FGV 2024 - Redações Do Brasil

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Fundação Getúlio Vargas

Profª Maria Clara Martho


Equipe de Redação – PV/SP

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Edital: confira no link!


1. Informações gerais sobre a prova

• 1ª fase:
- Módulo Objetivo – 3h30 de duração, 60 questões no total
- Módulo Discursivo – 3h30 de duração, 5 questões de Matemática + Redação
2º fase: Exame Oral – avalia três aspectos:
a) capacidade para argumentar e justificar a escolha vocacional;
b) habilidades analíticas manifestadas oralmente pelo candidato;
c) capacidade de iniciativa apresentada pelo candidato na entrevista vinculada a três dimensões:
capacidade do candidato de influenciar o meio em que atua, de interagir com novas experiências sociais
e, ainda, de exercer plenamente sua autonomia nas organizações, respeitando as posições dos demais
indivíduos.
• Tempo sugerido para a escrita da redação: de 1h30 a 2h
• Redação tem peso 1 e entra como 4º critério de desempate entre candidatos com médias ponderadas iguais

2. Informações gerais sobre a redação

• Gênero: dissertação argumentativa


• Extensão: entre 20 e 30 linhas
• O edital não menciona a necessidade de dar título à redação

3. Critérios de correção

Critério O que avalia?

• Conhecimento do tema;
• Domínio da estrutura dissertativa.
Tema e estrutura

• Articulação adequada dos elementos linguísticos e discursivos;


Argumentação coerente e consistente
Articulação e argumentação

Correção gramatical e • Expressão clara e correta do ponto de vista gramatical;


adequação lexical • Pertinência da seleção lexical.

4. Perfil da prova

• Propostas de redação com textos de diferentes gêneros (charges, notícias, artigos de opinião, artigos
acadêmicos etc.)

Aviso Legal: Os materiais e conteúdos disponibilizados pelo Poliedro são protegidos por direitos de propriedade intelectual (Lei nº 9.610/ 1998). É vedada a
utilização para fins comerciais, bem como a cessão dos materiais a terceiros, a título gratuito ou não, sob pena de responsabilização civil e criminal nos termos
da legislação aplicável
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• Desde 2022, as propostas costumam para discussão /questões polêmicas, seja em forma de pergunta, seja
em forma de constatação.
Exemplos:
- 2023.2: “O avanço dos sistemas de IA (Inteligência Artificial) representa uma ameaça à humanidade?”
- 2023.1: “A laicidade do Estado brasileiro contemporâneo”
- 2022: “O emprego tanto da ‘linguagem inclusiva’ quanto da ‘linguagem neutra’ se justifica?”
• Perfil: se comparada às provas que mais abordamos em aula, a FGV pode ser aproximada à Vunesp, pelo tipo
de proposta e de frase temática, mais voltados à resolução de polêmicas, e à Fuvest, devido à distribuição dos
critérios de correção.

5. Análise de proposta (2023.1)

Texto I

Ideia central do texto

Relação com o tema

Texto II
Você acha que o Brasil é um Estado laico?
Dizer que um Estado ou país é laico significa que as suas regras, leis e instituições públicas não podem ser
estabelecidas - e nem que o Estado ou país pode ser governado - com base em determinada religião ou credo. Ou seja, em
um Estado laico, os dogmas, crenças e doutrinas religiosas não podem ser utilizados como fundamento para determinar
como a nação será conduzida e administrada.
Dessa forma, quando a Constituição Federal brasileira de 1988 ("CF/88"), instrumento que representa o conjunto
de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento do nosso país, declara, em seu art. 5º, inciso "VI", que todas as
pessoas são iguais perante a lei e que é inviolável a liberdade de consciência e de crença dessas pessoas, sendo desta forma

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assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e sendo garantida a proteção aos locais de culto e a suas liturgias, ela está
declarando que o Brasil é um país laico.
Indo ainda mais além, a CF/88, no seu art. 19, inciso "I", veda que a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios estabeleçam ou custeiem cultos religiosos ou igrejas, que dificultem o seu funcionamento ou até mesmo que
mantenham com eles, ou com os seus representantes, relações de dependência ou aliança, fazendo apenas ressalva aos
casos de colaboração de interesse público.
Temos, assim, por determinação constitucional, não apenas a nossa liberdade de escolher em que vamos crer, qual
culto, religião, ou crença pretendemos seguir, como temos também a perspectiva de escolher não crer ou de não seguir
nenhum deles.
Felipe Costa Rodrigues Neves, Maria Clara Seixas e Maria Paes Barreto de Araujo. Você acha que o Brasil é um Estado laico? Publicado 12/04/2019 em
https://www.migalhas.com.br/. Adaptado.Fonte.

Ideia central do texto

Relação com o tema

Texto III
A Laicidade e o Conservadorismo
O argumento laico está no cerne do pensamento iluminista, e, consequentemente, em todos os processos que
caracterizaram as revoluções liberais que marcaram o final do século XVIII e início do século XIX. Da mesma forma, o
conservadorismo moderno tem suas origens na mesma época, mais especificamente a partir da obra do autor britânico
Edmund Burke e sua crítica ao iluminismo e às Revoluções Burguesas. Portanto, laicidade e conservadorismo são conceitos
que possuem matrizes teóricas e políticas antagônicas, porém imbricadas.
Com efeito, os conteúdos da laicidade e do conservadorismo só podem ser entendidos em um longo processo
histórico. Assim sendo, a laicização do Estado foi proclamada para retirar o monopólio da verdade da Igreja, no processo de
construção moderna da sociedade democrática. A laicidade torna-se um princípio da construção da democracia. Já o
conservadorismo, nesse contexto, era um estilo de pensamento que articulava as posições contrárias às mudanças impostas
pelo Estado Moderno.
Dessa forma, enquanto discurso e prática, a laicidade estava ligada à ampla ideia de democratização. Já o
conservadorismo associava-se a ideias autoritárias e antidemocráticas.
José Antonio Sepulveda. A Laicidade e o Conservadorismo. Publicado em Observatório da Laicidade na Educação (http://ole.uff.br/). Adaptado

Ideia central do texto

Relação com o tema

Texto IV
Laicidade à brasileira
Católicos, pentecostais e laicos em disputa na esfera pública
A laicidade estatal no Brasil não somente não dispõe de força normativa e ascendência cultural para promover a
secularização da sociedade e para assegurar sua própria reprodução, como tem sido acuada pelo avanço de grupos católicos
e evangélicos politicamente organizados e mobilizados para intervir na esfera pública. Dotadas de elevado poder religioso,
econômico, midiático e político, tais instituições religiosas, na avaliação do sociólogo Antonio Flávio Pierucci, “gozam de

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situação legal francamente privilegiada” e conseguem, volta e meia, através de seus lobbies e de sua representação
parlamentar, forçar “uma insuportável capitulação do poder público”. A tal ponto que se avalia estar em andamento um
movimento de redefinição da fronteira público/privado, um realinhamento na relação entre religião e política e uma
desprivatização ou publicização do religioso como força social e política, caracterizada pela reabertura dos espaços públicos
à ação organizada de instituições religiosas no país.
Ricardo Mariano. Laicidade à brasileira. Católicos, pentecostais e laicos em disputa na esfera pública. Civitas, Porto Alegre, maio-ago. 2011. Adaptado.

Ideia central do texto

Relação com o tema

Texto V
O Estado brasileiro é laico?
A situação de hoje é bem diferente daquela que vigia no Período Colonial e durante o Império, mas ainda está longe
de caracterizar um Estado laico. As sociedades religiosas não pagam impostos (renda, IPTU, ISS, etc.) e recebem subsídios
financeiros para suas instituições de ensino e assistência social. O ensino religioso faz parte do currículo das escolas públicas,
que privilegia o Cristianismo e discrimina outras religiões, assim como discrimina todos os não crentes. Em alguns estados,
os professores de ensino religioso são funcionários públicos e recebem salários, configurando apoio financeiro do Estado a
religiões, que, aliás, são as credenciadoras do magistério dessa disciplina. Certas sociedades religiosas exercem pressão
sobre o Congresso Nacional, dificultando a promulgação de leis no que respeita à pesquisa científica, aos direitos sexuais e
reprodutivos. A chantagem religiosa não é incomum nessa área, como a ameaça de excomunhão. Há símbolos religiosos
nas repartições públicas, inclusive nos tribunais.
http://ole.uff.br/o-estado-brasileiro-e-laico/. Adaptado.

Ideia central do texto

Relação com o tema

Texto VI
Laicidade e Teocracia
Laicidade e Estado de Direito são construções da modernidade. Um Estado é considerado laico quando promove
oficialmente a separação entre Direito e Religião. Tornar real, no Brasil, esse projeto de modernidade é uma batalha diária.
A instrumentalização política da religião coloca em risco os direitos humanos e as liberdades individuais. O Brasil caminha
para tornar-se uma espécie de Estado semiteocrático, ou seja, um governo escolhido por direito divino.
Élio Gasda, domtotal.com. Publicado em 07/01/2021. Adaptado

Ideia central do texto

Relação com o tema

Com base nos textos aqui apresentados, bem como em outras informações que considere relevantes, redija uma dissertação
em prosa, sobre o tema: A laicidade do Estado brasileiro contemporâneo.

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6. Planejamento de texto

BRAINSTORM – “TORÓ DE IDEIAS”

POR QUÊ? (causas) TEMA O QUE ISSO GERA? (consequências)

Cristianismo está A laicidade do Estado Mistura entre política e


profundamente enraizado brasileiro contemporâneo religião cerceia liberdades
na cultura brasileira individuais

existe apenas na teoria

ORGANIZAÇÃO DA MACROESTRUTURA
TESE: Devido ao cristianismo profundamente enraizado na cultura nacional, a laicidade do Estado brasileiro
contemporâneo existe apenas na teoria [argumento 1]. A mistura entre política e religião que surge desse cenário gera,
por consequência, o cerceamento de liberdades individuais [argumento 2]

DESENVOLVIMENTO 1/ARGUMENTO 1:
- T.F.: Cultura cristã → dificuldade de garantir a laicidade na prática
- Explicação:
1) Passado colonial: imposição da fé, cristianismo visto como “caminho certo” a ser seguido
2) Manutenção desses valores no presente desde a infância: comemoração de feriados religiosos em toda a nação;
ensino religioso nas escolas
3) Consequência: maior identificação entre os brasileiros e figuras religiosas que concorram a eleições políticas e que
tenham como uma de suas principais características a defesa de valores cristãos
- Exemplo: “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”
DESENVOLVIMENTO 2/ARGUMENTO 2:
- T.F.: Laicidade ameaçada → cerceamento de liberdades individuais
- Explicação:
1) Mistura entre política e religião ameaça impor a todos a crença de alguns
2) Consequência: liberdade prevista em Constituição não se concretiza e direitos humanos são feridos
- Exemplo: caso da menina de 10 anos que foi perseguida por fazer um aborto; necessidade de pedir permissão ao
marido para colocar DIU até 2022; casamento homossexual
CONCLUSÃO:
- Retomada do tema + argumento 1 + argumento 2
- Perspectiva/tendência: “Enquanto X continuar acontecendo, Y não ocorrerá” OU
“Apenas quando X acontecer, será possível alcançar Y”

6. Redação acima da média

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De acordo com a Constituição brasileira, em seu artigo 5º, “ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa”. Tal afirmação é fruto de um Estado que se diz laico, isto é, que busca separar-se da Igreja e da defesa de uma
crença em detrimento das demais. Apesar de prevista na teoria, a laicidade do Estado brasileiro contemporâneo não ocorre
na prática, uma vez que a cultura cristã do país segue interferindo na política. Com isso, a liberdade individual é cerceada
pela fé de alguns, o que ameaça a democracia.
A dificuldade de garantir a laicidade do Estado está na religiosidade enraizada na cultura brasileira. Durante a
colonização do país, o catolicismo foi imposto a negros e indígenas, sendo a eles apresentado como algo positivo, sinônimo
de civilização, enquanto suas crenças originais foram desprezadas. Esse processo de aculturação fez do cristianismo valor
central na cultura nacional, que se mantém até hoje: apesar de o Brasil ser um país laico, as escolas públicas têm, em seu
currículo, o ensino religioso, e toda a nação comemora feriados cristãos, como Páscoa e Natal. Sendo a fé parte do cotidiano
dos brasileiros, não surpreende que a maioria deles se identifique com os valores cristãos e apoie líderes religiosos que, ao
se candidatarem a eleições políticas, promovam a defesa desses valores. Exemplo disso é o que ocorre desde 2018 com a
figura de Jair Bolsonaro, eleito com base em falas como “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”. A identificação com a
religiosidade defendida pelo político foi tanta que deu origem ao fenômeno do “bolsonarismo”, mantido mesmo após a
derrota do político nas eleições de 2022. Assim, percebe-se que o caráter religioso da cultura brasileira facilita a confusão
entre fé e política, de modo que a laicidade do Estado fica apenas no papel.
Como consequência dessa mistura entre política e religião, as liberdades individuais são ameaçadas. A democracia
tem como um de seus principais pressupostos o diálogo com o diferente, aspecto incontornável para que as necessidades e
os direitos de todos sejam garantidos. No entanto, uma vez que a política passa a servir aos interesses de alguns, essa
diversidade é desvalorizada e o Estado deixa de priorizar pautas importantes ao bem comum, por estarem, muitas vezes,
em desacordo com a fé predominante. Tal fenômeno pode ser observado na dificuldade para acatar leis necessárias a
minorias sociais, como a união estável entre pessoas do mesmo sexo, aprovada apenas em 2011, mas ainda não plenamente
regularizada no país, ou mesmo na dificuldade de legalizar o aborto, devido a argumentos sem embasamento científico
sobre a necessidade de proteger a alma do feto, ainda que muitas mulheres morram realizando o procedimento de forma
clandestina todo ano. Desse modo, verifica-se que, se a laicidade fica apenas na teoria, o resultado, na prática, é o
cerceamento de liberdades individuais e a ameaça à plena democracia.
Portanto, embora prevista pela Constituição, a laicidade do Estado brasileiro contemporâneo é uma ilusão. Isso
porque a lei, sozinha, não é suficiente para impedir os impactos de uma cultura profundamente religiosa sobre os eleitores
e os políticos, o que limita a liberdade dos indivíduos. Enquanto isso continuar acontecendo, a democracia continuará
ameaçada.

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7. Orientação de estudos – FGV 2023.2

Para praticar, elabore uma redação a partir do tema a seguir e leve-a para correção no Atendimento de Redação:

Texto I

Texto II
A IA (Inteligência Artificial) pertence a uma determinada família de tecnologias, as tecnologias da inteligência. Isso
começou com a câmera fotográfica, o gramofone e a máquina de escrever. Essas três tecnologias colocaram a inteligência
no interior das máquinas, dando prosseguimento à invenção dos tipos móveis de Gutenberg (invenção que a máquina de
escrever colocou na ponta de nossos dedos).
São inteligentes porque estendem nossa capacidade de ver, ouvir e escrever, ou seja, habilidades cognitivas que o
computador viria levar às últimas consequências: diferentemente das tecnologias anteriores que ampliavam nossa
inteligência sensória, dos olhos e dos ouvidos, o computador estende nossas capacidades mentais. De uns anos para cá, a
IA ampliou essa extensão nos algoritmos de aprendizagem de máquina e aprendizagem profunda.
A pesquisa em IA avança a olhos vistos. A cada dia, surge um novo recurso inteligente que torna mais íntima a
proximidade - que chamo de simbiose - entre a realidade humana e a realidade das máquinas.
Lúcia Santaella. Revista Cult. Março 2023. Adaptado.

Texto III
O avanço acelerado do ChatGPT nos últimos meses e a corrida da indústria da tecnologia para ver quem sai na
frente no uso das ferramentas de inteligência artificial protagonizaram um momento histórico recentemente. Uma carta
aberta, assinada por mais de 1300 cientistas, empresários de tecnologia e representantes do meio acadêmico pede que os
experimentos com IA sejam pausados.
O documento com o título “Pause experimentos de IA: carta aberta” leva as assinaturas de bilionários do Vale do
Silício, como Elon Musk, Steve Wozniak, instituições de Oxford, Cambridge, Stanford, Columbia, além de empresas como
Google, Microsoft, Amazon e até o historiador Yuval Noah Harari.

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Veja abaixo alguns dos principais trechos da carta:


Planejamento e gerenciamento
“Os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a
humanidade, conforme demonstrado por extensa pesquisa e reconhecido pelos principais laboratórios de IA. Conforme
declarado nos amplamente endossados Princípios de IA de Asilomar, a IA avançada pode representar uma mudança
profunda na história da vida na Terra e deve ser planejada e gerenciada com cuidados e recursos proporcionais.
Infelizmente, esse nível de planejamento e gerenciamento não está acontecendo, embora os últimos meses tenham visto
laboratórios de IA empenhados em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar mentes digitais cada vez mais
poderosas que ninguém – nem mesmo seus criadores – pode entender, prever ou controlar de forma confiável.”
Competição com humanos
“Os sistemas contemporâneos de IA estão se tornando competitivos para humanos em tarefas gerais e devemos
nos perguntar: podemos deixar que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e falsidade?
Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os satisfatórios? Deveríamos desenvolver mentes não humanas que
eventualmente nos superassem em número, fossem mais espertas, obsoletas e nos substituíssem? Devemos arriscar perder
o controle de nossa civilização? Tais decisões não devem ser delegadas a líderes tecnológicos não eleitos. Sistemas
poderosos de IA devem ser desenvolvidos apenas quando estivermos confiantes de que seus efeitos serão positivos e seus
riscos serão administráveis. Essa confiança deve ser bem justificada e aumentar com a magnitude dos efeitos potenciais de
um sistema”.
Revista Forbes. O que diz a carta assinada por Musk e milhares contra experimentos de IA? Março 2023. Luiz Gustavo Pacete.
Adaptado
Texto IV
O desenvolvimento da Inteligência Artificial levará ao fim do capitalismo tal como o conhecemos
A carta aberta do instituto The Future of Life exigindo uma pausa cautelar de seis meses no desenvolvimento de
inteligências artificiais já foi assinada por milhares de figuras de alto escalão, incluindo Elon Musk. Os signatários temem
que os laboratórios de IA estejam “presos em uma corrida descontrolada” pelo desenvolvimento e pela implementação de
sistemas cada vez mais poderosos que ninguém – inclusive seus criadores – pode compreender, prever ou controlar.
O que explica a explosão de pânico dentre certo setor das elites? Em seu livro de 2015, Homo Deus, o historiador
Yuval Harari previu que a consequência mais provável da Inteligência Artificial seria uma divisão radical – muito mais forte
do que a divisão de classes – no interior da sociedade humana. Muito em breve, a biotecnologia e os algoritmos
computacionais unirão forças na produção de “corpos, cérebros e mentes,” resultando em um aumento na lacuna “entre
aqueles que sabem como desenvolver corpos e cérebros e aqueles que não sabem”. Neste mundo, “aqueles que tomaram
o trem do progresso irão adquirir capacidades divinas de criação e destruição, enquanto os que foram deixados para trás
serão condenados à extinção”.
O pânico que a carta sobre a Inteligência Artificial reflete parte do medo de que até mesmo aqueles que estão no
“trem do progresso” serão incapazes de conduzi-lo. Nossos mestres feudais digitais contemporâneos estão assustados. O
que eles querem, no entanto, não é o debate público, mas um acordo entre governos e empresas de tecnologia para que o
poder seja mantido em seu lugar.
A expansão massiva das capacidades da Inteligência Artificial é uma ameaça séria àqueles no poder – incluindo os
que desenvolvem, possuem e controlam a Inteligência Artificial. Ela aponta para nada menos do que o fim do capitalismo
tal como o conhecemos, que se manifesta no prospecto de um sistema de Inteligência Artificial autorreprodutor que
requererá cada vez menos inputs dos agentes humanos (as negociações algorítmicas no mercado são apenas o primeiro
passo nesta direção). A escolha que nos resta será entre uma nova forma de comunismo e o caos incontrolável.

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SLAVOJ ŽIŽEK*. O deserto pós-humano. Publicado 12/04/2023 em https://aterraeredonda.com.br/o-deserto-pos-humano/.


Adaptado.

Texto V
Inteligência Artificial: benefícios e riscos para sua vida
A Inteligência Artificial já existe e é interessante e também assustadora. Tem potencial para solucionar os problemas
mais complexos da atualidade e do futuro. É uma era de ouro, estamos prestes a deixar as pessoas fazerem mais do que
poderiam fazer com a Inteligência Artificial.
Para que queremos a Inteligência Artificial?
Para resolver problemas, ter mais prosperidade, mais saúde. O propósito tem que ser esse. Com Inteligência
Artificial os computadores aprendem a pensar e resolver os seus próprios problemas, isso nos dá habilidade de ver e ouvir
melhor, de ter capacidades que nunca tivemos antes.
Unindo as habilidades de um médico a um sistema de Inteligência Artificial, é possível criar novos medicamentos
que pesquisadores não conseguiram considerar, e com isso a expectativa de vida poderia aumentar consideravelmente.
Parece coisa de filme, mas vai acontecer.
https://idocode.com.br/blog/tecnologia/os-beneficios-e-ricos-da-inteligencia-artificial-para-sua-vida/. Adaptado.

Com base nos textos aqui reproduzidos, bem como utilizando outras informações que julgue relevantes, redija uma
dissertação em prosa sobre o tema: O avanço dos sistemas de IA (Inteligência Artificial) representa uma ameaça à
humanidade?

Conte-nos o que você achou da aula! É rapidinho 😊

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