintilação,
detectores semicondutores e, entre os mais recentes, os detectores supercondutores (como
os de junções de túnel e microcalorı́metros). Esses diferentes detectores diferem, princi-
palmente, na eficiência de detecção dos fótons de raio X para uma dada energia e/ou no
intervalo de energia ou comprimento de onda para o qual eles são adequados.
A resolução espectral desses detectores depende da largura de distribuição da amplitude
do pulso resultante do impacto dos fótons de mesma energia. Entre os que possuem melhor
performance na descriminação da energia (resolução) são os detectores semicondutores e
os Silicon-Drift Detectors (SDD), sendo este último o de maior interesse para este tra-
balho. Por isso, a seguir serão abordados os detectores a gás, cintiladores, semicondutores
e SDD, respectivamente.
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cinética Kele = hν − w (equação de Einstein para o efeito fotoelétrico).
Para o caso em que o gás é argônio,
Ar − hν −→ Ar+ + e− .
Com isso, o elétron transmite sua energia cinética a outros átomos, criando uma
série de pares elétrons-cátions em seu caminho através do gás, com um número igual
a Kele dividido pela energia necessária para expelir o elétron. Consequentemente,
os cátions e elétrons são acelerados na direção do cátodo ao ânodo do detector pelo
gradiente do campo elétrico entre ambos os eletrodos, formando uma sucessão de
novos pares de ı́ons no seu trajeto entre os eletrodos. A descarga nos eletrodos
dá origem a pulsos de correntes num circuito elétrico externo. Para uma gama de
potenciais de eletrodos, o pulso de corrente é proporcional a energia do fóton, e nos
espectrômetros, os detectores a gás são exclusivamente usados nesse intervalo.
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a ordem de magnitude dessa multiplicação é 106 a 108 .
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estão localizados na parte superior do dispositivo no centro do anel de campo p+ .
Dessa forma, as capacitâncias parasitas das várias conexões são minimizadas, per-
mitindo ser alcançada uma correspondência correta entre a capacitância eletrônica
do detector e da parte frontal.
Figure 1: Seção transversal de um SDD cilı́ndrico com canal-n JPET integrado. O portão
do transistor é conectado ao ânodo coletor. A janela de entrada de entrada para radiações
ionizantes é a parte traseira não estruturada do dispositivo.
Os SDD podem ser considerados uma variação dos detectores do tipo Si(Li), usados
ainda em alguns ramos de estudos envolvendo raios x, como a astrofı́sica. Entretanto,
uma das principais diferenças entre esses dois tipos de detectores está no sistema de
refrigeração atrelado a eles. Os detectores Si(Li) precisam ser resfriados numa faixa
de temperatura próxima a 77 K, a fim de se reduzir o par e-h térmico, evitar que
os átomos de Li se difundam e reduzir o ruı́do no pré-amplificador FET. Isso exige
o uso de nitrogênio lı́quido, o que torna mais caro e complexo o uso desse tipo de
equipamento. Já os SDD conseguem operar a temperaturas mais quentes por serem,
em geral, mais finos, e por isso seu resfriamento é feito por métodos eletrônicos,
utilizando-se uma placa de Peltier, cujo funcionamento baseia-se em efeito de mesmo
nome, e que consiste numa diferença de temperatura criada pela aplicação de uma
tensão entre dois eletrodos conectados a uma amostra de material semicondutor.
Apesar das vantagens de refrigeração, os SDDs possuem uma maior eficiência na
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detecção de raios X com energias até 10 keV, enquanto os Si(Li) podem atingir bom
desempenho em energias superiores, de até 20 keV. Entretanto, essa eficiência para
baixas energias dos SDDs permite que eles sejam usados para detectar elementos
com número atômico baixo. Os modelos mais modernos, juntamente com o devido
sistema óptico, podem detectar átomos de carbono, flúor e oxigênio.