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DOS ALUNOS DO
PPGLM/UFRJ
Revista de Filosofia
Revisores de texto
Daniele Pacheco, Mario Tito, Michelle Montoya, Rayane Araújo, Rosi Leny Morokawa,Thiago Augusto
Passos.
Agradecimentos
Ao Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica – PPGLM, da UFRJ
Ao Departamento de Filosofia da UFRJ
Ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
À Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Diagramação
Rosi Leny Morokawa
Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ Revista de Filosofia. ISSN: 2236-0204, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, 2018
Sumário
Editorial ............................................................................................................................ 4
Truthmaker e fatos morais ............................................................................................ 7
Mariana Cabral Falqueiro (PPGLM/UFRJ)................................................................... 7
Os fundamentos transcendentais da ciência newtoniana ...................................... 21
Ludmila Aster S. Gomes (UFMG) ................................................................................. 21
Veracidade, mentira e direito a partir de “Sobre o suposto direito de mentir por
amor à humanidade” de Kant ..................................................................................... 30
Marcos Cesar Paes de Carvalho Filho (UERJ) ............................................................ 30
O que pode um professor de Filosofia? A reflexão em torno da responsabilidade
ético-política do ensino de Filosofia .......................................................................... 40
Bruno Tavares Assunção (UERJ) ................................................................................. 40
A Crise na Educação em Hannah Arendt: para além de uma análise conceitual 51
Izaquiel Arruda Siqueira (UFPE) ................................................................................ 51
Adução e análise de algumas questões vinculadas à “filosofia pré-socrática”:
um reporte aos estudos empreendidos por André Laks ........................................ 69
Viviane Veloso Pereira Rodegheri (UFRRJ) ................................................................. 69
Merleau-Ponty entre Schelling e Husserl .................................................................. 87
Edson Lenine Gomes Prado (UFSCar) ......................................................................... 87
Michel Foucault e a Antiguidade Greco-Romana ...................................................107
Priscila Céspede Cupello (PPGLM/UFRJ) ................................................................ 107
Loucura e Verdade em História da Loucura de Michel Foucault .........................116
Raphael Thomas Ferreira Mendes Pedgen (UERJ) .................................................... 116
A Cidade e o Controle dos Corpos ..........................................................................128
Eduardo Spengler (UERJ) .......................................................................................... 128
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Abstract: We intend to analyze how Foucault understands the concept of madness in History
of Madness contextualizing the theme from the way in which his philosophy problematizes the
notion of the subject in the modernity. History of Madness sought to describe the consolidation
of a new form of knowledge indicating the processes by which the phenomenon of madness was
codified by a conceptual grid that had his central axis the notion of mental illness. So,
describing the constitution of the psychiatry as a science, it was up to the author to study, not
the alleged “discoveries” of the first alienists, but rather the historical conditions that allowed
the conceptual capture of madness by the medical perception. By shifting the axis of analysis
from psychiatric discourse to an expression of the experience of madness in the classical period
of western culture, Foucault was able to identify a series of controversial themes concerning
the delimitation of this object that would be overlapped by western medicine. More than
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Mestrando em Filosofia pela UERJ. Bolsista FAPERJ.
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madness itself, Foucault was concerned whit the emergence of a discourse of truth about
men and if the reflection falls into an anthropological truth, it only did so because it had
as a condition the constitution of a form of truth placed in men by a medical reading (or
capture) of madness in general. With this point of view, it should be pointed out that Foucault’s
interest in psychiatry referred more to processes of objectifying a truth of men other than with
theoretical discourses on mental alienation, produced in the XIXth century.
Keywords: Madness; psychiatry; truth; men and History of Madness.
INTRODUÇÃO
garantisse o estatuto científico dessa disciplina. Na França, por exemplo, em 1928, Politzer
(1998) havia publicado Crítica dos fundamentos da Psicologia, texto no qual discutia a
possibilidade da fundamentação científica da Psicologia. Em 1949, Daniel Lagache (1988) iria
retomar a discussão no seu trabalho intitulado A unidade da psicologia.
Os primeiros escritos de Foucault também não se distanciam muito dessa visão que
presava por uma fundamentação da psicologia. No texto de Introdução (In: Binswanger),
testemunhamos o ensaio de uma fundamentação antropológica do ser-homem (menschsein) a
partir de uma elucidação das coordenadas existências da realidade humana. A partir de uma
abordagem fenomenológica, Foucault buscou assinalar o modo como todo o saber sobre o
homem (inclusive a psicologia) deveria se assentar sobre um saber antropológico fundamental.
No texto, ele declara a ideia desse projeto:
(...) estas linhas de introdução não têm senão um propósito: apresentar uma forma
de análise cujo projeto não é o de ser uma filosofia, e cujo fim não é o de ser uma
psicologia; uma forma de análise que se designa como fundamental para todo
conhecimento concreto, objetivo e experimental. Enfim, uma análise cujo princípio
e método são determinados, desde o início, pelo privilégio absoluto de seu objeto: o
homem, ou melhor, o ser-homem, o menschsein. (FOUCAULT, 2010c, p. 71-72)
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Ora, a partir de História da loucura, Foucault buscou apontar que as contradições das
ciências humanas, não eram efeitos derivados de um descaso metodológico-científico que
emergiam como “mal do século” a partir das diferentes abordagens epistemológicas na
psicologia. Mas elas eram, antes, a própria condição de possibilidade de organização das
ciências do homem que ao fundar uma verdade no homem constituíram, também, um domínio
no qual este surgia como um duplo: sujeito e objeto de conhecimento. A intuição que conduz o
pensamento de Foucault aponta para a suspeita de que as contradições das psicologias, que ele
mesmo havia tentado apaziguar nos escritos da década de 1950, não eram propriamente
contradições, mas o efeito do modo como o saber moderno concebia a figura do homem como
duplo empírico-transcendental. Fundar uma verdade do homem através do homem, tal como
pretendem as ciências humanas, implica na articulação de um jogo de verdades que desloca as
análises do empírico para o transcendental confundindo os dois domínios. A contradição, assim,
seria própria do modo como os termos estavam postos na estrutura de saber moderno. Segundo
Edgardo Castro:
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Num artigo de 1982 Foucault esclarece que, ao longo da sua obra, o objeto com o qual
seu pensamento se viu às voltas era aquele pertinente à questão do sujeito: “o meu objetivo (...)
foi criar uma história dos diferentes modos pelos quais, em nossa cultura, os seres humanos
tornaram-se sujeitos” (FOUCAULT, 1995, p. 231). Tratava-se de esclarecer as operações
históricas por meio das quais nossa cultura instaura sobre o homem diferentes jogos de verdade
a partir de diferentes regimes de subjetivação. A noção de sujeito, no âmbito desta afirmação,
deve ser compreendida como o efeito dos modos de sujeição: operação singular que indica a
constituição histórica de verdades que agem sobre nós discriminando condutas, delegando
papeis, fixando identidades, possibilitando experiências; isto é, compondo um campo complexo
no qual o homem é convidado a refletir sobe si como ser histórico.
Nesse sentido, o conceito de homem não encerraria em si uma compreensão prévia como
um dado natural que serviria de superfície de inscrição para os modos de produção subjetiva.
Ele seria o próprio efeito do movimento histórico no qual o sujeito se produz. Haveria, assim,
uma relação de imanência entre as noções de sujeito e história na filosofia foucaultiana: marca
da expressão de um pensamento que não cessou de se interrogar sobre as condições pelas quais
o homem ocidental veio a enunciar, em distintas épocas, diferentes verdades de si.
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Parece-me que a aposta, o desafio que toda história do pensamento deve suscitar,
está precisamente em apreender o momento em que um fenômeno cultural, de
dimensão determinada, pode efetivamente constituir, na história do pensamento, um
momento decisivo no qual se acha comprometido até mesmo nosso modo de ser de
sujeito moderno. (FOUCAULT, p. 13, 2006)
Esse a priori é aquilo que numa dada época, recorta na experiência um campo de
saber possível, define o modo de ser dos objetos que aí aparecem, arma o olhar
cotidiano de poderes teóricos e define as condições de conhecimento que se pode
sustentar sobre as coisas um discurso reconhecido como verdadeiro. (FOUCAULT,
2016, p. 219)
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O que Foucault espera da História é esta determinação dos visíveis e dos enunciáveis
em cada época, que ultrapassa os comportamentos e a as mentalidades, as ideias,
tornando-as possíveis. Mas a História só responde porque Foucault soube inventar,
sintonizando com as novas concepções dos historiadores uma maneira propriamente
filosófica de interrogar, maneira nova e que dá nova vida à história. (DELEUZE,
2005, p. 59)
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Ora, se o tema sobre o “sujeito” não cessa de aparecer na obra de Foucault como forma
de problematização histórica; cabe esclarecermos então, não só o sentido de tal crítica, mas o
modo como Foucault alcançou pela primeira vez as condições de formulação desse problema.
Isto é, em que ocasião e sob quais circunstâncias o tema do sujeito apareceu como “questão”
cuja existência apontaria incessantemente para a crítica problematizadora que se efetuou
posteriormente na arqueologia e nas genealogias? Não se trata de fazer uma leitura arqueológica
ou genealógica do conceito de sujeito na própria obra do filósofo. Mas trata-se, antes de tudo,
de situar no âmbito do seu pensamento, a delimitação de um problema que constituiria um
campo de pesquisa. De início, indicamos que seu trabalho de doutoramento, publicado em 1961,
já aponta para essa questão. História da loucura é a primeira publicação de Foucault que
investiga as relações entre homem e verdade na cultura ocidental num sentido arqueológico.
Nessa obra o autor buscou descrever a consolidação de uma forma de saber indicando
as operações por meio das quais se codificou o fenômeno da loucura a partir de uma grade
conceitual que tinha como eixo central a noção de doença mental. Assim, ao descrever a
constituição da psiquiatria como dita ciência, coube ao autor estudar, não as pretensas
“descobertas” teóricas dos primeiros alienistas, mas sim as condições históricas que
possibilitaram a captura conceitual da loucura pela percepção médica. Nesse sentido, Foucault
não se propôs a escrever uma história da constituição psiquiátrica; mas ele se ocupou, antes,
com as condições de possibilidades históricas da produção subjetiva desse foro íntimo, a psique,
sob a qual poder-se-ia alojar a verdade médica.
Ao deslocar o eixo de análise do discurso psiquiátrico para uma apreensão da
experiência da loucura no ocidente clássico, Foucault pôde identificar uma série de temas
polêmicos referentes às condições de delimitação desse objeto sobre o qual iria se sobrepor a
medicina ocidental. Mais do que a loucura propriamente, tratava-se da produção de um discurso
de verdade sobre o homem e se a reflexão recaia-se sobre uma verdade antropológica, ela só o
fazia, pois, tinha como condição de enunciação a constituição de um espaço de verdade situado
no homem por meio de uma leitura (ou captura) médica sobre a loucura em geral. Nesse aspecto,
cabe indicar que o interesse que conduzira Foucault à psiquiatria dizia mais respeito aos
procedimentos de objetivação de uma verdade do homem do que aos discursos teóricos sobre
alienação mental produzidos a partir do início do século XIX. Afinal, não há história das ideias,
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mas sim uma crítica arqueológica às formações históricas dos regimes de subjetivação. E se de
alguma forma as análises de História da loucura dedicam certa atenção às teorias de Willis,
Tucke, Pinel, Esquirol, etc.. elas o fazem a título de uma elucidação discursiva sobre a
constituição da grade conceitual por meio da qual aprisionou-se as experiências da loucura no
domínio da doença mental.
Assim, se a psiquiatria se apresenta como tema privilegiado para os estudos sobre os
modos históricos de produção de verdade do homem como sujeito, isso se dá pelo fato de que,
para Foucault, a constituição desse domínio de verdade moderna seria tributária de um gesto
anterior e mais fundamental que pôs a cultura ocidental em diálogo com a experiência da
loucura. Trata-se de um gesto de exclusão. Gesto esse que teria projetado sobre nós uma divisão
entre loucura e razão tão clara quanto o dia e a noite. Esses dois termos, inclusive, dia e noite,
irão figurar entre as imagens que compõem o vocabulário de História da loucura para ilustrar
o termo da relação que o ocidente iria inaugurar com a exclusão da loucura. Mas o ponto de
articulação entre “a exclusão da loucura” e “instauração e uma verdade antropológica” não se
apresenta em História da loucura como o efeito de uma interpretação; mas significa, antes, o
eixo central da crítica foucaultiana. Pois, segundo o filósofo, a articulação entre esses dois
eventos tem sua coerência e unidade na produção desse domínio que os saberes psi’s iriam
reivindicar para si. Isto é,
Essa grande divisão, ele [o homem moderno] iria aprender a dominá-la, a reduzi-la
ao seu próprio nível; a fazer nele o dia e a noite; a alinhar o sol da verdade e a frágil
luz da sua verdade. O fato de ter dominado sua loucura, tê-la captado entregando-as
às masmorras de seu olhar e de sua moral, tê-la desarmado empurrando-a para um
canto dele próprio, autorizava o homem a estabelecer, enfim, dele próprio para ele
próprio, essa espécie de relação que chamamos de “psicologia”. Foi preciso que a
Loucura cessasse de ser Noite e se tornasse sombra fugitiva na consciência para que
o homem pudesse pretender deter sua verdade e desatá-la no conhecimento.
(FOUCAULT, 2010d, p. 159)
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psiquiatria. Assim, se uma história da psiquiatria se faz presente em História da loucura, ela o
faz como o efeito de um gesto simultâneo à análise central referente à emergência da verdade
antropológica.
É justamente aqui que podemos apontar uma das originalidades de História da loucura.
Sua narrativa não descreve o desenrolar histórico de um conjunto de ideias sobre as quais
arquitetou-se o edifício teórico da psiquiatria. Ela se projeta sobre outro conjunto de elementos,
traça um caminho norteado por outros interesses que destaca a psiquiatria a partir de uma
perspectiva de relance, como alguém que ao analisar uma luz refratada por um cristal, não deixa
de enxergar também o cristal. Mais do que indicar os elementos necessários para uma narrativa
sobre a constituição da psiquiatria no ocidente, a História da loucura trata de descrever, no
âmbito das suas “lutas” e “embates”, esse processo histórico implicado na criação (no sentido
nietzschiano de Ursprung) de um conhecimento psicológico. Mais do que indicar as operações
inscritas num movimento de descoberta da doença mental, a história foucaultiana busca lançar
luz sobre os artifícios de produção de verdade que confeccionaram sobre o homem algo como
uma psique, algo como um foro íntimo sobre o qual poder-se-ia alojar um saber antropológico
comunicado como psicológico. Assim, a pergunta que não cessa de aparecer ao longo da obra,
fazendo sua sombra percorrer tanto sobre as reflexões filosóficas quanto nas análises históricas,
se debruça sobre a seguinte questão: “como chegamos a interrogar-nos sobre a verdade do eu,
fundamentando-nos sobre sua loucura?” (FOUCAULT, 2010b, p. 331).
Com isso parece-nos que Foucault busca instigar seus leitores a uma reflexão que não
teria deixado de fascinar a ele mesmo: quais as relações tecidas entre verdade e loucura que
teriam nos autorizado a falar uma verdade sobre o homem? O modo pelo qual os argumentos
de História da loucura se projetam sobre essa indagação mostra como Foucault compreende a
objetivação da loucura como condição de possibilidade dessa experiência de si que o homem
moderno faz ao buscar discorrer uma verdade de si a partir de uma ciência do homem.
CONCLUSÃO
Verdade e loucura se projetam, então, num jogo de mútuo pertencimento que possibilita-
nos, não só compreender as condições de surgimento da psiquiatria e das ciências do homem,
mas, sobretudo, compreender essa relação complexa estabelecida entre o homem moderno e
suas formas de saber que convidam-no a refletir sobre si, a enunciar uma verdade sobre si
através de uma exclusão incessante daquilo que se impõe como o negativo da sua imagem. Cada
sociedade, cada cultura em cada momento histórico produz seus próprios jogos de exclusão por
meio dos quais se torna possível elencar aquele conjunto de princípios que definem suas
estruturas de identidade e de diferença. A verdade que o homem moderno ocidental teria
aprendido a ver em si pertence a esse jogo complexo cuja tessitura não deixa de acusar as
relações delicadas e sutis que definem nas nossas diferenças um parentesco burlesco com aquilo
que buscamos nos distanciar. Daí a afirmação de Foucault de “a loucura só existe em uma
sociedade, ela não existe fora das normas da sensibilidade que a isolam e das formas de repulsa
que a excluem ou a capturam” (FOUCAULT, ditos I, p. 163). Trata-se então de uma relação de
cumplicidade entre os limites traçados por uma cultura e aquilo que aos olhos dessa mesma
cultura se vê identificado como marca da transgressão. A loucura, nesse aspecto, aparece-nos
sempre como uma experiência-limite. Pois essa mesma divisão que havia nos possibilitado
diferenciar a loucura da razão, nos projetou para essa relação inacabada na qual a contemplação
do nosso reflexo (nossa identidade) trás consigo também essa imagem do outro cuja existência
nos serve para indicar o limite que nos diferencia (nossa alteridade). Assim, para Foucault, o
homem moderno é um duplo jogo de reflexos: identidade e diferença, sujeito e objeto,
racionalidade e loucura, verdade e não-verdade.
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Referências
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