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Tema: Os Três Tribunais

Texto do sermão: 1 Coríntios 4:3-5


3 Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo
humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo.
4 Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado,
pois quem me julga é o Senhor.
5 Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também
trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e
então cada um receberá de Deus o louvor.

INTRODUÇÃO
1. Entre os muitos problemas enfrentados pela igreja de Corinto, um dos mais
significativos era a divisão entre os membros, manifestada em torno de líderes
carismáticos (1 Coríntios 1:10-12).

2. Para abordar essa questão, o apóstolo Paulo repreendeu a imaturidade espiritual


que resultava dessa divisão e destacou o verdadeiro papel dos pregadores na obra
de Deus (1 Coríntios 3:1-9; 4:1-2).
3. No texto que estudaremos (1 Coríntios 4:3-5), encontramos uma análise dos
diferentes tipos de julgamento:

 O julgamento por homens


 O julgamento pela consciência
 O julgamento por Cristo Podemos chamá-los de “Os Três Tribunais”.
4. Assim como em nosso sistema judicial federal, onde existem diferentes níveis de
tribunais, cada um com sua autoridade relativa, esses três tribunais espirituais
também têm distinções significativas.

Vamos explorar o primeiro tribunal mencionado, o “tribunal” humano, e entender


sua importância e limitações de acordo com as Escrituras.

I. O Tribunal de Julgamento dos Homens


A. A Visão de Paulo sobre este “Tribunal”…
“Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum
juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo.” (1 Coríntios 4:3a)
1. Observe que ele disse “pouco se dá” ou “pouco me importa”, e não “nada”.

2. Paulo se importava com o que as pessoas pensavam em algumas situações:

O que seu irmão fraco pensava (1 Coríntios 8:13)

O que os perdidos pensavam (1 Coríntios 9:19-23; 10:31-33)


3. No entanto, o que as pessoas pensavam dele pessoalmente era “uma coisa
muito pequena”:
Suas realizações

Seu status como pregador

B. A Razão da Visão de Paulo…


1. Ele sabia o quão falíveis as opiniões dos outros podem ser:
O mundo ama falsos mestres (Lucas 6:26; cf. Jeremias 5:30-31)

Eles odeiam aqueles que “não são do mundo” (João 15:18-19)

2. Ele sabia que os critérios de julgamento dos homens estavam errados:


Frequentemente baseados na aparência externa (cf. 1 Samuel 16:7)

Paulo enfrentou esse problema (2 Coríntios 10:7, 10)

Ele sabia o que o Senhor havia dito (cf. João 7:24)

Embora haja momentos em que devemos considerar o que os outros pensam, a


avaliação final precisa ser levada a um tribunal superior. Alguns diriam: “Deixe sua
consciência ser seu guia”. Mas vamos examinar a confiabilidade da consciência…

II. O Tribunal de Julgamento pela Consciência


A. A Visão de Paulo sobre este “Tribunal”…
“nem eu tampouco a mim mesmo me julgo..” (1 Coríntios 4:3b)
1. Paulo não está descartando totalmente a necessidade de autoexame.

Devemos nos examinar na Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:28-31).

Devemos examinar periodicamente nossa própria salvação (2 Coríntios 13:5).

2. Ele certamente enfatizou a importância de uma boa consciência (1 Timóteo 1:5,


19; 3:9; 4:2).

3. No entanto, no assunto em questão (avaliação dos pregadores), Paulo recusou-


se a depender deste “tribunal”.

B. A Razão da Visão de Paulo…


1. Ele sabia quão falível pode ser a consciência ou a auto-estima de alguém.
Ele sempre serviu a Deus com boa consciência (Atos 23:1).

Mesmo quando ele estava matando cristãos (cf. Atos 26:9-11).


Quando mal informada, alguém pode ter a consciência limpa e ainda assim estar
completamente errado!

2. Paulo reconheceu essa possibilidade.


“Pois não sei nada contra mim mesmo, mas não estou justificado por isso;” (1
Coríntios 4:4a).

Embora sua consciência estivesse limpa, ele sabia que isso não o tornava certo.

Paulo sabia que ainda restava um julgamento final e infalível…

III. A Visão de Paulo sobre este “Tribunal”…


“Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero
justificado, pois quem me julga é o Senhor.” (1 Coríntios 4:4b)
1. Ele sabia que “Aquele que me julga é o Senhor”.
Isso se refere ao julgamento de Cristo, como fica evidente no verso 5.

Cristo julgará os homens na Sua vinda (2 Coríntios 5:10).

2. Ele via o julgamento do Senhor como superior, pois Ele irá:


“Trazer à luz as coisas ocultas das trevas” (coisas que uma consciência limpa pode
perder).

“Revelar os conselhos do coração” (coisas muitas vezes escondidas da vista dos


outros).

3. Assim, Paulo considerou este “tribunal” como definitivo, sem tribunal de


apelação!
B. A Razão da Visão de Paulo…
1. Ele sabia que o julgamento de Cristo era certo.
Deus forneceu prova através da ressurreição de Jesus (Atos 17:31).

Paulo escreveu muitas vezes sobre esse julgamento (Romanos 14:10; 2 Coríntios
5:10; 2 Timóteo 4:1).

2. Ele sabia que o julgamento de Cristo era superior.


Ele sabia que o Senhor estava julgando mesmo então (cf. tempo presente) (1
Coríntios 4:5; cf. Apocalipse 2-3).

Ele sabia que o Senhor poderia conhecer os segredos dos homens (João 2:24-25; cf.
Mateus 9:4).

Conclusão: Os Três Tribunais


1. Os Três Tribunais:
 Tribunal dos Homens: falível, sujeito a opiniões e critérios humanos errôneos.
 Tribunal da Consciência: pode ser enganosa, especialmente quando mal
informada.
 Tribunal de Cristo: infalível, justo e misericordioso.
2. A qual Tribunal devemos apelar para a esperança da salvação?
 Nossa esperança se baseia no que homens falíveis disseram?
 Nossa confiança está no que sentimos em nossos corações ou no que a
consciência nos diz?
 Ou colocamos nossa confiança e esperança nas palavras do Senhor que nos
julgará? (João 12:48; cf. Marcos 16:16; Apocalipse 2:10)
3. Atitude de Paulo:
“Portanto, temos como objetivo, presente ou ausente, ser agradável a Ele.” (2
Coríntios 5:9)

 Devemos nos preocupar com o que os outros pensam, mas não podemos
permitir que isso seja o juiz final de nossas ações.
 Devemos manter uma boa consciência, mas reconhecer que ela pode ser falível.
 Nossa esperança final e nossa confiança devem estar nas palavras e no
julgamento de Cristo.

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