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FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

02/08/23

FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


1. INTRODUÇÃO
Na fotossíntese, a planta forma trioses, que é um açúcar de 3 carbonos. A fotossíntese na
planta ocorre na folha, dentro das células nos cloroplastos (que dá a pigmentação verde, e é
na clorofila que ocorre a fotossíntese que produz trioses).

O sistema do nosso corpo que permite a integração completa de todos os órgãos é o sistema
circulatório/sanguíneo, já na planta o sistema circulatório é feito pelo xilema e floema, que
permite o fluxo de seiva bruta e seiva elaborada. Essas trioses vão para várias partes das
plantas.

Essas trioses quando se juntam vão formam uma hexose (como a glicose). As trioses podem
parar na fruta e formar frutose.

A frutose junto com a glicose forma a sacarose. Na raiz do tubérculo a glicose + glicose forma o
amido.

O alimento vai passar para o sistema digestório. O sistema digestório vai digerir os alimentos,
quando isso acontece vai ter no intestino frutose, glicose, que são monossacarídeos. A frutose
e a glicose no tubo digestório são absorvidas (vai em direção à corrente sanguínea). No
intestino delgado tem a presença de microvilosidades que favorecem a absorção (aumentam a
superfície de contato).

As enzimas responsáveis por digerir a sacarose e o amido serão a amilase e a sacarase. O


amido quando é degradado vai chegar em oligossacarídeos (2-10 moléculas de
monossacarídeos), que será degradada em frutose, glicose, galactose.

A sacarase, a maltase... são produzidas na mucosa intestinal.

Os monossacarídeos no sangue (plasma) vão para a célula.

A glicose entra na célula por meio da GLUT que estão na membrana das células. A GLUT4 está
presente nos adipócitos e no músculo estriado esquelético.

Locais que armazenam nutrientes no corpo: tecido adiposo (triglicerídeos, se no exame o


triglicérides estiver aumentado o paciente está comendo muito carboidrato, se fosse lipídeos,
o colesterol que estaria aumentado) e no músculo (na forma de glicogênio), fígado
(glicogênio).

Os neurônios dependem da glicose (da glicose sanguínea).

As células utilizam como 2ª fonte de energia os lipídios (1ª é a glicose) e a 3ªsão as proteínas.

A glicose quando entra na célula recebe o radical fosfato. O fosfato se liga ao carbono-6,
formando a glicose-6-fosfato.

No músculo estriado esquelético, a glicose-6-fosfato vai para a via glicolítica. Na via glicolítica
ocorre a glicólise (quebra da glicose), isso estimula as células beta pancreáticas que produz
insulina, que vai ligar no receptor, ativando mensageiros, que vai translocar a GLUT que estava
armazenada nas vesículas de Golgi.

A insulina também estimula a glicólise para consumir a glicose na célula e diminuir a glicose
sanguínea.
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A glicose vai dar origem a 2 piruvatos (isso ocorre no citoplasma da célula). O piruvato vai
entrar na mitocôndria, ele vai ultrapassar a membrana. Ao fazer isso ele perde 1 carbono,
formando uma acetil-Coa.

A acetil-Coa vai entrar no Ciclo de Krebs que ocorre na matriz mitocondrial.

No ciclo de Krebs vai sair FAD e NAD. O NAD e FAD vão para a crista mitocondrial, que ocorre a
cadeia transportadora de elétrons (respiração celular), mas para isso deve entrar oxigênio.

O oxigênio que está na atmosfera (sistema respiratório) tem que chegar na corrente sanguínea
(absorção), o oxigênio liga no íon ferro das hemoglobinas. O oxigênio passa por meio de
transporte de membrana (difusão simples, passando pela bicamada lipídica das mitocôndrias).

Na mitocôndria o oxigênio vai oxidar o NAD e o FAD, liberando CO2, H2O e ATP.

O CO2 vai para o sangue (transportado por meio da hemoglobina – chamado de carbamino-
hemoglobina). Na hemácia o CO2 se combina com a água, por meio da anidrase carbônica,
formando HCO3- e H+, e o HCO3- sai da hemácia e vai pro plasma. O HCO3- vai para o plasma, e o
íon cloreto (Cl-) vai para a hemácia.

No sangue arterial tem maior concentração de cloreto do que HCO3-.

O CO2 chega no sistema respiratório, entra no pulmão e é expirado, indo para a atmosfera.

Na atmosfera quem aproveita o CO2 é a planta.

Porque quando fazemos atividade física o sistema circulatório tem que agir mais rápido e
porque a frequência respiratória tem que aumentar? O sistema cardiovascular e respiratório
depende da necessidade metabólicas. Os brônquios foram dilatados (a resistência ao fluxo
aéreo diminui, quem ativa isso é o SN simpático por meio do pH sanguíneo que foi diminuído
porque aumentou CO2, que vai combinar com a água formando bicarbonato + H+, e se
aumenta H+ vai diminuir o pH). O sangue está alterando o pH, e quem detecta isso são os
quimiorreceptores, que estão localizados nos seios carotídeos e corpos aórticos
(quimiorreceptores periféricos), mas também existe os quimiorreceptores centrais, assim o H+
pode ultrapassar a BHE pois é ionizado. Quando ele passa a BHE vai ativar os
quimiorreceptores. No caso periférico, do seio carotídeo, os quimiorreceptores ficam na
camada média da parede arterial. E quem irriga a parede das grandes artérias são os vasos
vasorum. Então o sangue que entra pelos vasos vasorum é que vai ativar esses
quimiorreceptores que estão na parede das artérias. Essa informação vai para o tronco
encefálico, na região do NTS (núcleo do trato solitário), que passa a informação para o centro
cardiorrespiratório, ativando áreas que vão aumentar a frequência respiratória (pra eliminar o
CO2 e receber o oxigênio), isso porque está fazendo uma atividade física e necessita de mais
oxigênio e liberar CO2.

Exemplo alpinista: gasta muita energia, vai buscando oxigênio, a frequência respiratória dele
vai aumentar muito, o CO2 no sangue diminui, isso porque a respiração aumenta muito (expira
muito), removendo muito CO2. Pode entrar numa alcalose respiratória.

O pulmão recebe sangue da artéria pulmonar, que leva sangue pro pulmão a partir do coração
(ventrículo direito →átrio direito→veia cava→circulação sistêmica, que é rico em CO2). O
tecido pulmonar precisa de oxigênio para suas células, que advém da artéria brônquica que o
irriga com sangue arterial.

CO2 + H2O → H+ + HCO-3


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Então a artéria brônquica fornece oxigênio para o tecido pulmonar. Em troca ela recebe do
tecido pulmonar CO2. Quando esse sangue volta, ele não volta para a veia cava, ele vai para a
veia pulmonar.

Só que o sangue que sai da veia pulmonar é rico em oxigênio. Então na veia pulmonar tem
mistura de sangue, arterial e venoso. Então a pressão parcial de oxigênio (do pulmão até
chegar no átrio esquerdo) é diminuída (passa de 104 para 95, porque tem mistura de sangue
arterial e venoso).

Exemplo: se tiver uma região do pulmão que quando inspiramos não vai oxigênio pra lá, as
artérias/arteríolas que chegam naquela região sofrem vasoconstrição.

O sangue entra no pulmão no hilo pulmonar (localizado medialmente), então tem regiões em
que o sangue sobre contra a gravidade (lobos superiores). Então tem regiões do pulmão que
recebe fluxo sanguíneo continuamente, mas tem regiões que recebem de forma intermitente,
como as regiões superiores dos lobos pulmonares.

Exemplo: paciente decúbito dorsal com elevação de pernas, o retorno venoso aumenta, o
coração vai estirar mais, ejetando com mais força, mais sangue ejetando (Lei de Frank Starling,
lei do coração). Fazendo isso vai melhorar a oxigenação do corpo, porque o fluxo sanguíneo
pulmonar vai ficar contínuo.

Exemplo pessoa com hemorragia grave: o coração na sístole consegue vencer a resistência
superior pra fazer hematose nas regiões superiores do pulmão, mas com hemorragia a pressão
sistólica diminui então essas regiões superiores dos pulmões podem deixar de receber sangue.

Resumindo: o sistema respiratório tem como função prover os tecidos com O2, remover o gás
carbônico, regulação da respiração.

Pulmão precisa ser ventilado (renovar o ar alveolar ciclicamente).

O2 precisa difundir entre as membranas.

09/08/23

2. ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


Se começar a diminuir o oxigênio no corpo, o sistema cardiovascular vai aumentar a frequência
cardíaca para tentar compensar.

2.1. NARINAS

O sistema respiratório é formado por órgão, que são formados por tecidos.

A função das narinas é condicionar o ar nas vias aéreas respiratórias superiores (filtra, aquece
e umedece o ar inspirado).

O ar não pode chegar “frio” no pulmão, porque pode causar um processo inflamatório.

As conchas nasais estão justapostas, e elas são irrigadas por artérias. Se tiver um processo
inflamatório (resposta do tecido a uma lesão/agressão, seja ela físico, mecânica, química,
biológica...) vai produzir mediadores químicos que geram um processo inflamatório que
protegem o corpo.

Pensando no sistema circulatório dessa região, se tiver uma inflamação vai promover edema,
porque aumenta o liquido intersticial, com isso os espaços entre as conchas nasais vão
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diminuir, e as artérias e arteríolas dessa região ficam vasodilatadas. Como os espaços entre as
conchas diminuem não vai passar ar, causando congestão nasal.

Assim, terá que usar um descongestionante nasal para promover vasoconstrição, tendo que
usar um medicamento da classe dos agonistas adrenérgicos α1 (para promover vasoconstrição
local- ex. adrenalina e noradrenalina medicamento).

Se o paciente tomar mais que a dose estipulada do medicamento, a sua frequencia cardíaca
pode aumentar, porque pode ir para a corrente sanguínea.

Ao promover vasoconstrição local (na dose certa), os vasos sanguíneos da região vão sofrer
vasoconstrição e o espaços entre as conchas nasais vai aumentar.

Sem usar um agonista adrenérgico, pode-se melhorar a congestão nasal do paciente tem que
ativar o sistema nervoso simpático (seja pela corrida, prendendo a respiração).

2.2. FOSSA NASAL

Tem a presença do osso etmoide, tem superior a ela a lâmina cribriforme com a presença do
bulbo olfatório com quimiorreceptores, que são receptores sensoriais que captam odores.

Substancias odorantes ligam-se aos receptores do olfato, ativam o processo eletroquímico da


membrana, ativando a entrada de cálcio e sódio nas células. Ao fazer isso, a célula vai
despolarizar e vai conduzir o impulso elétrico que vão para o bulbo olfatório. De lá, vai para o
córtex frontal, hipocampo, hipotálamo.

Anosmia: perda do olfato (essa lesão é reversível). Diminuição do olfato é hiponosmia.

A fossa nasal não faz hematose, é uma zona condutora do ar, apenas.

2.3. FARINGE

Não faz hematose, é uma zona condutora de ar.

A faringe faz parte do sistema respiratório e digestório.

A faringe tem comunicação com a orelha através do óstio da tuba auditiva, tendo comunicação
com a orelha média. A importância disso é para igualar as pressões.

A principal causa de otites médias é faringite bacterianas.

2.4. LARINGE

Faz parte do sistema respiratório. Tem função de conduzir o ar.

A glote é a abertura da laringe. As cartilagens da laringe: epiglote, cricóide, aritenoide,


tireoide.

A importância da epiglote é fechar a glote, que vai direcionar o alimento para o esôfago. Se o
paciente retirar a epiglote, ele não vai engasgar toda vez que se alimentar devido à presença
das cordas vocais (fecham/se aproximam quando vai deglutir).

Quando estamos ventilando o pulmão, a glote tem que estar aberta. Na expiração a glote fica
fechada.

Edema de glote (termo consagrado, mas errado) = edema de laringe.

Outra importância da laringe é que ela é um órgão fonador.

A voz é uma associação entre órgãos fonador, articulador, ressonador.


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2.5. TRAQUÉIA

Tem a presença do músculo traqueal (m. liso). Tem a presença de anéis cartilaginosos
incompletos na região posterior.

Os anéis cartilaginosos vão impedir o seu colabamento porque a respiração é contínua. E o


esôfago fica colabado, mas quando deglutimos, tem que ter espaço para a dilatação, por isso
que posterior à traqueia os anéis cartilaginosos são incompletos.

Para o sistema respiratório a traqueia tem função de conduzir o ar.

O último anel traqueal chama carina, que tem importância para o reflexo de tosse.

O revestimento histológico da traqueia é tecido epitelial pseudoestratificado ciliado com


células caliciformes. Cada célula tem aprox. 200 cílios que vibram numa frequencia de 10-20
vezes/segundo. O muco produzido move com 20 cm/segundo em direção à faringe.

2.6. BRÔNQUIOS

Brônquios são ramificações da traqueia. Tem a presença de anéis cartilaginosos, músculo liso.

Os brônquios são inervados pelo SNA:

• Simpático (T3-T6): as fibras nervosas de T3-T6 inervam o tórax e membros superiores.


O neurotransmissor do simpático é a noradrenalina, e adrenalina que vem da região
medular da suprarrenal via corrente sanguínea. Quando chega na musculatura lisa dos
brônquios tem receptor RAβ2, e quando o simpático é ativado sofrem broncodilatação
(diminuindo a resistência)
• Parassimpático: vago (X) libera acetilcolina, sendo os receptores que tem nos
brônquios são os colinérgicos muscarínicos RCM3 e RCM4, podendo ter
broncoconstrição e aumento da produção de muco. Drogas que inibem o
parassimpático: Ipratrópio (bloqueia receptores muscarínicos nos brônquios, usada
para o tratamento de asma brônquica →broncodilatação).

O óxido nítrico tem influência nos brônquios. O N-acetilcisteína é doador de óxido nítrico, que
tem como função promover vaso dilatação, além da N-acetilcisteína tem ação mucolítica e
broncodilatação.

Os brônquios para o sistema respiratório é de promover condução do ar, não faz hematose, é
apenas uma zona condutora.

2.7. BRONQUÍOLO, DUCTO ALVEOLAR E ALVÉOLO

O pulmão está dentro da cavidade torácica. Inferiormente tem-se o diafragma; lateralmente


tem as costelas; anteriormente o esterno e posteriormente as vertebras, além da musculatura
da região torácica (músculos intercostais, m. esternocleidomastoideo, serrátil, m.reto do
abdômen são musculo que participam da respiração, parte dele contraindo durante a
inspiração e parte durante a expiração).

Músculo inspiratórios: esterno-cleidomastoideo, escaleno, peitoral maior e menor, serrátil e


diafragma.

Músculo expiratórios: m. reto abdominal, abdominal transverso, oblíquo externo, oblíquo


interno.

A caixa torácica tem um revestimento interno que é feito com a pleura parietal.
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Quem reveste a cavidade abdominal é a cavidade peritoneal. Mas tem órgãos que não são
revestidos pelo peritônio, como rins, glândulas adrenais, ureter.

Quem reveste os brônquios, bronquíolos, ductos e os alvéolos é a pleura visceral.

Tem o espaço pleural, que contem líquido que vem da pleura (líquido transcelular – que faz
parte do extracelular, entre camadas de células).

O líquido pleural faz parte do liquido transcelular (mantendo a região lubrificada). O líquido
transcelular, plasma sanguíneo e o liquido intersticial formam o liquido extracelular.

Quando inspiramos a parede torácica afasta do pulmão (a pleura parietal e visceral desliza
uma sobre a outra).

O líquido quando passa do interstício para dentro da pleura é chamado de líquido de efusão,
esse liquido vai para o espaço pleural e sai dali por absorção por meio do sistema linfático
(drenado). Conforme o líquido é drenado para o sistema linfático, não entrando ar na pleura,
não tendo o líquido ali cria-se um vácuo (pressão pleura então é negativa).

Essa pressão negativa pleural é de -5 a -7,5 cm de água.

Quando inspiramos, a caixa torácica afasta (a pleura parietal está afastando da pleura visceral),
e a pressão tende à -7,5 cm de água, como ela fica mais negativa, o ar tende a entrar nos
pulmões.

O pulmão é formado de brônquios, bronquíolos, ductos alveolares, sacos alveolares, todos


envolvidos pela pleura visceral.

Pro sistema respiratório, a importância dos brônquios é de condução do ar.

Bronquíolo, ducto alveolar e alvéolo são uma zona de condução do ar e também tem função
de hematose.

EMA (espaço morto anatômico): narinas, faringe, laringe, traqueia, brônquios. (É o ar que sai
primeiro pela expiração, e é rico em oxigênio, porque não sofreu hematose).

EMF (espaço morto fisiológico): EMA + área de lesão (que não faz hematose por um
determinado motivo).

O EMA vai ser igual ao EMF quando não tiver nenhuma lesão no pulmão na região que faz
hematose.

16/08/23

O ar fica dentro do ar alveolar. Na zona de troca temos os capilares pulmonares.

Na parede do saco alveolar tem os capilares alveolares.

A renovação cíclica de ar é chamada de ventilação pulmonar.

A hematose ocorre na parede alveolar.

A membrana da hematose (membrana respiratória) é constituída das paredes dos capilares


(duas camadas: endotélio capilar e membrana basal do capilar) e a parede alveolar (epitélio
alveolar e membrana basal).
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O oxigênio vai passar do interior do saco alveolar para a corrente sanguínea, ele passa porque
exerce uma maior pressão, a pressão parcial do O2 alveolar é maior que a PaO2 no sangue.

O CO2 faz o caminho contrário, a pressão parcial do CO2 é maior no sangue venoso que está
chegando no pulmão do que a pressão parcial de CO2 no saco alveolar.

A membrana tem que ser permeável e ter diferença de pressão para que o ar consigo passar.

2.8. ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA DA CAVIDADE TORÁCICA

A caixa torácica tem 3 cavidades no seu interior: 2 pleurais (parietal e visceral) e 1 pericárdica,
e tem um espeço livre no meio, chamado de mediastino.

O mediastino da cavidade torácica tem traqueia, esôfago, aorta, cava, nervo vago...

Pulmão apresenta 3 fases: costal, diafragmática, média. Pulmão direito tem 3 lobos e o
esquerdo 2 mais a língula. O hilo pulmonar fica na região medial na face média, numa região
média na parte longitudinal do pulmão, onde entra a artéria pulmonar e saí a veia pulmonar.
No hilo pulmonar além da artéria e veia tem os brônquios, vasos sanguíneos, nervo vago e
inervação simpática.

Temos 2 cavidades no corpo humano, a dorsal (craniana e canal vertebral) e ventral (torácico
abdôminico-pélvico, sendo separados pelo diafragma).

As costelas são ossos alongados, ou seja, não tem canal medular.

As vértebras são ossos irregulares, ou seja, que não tem a dominância de nenhuma das
projeções.

O coração está envolvido pelo pericárdio.

Eixos/diâmetro: superior-inferior; anteroposterior. Quando inspiramos esses diâmetros


aumentam, quando expiramos diminuem. Quando inspiramos, o gradil costal tem que se
afastar do eixo central, o diafragma ele puxa a face diafragmática do pulmão e os músculos
intercostais, esternocleidomastoideo, escalenos puxam as costelas pra cima, então o diâmetro
superior e inferior do pulmão aumenta, vai ampliar também o diâmetro anteroposterior.

A pressão negativo na pleura é gerada pela drenagem do líquido linfático, que é uma efusão. O
liquido intrapleural, que lubrifica as pleuras, ele é um líquido da efusão do liquido intersticial
da pleura, que sai do espaço intersticial e vem para o espaço pleural (transcelular), e é
absorvido pelo sistema linfático, como não entra ar, cria-se uma pressão negativa (-5 a -7,5).

Se a pressão for mais negativa (-7,5) ele favorece a entrada de ar no pulmão. Quando for pra -
5 favorece a expiração.

Quando inspiramos os músculos inspiratórios aumentam o diâmetro superior-inferior e


anteroposterior, então a caixa torácica se afasta do eixo central, então a pleura parietal tende
a afastar da pleura visceral, aumentando o espaço pleural, criando uma pressão negativa que
vai de -5 para -7,5.

Quando vamos expirar apenas relaxa os músculos inspiratórios, se não forçar a expiração não
tem contração dos expiratórios, como relaxa os inspiratórios o gradil costal ele se ajusta, nesse
ajuste ele pressiona a pleura parietal sobre a visceral, diminuindo o espeço, a pressão tende a -
5.

O alvéolo histologicamente é formado por pneumócitos tipo I e II. O pneumócito tipo I está
relaciona à organização estrutural do alvéolo, já o II é de produção de surfactante.
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A produção de surfactante acontece no ambiente intrauterino e quem estimula sua produção


é o cortisol, que vem da glândula suprarrenal.

Aproximadamente 30 dias antes do parto o feto começa no hipotálamo a produzir CRH


(hormônio liberador de corticotrofina), esse hormônio atua na adenohipófise e estimula a
produção do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico). O ACTH vai estimular o córtex da
suprarrenal, que vai estimular a produção de dois hormônios glicocorticoides, o cortisol e o
DHEA (desidroepiandrosterona).

O cortisol vai estimular os pneumócitos II, que vão produzir uma apoproteína e junto a ela
produz íons cálcio e um fosfolipídio (dipalmitoilfosfaditilcolina), os três componentes formam
a surfactante.

A surfactante espalha pela parede interna dos alvéolos, vai lubrificar o saco alveolar. Nessa
fase (30 dias antes do parto), o feto ainda não está respirando, ele recebe oxigênio via
placentária, ele vai começar a respirar a partir do momento que cortar o cordão umbilical (a
concentração de CO2 começa a aumentar e a de O2 diminuir, ativando o centro respiratório).
Quando ele expande o pulmão, ele adquire o volume respiratório.

Quando ele expirar, o pulmão não vai colabar devido à surfactante. A surfactante diminui a
tensão superficial do alvéolo.
2 𝑥 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Pressão de colabamento pulmonar=
𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑜𝑙𝑎𝑟

Se nasceu uma criança prematura, que não deu tempo de produzir a surfactante, quando a
criança inspirar ela vai adquirir o volume respiratório pulmonar, só que quando ela expirar
pode colabar, porque a tensão superficial quando não produz a surfactante tende a aumentar,
se ela aumentar a pressão de colabamento aumenta, então o pulmão tende a colabar. Se isso
acontecer, vai dificultar a hematose, pois chega menos ar na região da hematose, a criança vai
ter a síndrome da angústia respiratória do recém-nascido.

Uma criança nasceu fisiologicamente dentro dos padrões e tem produção de surfactante, em
comparação ao adulto, quem tem mais chance de colabamento? O recém-nascido, porque o
raio alveolar do recém-nascido é ¼ do raio alveolar do adulto, então a pressão de colabamento
de um RN é 4 vezes maior que um adulto.

Uma mulher em trabalho de parto por volta do 7-8° mês de gestação tem que aplicar
glicocorticoide AIES (anti-inflamatórios esteroidais, exemplo: Prednisona, dexametasona...).
Mas quando a criança já nasceu e está manifestando essa síndrome, tem que “aplicar”
surfactante na criança (Survanta®) (é inalatório).

Em gestação gemelar porque tem mais chances de ter síndrome da angustia respiratória do
RN? Pode ser que a quantidade de cortisol produzido não seja suficiente para fazer a
maturação pulmonar e acaba tendo o parto pré-maturo.

3. VENTILAÇÃO PULMONAR

3.1. CONCEITO

É uma renovação cíclica do ar alveolar pelo ar atmosférico.

Para se ter uma boa oxigenação tecidual é importante a ventilação pulmonar, mas também é
importante a perfusão pulmonar, ou seja, o fluxo sanguíneo pulmonar preenchendo os
capilares pulmonares.
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Não adianta apenas ventilar bem o pulmão, tem que ter uma boa perfusão também.

Exemplo COVID, os coágulos formados pelos Sars-Cov-2 levavam a obstrução de vasos


sanguíneos pulmonares, não adiantava colocar num aparelho para ventilar o paciente porque
a perfusão pulmonar dele era baixa, então não oxigenava os tecidos.

O ajuste entre a ventilação pulmonar e a perfusão é importante para as trocas gasosas ideais.

3.2. CICLO RESPIRATÓRIO

Ciclo respiratório é 1 movimento respiratório que envolve inspiração, repouso, expiração,


repouso.

Quando o diafragma contrai ele vai para baixo, puxando a face diafragmática do pulmão para
baixo, alongando a caixa torácica

Músculos inspiratórios: diafragma, intercostais externos e interno, escalenos, serrátil anterior,


esternocleidomastoideo eleva a caixa torácica e aumentam o diâmetro anteroposterior, isso
diminui a pressão pleural e alveolar.

A pressão alveolar vai de -1 a +1 em cm de água.

Quando vamos inspirar a pressão tende a diminuir


para o ar entrar.

Músculos expiratórios: intercostais internos, reto do


abdome, aumentam a pressão pleural e alveolar.

Pressão alveolar varia de -1 a +1. Durante a inspiração


a pressão alveolar diminui e pleural diminui, mas a
alveolar não diminui até o final da inspiração, pois do
meio da inspiração ela já começa a aumentar, isso
porque o ar já está entrando. Mas o ar não entra na
pleura, então, a pressão pleural diminui de forma
gradativa.

Na expiração, a pressão pleural aumenta, e a pressão


alveolar está aumentando e depois de um certo tempo
(do meio pro final) ela começa a diminuir, isso porque
o ar já está saindo.

A diferença entre a pressão alveolar e a pressão


pleural gera a pressão transpulmonar.

Quando inspiramos entra certa de 500 ml de ar (não de forma forçada). Depois a saem 500 ml
de ar, em cada movimento respiratório. Esse volume que entra e sai é chamado de volume
corrente. Desses 500 m que entram, nem todos chegam nos alvéolos, parte fica no espaço
morto (150 ml EMA, 350 ml hematose). 350ml chegam na zona de troca.

3.3. VOLUMES E CAPACIDADE RESPIRATÓRIAS

Volume corrente: 500 ml: inspiração e expiração não forçadas. Volume corrente é o volume de
ar que entra e sai do sistema respiratório em 1 movimento respiratório normal (sem forçar).

O volume corrente é de 500 ml. Desses 500 ml, chegam na zona de troca 350 ml.
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A partir do movimento de inspiração


normal eu faço uma inspiração forçada
máxima vai adquirir o volume de
reserva inspiratório.

Volume de reserva inspiratório: 3000


ml (volume de ar que entra no sistema
respiratório a partir do movimento
inspiratório normal, mas a inspiração é
forçada).

Se fizer uma expiração máxima forçada


a partir da expiração normal, vai sair ar
do sistema respiratório chamado de
volume de reserva expiratório, e esse
volume corresponde a 1100 ml.

Então o volume de reserva expiratório é o volume de ar que sai do sistema respiratório


durante uma expiração máxima a partir de uma expiração normal.

Tem um volume de ar que não conseguimos retirar dos pulmões, que se é adquirido quando se
inspira pela primeira vez, que é chamado de volume residual que é 1200 ml.

Volume residual: volume de ar que permanece nos pulmões mesmo após uma expiração
máxima forçada (1100 ml).

Exemplo: mulher grávida, após trabalho de parto, o bebê estava morto, pergunta: ele nasceu
morto ou morreu após o nascimento? Se sabe isso colocando o pulmão do bebê na água
(fragmento dele), se ele afundar quer dizer que a criança não respirou, quer dizer que ela não
teve volume residual.

Se abrir a caixa torácica e a pleural, a pressão pleural aumenta pressionando o pulmão (era
negativa, entrou ar ela aumenta, pressionando o pulmão, o volume de ar diminui, mas
permanece ar no pulmão), alguns autores chamam isso de volume mínimo, que é um pouco
menor que o volume residual, devido à pressão atmosférica de quando abriu a caixa torácica.

CAPACIDADES RESPIRATÓRIAS

Capacidade inspiratória: volume corrente + volume de reserva inspiratório

Capacidade residual funcional: volume de reserva expiratório + volume residual = 2300 ml

Ao terminar uma expiração normal, ainda vai ter ar dentro do pulmão (2300 ml), que estão
fazendo hematose.

Quando inspirar, vai receber 500 ml, mas desses 500 apenas 350 chegam na zona de troca.

Em cada movimento respiratório quanto de ar se troca da capacidade residual funcional? 350


350 1
ml. Então, em cada movimento respiratório se renova o ar alveolar em 1/7, que são: =
2300 7

Então o oxigênio não passa do pulmão para o sangue apenas quando inspiramos.

São 12-20 movimentos inspiratórios por minuto. Em cada movimento respiratório se renova
1/7 de ar no pulmão. A pressão parcial de oxigênio e de CO2 no sangue variam lentamente,
graças a isso tem o controle da respiração.

Capacidade pulmonar total: 5800 ml, e a capacidade vital é de 4600 ml.


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23/08/23

4. FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO PULMONAR


O átrio direito do coração passa o sangue para o ventrículo direito, que sai dele a artéria
tronco pulmonar, que se bifurca em duas artérias pulmonares.

A artéria pulmonar manda o sangue para o pulmão.

No pulmão temos alvéolos pulmonares e capilares alveolar. Em contato com o alvéolo tem a
membrana respiratória, que tem 4 camadas (endotélio, membrana basal da parede alveolar,
epitélio, membrana basal do capilar sanguíneo).

O sangue sai dos capilares alveolares e vai para o átrio esquerdo através das veias pulmonares
(4 veias). Do átrio esquerdo vai para o ventrículo, que vai ejetar o sangue para a artéria aorta.
Esse sangue vai distribuir para o corpo. Vindo pela artéria aorta vai se ramificar em outras
artérias, que encontraram capilares teciduais.

O espaço intersticial pulmonar é muito reduzido.

O sangue que estava nos tecidos vai voltar para o átrio direito por meio de veias, até chegar na
veia cava.

Circulação pulmonar (pequena circulação) começa no ventrículo direito e termina no átrio


esquerdo. Caminho: VD →artéria pulmonar→pulmão→veias pulmonares→AE.

Grande circulação (circulação sistêmica) que começa no ventrículo esquerdo e termina no átrio
direito. Caminho: VE→artéria aorta→corpo→veia cava→AD.

Saindo da artéria aorta tem uma artéria chamada de artéria brônquica que manda sangue para
o pulmão (sistema respiratório), e tem como função levar oxigênio e nutrientes para as células
pulmonares, porque elas não utilizam o oxigênio que vem pela via respiratória, precisa chegar
via corrente sanguínea.

Vai ter capilares que vão passar pela região dos brônquios.

O sangue quando vai voltar dos capilares do tecido pulmonar, ele não fecha a grande
circulação, não vai pra veia cava. Esse sangue ele volta para a circulação através de um
“shunt”, um desvio.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Então o sangue começa pela circulação sistêmica, saindo da artéria aorta, passa pela artéria
brônquica, passa por uma rede de capilar que vai fornecer oxigênio pra células pulmonares e
esse sangue quando volta, volta por meio das veias pulmonares.

Quando esse sangue volta, ele não volta pra veia cava.

O vaso sanguíneo que irriga o coração é a artéria coronária, o sangue vai para os capilares
coronarianos e o sangue quando vai voltar, volta pelas veias coronarianas, que mandam o
sangue para a veia cava inferior.

O oxigênio passa do alvéolo para o sangue, tem troca de CO2 do sangue para o alvéolo. Só que
o sangue quando entra nas veias pulmonares, a pressão parcial do oxigênio (PaO2) é 104
mmHg e a pressão parcial de CO2 (PaCO2) é 40 mmHg, então saindo dos capilares alveolares é
um sangue arterial rico em oxigênio e pobre em CO2.

Entretanto, não se sabia o porque que quando o sangue saia pelo ventrículo esquerdo, ele já
saia com uma PaO2 de 95 mmHg e a PaCO2 próximo de 40 mmHg.

A pressão saiu do pulmão com 104, porque quando sai do ventrículo esquerdo sai com 95?
Devido ao “shunt”. O sangue quando sai do ventrículo esquerdo vai para o corpo e parte dele
para a artéria brônquica, e quando o sangue chega na artéria brônquica passa oxigênio para o
tecido pulmonar em troca recebe CO2, então o sangue que sai dos capilares teciduais do
pulmão agora terá sua pressão parcial de oxigênio reduzida, na faixa de 40-45 mmHg. Depois
esse sangue vai misturar com o sangue arterial, nessa mistura a pressão parcial de oxigênio cai
para próximo de 95 mmHg (tem mistura de sangue arterial com sangue venoso nas veias
pulmonares.

Para gerar uma necrose no tecido pulmonar e tecido fibroso seria interessante pensar em um
trombo nos capilares alveolares ou capilares do tecido pulmonar? Capilares alveolares

Exemplo: quando no COVID as pessoas tinham problema de fibrose pulmonar por necrose por
déficit de nutrição e que poderia ser a formação de trombos, o problema nas capilares
alveolares

VOLUME SANGUÍNEO E FLUXO SANGUÍENO PULMONAR

Volemia: 7-8 % do peso corporal. Para o paciente fisiológico (70 Kg) a volemia seria próxima de
5 L.

Se o paciente tiver 5 L de sangue (volemia), quantos % desse sangue está na circulação


pulmonar em determinado momento? 9% da volemia do paciente

Então o volume de sangue pulmonar é de 9% da volemia.

Para o paciente fisiológico seria 9% de 5L, que corresponde à 450 mL.

Esse volume de sangue pulmonar é o que está na pequena circulação.

Desses 450 mL quantos que estão nos capilares que fazem hematose pulmonar? 70 mL, que
corresponde à 15% do volume de sangue que está na circulação pulmonar fazendo hematose.

O sistema respiratório consegue espalhar 70 mL de sangue por todos os capilares alveolares


(40 m2).

1 ml de sangue tem 4-6 milhões de hemácias. “Passa uma hemácia uma atrás da outra”, isso
porque ela precisa fazer hematose.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Para ter uma boa hematose precisa de uma boa perfusão e uma boa ventilação. Para se ter
uma boa ventilação num paciente padrão (70 Kg), o volume corrente desse paciente é 500 mL.

O restante do sangue (450-70 ml = 380, 190 ml artéria e 190 ml veias) está dividido igualmente
em artérias e veias (na circulação pulmonar).

O volume sanguíneo pulmonar pode variar desde a metade do normal até 2 vezes o volume
normal.

Exemplo:

- Em exercício físico, o volume de sangue pulmonar durante a atividade tende aumentar, e a


pequena circulação suporta isso devido ao aumento de fluxo. Porque os capilares alveolares
não começam a romper durante o exercício físico? Aumenta a chegada de sangue no pulmão,
como? A frequência cardíaca aumenta, tem ativação do simpático, que promove
vasoconstrição das veias que favorecerão o retorno venoso, aumentando o volume sistólico,
que aumentará o débito cardíaco, consequentemente elevará a PA. O reservatório de sangue
fica localizado nas veias.

- O exercício físico ativa o simpático e nas veias tem receptores adrenérgicos (α1), com a
ativação simpática promove vasoconstrição das veias, o sangue tende a seguir o sistema
circulatório, o fluxo sanguíneo aumenta em direção ao átrio direito, vai chegar mais sangue,
aumentando o retorno venoso. Se aumenta o retorno venoso chega mais sangue no átrio
direito. Com a chegada de mais sangue no coração com mais força ele ejeta (Lei de Frank
Starling, lei do coração). O volume sistólico aumenta.

- Se aumenta o volume sistólico aumenta da FC, o DC vai aumentar, então o ventrículo direito
vai ejetar mais sangue. O débito cardíaco direito vai aumentar, ejetando mais sangue para o
sistema pulmonar.

- Em repouso, uma pessoa de 70 Kg, o volume sistólico dela em repouso será 70 mL, com uma
FC de 70 em repouso, o DC chega a 4,9 L (aproximadamente 5 L). Em exercício físico o DC dele,
a FC vai para 120, em que o volume sistólico vai para 100, agora o DC será de 12 L. E o sistema
pulmonar tem que sustentar isso.

No meio do pulmão tem o hilo pulmonar (terço médio). O hilo pulmonar é onde chega o
sangue que está vindo do ventrículo direito.

Parte do sangue que chega no pulmão tem que ir pra região superior e parte para os
inferiores.

Quando ele vai para a região superior o sangue encontra resistência de gravidade e para baixo
não encontra tal resistência.

5 cm da superfície dos lobos superiores do pulmão tem capilares sanguíneo lá, só que a
resistência é bem maior do que as partes inferiores. Quando o ventrículo direto ejeta sangue,
esse sangue chega nos pulmões, tanto o sangue de origem da PAS quanto da PAD.

Quando o coração contrai e ejeta o sangue isso gera a PAS, que é alta o suficiente para vencer
a resistência de toda a circulação pulmonar superior, então o sangue vai para essa região.
Nessa região superior, os capilares estavam colabados, principalmente nos 5 cm superiores,
mas com a chegada de sangue se tem perfusão (eles abrem).

Quando o ventrículo entrar em diástole, ele relaxa, e quando relaxa as artérias


troncopulmonares contraem por resposta ao estiramento durante a sístole, mas a pressão é
menor. Nesse momento a PAD do lado direito é menor do que a resistência da região superior
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

do pulmão. Então o fluxo sanguíneo nessa região não chega sangue, os capilares colabam
novamente.

Então, durante a sístole do lado direito chega sangue na região superior dos pulmões,
principalmente nesses 5 cm superior, durante a diástole não chega.

Então na região superior do lobo superior tem um fluxo sanguíneo


intermitente (vai sangue na sístole, não vai na diástole). Essa região
é chamada de zona 2 de fluxo sanguíneo pulmonar.

Dos 5 cm até a parte inferior do pulmão, tanto a PAS quanto a PAD


conseguem vence a resistência vascular pulmonar, e a força exercida
pelo ventrículo direito é o suficiente para enviar sangue nessas
regiões do pulmão, tendo um fluxo sanguíneo contínuo, também
chamado de zona 3 de fluxo sanguíneo pulmonar.

Exemplo:

- Quando se tem uma hemorragia grave, a PAS e a PAD diminuem, chegando menos sangue no
coração.

- Com a queda da PAS, ela cai para valores que não conseguem vencer a resistência vascular.
Então na região superior do pulmão vai ficar são fluxo sanguíneo, vai se ter o fluxo sanguíneo
ausente ou zona 1.

- As células daquela região vão morrer por falta de oxigênio? Não, pois quem nutre não é esse
sangue, é o sangue vindo das artérias brônquicas. Mas vai piorar a oxigenação do corpo.

- Então se tem zona 1 quando a PAS não consegue vencer a força de resistência daquela área
pulmonar.

- Outro exemplo: em atividade física intensa: a PAS e PAD aumentam. E se elas aumentam, o
pulmão inteiro vai ficar sobre a zona de fluxo 3, então já não vai ter mais colabamento,
começa a suportar maior volume sanguíneo.

- Tanto a artéria pulmonar quanto as veias pulmonares elas têm mais complacência (quanto
ela tem capacidade de estirar quando aumenta uma unidade na pressão sanguínea no seu
interior) do que suas respectivas sistêmicas.

- Então a artéria pulmonar tem mais complacência que a artéria aorta, por exemplo.

- Então elas tendem a estirar mais, dilatar mais com aumento da pressão.

- Então esses são os motivos pelos quais durante uma atividade física aumenta a ejeção de
sangue para pequena circulação e ela consegue suportar isso (não sofre com isso), não rompe
capilares, isso porque as artérias e veias da circulação pulmonar tem maior complacência do
que as veias e artérias da circulação sistêmica.

- Então o volume de sangue do pulmão pode variar de metade do normal (hemorragia) até 2
vezes o normal, que pode ser durante a atividade física.

- Porque quem toca trompete o volume de sangue da circulação pulmonar pode chegar a 250
ml? Porque ao inspirarmos, a pressão alveolar (exercido pelo volume de ar inspirado)
aumenta, o que comprime a circulação pulmonar. Então faz com que o sangue pulmonar volte
mais para o átrio esquerdo, ejetando mais sangue para o corpo. Vai facilitar a hematose
também.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

- Numa ICCE, o volume de sangue no pulmão aumenta (é um caso patológico). Numa ICCE vai
ter um congestionamento da circulação pulmonar, vai diminuir o DC esquerdo, diminuindo a
quantidade de sangue que está ejetando, então vai ativar o simpático, aumentando o retorno
venoso. Mas também vai ter ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona-ADH, que
vai fazer vasoconstrição, retem sódio e água, ao fazer isso com retenção de sódio e água no
rim, está vindo para o sangue renal que vai para a veia renal que vai para a veia cava, depois
átrio direito, chegando mais sangue. O volume de sangue na circulação pulmonar aumenta

- Se tiver em decúbito dorsal e membros elevados vai oxigenar melhor, porque vai aumentar o
retorno venoso.

O fluxo sanguíneo pulmonar corresponde ao débito cardíaco.

O DC do lado esquerdo tem diferença de 2% do volume de sangue do DC do lado direito, isso


devido ao sangue do “shunt”.

Então o DC esquerdo tem uma diferença de 2% do volume de sangue.

A pré-carga do lado direito e esquerdo são similares, e a pós carga são iguais?

O pulmão tem brônquios, bronquíolos, ducto alveolar, alvéolos. O sangue vem da artéria
pulmonar, que penetra no hilo pulmonar e vai dar origem às arteríolas, depois capilares
alveolares. O sangue tem que chegar nos capilares alveolares.

Se a pessoa tiver uma estenose brônquica (fibrose), o que vai acontecer com o fluxo aéreo
nesse são alveolares? Vai diminuir, chegando menos oxigênio, o que vai acontecer com as
arteríolas que irrigam a região? Vão sofrer vasoconstrição das arteríolas, isso porque está
aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo ali, o sangue vai ficar mais disponível para ir para
as regiões mais oxigenadas, diferente do que acontece no corpo. Então onde se tem
diminuição de oxigênio em um alvéolo que sofreu estenose (está menos ventilado), o sangue
vai desviar para regiões mais oxigenadas e a arteríola que irrigava a região vai sofrer
vasoconstrição (libera uma substância vaso constritora).

06/09/23

5. DIFUSÃO DOS GASES E TRANSPORTE DOS GASES NO SANGUE

5.1. DIFUSÃO DOS GASES

Um gás pra ele passar pela membrana ela precisa ser permeável ao gás. As membranas são
lipoproteicas e permeáveis.

A membrana separa o “meio A” e o “meio B”. E o gás pra passar por essa membrana passa por
difusão simples, que ocorre por meio da bicamada lipídica, então o gás precisa ser lipossolúvel.

Pro gás passar do meio A para o B precisa haver uma diferença, um gradiente de concentração
de pressão (pressórico).

Quando se fala de concentração de um gás, a concentração de oxigênio na fisiologia está


diretamente relacionada com a pressão que o oxigênio exerce (PaO2).

[O2] = PaO2

O gás vai passar de um meio de maior concentração para o de menor concentração.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Então, um gás para ele passar de um meio para outro ele precisa de a membrana ser
permeável ao gás (lipoproteica), o gás ser lipossolúvel, e ter diferença de pressão.

A pressão parcial de um gás é aquela que é causada pela pressão das moléculas do gás contra
uma superfície.

A pressão é diretamente proporcional à concentração de um gás.

As 4 camadas da membrana alveolar: epitélio alveolar, membrana basal do alvéolo, membrana


basal do capilar, endotélio do capilar.

Fatores que determinam a rapidez que tem um gás atravessando a membrana:

• Espessura da membrana;
• Área de superfície da membrana;
• Coeficiente de difusão do gás (se o gás é mais lipossolúvel ou menos lipossolúvel);
• Diferença de pressão entre os dois lados da membrana.

O sangue do ventrículo direto vai para o pulmão por meio das artérias trocopulmonares, o
sangue que passa pelo átrio direto é um sangue venoso.

O sangue venoso é pobre em oxigênio e rico em CO2. O sangue venoso tem uma pressão
parcial de oxigênio de aproximadamente 40 mmHg e pressão parcial de CO2 de 45 mmHg.

A variação da pressão de CO2 é muito baixa, e a do oxigênio é muito alto, isso porque o gás
carbônico é muito mais lipossolúvel que o gás oxigênio, porque o CO2 tem que sair com
facilidade do corpo.

Quando inspiramos normalmente a capacidade que se tem de ar no alvéolo é a capacidade


residual funcional. E a capacidade residual funcional tem uma troca com o gás atmosférico,
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

que em cada movimento respiratório tem uma renovação do ar em 1/7, o que é suficiente
para manter a pressão parcial do oxigênio no alvéolo próximo de 104 mmHg.

Então tendo de 12-20 movimentos respiratórios por minuto, vai trocar em cada movimento
1/7 do ar da capacidade residual funcional, e isso vai mantar a PaO2 no alvéolo próximo de
104 mmHg.

O sangue que está chegando no capilar alveolar (sangue venoso) chega com PaO2 de 40 mmHg
e a PaO2 no alvéolo é 104mmHg.

A membrana capilar e alveolar que formam a membrana respiratória é permeável ao gás, tem
diferença de pressão, o gás é lipossolúvel. Então com a PaO2 de 40 mmHg a tendência é que o
oxigênio entre (passando do alvéolo para o sangue).

Se tiver uma fibrose nessa membrana, a espessura vai aumentar, comprometendo a troca
gasosa (difusão).

Quando o sangue vem para as veias pulmonares e vai para o átrio esquerdo e depois
ventrículo esquerdo, ele sai com uma PaO2 de 104 mmHg (isso porque já se igualou as
pressões, porque no alvéolo a pressão é constante devido à respiração e quando chegar a 104
no sangue não haverá mais troca).

Então o sangue sai do capilar alveolar com PaO2 de 104 mmHg, e quando chega no átrio
esquerdo já não está mais com 104 mmHg devido ao sangue do “shunt”, e quando for ser
ejetado para o corpo pelo ventrículo esquerdo a pressão parcial do oxigênio é de 95 mmHg.

O oxigênio é transportando no sangue: 3% do O2 vai livre no plasma e 97% do O2 vai ligado à


hemoglobina (na molécula heme, que apresenta ferro). Quando o oxigênio liga à hemoglobina
tem a formação da oxiemoglobina.

O oxigênio do alvéolo ele entra no sangue, e ele consegue entrar na hemácia (tem que passar
a membrana da hemácia para encontrar a hemoglobina) ele passa porque é lipossolúvel,
diferença de pressão e membrana da célula é permeável.

O sangue no corpo (formado por células) entra em contato com capilar tecidual. Nesse capilar
tecidual que recebe o sangue (que tem PaO2 de 95 mmHg) tem uma certa divisão, ou seja,
tem uma extremidade que recebe sangue arterial e uma extremidade venosa.

Os vasos sanguíneos que irrigam as artérias são os vasos vasorum.

No interstício tem a pressão parcial de oxigênio que é 40 mmHg. Dentro da célula a PaO2 é de
23 mmHg. Então o sangue está entrando na rede capilar na extremidade arterial e vai sair na
extremidade venosa do capilar tecidual.

A PaO2 no sangue é 95, no interstício é 40 e dentro da célula 23 mmHg. Então a tendência do


oxigênio é sair do sangue é entrar na célula, porque a membrana é permeável, o gás é
lipossolúvel e tem a diferença de pressão, permitindo que o gás entre na célula.

O oxigênio quando entra dentro da célula vai para crista mitocondrial, oxidando produtos do
metabolismo dos alimentos (principalmente glicose). Esse oxigênio vai oxidar NAD e FAD,
produzindo água, ATP e CO2.

Quando o oxigênio sai na extremidade venosa do capilar tecidual a PaO2 é de 40 mmHg.

O oxigênio percorre a veia cava e chega nos pulmões com uma PaO2 de 40mmHg, que é um
sangue venoso.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

No capilar tecidual tem a extremidade arterial (devido à artéria aorta) e extremidade venosa
(devido à veia cava). Na extremidade venosa dos capilares teciduais sai sangue venoso.

No capilar alveolar tem a extremidade arterial (devido às artérias troncopulmonares) e


extremidade venosa (devido às veias pulmonares). Na extremidade venosa dos capilares
alveolares tem sangue arterial.

Se aumentar o metabolismo nas células, a tendência da utilização do oxigênio é aumentar, e a


tendência da pressão intersticial é diminuir.

Se aumentar o metabolismo, a tendência é que a frequência respiratória aumente para tentar


compensar.

Exemplo: aluno estudando para prova, o sangue arterial que entrava no SNC com 95 mmHg
quando ele sai do cérebro ele saia com bem menos que 40 mmHg, mas os músculos como não
eram muito utilizados usavam pouco o oxigênio. Então o que volta para o átrio direito é 40
mmHg. Mas se pegar órgãos isolados, pode chegar a momentos que ele consume quase todo o
oxigênio que chega nele.

Se a célula tender a consumir mais oxigênio, a pressão do oxigênio no interstício vai diminuir.
Então o oxigênio vai ter maior facilidade de passar do sangue para o interstício e do interstício
para dentro da célula.

Retomando exemplo anterior: o sangue sai do ventrículo esquerdo com PaO2 de 95 mmHg e
vai para o corpo todo com 95. Quando passa pelo cérebro (como no exemplo anterior) ele vai
consumir todo o oxigênio, então a PaO2 de quando tiver saindo do cérebro será de zero. Mas
esses 95 mmHg também vai para o músculo, sistema digestório (esses órgãos estão em
repouso), a PaO2 pode sair com mais de 40 mmHg. Assim vai misturar o sangue e voltar para a
veia cava (volta o sangue que vem misturado de todos os órgãos, com PaO2 com média de 40
mmHg – média de todo o consumo de todos os órgãos).

Exemplo se a pessoa tiver exercitando: o músculo vai consumir muito mais oxigênio, as vezes o
cérebro não vai consumir muito, mas a média de PaO2 será de 40 mmHg.

No corpo a PaO2 nos capilares teciduais primeiro vai igualar com a PaO2 no interstício depois
que vai igualar com a PaO2 nas células do corpo.

Já no sangue venoso a PaCO2 é 45 mmHg. O sangue venoso chega na extremidade arterial do


capilar alveolar com PaCO2 de 45 mmHg.

A PaCO2 alveolar é 40 mmHg (dentro do alvéolo).

O CO2 vai passar do sangue do capilar alveolar para o alvéolo, ele passa por causa da diferença
de pressão, membrana lipoproteica, gás lipossolúvel.

A diferença de pressões parciais do CO2 é pequena (de 45 para 40) porque o gás CO2 é muito
mais lipossolúvel (mais facilidade de passar membranas).

A PaCO2 saindo da extremidade venosa do capilar alveolar é de 40 mmHg, tendo sangue


arterial (PaO2 de 104 e PaCO2 de 40 mmHg).

Então a PaCO2 na extremidade arterial do capilar tecidual é de 40 mmHg.

A PaCO2 dentro das células é de 46 mmHg, a PCO2 no interstício é de 45 mmHg.

A tendência do CO2 é sair.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

A PaCO2 na extremidade venosa da capilar tecidual é de 45 mmHg, tendo sangue venoso (PaO2
de 40 e PaCO2 de 45 mmHg).

Se o metabolismo do tecido aumentar muito, a PaCO2 não vai sair com 45 mmHg, vai sair com
muito mais, mas os outros tecidos que estão em repouso vão sair com menos. Então, ao final
se faz uma média dessas pressões que estão circulando no corpo.

O CO2 é transportando no sangue principalmente na forma de bicarbonato.

O CO2 quando entra no


sangue, 7% do CO2 ele
vai livre no plasma. O
CO2 entra na hemácia
(restante).

Quando o CO2 entra na


hemácia ele liga à
hemoglobina
(aproximadamente
23% do CO2), formando
carbaminoemoglobina.

70% do CO2 vai


combinar com a água
+ - +
por meio da anidrase carbônica, formando H + HCO3 . Esse H vai se ligar a hemoglobina (é um
aceptor de H+). O bicarbonato vai para o plasma, só que ele troca com o íon cloreto (Cl -), para
equilibrar cargas elétricas (desvio do cloreto).

Então o CO2 é transportado de 3 formas: livre no plasma, carbaminoemoglobina, bicarbonato


livre.

Exemplo: estômago.

No estômago tem um conjunto de células, chamadas de células parietais


(glândula parietal). Na célula parietal o CO2 também combina com a água na
presença da anidrase carbônica (porque ela não está só na hemácia, não só
no rim, está presente também na célula parietal gástrica). Quando se faz
essa combinação tem a formação de H+ + HCO3-. Esse H+ vai ser bombeado
pela bomba de prótons para o lúmen do estômago. Essa bomba também faz
troca com o potássio (chamada de bomba H+K+ATPase, ou seja, tem gasto
energético). Esse bicarbonato vai para o sangue. Como está indo uma carga
elétrica negativa para o sangue, tem que tirar uma negativa do sangue,
sendo tirado o Cl-. O Cl- + H+ dentro do lúmen do estômago formam ácido
clorídrico.

Quando nos alimentamos tem a produção de saliva, a salivação é devido a ativação do sistema
parassimpático, com isso tem a ativação do estômago, que começa a produzir ácido clorídrico.
Com isso também tem a liberação de bicarbonato no sangue. Com isso o estômago e intestino
estão aumentando o metabolismo, tendo vasodilatação (aumento do fluxo sanguíneo para
essa região), gera uma leve alcalose após refeição, o que gera sono.

A anidrase está dentro da hemácia porque ela foi gerada antes da hemácia perder o núcleo
(perde quando passa de reticulócito para hemácia, nesse meio tempo ela transcreveu todas as
enzimas necessárias).
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Diurético inibidor de anidrase carbônica: Acetazolamida.

Acloridria: ausência da produção de ácido clorídrico.

Sangue venoso sistêmico


PaO2 é de 40 mmHg,
aumenta para 104 porque
está passando nos capilares
alveolares do pulmão. Depois
cai de 104 para 95 mmHg
devido shunt. Daí vai para o
sangue sistêmico com 95
mmHg, e depois cai para 40
novamente devido a
utilização das células

TRANSPORTE DE OXIGÊNIO NO SANGUE

100 ml de sangue (sem ter anemia, hematócrito normal) tem 15 grama de hemoglobina.

1 g de hemoglobina transporta 1,34 ml de O2.

Então 100 ml de sangue transporte 20 ml de oxigênio, isso corresponde à 20 volumes %


(20V%).

20V% significa que a cada 100 ml de sangue transporta 20 ml de oxigênio.

Só que a hemoglobina não é 100% oxigenada pelo oxigênio, porque apenas 97% é ligado à
hemoglobina. Então 100 ml de sangue transporte 19,4 ml de oxigênio e o restante (0,6 ml)
sendo transportado no plasma.

100 ml de sangue – 15 g de Hgb (1g Hgb – 1,34 ml de O2) --- 20 ml de O2 --- (20V%)

100 ml de sangue – 15 g de Hgb --- 97% saturada – 19,4 ml

(0,6 ml plasma)

13/09/23

Essa figura relaciona a pressão


parcial alveolar do oxigênio em
relação à ventilação alveolar.

A ventilação é a entrada e a
saída de ar do pulmão (troca
do ar atmosférico pelo ar
alveolar).

A frequência respiratória pode


variar de 12-20 movimentos
respiratórios por minuto.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

A pressão parcial alveolar tende a manter próxima a 104 mmHg (constante), porque está
trocando com o ar atmosférico (12-20/minuto) e esse ar troca 1/7 em cada ventilação.

A pressão do ar atmosférico a nível do mar é próxima de 149 mmHg, mas no alvéolo é 104
mmHg porque em cada movimento respiratório troca 1/7.

Uma das curvas do gráfico representa a absorção do O2 na intensidade de 250 ml O2/min (linha
vermelha) e a outra curva representa a intensidade de 1000 mL O2/min (linha azul).

Na intensidade ventilatória normal de 4,2 L/min e com consumo de oxigênio de 250 mL/min, o
ponto operacional normal, na figura, é o ponto A.

Durante o exercício, pra eu manter a mesma concentração com a mesma pressão de O2 no


alvéolo (104 mmHg), tem que aumentar a respiração em 4 vezes.

A figura mostra ainda que quando 1.000 mililitros de O2 estão sendo absorvidos por minuto,
como ocorre durante o exercício moderado, a intensidade de ventilação alveolar precisa
aumentar por 4 vezes para manter a Po2 alveolar no valor normal de 104 mmHg.

Outro efeito mostrado na figura é que um aumento extremamente acentuado na ventilação


alveolar nunca consegue elevar a Po2 alveolar acima de 149 mmHg, desde que a pessoa esteja
respirando ar atmosférico normal no nível da pressão do mar, pois trata-se da Po2 máxima no
ar umidificado com essa pressão. Se a pessoa respirar gases que contenham pressões parciais
de O2 acima de 149 mmHg, a Po2 alveolar pode aproximar-se dessas pressões mais altas com
intensidades elevadas de ventilação.

Então, o problema de a pessoa ventilar muito para chegar próximo do 149 mmHg, o que pode
acontecer é a pessoa ter alcalose respiratória, porque se remove muito CO2, então o H+ do
sangue tende a diminuir e o pH aumentar (tendo uma alcalose respiratória).

Se a pessoa ventilar muito consegue fazer com que a pressão do oxigênio alveolar chegue no
máximo a 149 mmHg.

É possível conseguir acima de 149 mmHg apenas por balão de oxigênio (fornecer oxigênio
livre/puro).

Nesse outro gráfico representa


a relação entre pressão parcial
de oxigênio do líquido
intersticial e o fluxo sanguíneo.

A pressão parcial de oxigênio


no líquido intersticial é em
torno de 40 mmHg para o
consumo normal de O2 (ponto
A- consumo normal de O2).
Mas nem sempre vai ser 40
mmHg.

Se no momento o sangue está


passando por uma região do
cérebro que está em intensa
atividade, vai consumir mais oxigênio, então essa pressão parcial do oxigênio pode diminuir,
porque a célula está usando mais oxigênio.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Se a pressão parcial de O2 no interstício está diminuindo porque a célula está consumindo mais
oxigênio, vai ficar mais fácil também do oxigênio entrar nessa célula também (fica com
“vontade” de mais oxigênio). A pressão parcial de O2 que está saindo pela extremidade venosa
do capilar tecidual (daquele tecido) não vai mais ser 40 mmHg, naquele tecido vai ser menor,
podendo chegar próximo de zero.

Quem leva oxigênio para os tecidos é o sangue, se aumenta o fluxo sanguíneo para eles, vai
aumentar o fornecimento de O2.

Quando aumentar em 4x o consumo normal de O2, para a pressão manter 40 mmHg, o fluxo
sanguíneo deve aumentar (passar de 100 para 500).

No exercício físico aumenta o consumo de O2, o fluxo sanguíneo no músculo vai aumentar
também.

Como que o nosso corpo trabalha para aumentar o fluxo sanguíneo no músculo durante o
exercício físico? Exemplo: se tiver uma vasodilatação das artérias e arteríolas dos músculos
estriados esqueléticos e ela permanecer em vasodilatação, o que poderia acontecer com o
líquido intersticial do atleta, ficariam edemaciados, mas isso não acontece, porque? Porque o
fluxo sanguíneo muscular/nos tecidos ele é intermitente (tem vasodilatação seguida de
vasoconstrição constantemente). Como é feito esse controle? Com a atividade física, vai ativar
o simpático, que vai causar vasoconstrição nas veias, aumentando o retorno venoso, uma vez
que as veias são reservatórios de sangue. Assim vai voltar mais sangue para o coração, vai
ejetar com mais força e mais força contrai (Lei de Frank-Starling), indo mais sangue para as
artérias. E numa ativação simpática o que acontece com a artéria renal, artérias que irrigam a
pele, mucosas, sistema digestório? Vasoconstrição. Mas esse sangue que está sendo ejetado
precisa ir pra um lugar (menos sangue nesses órgãos por exemplo, e mais sangue para as
artérias que irrigam o musculo estriado esquelético, que sofreram vasodilatação). Então está
deixando mais sangue disponível para o sistema muscular, está redirecionando o sangue pro
sistema muscular. A artéria coronariana vai vasodilatar também. Então nas artérias do musculo
estriado esquelético e cardíaco tem receptores adrenérgicos beta 2 (RAβ2) e no rim, baço,
sistema digestório, tem receptores adrenérgicos alfa 1, então ao mesmo tempo que se tem
vaso dilatação numa região, tem vasoconstrição na outra (vai redistribuir o sangue para aquela
região que está em alto metabolismo).

Com o fluxo de sangue, ele fornece para o tecido oxigênio e retira CO2, H+, adenosina (pH
aumentou), estava sobre efeito do simpático, agora tem muito O2, pouco CO2, H+, adenosina, o
que acontece com artérias e arteríolas da região? Vasoconstrição. Depois de um tempo, o que
acontece com o oxigênio? Diminui e começa a aumentar CO2, H+, adenosina, daí as arteríolas
vão vasodilatar.

Então, no início do exercício físico tem ativação simpática, que é importante para dar suporte
de que tem que ter um direcionamento de sangue para o músculo. A partir de um certo
momento, se o musculo vai ter mais ou menos fluxo sanguíneo vai depender do local. Mas que
quando ele faz vasodilatação tem o suporte simpático para ajudar na nutrição muscular.

Então o fluxo sanguíneo muscular é intermitente.

O mais importante vasodilatador da região é a adenosina.

O pH ácido do tecido, as artérias tendem a vasodilatar.

E esse fluxo sanguíneo não for suficiente para remover o H +, e o H+ começar a acumular dentro
das células, e se o fluxo não for suficiente para renovar O2, a célula mesmo assim produzirá
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

energia? Sim, pela via anaeróbica, que produz ácido lático. Só que o ácido lático é instável,
porque se dissocia em lactato mais H+. E se produz H+ promove vasodilatação para tentar
chegar oxigênio. Se mesmo assim não compensar, esse H+ dentro da célula começa a elevar o
ddp devido à sua carga elétrica.

Exemplo: na célula muscular, o musculo está produzindo ácido


láctico, que vai se dissociar em lactato e H+. Esse H+ tem que
trocar com um trocador com o sódio. O sódio por sua vez, vai
trocar com o potássio. Se a pessoa estiver em atividade físico e o
fluxo não estiver compensando, vai ter que usar a via anaeróbia,
que irá produzir mais ácido lático, produzindo mais H+. Nessa que
ela troca, vai sair mais H+ e entrar mais sódio. Como entra sódio na
célula, a célula despolariza (sem liberar acetilcolina), havendo
contração da célula (sem o desejo voluntário somático) e causa
dor devido à acidez, chamando isso de caibra.

Na caibra o ambiente está ácido, a acidez estimula os receptores de dor.

Pessoa sedentária com compressão de algum vaso, vai chegar menos oxigênio naquele tecido.
Mesmo em repouso a célula gasta energia, 70%dessa energia é gasta pela bomba de sódio-
potássioATPase. A célula vai produzir essa energia via anaeróbia.

Tem outra teoria que fala que o trocador é com H+ K+. Se essa teoria existir, a deficiência de
potássio na alimentação pode gerar caibra. Tanto é que é recomendado comer alimentos ricos
em potássio (como feijão, banana...).

Então, fluxo sanguíneo, oxigênio, sistema respiratório, músculo, caibra, oxigênio nos tecidos do
corpo dependem do fluxo sanguíneo para manter aquela pressão de oxigênio dentro do
líquido intersticial.

O aumento do fluxo sanguíneo eleva a pressão


parcial de oxigênio do líquido intersticial: Se o
fluxo de sangue por determinado tecido
aumentar, maior quantidade de O2 é
transportada para os tecidos, e a Po2 tecidual
fica correspondentemente, maior. Esse efeito é
mostrado na Figura 41-4. Observe que a
elevação do fluxo para 400% acima do normal
aumenta a Po2 de 40 mmHg (no ponto A na
figura) para 66 mmHg (no ponto B).

Entretanto, o limite superior a que a Po2 pode


atingir mesmo com fluxo sanguíneo máximo é
95 mmHg, porque essa é a pressão do O2 no sangue arterial. Por outro lado, se o fluxo de
sangue pelo tecido diminuir, a Po2 tecidual também diminui, como mostrado pelo ponto C.

Exemplo: se tiver uma obstrução de uma artéria coronariana, o que que acontece com o fluxo
sanguíneo da região? Diminui, o oxigênio por consequência vai diminuir também, a produção
de ATP vai diminuir, a bomba vai diminuir sua atividade, mas o sódio continua entrando na
célula devido aos canais vazantes. Só que como a bomba não está funcionando, o sódio entra
mais não consegue sair, com isso vai puxar água, causando degeneração hidrópica.

No ¼ do consumo do oxigênio, porque que o fluxo sanguíneo pode ser menor? Porque não
está consumindo oxigênio (sobra oxigênio).
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Então o fluxo sanguíneo está diretamente relacionado à necessidade metabólica.

Esse outro gráfico relaciona a


saturação de hemoglobina com a
pressão do oxigênio no sangue.

O sangue da pessoa normal contém


cerca de 15 gramas de
hemoglobina em cada 100 mililitros
de sangue, e cada grama de
hemoglobina pode se ligar ao
máximo de 1,34 mililitro de O2
(1,39 mililitro quando a
hemoglobina é quimicamente pura,
mas impurezas como a
metemoglobina reduzem esse
valor). Portanto, 15 vezes 1,34 é
igual a 20,1, o que significa que, em média, os 15 gramas de hemoglobina em 100 mililitros de
sangue conseguem se combinar com o total quase exato de 20 mililitros de O 2 (isso
corresponde a 20V%, visto na aula anterior) se a hemoglobina estiver 100% saturada. Isso,
normalmente, é expresso como 20 volumes percentuais. A curva de dissociação de O2 -
hemoglobina para a pessoa normal pode ainda ser expressa em termos de volume percentual
de O2, como mostrado pela escala à direita na Figura 41-8, em vez de saturação percentual de
hemoglobina.

Então a pressão de oxigênio vai aumentando e a saturação da hemoglobina vai aumentando,


chegando próximo dos 20%. Quanto mais oxigênio no sangue, mais a hemoglobina vai ficar
oxigenada, porque a pressão favorece a saturação.

Se a pessoa tiver hematose pulmonar diminuída, como no COVID, a pressão parcial de oxigênio
vai diminuir. Isso vai fazer com que o rim produza eritropoietina (só que demora de 15-20
dias). Vai aumentar a frequencia respiratória, mas se tiver dificuldade respiratória a frequencia
aumenta, mas o oxigênio não consegue chegar no sangue.

Coeficiente de utilização: é a % do sangue que libera seu O2 enquanto atravessa os capilares


teciduais.

O valor normal desse coeficiente fica em torno de 25%, ou seja, 25% da hemoglobina
oxigenada liberaram seu O2 para os tecidos. Durante exercício intenso, o coeficiente de
utilização em todo o corpo pode aumentar por 75 a 85%.

Então todo sangue que passar por uma região e liberar todo o oxigênio (100%), a pressão
parcial de oxigênio que o sangue sai daquela região é de zero. Mas se juntar todos os órgãos
que estão em ação e os outros que estão em repouso, dá em torno de 40 mmHg.

Efeito Bohr: aumento do CO2 do sangue desloca o oxigênio da hemácia.

Efeito Haldane: o aumento do O2 sanguíneo e a ligação do oxigênio na hemoglobina desloca o


CO2 da hemoglobina.
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18/10/23

FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO


1. INTRODUÇÃO
A energia vem dos alimentos. O alimento precisa ser transformado em energia, que é realizado
pelo sistema digestório, então o alimento precisa sofrer muitas alterações fisiológicas, em cada
parte do sistema digestório. E para isso o alimento precisa ficar um determinado tempo em
cada parte do sistema digestório.

Sistema digestório começa na boca e termina no ânus (é um “tubo”).

Dentro desse sistema temos órgãos que os compõe e temos órgãos que são auxiliares
(acessórios).

Como o alimento precisa ficar um determinado tempo em cada órgão, tem que ter algumas
válvulas/esfíncter que vão controlar esse trânsito.

Órgãos: boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.

Glândulas anexas (órgãos acessórios): língua, dentes, pâncreas, glândulas salivares, vesícula
biliar.

Esfíncteres: esofágico superior, esofágico inferior, piloro, válvula ileocecal, esfíncteres anais
interno e externo.

Cada parte do sistema digestório tem um esfíncter/um órgão que faça controle.

A ingestão está relacionada à fome (quantidade) e ao apetite (qualidade).

O sistema digestório tem que secretar algumas substancias, isso porque precisamos de
enzimas para facilitar a digestão, lubrificação, anticorpos.

Secreção: água, ácido, tampões e enzimas.

Os alimentos misturados às secreções facilitam a motilidade. A falta dessas secreções gera


processo patológico.

Então o sistema digestório tem função de fazer mistura e propulsão.

Diante das secreções os alimentos são misturados e é encaminhado para outro


“departamento”.

Toda vez que tiver falando de propulsão está relacionado aos movimentos peristálticos. No TGI
tem 2 tipos de movimentos do alimento: propulsivo e peristálticos.

Nesse movimento existe o processo de digestão mecânica, não depende de enzimas, depende
dos músculos do TGI.

Outra função do sistema digestório (SD) é promover a digestão (quebrar o alimento em


moléculas menores).

Em todo TGI existe 2 processos de digestão, química (depende das enzimas) e mecânica
(depende da musculatura).

Que enzimas se tem na boca? Ptialina (amilase salivar ou alfa amilase), lipase lingual (não é
ativa na boca, porque o pH da boca por ser básico não permite atuação da lipase lingual, então
na boca só tem digestão química de carboidratos e não consegue digerir lipídios na boca).
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Faringe e esôfago não temos enzimas, então não faz digestão química.

Já no estômago temos enzimas, como pepsina, que faz a digestão de proteínas (digestão
química), e também tem lipase gástrica (não atua em pH muito ácido, então ela não funciona
no estômago, não tem pH bom para sua ativação).

O que não foi digerido na boca e nem no estomago será digerido no intestino delgado.
Digestão ocorre no intestino delgado, no intestino grosso não tem enzimas, mas se tem
bactérias.

No intestino vai ter digestão de carboidratos, proteínas, lipídios, tem que digerir tudo porque
além das enzimas do intestino, tem as do sulco pancreático e bile.

Já a digestão mecânica ocorre na boca (dentes), já na faringe e no esôfago ocorre por meio dos
movimentos peristálticos ou propulsivos.

Uma outra função do sistema digestório é promover absorção (cair na corrente sanguínea).

Tudo aquilo que não virou energia e não foi utilizado será eliminado nas fezes.

Para que o TGI funcione adequadamente, exercendo essas funções, é necessário ter
funcionamento adequado do SN e sistema hormonal.

HISTOLOGICAMENTE

O TGI é formado por 4 camadas:

1. camada mais externa é chamada de serosa;


2. camada muscular: 90% musculo liso e 10 % músculo estriado esquelético (controle
voluntário na boca, faringe, parte superior do esôfago, esfíncter externo do ânus). Nas
outras partes esfíncter inferior do esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, reto, esfíncter externo do ânus é musculatura lisa.
3. Camada submucosa

OBS: Tanto na camada muscular quanto na camada submucosa tem a inervação do sistema
nervoso próprio do TGI (sistema nervoso entérico, que é especifico do TGI. Esse sistema é
formado por vários neurônios, principalmente neurônios, que fazem parte de 2 plexos: plexo
mioentérico e plexo submucoso).

O plexo mioentérico (plexo de


Auerbach) está presente nos
músculos, auxiliando nos
movimentos de peristaltismos.
Já o plexo submucoso (plexo de
Meissner) está na camada
submucosa, auxiliando no
processo de secreção entérica,
secreção gástrica, e controla o
fluxo sanguíneo em todo o TGI.

4. Camada mucosa (mais


interna): tem 2 constituintes,
que são: tecido linfático e
produção de muco.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Tecido linfático que é o tecido que produz anticorpos que destrói vírus e bactérias (para se ter
diarreia, é porque a bactéria que você foi contaminado era muitooo forte).

O muco protege a camada do TGI. Cada vez que o alimento sai de um órgão para outro, ele
muda o seu pH, e graças ao muco temos a proteção contra essa variação. O muco também tem
função de lubrificar os alimentos, causando menos escoriações ao longo do TGI.

Essa questão histológica (essa divisão) vai desde a boca até o ânus. Porém, a inervação vai do
esôfago até o ânus.

Então, esse processo de inervação dos plexos tem início no esôfago e vai até o ânus.

O SD é controlado pelo sistema nervoso entérico, que é formado por mais de 100 milhões de
neurônios, e eles estão fazendo parte dos dois plexos (mioentérico e submucoso).

Uma das coisas mais importante desses sistemas é compreender que esse sistema nervoso
entérico funciona sozinho, não dependendo do SNC e SNP, ele trabalha sozinho. Porém ele
recebe inervação tanto do simpático, quanto do parassimpático. Isso faz com que ele aumente
ou diminua a atividade do TGI.

Todas as vezes que tiver uma estimulação simpática vai ter liberação de adrenalina ou NOR,
que vai atuar sobre o sistema nervoso entérico que vai causar uma redução da atividade do
TGI. O sistema nervoso entérico não depende do SNP, mas se tiver uma ativação simpática, vai
ter redução da atividade do TGI.

Se tiver uma ativação parassimpática vai ter liberação de acetilcolina, que vai atuar sobre o SN
entérico e vai aumentar a atividade do TGI.

O ato de mastigação envolve o nervo vago, onde vai ativar o SN, acelerando a atividade do TGI.

Em situação de estresse vai ativar o simpático, isso pode retardar a atividade no TGI.

Toda vez que tiver uma ativação do SN simpático vai ter relaxamento da musculatura,
contração dos esfíncteres e estimulação das secreções.

Quando o SN parassimpático tem uma característica de estimulação a secreção salivar.

Ativação de saliva (estimulação da glândula) é diferente de volume salivar.

Toda vez que ativa o simpático ativa(estimula) a glândula salivar, mas não produz quantidade
suficiente de saliva, por isso que nessa ativação simpática a sensação é de boca seca.

Já no parassimpático tem aumento de volume de saliva.

O simpático e o parassimpático estimulam a glândula, mas o simpático não produz volume de


saliva, já o parassimpático sim.

OBS quanto à questão da musculatura no TGI:

Musculo estriado esquelético para contrair depende da acetilcolina, para ligar no receptor
nicotínico.

Musculo liso depende de cálcio para contrair, porque o cálcio precisa ligar na calmodulina.

Quem contrai mais rápido é o musculo estriado esquelético, o músculo liso demora para
contrair quanto comparado ao estriado esquelético, porque? Tudo que vem do SN é rápido. O
musculo liso demora para contrair porque o potencial de ação é lento, porque o musculo liso
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

depende do cálcio (precisa ser lenta para que o alimento sofra todas as suas transformações
em cada parte do TGI). O potencial de ação gerado no MEE depende só da entra do sódio e
saída do potássio, processo de repolarização e despolarização, que gera impulso, condução do
processo de contração.

Por isso que no musculo liso do TGI tem 2 ondas geradas: ondas lentas e potenciais em
espículas (potenciais em pontas).

Onda lenta entra primeira sódio, depois despolariza o musculo. Já potenciais em espícula entra
o cálcio, gerando potencial de ação, isso vai lentificar o processo.

Resumindo: todo processo de geração de potencial de ação no nosso corpo é gerado pela
entrada do sódio e saída do potássio. O musculo liso depende de cálcio, então o cálcio tem que
entrar junto com o sódio, então a geração do potencial de ação é mais lenta. Por isso o
processo de contração do músculo liso demora mais, porque depende da entrada do cálcio,
gerando uma dificuldade na geração do potencial de ação.

Resumindo: no músculo liso do TGI, tem as ondas lentas que não geram potencial. Onda lenta
é a entrada somente do sódio, mas no músculo liso só entrar sódio não gera potencial, é
preciso do cálcio. Então, o cálcio entra junto com o sódio nos potenciais em ponta, gerando
uma lentidão do processo de contração, porém é gerado o impulso nervoso.

Toda vez que o alimento caminha no TGI, ele recebe um nome diferente:

Alimento + Saliva = Bolo alimentar

* Bolo sai da boca e vai para o estômago.

Bolo alimentar + Suco gástrico = Quimo

* Quimo sai do estômago e vai para o intestino.

Quimo + Suco pancreático + Suco entérico + Bile = Quilo

E depois disso é chamado de bolo fecal.

Existem 2 movimentos ao longo do TGI, que são os movimentos propulsivos e movimentos de


mistura.

Movimentos de mistura são chamados de movimentos segmentares, porque vai passar por
cada órgão do TGI. Durante esse movimento tem a mistura com as secreções (salivar, gástrica,
entérica, biliar, pancreática).

Movimentos propulsivos ou peristálticos é o movimento em que o alimento caminha ao longo


do TGI, tendo o processo de digestão mecânica.

25/10/23

Quem controla o TGI é o sistema nervoso entérico e hormônios, que regulam as válvulas e os
esfíncteres, para que o alimento caminhe numa direção única.

Diante desse processo o alimento sofre mistura (mistura com secreção, que pode ou não ter
enzimas; se tiver o processo é químico; se não tiver gera um processo mecânico) e propulsão
(movimentar de caminhar do alimento, peristaltismo, que pode chegar o processe de digestão
química e/ou mecânica).
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

BOCA

Tem alguns órgãos que assessoram a boca: dentes, língua, úvula e glândulas salivares.

O alimento precisa ficar determinado tempo na boa para que ele sofra as transformações
fisiológicas, porque na boca temos 2 tipos de digestão: química (saliva que é proveniente das
glândulas salivares, por conterem enzima vai fazer a digestão química) e mecânica (dentes).

Na boca tem 2 tipos de enzimas:

1ª: mais importante são enzimas produzidas pelas glândulas salivares que é chamada de ALFA-
AMILASE ou AMILASE SALIVAR ou PTIALINA.

2ª: a língua tem uma glândula serosa que produz uma enzima chamada de lipase lingual.

Porém, como a boca tende a ter um pH mais básico (7-8), essa enzima lipase lingual ela
geralmente atua num pH de 6, por isso essa enzima não atua na boca.

Não só o pH interfere na atuação dessa enzima, como o tempo que o alimento fica em contato
com ela (ela não tem tempo para agir sobre o alimento).

A lipase temos em 3 locais: na boca, no estômago e no intestino. As únicas lipases que atuam
são as intestinais.

A saliva além de conter essas enzimas contém outras substancias, como íons, imunoglobulina,
lactoferrinas, substancias que destroem bactérias, vírus.

Então a saliva é um processo de secreção que temos na boca.

ANATOMIA BOCA

A boca faz um processo de mastigação e existem os músculos que fazem parte desse processo.
Esses músculos são controlados por nervos cranianos, principalmente o nervo V (trigêmeo).

Existe um controle de 3 nervos importantes na boca, na faringe e no esôfago, que é o nervo


vago, trigêmeo e glossofaríngeo.

O SNC no bulbo tem o centro de controle da mastigação. O TGI não depende do SNC e do SNP,
é porque ele pode trabalhar sozinho, só que muitas vezes ele não consegue fazer tudo sozinho.

Lembrando que os plexos estão concentrados principalmente no esôfago até o ânus. Muitas
vezes esses plexos não atum na boca.

A mastigação depende do trigêmeo, só que o ato da deglutição depende do vago e


glossofaríngeo.

Cada parte da boca exerce uma função importante:

- A língua tem 2 funções importantes: sentir sabor dos alimentos; produz enzimas (lipase
lingual), e faz ato de deglutição (voluntária- porque tem MEE).

- A úvula auxilia no processo de deglutição e faz processo de fonação.

- A saliva é produzida pelas glândulas salivares, amolece o alimento (importe escoriações).

- Cada dente tem sua função (odontologia).

- Quando o alimento se mistura na boca com a saliva, o alimento é chamado de bolo


alimentar.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

- Duas enzimas na boca: amilase e lipase, porém só amilase atua.

Qual é a unidade funcional das glândulas salivares? Adenômeros (parte funcional/estrutural).

Nos adenômeros tem:

- ácinos

- ductos salivares (ductos glandulares)

Por esses adenômeros que a saliva é produzida, porque essas glândulas são altamente
irrigadas por vasos sanguíneos, então quem vai chegar no adenômeros e primeiro nos ácinos
será o plasma.

O plasma (água, proteínas, íons e eletrólitos) é proveniente no líquido extracelular. Os íons que
prevalecem no plasma são cloreto e sódio, porque dentro das células sanguínea o íon que
prevalece é os íons potássio.

O plasma vai ser filtrado nos ácinos, e logicamente vai chegar nos ácinos também água, sódio e
cloreto. Só que à medida que essa água, sódio e cloreto vão passando pelos ductos salivares
vai acontecendo uma alteração iônica.

É muito semelhante a urina com a saliva.

Nos ductos salivares encontramos um hormônio chamado de aldosterona. A aldosterona vai


fazer reabsorção de sódio, água e secreta potássio. A aldosterona vai reabsorver o sódio e a
água, que vão voltar para os vasos sanguíneos, e vai fazer a secreção do potássio.

Secreção primária é a secreção que está nos ácinos e é semelhante ao plasma, então contem
água, sódio e cloreto. Essas secreções vão passando pelos ductos e se transforma numa
secreção secundária, isso em função da aldosterona, que vai puxar sódio e água, deixando o
potássio.

Então a saliva é uma secreção secundária (é a que é excretada).

A secreção secundária tem baixa concentração de sódio e começa a ter uma alta concentração
de potássio.

À medida que a aldosterona age, vai deixando uma eletronegatividade dentro dos ductos
salivares (devido à saída do sódio), isso vai acionar a bomba cloreto-bicarbonato.

Essa bomba faz uma troca: leva o íon bicarbonato para dentro do ducto e tira o íon cloreto
para fora do ducto.

Recapitulando: a aldosterona tirou o sódio do ducto e o levou para a corrente sanguínea. O


cloreto foi tirado do ducto pela ação da bomba (transporte ativo primário, gastou energia para
isso acontecer). Foi tirado do plasma o bicarbonato e potássio. Permanecendo na saliva
bicarbonato e potássio.

Qual é a diferença da saliva e do plasma? O plasma tem mais sódio e mais cloreto, e a saliva
tem mais potássio e íon bicarbonato.

Porque que a saliva não é acida? Por causa do bicarbonato, deixando a saliva mais básica.

A saliva tem que ser básica para prevenir cáries dentárias, mal hálito.

Num pH ácido na saliva nenhuma das duas enzimas irão atuar.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

No creme dental temos bicarbonato de sódio predominantemente, isso para manter o pH


alcalino na saliva.

Quem libera/excreta a saliva são as glândulas salivares.

Quais são as 3 glândulas salivares mais importante (não são as únicas): parótida,
submandibular e sublingual.

GLÂNDULAS SALIVARES:

→ GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: é a glândula que secreta a maior quantidade de saliva


(secreta 70% da saliva). Sendo a menor glândula salivar em tamanho (extensão).

→ GLÂNDULA PARÓTIDA: produz 25% da saliva. Sendo uma das maiores glândulas salivares.

→ GLÂNDULA SUBLINGUAL: responsável por 5% da saliva. Sendo uma das maiores glândulas
salivares.

Qual a diferença entre elas? Composição, pois podem conter células serosas e células
mucosas.

As células serosas são as que produzem enzimas.

As células mucosas produzem muco.

Na glândula submandibular (glândula mista) tem células serosas e mucosas, mas em proporção
tem muito mais células serosas do que mucosas.

A glândula parótida só tem células serosas, que produzem enzimas. Não é uma glândula mista.

A glândula sublingual (glândula mista) tem muito mais células mucosas do que serosas.

Todas eles produzem enzimas, mas só a submandibular e sublingual produz muco.

Dentre as três, a parótida é a glândula mais sensível e ela pode sofrer o processo infeccioso
causado pelo vírus chamado de myxovirus. Quando esse vírus atinge a parótida causa um
processo inflamatório conhecido como caxumba.

A saliva passa a ter constituintes semelhantes à urina, porque na saliva tem a presença de
ureia e ácido úrico, que são produtos tóxicos provenientes do metabolismo de proteínas,
então devem ser eliminados por via de excreção. Por isso que alguns constituintes da saliva
são iguais aos constituintes da urina.

O pH da boca varia muito de 6-7; 7-8, quanto mais básico tiver melhor é a ação da amilase
salivar.

Lembrando que na saliva temos também lisozimas, que lisa a parede das bactérias,
lactorrefinas, que impedem o crescimento das bactérias que dependem do ferro pra crescer,
imunoglobulinas (principalmente IgA), e enzimas.

A secreção salivar depende de alguns fatores, como por exemplo por estimulo parassimpático.
A regulação da saliva ocorre no pensamento (quando vê alimento, sinto cheiro).

Regulação da saliva começa no sistema cefálico.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

FARINGE

O alimento está pronto pra ser deglutido (bolo alimentar pronto). A língua empurra o alimento
para deglutição, uma vez feito esse processo, o bolo alimentar vai cair na faringe.

A importância da faringe é não deixar o alimento ir para a traqueia.

Quando o bolo alimentar cair na faringe, a faringe tem receptores epiteliais (sensoriais) que
detecta o bolo alimentar. Quando o bolo alimentar cai na faringe, esses receptores mandam
uma mensagem ao centro de controle, que é o tronco encefálico, aí vai ter o reflexo da
deglutição, onde vai ter a geração de um peristaltismo primário (depende do SNC, porque o SN
entérico tem sua ação a partir do esôfago).

A faringe fez com que o alimento passasse para o esôfago, porque a epiglote fecha e impede a
passagem para via respiratória. Quando isso não acontece, o alimento vai para a traqueia,
gerando engasgo. A ato da deglutição não pode interferir no ato da respiração.

Quando o alimento sai da faringe, ele vai para o esôfago.

ESÔFAGO

O esôfago tem 2 esfíncteres, esfíncter esofágico superior e esfíncter


esofágico inferior.

O superior é controlado pelo estimulo do bolo alimentar, pelo peristaltismo


primário (deglutição faríngea, que gera o peristaltismo primário).

Quando o esfíncter inferior ele relaxa, o alimento cai no estômago, gerando


peristaltismo secundário (deglutição esofágica, que gera peristaltismo
secundário).

No peristaltismo secundário não precisa do SNA, os próprios plexos podem


exercer sua função.

Acalasia: dificuldade de relaxamento do esfíncter esofágico inferior, alimento


fica contido no esôfago.

O esfíncter esofágico inferior seu controle é muito importante, porque quando o alimento cai
no estomago que é ácido, se o alimento volta é porque o esfíncter não foi controlado
adequadamente, volta queimando a parede o esôfago, gerando uma doença refluxo
gastroesofágico (não é fisiológico).

O que muitas vezes causa esse mal “funcionamento” desse esfíncter inferior é tabaco, bebida
alcoólica, alguns medicamentos.

Durante o ato de peristaltismo secundário tem ativação de 2 hormônios que é o VIP (peptídeo
vasoativo intestinal) e o óxido nítrico (NO), que são hormônios vasodilatadores, que tem a
capacidade de dilatar o estomago, para que ele receba o bolo alimentar. VIP tem é um
neurotransmissor inibitório, responsável pelo relaxamento do musculo liso do TGI e aumento
da secreção das células acinares.

Se o estomago não tiver relaxado (ausência de VIP e NO), o estomago não relaxa, ele não
consegue receber o bolo alimentar.

Quando a pessoa fez redução do estomago, ele tem dificuldade na produção desses
hormônios, que dilatam o estomago para receber o alimento. Por isso a pessoa começa a
comer muito pouco.
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01/11/23

ESTÔMAGO

Órgão que faz armazenamento do alimento.

Posição anatômica do estômago: 3 partes: fundo, corpo,


antro.

Na fisiologia é importante falar desses 3 espaços que se tem


no estômago porque o fundo e corpo fazem
armazenamento (alimento fica mais tempo nessa parte);
enquanto que a parte inferior do corpo e o antro fazem a
mistura o alimento.

Quando o alimento chega no antro se é gerado movimento


retropropulsivos e gera-se um movimento peristáltico muito
intenso.

Peristalse causada no fundo e corpo é lenta, gerada somente por ondas lentas do potencial de
ação.

Quando o alimento chega no antro já se tem na região a geração de potenciais em pontas, que
gera movimentos que retropropulsão mais intenso (movimento de retropropulsão intenso no
antro), porque os movimentos peristálticos são gerados não somente por ondas lentas, mas
também por potenciais em ponta/potencial em espículas, que causa movimentos mais
rápidos.

O estômago ao misturar o alimento, que é a mistura do bolo alimentar com as secreções


gástricas, vai ter o processo de mistura, que se deve à presença de enzimas e ácido.

A nossa secreção gástrica é formada basicamente de ácido clorídrico e de enzimas.

No estomago temos 2 enzimas: pepsina (digere proteínas) e lipase gástrica (não exerce sua
função em pH ácido).

Lipase pancreática tem função e cai no duodeno.

No fundo e no corpo o alimento chega, que geram um processo de relaxamento, que é


induzido pelo VIP e pelo oxido nítrico (NO).

Uma vez que o alimento sai do fundo e do corpo, ele vai sofrer um processo de mistura e gera
um movimento de retropropulsão, que é o processo de contração no antro é muito intenso.

O estômago exerce algumas funções importantes:

- Processo de digestão química (devido à presença de enzimas) e mecânica (devido aos


movimentos retropropulsivos);

- Armazenamento de alimentos e controla esse armazenamento mandando ou não aquele


alimento para o intestino (então controla sua direção para o intestino delgado);

- Mistura dos alimentos (presença do quimo);

- Fatores hormonais locais por neurotransmissores para regular o esvaziamento gástrico;

Obs: quando não funciona corretamente vai apresentar anormalidades: ulceras pépticas;
vômitos e êmeses; gastrites.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

O estômago é formado por 2 grupos de glândulas.

80% glândulas gástricas/oxínticas; 20% glândulas pilóricas.

Essas glândulas são formadas por células, dentre eles temos células mucosas, que produzem o
muco e íon bicarbonato, que são produzidos por estímulos ácidos ou a própria irritação da
parede do estômago.

Função do muco e íon bicarbonato: proteção da membrana do estômago (então como faz
parte do TGI, ele também apresenta 4 camadas – serosas, muscular, submucosa, mucosa). Na
camada mucosa temos células mucosas que produzem muco e íon bicarbonato, que vão
proteger à camada mucosa do estômago.

A célula mais importante, que faz parte das glândulas do estômago, e mais abundantes são as
células parietais (gástricas ou oxínticas), que produzem o ácido clorídrico e o fator intrínseco.

As células parietais são estimuladas pela acetilcolina, gastrina, histamina, então são
estimuladas por neurotransmissores e por hormônios.

Uma vez estimuladas elas vão produzir ácido clorídrico e fator intrínseco.

Outra célula que faz parte da glândula gástrica é a célula pépticas (célula principais). Essas
células produzem pepsinogênio e lipase gástrica, que vão ser produzidas quanto tiver um
estímulo da acetilcolina, da acidez do estômago e da presença do hormônio secretina.

A quarta célula presente na glândula gástrica são as células enterocromafins ou endócrinas,


que produzem histamina. Para essas células produzirem a histamina eles dependem do
estímulo da gastrina e da acetilcolina.

Outra célula é a célula D/produtoras de somatostatina. A somatostatina é um hormônio


inibitório de ácido clorídrico.

Esse hormônio (somatostatina) é liberado por 3 glândulas endócrinas: hipotálamo (hormônio


inibidor de GH), pâncreas (inibe a secreção de insulina e de glucagon), células D gástrica (inibe
a produção do HCl).

Outra célula é a célula G ou pilóricas, que faz parte da glândula gástrica, e é uma célula
produtora de gastrina. A gastrina é produzida em 2 locais, no antro e também no intestino
duodeno e no jejuno.

Além da gastrina estimular o ácido clorídrico, a gastrina aumenta o crescimento da mucosa do


estômago e do intestino (aumenta a camada mucosa).

A última célula encontrada na glândula gástrica são as células intersticiais, que são produtoras
de prostaglandinas.

OBS. AINES bloqueiam COX, e ao fazem esse bloqueio, bloqueiam prostaglandina, porque tem
a capacidade de bloquear essas células intersticiais. A prostaglandina é uma substancia que
regula a secreção ácida no estômago. Por isso que a pessoa que faz uso de AINES, muitas
vezes, tem que usar um protetor gástrico, porque se perde a regulação do ácido clorídrico no
estômago.

A células mais abundantes da glândula gástrica/oxínticas são as células parietais. Porém todas
as células são importantes, mas as parietais se destacam mais.

A PRODUÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO E FATOR INTRÍNSECO PROVENIENTE DAS CÉLULAS


PARIETAIS
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Nas células parietais tem 3 tipos de receptores que são receptores de membrana, que são
receptores de acetilcolina, de gastrina e de histamina.

As células parietais elas contem receptores muscarínicos do tipo M3, que são receptores de
acetilcolina, receptores H2 que são receptores de histamina, e receptores CCK2T que são
receptores de colecistoquinina, porém são receptores de gastrina.

A gastrina é um hormônio que se liga no mesmo receptor da colecistoquinina.

Além das células parietais apresentarem receptores para acetilcolina, gastrina e histamina,
elas apresentam bombas de prótons, que é a bomba H+K+ATPase e a bomba Cl-HCO3-ATPase.

Todas as vezes que as células parietais recebem o estímulo da acetilcolina, da gastrina e da


histamina, essas bombas de prótons são acionadas.

Essas bombas fazem trocas iônicas.

A cada íon H+ que ela leva para dentro das células parietais, ela tira das células para o sangue
íons K+.

Toda vez que essa bomba de prótons é ativada, ela faz troca, ela leva o Cl- para dentro da
célula, e tira de dentro da célula o HCO3-.

O que ela deixa dentro da célula a partir dessa troca iônica é íons H + e íons Cl-. Esses íons se
juntam é formam o HCl, que é o ácido clorídrico.

Então, o que é necessário para formar o ácido clorídrico pelas células parietais? O estímulo da
acetilcolina, da gastrina e da histamina,

Quanto maior a produção de HCl mais alcalino vai estar o sangue. Então durante a digestão, o
nosso sangue fica mais alcalino.

Qual é o neurotransmissor ou o hormônio modulador mais potente da produção de ácido


clorídrico? Histamina. Isso porque só se tem histamina na presença de acetilcolina e de
gastrina.

A acetilcolina vem de um estímulo parassimpático (ato de mastigação por exemplo).

Para produzir histamina pelas células enterocromafins precisa de acetilcolina e de gastrina.

Para produzir gastrina precisa da acetilcolina e de aminoácidos, que vem da quebra de


proteínas. E para quebrar proteínas precisa de enzimas (pepsina).

Só que para gerar pepsina precisa estimular as células pépticas/principais, que irão produzir
pepsinogênio, que é uma substância inerte, que na presença do ácido clorídrico vai ter
conversão do pepsinogênio em pepsina.

Só que para estimular as células pépticas/principais precisa da acetilcolina, pH ácido e do


hormônio secretina.

Uma vez produzido pepsinogênio, se não tiver ácido clorídrico, o pepsinogênio não vai ser
desdobrado em pepsina.

Porque a acetilcolina não seria a mais potente? A acetilcolina vem do efeito parassimpático.
No estômago para gerar o processo de digestão depende-se de uma enzima, mas tem o
processo de peristaltismo que faz o processo de digestão mecânica. Essa digestão mecânica
não é dependente do estímulo parassimpático, porque se tem os plexos mioentéricos.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Nada disso funciona se não tiver acetilcolina? Funciona, porque tem gastrina, secretina, pH
ácido e tem aminoácidos.

Porque quando dizemos que para a célula G produzir gastrina precisa da acetilcolina ou
aminoácidos, não necessariamente eu precise dos dois.

Mas para gerar ácido clorídrico eu preciso dos 3.

O estimulo parassimpático não é exclusivo do SN entérico.

Por isso a acetilcolina não é a mais potente. Isso porque o estômago pode fazer digestão
mecânica na ausência da acetilcolina, porque tem plexos mioentéricos. Mas a digestão química
é dependente dela.

As células parietais não só produzem o ácido clorídrico. Esse ácido é o mais importante,
porque senão fosse ele o pepsinogênio não iria ser convertido em pepsina, não teria digestão
de proteína.

Além de produzir o acido clorídrico, as células parietais produzem fator intrínseco, que é o
fator que se complexa à vitamina B12, que é essencial para a formação de hemácias.

Todas as vezes que o fator intrínseco encontra a vitamina B12 no estômago, a vitamina B12 é
absorvida no íleo, e auxilia na formação de hemácias.

Todas as vezes que tiver um mal funcionamento dessas células (gastrite por exemplo), não vai
conseguir ativar o fator intrínseco e a VitB12 não será absorvido, não ativando a formação de
hemácias na medula, assim o paciente tem anemia perniciosa, que a anemia por falta de B12.

A célula parietal tem 2 bombas de prótons: H +K+ATPase e HCO3-Cl-, sobre estímulo da


acetilcolina, histamina e gastrina, essa bomba faz troca de íons, para formar ácido clorídrico.

O papel do ácido clorídrico no estômago é desdobrar o pepsinogênio em pepsina.

Quem digere proteínas é a pepsina.

Todas as enzimas que são produzidas no TGI são produzidas de forma inativa, para evitar que
venha destruir o próprio órgão que a produziu.

As células mucosas são produtoras de muco e de íon bicarbonato, que servem para proteger a
parede do estômago, porque o estômago é muito ácido (pH~2) e o muco e íon deixa a parede
protetora do estômago com pH~7, por isso o estômago consegue suportar a acidez.

Digestão química apenas com o parasimpático.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Nervo vago que vem do estímulo parassimpático (temos 3 nervos importante para o TGI: vago,
trigêmeo e glossofaríngeo) vai liberar acetilcolina, que vai estimular a célula G. Acetilcolina vai
estimular célula enterocromafins e acetilcolina vai estimular células principais.

Se a acetilcolina estimula célula G (que produz gastrina), só que para estimular a gastrina, ela
recebeu estímulo da acetilcolina, mas também do alimento que na presença de proteína ele
foi quebrado em aminoácidos para estimular gastrina.

A gastrina, histamina é regulada pela somatostatina.

A gastrina juntamente com a acetilcolina vai estimular a célula enterocromafins a produzir


histamina.

Histamina, gastrina, acetilcolina estimulam a célula parietal a produzir ácido clorídrico (pH
ácido).

O acido clorídrico vai, juntamente com a acetilcolina, estimular as células principais a


produzirem pepsinogênio.

O pepsinogênio no pH ácido vai desdobrar em pepsina, que vai digerir proteínas, originando
aminoácido.

Quanto mais ácido tiver o pH do estômago, mais vai estimular as células D a produzirem a
somatostatina pra inibe a célula parietal e a célula G a produzir gastrina e histamina (feedback
negativo).

No TGI tenho ação do SN entérico.

Na presença do plexo todo o processo de digestão mecânica vai acontecer.

Vai precisar da acetilcolina para atuação do SNA pra fazer digestão química.

Aminoácido que estimula gastrina, que irá estimular junto com acetilcolina a histamina.

A célula parietal que tem receptor H2, M3 e receptores de gastrina, são receptores de
membrana, e tem acoplados a eles proteína G, vão ativar enzima.

O M3 e receptor de gastrina vai ativar a proteína Gq (estimulatório dependente de cálcio),


então auxiliam na liberação de cálcio, por IP3 e DAG, para gerar proteínas quinases, que são
elas que vão ativar bomba de prótons.

Os receptores de gastrina e de acetilcolina são receptores que ativam a proteína GQ, que ativa
fosfolipase. Vai ter IP3 e DAG que vai ativar cálcio, ativando proteínas quinases, e vão acionar a
bomba de prótons (mecanismo intracelular).

Enquanto o H2 ativa proteína Gs (estimulatório dependente de AMPcíclico), adenilato ativa


AMPcíciclo que ativa proteína quinases.

E é preciso gerar essas proteínas intracelulares para ativar as bombas de prótons (mecanismo
intracelulares, por ativação dos receptores de acetilcolina, gastrina e histamina).

No antro tem a presença da gastrina.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

A gastrina, histamina e acetilcolina é essencial para a produção do ácido clorídrico, que é


fundamental na produção do pepsinogênio em conversão para pepsina, que vai digerir
proteínas, que originará aminoácidos que vão originar a gastrina.

Tudo isso começa na base cefálica (pensamento), quando sente cheiro, vê e quando coloca o
alimento na boca, já via estar estimulando o nervo vago, que provavelmente será essencial na
formação de todas as secreções que participarão do processo de secreção.

22/11/23

INTESTINO DELGADO (DUODENO, JEJUNO E ÍLEO)

Envolve processo de digestão e absorção.

Principal órgão do processo de digestão, porque contem enzimas, e também promove


absorção (uma vez que o alimento foi quebrado em moléculas menores ele está pronto para
ser absorvido).

Alimento que está armazenado no estômago (lipídio, carboidrato e proteínas), todas as vezes
que o estômago recebe alimentos ricos em gordura (lipídeos) e glicose, esses alimentos
estimulam a produção de duas substâncias: secretina e colecistocinina, que vão retardar o
esvaziamento gástrico (deixam o alimento mais tempo no estômago, para preparar o duodeno
para receber esses alimentos).

Tem que preparar o duodeno, porque são alimentos ricos em lipídios e glicose.

Precisa da bile para emulsificar a gordura.

Duodeno precisa ser auxiliado, precisa do estímulo biliar (bile) e do pâncreas (manda suco
pancreático para o duodeno), para finalizar o processo de digestão.

Intestino não tem enzimas suficiente para promover digestão de lipídeos e de glicose. Então as
enzimas que são produzidas no intestino não têm capacidade de digerir os lipídeos, por isso
precisa do auxílio do pâncreas e vesícula biliar.

Quem faz isso é a secretina e colecistocinina.

Secretina é um peptídeo semelhante ao glucagon.

A secretina é secretada por células S do duodeno e sobre estímulo ácido (em resposta da
acidez do estômago) e quando essa “acidez do alimento” cai no duodeno, a própria acidez do
quimo que chega no intestino e a presença de lipídios estimula a produção da SECRETINA.

Quando secretina chega no duodeno tem uma função de estimular a secreção do suco
pancreático, que tem 2 composições: enzimas e pela parte líquida rica em bicarbonato, que
alcaliniza o ambiente (duodeno).

A secretina é o peptídeo que vai estimular o suco pancreático a produzir o íon bicarbonato.

A colecistocinina é outra substancia que é estimulada, porém a colecistocinina ao estimular a


secreção do suco pancreático, também estimula a secreção de enzimas que não do íon
bicarbonato.

Então o íon bicarbonato que está presente no sulco pancreático, que faz parte da composição
liquida do sulco pancreático, é estimulado pela secretina.

A secretina faz também a estimulação da vesícula biliar a produzir a bile.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Então a secretina estimula a produção do íon bicarbonato e a liberação desse íon no duodeno
a partir do suco pancreático, e estimula a vesícula biliar a produzir a bile.

A secretina tem 2 estímulos: a acidez do alimento que chega no duodeno e a presença de


lipídio.

Tem lipídio e o pH está ácido, vai estimular a secretina.

No intestino temo células: células S (secretina) e células I (colecistocinina).

Colecistocinina (CCK) é secretada pelas células I das mucosas duodenal e jejunal em resposta a
2 tipos de estímulos fisiológicos:

Quem estimula a fase liquido do suco pancreático é a secretina e a colecistocinina estimula a


fase enzimática do suco pancreático.

Colecistocinina é estimulado pela presença de lipídeos e de proteínas.

Colecistocinina estimula o suco pancreático a produzir enzimas (que vão digerir proteínas,
lipídios, carboidratos), e retarda o esvaziamento gástrico (para deixar o alimento mais tempo
no estômago para preparação do duodeno de forma mais intensa que a secretina).

Colecistocinina faz contração da vesícula biliar (faz a contração mais intensa da vesícula biliar
que a secretina) e estimulação da bile, e também estimula o suco pancreático a produzir
enzimas pancreáticas a partir de 2 estímulos (lipídios e proteínas).

Secretina e colecistocinina atuam de forma semelhante? Sim, pois as duas estimulam o suco
pancreático e a vesícula biliar. Se que o suco pancreático tem uma fase líquida, que é
estimulada pela secretina, e uma fase enzimática, que é estimulada pela colecistocinina.

Quem faz a contração da vesícula de forma mais intensa é a colecistocinina, tanto é que em
algumas literaturas, a contração pela colecistocinina é mais intensa sobre a vesícula biliar.

Secretina também estimula a bile, mas quem faz a contração da vesícula de forma mais
intensificada.

Colecistocinina tem função de retardar gástrico de forma mais intensa que a secretina.

Diferença secretina e colecistocinina: enquanto a secretina é estimulada pela pH ácido e pela


presença de lipídios, a colecistocinina é estimulada pela presença de lipídios e proteínas.

Outra substância que é produzida no intestino é o peptídeo inibir gástrico (GIP), que é
peptídeo da família do glucagon, semelhante a secretina, secretada pelo duodeno e jejuno,
porém o GIP tem uma característica que o difere da secretina e colecistocinina, porque o
peptídeo inibir gástrico depende de 3 estímulos para sua produção: lipídios, proteínas e
glicose.

Uma vez liberado peptídeo inibir gástrico (GIP) vai estimular a secreção de insulina pelas
células beta-pancreáticas.

Peptídeo inibir gástrico inibe a acidez gástrica.

Intestino tem a produção de secretina (pela célula S), colecistocinina (pela célula I) e GIP (pela
célula G). Célula M produz motilina.

O suco pancreático é formado por uma fase enzimática e por uma fase aquosa.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Dentro da fase enzimática o que faz parte do suco pancreático: tem enzimas que digere
proteína, lipídeos e carboidratos, dentre as enzimas temos tripsina, quimiotripsina e
carboxipeptidase (são enzimas que degradam proteínas), lipases (degrada lipídios), amilases
pancreáticas (degrada amido).

Porém o suco pancreático tem uma fase aquosa que é forma por água, eletrólitos, em especial
os íons bicarbonato para alcalizar o duodeno e ter ação das enzimas do suco pancreático.

Todas essas enzimas que estão presentes no suco pancreático estão presentes na sua forma
inativa, porque elas não podem ser ativas para não destruir o pâncreas. Elas serão ativadas
apenas quando chegarem no duodeno, pois encontrarão uma enzima intestinal chamada de
entoroquinases, que vai ativar as enzimas do suco pancreático. Uma vez ativada as enzimas
vão sofrer o processo de digestão.

Entoroquinases: transforma enzima inativas em ativas. Então, quando falamos no suco


pancreático tem tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase, que degradam proteínas, elas
vieram não como tripsina, mas sim com tripsinogênio, quimiotripsinogênio, e uma vez que
chegam no duodeno elas encontram as enteroquinases, que vão converter essas enzimas para
suas formas ativas.

É no intestino delgado que termina o processo de digestão, não tem digestão no intestino
grosso.

Secretina estimula a fase aquosa.

Colecistocinina estimula fase enzimática.

As duas (secretina e colecistocinina) ativam suco pancreático, mas a secretina ativa a fase
aquosa e colecistocinina ativa a enzimática.

As duas estimulam a vesícula biliar, mas a que promove a sua contração é a colecistocinina.

Não tem digestão no intestino grosso.

O efeito parassimpático estimula todos os processos do TGI. Então o parassimpático estimula


composição enzimática, enquanto o simpático inibe a composição enzimática. Todo esse
controle da composição enzimática se deve ao nervo vago e ele tem efeito parassimpático e
inicia na fase cefálica (visão, audição, paladar), e a partir da fase cefálica tem a estimulação do
suco pancreático. Então tanto a regulação gástrica quanto a regulação pancreática ela tem o
estímulo da fase cefálica, gástrica e intestinal.

Então através do nervo vago conseguimos ter o estímulo do suco pancreático. A fase cefálica
são os estímulos sensitivos (visão, audição, paladar, olfato), que estimulam a secreção
pancreática via nervo vago (via efeito parassimpático).

Os hormônios estão tanto da fase gástrica, quanto intestinal;

3 Fases de regulação: encefálica, gástrica, intestinal.

Se eu tenho uma pancreatite em função de excesso de bebidas alcoólicas, por exemplo, vai
comprometer a digestão dos carboidratos, lipídios e proteínas (devido ao comprometimento
do suco pancreático)

Se o intestino delgado faz a digestão dos nutrientes, porque recebe auxilia da vesícula biliar
recebendo a bile e pâncreas pela produção do suco pancreático, o intestino produz alguma
coisa? Sim, ele tem algumas enzimas, porem ele não consegue digerir tudo que chega ao
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

intestino sozinho, porque ele é o final do processo de digestão. As enzimas presentes no


intestino temos a maltase, sacarase, lactase, alfadestrinase, que são enzimas intestinais que
digerem carboidratos.

Juntamente com amilase pancreática vai finalizar o processo de carboidratos no intestino


delgado.

Tem também peptidases que são enzimas intestinais que digerem proteínas.

As peptidases não são enzimas do suco pancreático!!! São do intestino.

Temos também nucleasidases e fosfatases que catalisam nucleotídeos.

Então essas enzimas fazem o processo de digestão no duodeno juntamente com as enzimas
que vierem do suco pancreático, para promover a finalização do processo de digestão.

Tem alguma enzima do intestino que digere lipídeos? O intestino não tem capacidade de
digerir lipídeos, por isso a necessidade da bile para emulsificar as gorduras e das lipases
pancreáticas que vem do suco pancreático.

Quando o alimento chega no duodeno ele sofre um processo de mistura, então se mistura
fazendo movimentos segmentares (porque o intestino tem segmentos) isso gera movimentos
peristálticos.

Uma vez que houve o processo de digestão dos nutrientes, agora eles precisam ser absorvidos
(glicose, frutose, galactose- que são produtos de digestão de carboidratos).

Como a glicose é absorvida? Por meio da GLUTs (proteína de membrana que fazem papel de
transporte), por meio de difusão facilitada com gasto energético. Por difusão simples apenas
os lipídios são absorvidos.

PROCESSO DE ABSORÇÃO

Processo de digestão e absorção de carboidratos: tem início na boca por ação da ptialina. O
carboidrato sai da boca e vai para o estômago (não sofrendo digestão lá), vai terminar seu
processo de digestão no intestino a partir de enzimas do suco pancreático, amilase pancreática
ou lactase, sacarase e maltase. Uma vez que esses carboidratos são hidrolisados eles são
quebrados, sendo prontos para serem absorvidos utilizando a GLUT (difusão facilitada). Eles
serem transportados por uma substância chamada de SGLT (transporte ativo).

Quanto às proteínas: a proteína é digerida no estômago (início) e termina no intestino. A


pepsina digere proteína no estômago, no intestino sofre ação das enzimas intestinais
(peptidases) e as enzimas do suco pancreático são tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase.

Uma vez que as proteínas são digeridas, o produto final será aminoácidos. Esses aminoácidos
serão absorvidos, usando transporte ativo (gasto energético).

Quanto aos lipídios: são digeridos no intestino, porque tem ação das lipases (único ambiente
que tem pH favorável para atuação das lipases, que consegue digerir lipídeos) e a vesícula
biliar libera a bile que foi produzida pelo fígado para emulsificar as gorduras.

Uma vez que esses lipídeos são digeridos, eles serão absorvidos. Lipídios é absorvido usando
difusão simples (não há gasto de energia).

No intestino só tem absorção de lipídeos, carboidratos e proteínas? Não, pois tem absorção de
cálcio, ferro, vitaminas, minerais, nutrientes. Então tem que absorver outras substancias que
não sejam lipídios, carboidratos e proteínas.
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Essas substâncias são absorvidas tanto por um processo de difusão simples (vitaminas
lipossolúveis) e também por processo ativo.

Vitaminas lipossolúveis (difusão simples) e hidrossolúveis (transporte ativo). Exceto a vitamina


B12 que é dependente do fator intrínseco.

Ferro é muito difícil de ser absorvido, porque forma quelato com substâncias comuns do
intestino. Ferro forma quelato com íon bicarbonato, por isso a má absorção do ferre é muito
frequente, então é comum a pessoa ter anemia ferropriva e falar que mesmo com a ingestão
do ferro, seus níveis estão baixos no organismo. Quelato (impede absorção, é um complexo
que não é absorvido). Muitas vezes o ferro forma um complexo com o cálcio do leite.

Outros íons que é muito absorvido é o íon cálcio, que é dependente do intestino para ser
absorvido. O cálcio depende de hormônio, sendo 3 hormônios reguladores de cálcio:
Paratormônio (tira cálcio da medula óssea e estimula o calcitriol, que é a forma ativa da
vitamina D), calcitriol (impede que o cálcio seja eliminado pela urina e reabsorve o cálcio na
alimentação), calcitonina. Então calcitonina e paratormônio são importantes para o processo
de absorção.

O intestino é dependente de hormônios para a absorção do cálcio.

Intolerância à lactose: açúcar fermata na luz intestinal. Pode acontecer em qualquer fase da
vida.

Processo de absorção transporte ativa ou difusão facilitada tem gasto de energia.

Toda vez que utilizamos um processo de absorção que usa ou transporte ativo ou difusão
facilitada, tem gasto de energia.

Os lipídios são absorvidos por difusão simples.

Existem 2 órgãos acessórios do intestino, que é o pâncreas (que produz suco pancreático, que
é formado por duas composições: aquosa e enzimática) e o fígado (essencial na produção da
bile).

FÍGADO

O fígado é um órgão que não só produz a bile, mas também auxilia no processo de metalização
de lipídios, carboidratos e proteínas, e também medicamento.

Órgão auxiliar na digestão e metabolização.

Envolve processo de digestão e absorção.

Papel importante na ativação da vitamina D, importante para absorção do cálcio, porque o


cálcio depende da vitamina D para ser absorvido a nível intestinal.

Tem papel importante também na excreção da bilirrubina.

O fígado ele produzir a bile a ela fica armazenada na vesícula biliar. A bile é produzida pelos
hepatócitos do fígado, que são as principais células hepáticas.

O principal estimulador da vesícula biliar é colecistocinina (contração da vesícula), que


depende de lipídeos e proteínas para ativar a produção de colecistocinina para que se tenha
contração da vesícula biliar.

Bile emulsifica as gorduras a nível duodenal e diminuem a tensão superficial.


FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Ciclo de liberação e regulação da bile:

Regulação da liberação da Bile: hormônios (colecistocinina e secretina) e neurônios (nervo


vago, estimulação da vesícula biliar).

A vesícula biliar depende não só do secretina e colecistocinina como também depende de


fatores neurais (através do nervo vago, tendo estimulação da vesícula biliar).

Se a vesícula depende da colecistocinina e da secretina, então a vesícula libera a bile se tiver


acidez, lipídeos e proteínas.

Única substância que depende dos 3 elementos (lipídios, carboidratos e proteínas) é o GIP.

Quem faz o retardo do esvaziamento gástrico? Colecistocinina.

Então as substancias que são liberadas no duodeno, jejuno e íleo, que são secretina,
colecistocinina e GIP, motilina (ajuda na motilidade).

Todo o processo de liberação da bile envolve uma circulação entero-hepática.

O fígado metaboliza e a urina excreta os produtos finais do metabolismo orgânico.

Tem alguns eletrólitos que não foram totalmente absorvidos no intestino delgado e precisam
ser absorvidos no intestino grosso, a exemplo da água, que será absorvida principalmente a
nível de intestino grosso.

Então o quilo do intestino delgado, vai para o intestino grosso, passando por uma válvula
chamada de válvula íleo-cecal.

Válvula íleo-cecal: impede que a substancia altamente contaminada que chega no intestino
grosso, que é rico em bactérias, volta para o intestino delgado. Permite que o quilo sai do
intestino delgado e vá para o intestino grosso.

INTESTINO GROSSO

O intestino grosso e formado por parte, com presença de haustros (bolsinhas) – movimentos
de haustrações.

O intestino grosso prepara as fezes. Cada parte (cólon ascendente, transverso, descendente,
sigmoide) as fezes são de consistências diferentes. (Fezes liquidas→pastosas→semi-
sólidas→sólidas).

Complementa o processo de absorção, principalmente a da água.

Vai produzir certas vitaminas, como a vitamina K, que ativa os fatores de coagulação (2,7,9,10).

Não tem digestão no intestino grosso porque não tem enzimas.

Quando as fezes estão prontas para serem defecadas, o bolo fecal leva a um estiramento dos
receptores a nível de intestino grosso, e uma contração e elevação da pressão, o que muitas
vezes estimula o ato da defecação.

Então o ato da defecção é dependente das fibras parassimpáticas, que vai através dos nervos
sacrais. Tendo relaxamento do esfíncter (2 esfíncteres: interno (m.liso) e externo
(m.esquelético)).
FISIOLOGIA III – Paula Rayssa Rodrigues – Medicina XLV

Quando se tem movimentos acelerados do intestino grosso, por algum processo bacteriano
por exemplo, vai ter um processo diarreico (eliminando eletrólitos, água, nutrientes, que não
foram absorvidos).

Constipação também não é um processo fisiológico.

Durante todo o processo do alimento ao longo do TGI, tem 2 processos importante: digestão e
absorção, para que isso acontece tem que ter secreções (salivar, gástrica, intestinal) e essas
secreções produzem líquidos, que muitas vezes são reabsorvidos. Somente o que não é
necessário que é eliminado pelas fezes.

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